Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Muçulmanos querem investir em mídia ocidental

Empresários de mídia muçulmanos deveriam investir em ações de veículos de comunicação globais para ajudar a mudar a postura ‘antimuçulmana’ espalhada pelo mundo, afirmaram participantes do encontro da Organização da Conferência Islâmica (maior órgão islâmico do mundo, formado por 57 nações), realizado na Arábia Saudita na quarta-feira (13/9).


‘Investidores muçulmanos devem apostar em grandes e lucrativas instituições de mídia do mundo para que possam afetar suas políticas por meio de seus conselhos administrativos’, afirmou o presidente da OCI, Ekmeleddin Ihsanoglu, na cidade saudita de Jeddah. ‘Isso seria bom para corrigir a imagem do Islã no mundo’, completou, chamando os países muçulmanos a abrir mais canais de TV em línguas estrangeiras.


Hoje, a penetração muçulmana em companhias de mídia ocidentais é mínima. O bilionário príncipe saudita Alwaleed bin Talal possui 5,46% do conglomerado News Corp. O grupo controlado pelo magnata Rupert Murdoch é dono do canal americano Fox News, visto como conservador e nada amigável aos interesses árabes ou muçulmanos.


Imagem manchada


Segundo os participantes da conferência desta semana, a imagem do Islã ficou manchada no Ocidente após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, quando 19 árabes mataram cerca de três mil pessoas nos EUA. A resposta de Washington aos atentados, com a invasão do Afeganistão e Iraque e com a diminuição das liberdades civis em solo americano, teria ajudado a espalhar entre os muçulmanos a noção de que sua religião está sob constante ameaça. ‘O duro ataque ao Islã nestes últimos cinco anos nos forçou a tomar uma posição defensiva’, afirmou o ministro da Informação egípcio, Anas el-Feki, durante discurso.


‘Agora, mais do que nunca, nós precisamos de uma nova mensagem islâmica na mídia que atinja todas as partes do mundo’, ressaltou, citando a recente guerra entre Israel e Líbano como exemplo de assunto em que os muçulmanos devem fazer seus pontos de vista e influência serem sentidos. Informações da Reuters [13/9/06].