Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Guerra de informações para ludibriar o mundo

Depois de dez anos de espionagem, o governo dos EUA anunciou o fim de Osama bin Laden. A morte do terrorista mais temido dos últimos tempos foi festejada nas ruas pelos americanos. Líder da Al-Qaida, Bin Laden era considerado o inimigo número um dos EUA, que não poupou orçamento para caçá-lo, vivo ou morto. Mais uma vez, a mídia brasileira promove um espetáculo de noticiários para propagar as tumultuadas versões sobre a morte do temido terrorista.

Sem nenhuma preocupação com a verdade, a imprensa brasileira traduziu ao pé da letra as informações do governo americano sobre o episódio Bin Laden. Esta não é a primeira vez que a indústria da notícia comercializa as mentiras divulgadas pelos EUA. Uma guerra de informações que não para de produzir ilusões com o objetivo de ludibriar o mundo. O papel desempenhado pelos veículos de comunicação em nosso país é de envergonhar qualquer profissional de comunicação decente. Nenhum questionamento aos métodos militares utilizados pelo Estado americano, que mais uma vez violou a soberania de outro país para satisfazer o ego, numa repetição das invasões militares no Iraque e, mais recentemente, na Líbia. Nenhuma linha editorial sobre os ataques dos EUA, que invadem territórios alheios e matam em nome de uma paz que faz do resto do mundo um cemitério que não para de enterrar vítimas de uma guerra sem fim.

Fatos dão vez à ficção

A onda de informações que alimenta os noticiários dos principais veículos de comunicação no Brasil faz parte de uma rede de mentiras produzida pelas agências de notícias americanas. Assim, os negociadores de notícias se rendem ao imperialismo e vendem seus noticiários manchados de opressão aos milhões de leitores brasileiros. Em nome da falsidade, os grandes meios de comunicação abafam o grito dos oprimidos e propagam as façanhas dos opressores, transformando-os em heróis de guerra. O ridículo jornalismo a serviço do capitalismo cumpre o infeliz papel de espalhar o medo decretado pelo poder imperial. Assim como fez Napoleão Bonaparte, que em cada novo território tomado à força criava o seu jornal, que tinha a tarefa de espalhar o terror na população.

Enquanto isso, a polêmica sobre a morte de Osama bin Laden continua atiçando fogo na política de Barack Obama rumo ao segundo mandato na Casa Branca. Nesse filme, os fatos dão vez à ficção, trazendo à tona um jornalismo de negócio, no qual a crítica e o compromisso com a verdade foram deixados de lado.

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Fotojornalista, Natal, RN