Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Mais uma do jornal chapa-branca de ACM

Triste do jornal Correio da Bahia. Segundo maior diário impresso do estado em circulação, atrás apenas de A Tarde, tinge suas páginas com a tonalidade branca, branquíssima. Suas linhas encerram um unilateralismo político tão tacanho que a cobertura política, sem credibilidade, especialmente na seção ‘Poder’, não passa da atividade panfletária de um senador decadente, que rende ao jornal a marca indecorosa da ‘chapa-branca’.

O capital político de Antonio Carlos Magalhães perde força na mesma proporção de seu vigor físico. Conhecido como um político que soube se valer dos meios de comunicação para alargar seus passos ambiciosos na cena política nacional, ACM agora é persona esquecida nas principais páginas dos grandes jornais e revistas nacionais.

Duplamente chapa-branca

A única forma de fazer ecoar sua voz rouca e de bravata ao atual governo é tomar de assalto as páginas de seu próprio veículo, num exercício distante do jornalismo, muito perto de uma assessoria política oficial. Há quem possa enxergar de outra maneira, já que jornais abrem – e devem fazê-lo – espaço a opiniões, sobretudo quando partem de autoridades. Antes de tudo democrático, outro princípio jornalístico diz que a diversidade das fontes é salutar, além de fundamental para qualquer matéria, aqui em sentido amplo.

Na edição online de 15 de fevereiro do Correio da Bahia são publicados ataques de ACM ao presidente Lula. Eis o título da matéria: ‘ACM critica discurso de Lula’. O texto, como já é de praxe no jornal, é quase uma reprodução ipsis litteris do discurso do parlamentar no plenário do Senado Federal. Um discurso, diga-se, sem maior importância jornalística – nada trouxe de ‘novo’ ou ‘impactante’: nele, ACM apenas endossa as críticas de FHC feitas no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Chapa-branca em dois sentidos. No primeiro, mergulha na unilateralidade política, sem credibilidade alguma; no outro, erra jornalisticamente ao ‘credenciar’ ACM como fonte, quando este não goza mais de capital para tanto. Resultado: um jornal sem força política ou jornalística.

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Estudante de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia