Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

NYT diz ter desperdiçado furo sobre Watergate

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 27 de maio de 2009


 


CHANCE PERDIDA
Folha de S. Paulo


‘New York Times’ diz ter desperdiçado ‘furo’ sobre Watergate


‘O ‘New York Times’ revelou anteontem que tinha informações, em 1972, que poderiam ter permitido ao jornal chegar às mesmas informações, publicadas pelo rival ‘Washington Post’, que levaram à renúncia do então presidente dos EUA, Richard Nixon (1969-1974).


A revelação indica que o FBI, a polícia federal americana, foi responsável por mais de uma tentativa de vazar informações sobre Nixon para a imprensa.


Uma série de reportagens dos jornalistas do ‘Post’ Bob Woodward e Carl Bernstein, iniciadas após a invasão da sede nacional do Partido Democrata, no prédio Watergate, em Washington, trouxeram à luz um esquema de ilegalidades montado pelo governo Nixon para vigiar inimigos políticos -e também aliados.


Woodward e Bernstein receberam de um investigador de alta patente do FBI, Mark Felt -cuja identidade foi mantida oculta até 2005- informações que demonstravam que o sistema paralelo de vigilância e espionagem chegava até a Casa Branca, passando ao largo das instituições formais de investigação do país.


Pois agora um ex-editor do ‘Times’, Robert H. Phelps, e um repórter do jornal à época, Robert M. Smith, afirmam terem recebido informações parecidas de outro agente do FBI, justamente o chefe de Felt e diretor do órgão, L. Patrick Gray.


Smith diz ter sido informado, durante um almoço com Gray, de que o secretário da Justiça dos EUA à época estivera envolvido na tentativa de grampear a sede dos democratas.


‘Isso envolve alguém acima dele?’, ele diz ter perguntado. ‘Sim’, teria sido a resposta. ‘O presidente?’, insistiu. Segundo Smith, Gray o encarou sem dar uma resposta negativa.


O repórter então relatou o que havia acontecido ao seu editor, Phelps. Porém não deu prosseguimento à apuração, já que o seu almoço com Gray acontecera no seu último dia de trabalho no jornal. Ele havia decidido estudar direito em Yale e abandonar o jornalismo.


Phelps diz agora não se recordar se algum esforço foi feito para investigar a história. Ele próprio saiu de férias uma semana depois da conversa.


O almoço de Smith com o diretor do FBI aconteceu em agosto, dois meses depois da tentativa de grampo no Watergate. Em outubro, o ‘Washington Post’ trouxe reportagem segundo a qual agentes do FBI haviam estabelecido o nexo entre a tentativa de espionagem no edifício e integrantes da campanha de Nixon.’


 


 


PERIGO NA REDE
Rubens Valente, Andrea Michael e Lucas Ferraz


PF investiga estrangeiro por racismo na internet


‘A Polícia Federal manteve preso por 21 dias o libanês K., comerciante de equipamentos de informática que mora em São Paulo, sob suspeita de que ele propagava na internet material com conteúdo racista.


Na edição de ontem da Folha, o colunista Janio de Freitas informou que um integrante da alta hierarquia da Al Qaeda tinha sido preso no Brasil.


O jornalista escreveu que, para preservar o sigilo, a PF atribuiu a prisão, inclusive internamente, a uma investigação sobre células de neonazistas.


O comerciante nasceu no Vale do Bekaa, no Líbano, é considerado ‘estrangeiro permanente’ no Brasil e tem mulher e filha brasileiras. Ele foi preso em 25 de abril por ordem do juiz da 4ª Vara Federal Criminal, Alexandre Cassettari.


A ordem de soltura foi dada pelo mesmo juiz no último dia 18, por entender que a prorrogação da prisão já não era mais necessária para o andamento das investigações no Brasil.


Em nota divulgada ontem, a procuradora federal Ana Letícia Absy informou que as investigações ‘não comprovaram que o preso em São Paulo é membro da Al Qaeda’.


A procuradora relatou, na nota, que o libanês foi alvo de um inquérito aberto pela PF com base em informações do FBI, o equivalente norte-americano da PF, ‘sobre a existência de um fórum fechado da internet, publicado em língua árabe, com mensagens discriminatórias e anti-americanas’.


Em decisão contrária a um habeas corpus impetrado por K., o desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região Baptista Pereira citou, de modo genérico, que as investigações da PF vinculavam esse fórum da internet a ‘grupos como Al Qaeda’.


‘Consta dos autos que o paciente está sendo investigado pela Polícia Federal, na denominada Operação Imperador, originada de interceptações telefônicas, com a finalidade de investigar a existência de suposta organização denominada ‘Jihad Media Battalion’, que propagaria material de cunho racista e de intolerância e discriminação religiosa pela rede mundial de computadores, internet, visando à incitação do ódio aos ocidentais e o fomento de ideologia antissemita, colaborando com grupos como Al-Qaeda’, escreveu Pereira.


O advogado do investigado, Mehry Daychoum, disse que houve ‘uma completa confusão da Polícia Federal’ e uma ‘precipitação’. ‘O meu cliente não tem qualquer vínculo com qualquer organização paramilitar ou terrorista’, disse.


‘Ele [cliente] cometeu a infelicidade de emitir comentários na internet, jamais imaginando que isso pudesse ser crime no Brasil’, disse Daychoum. Segundo seu advogado, K. ‘mora nos fundos de uma casa’, tem um pequeno comércio e conserta aparelhos de informática.


Outros países


Na decisão que libertou K., o juiz Cassettari informou que o caso interessa a ‘autoridades estrangeiras’. Ele fez crítica indireta à demora desses países em se manifestar no processo.


‘Mesmo considerando que investigações feitas em outros países podem ainda estar em andamento (o que está totalmente demonstrado nestes autos), não pode a prisão deste feito ser mantida somente para sustentar ou auxiliar investigações estrangeiras, já tendo as autoridades estrangeiras 20 dias desde a prisão do investigado para as providências cabíveis’, escreveu o juiz.


Em nota, a PF em Brasília informou que o libanês foi preso por suposta ‘propagação de mensagens com conteúdo racista pela internet. O estrangeiro foi indiciado no artigo 20, parágrafo segundo, da Lei 7.716/89 (crime de racismo). A PF não se manifestará sobre a investigação, que corre sob segredo de Justiça’.


A PF pretendia mantê-lo preso por mais tempo, para aprofundar a investigação e conhecer o alcance de seus eventuais contatos estrangeiros.


No Brasil, não existe o crime de terrorismo. Assim, ainda que se comprove a ligação de um investigado com grupos extremistas, só poderá ser preso se praticar algum crime previsto na legislação nacional ou mediante algum pedido de extradição encaminhado por um país estrangeiro ao STF (Supremo Tribunal Federal).


A ideia da PF era expulsar K. do país, prática legal permitida quando um estrangeiro comete crime dentro do território nacional. Mas isso não foi possível porque ele é casado com uma brasileira, situação que proíbe a expulsão.’


 


 


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Não existe foco terrorista no país, diz Tarso


‘O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que ‘não há nenhum foco terrorista organizado’ no Brasil e que o libanês K. foi preso por racismo. Segundo Genro, o governo não trabalha com a possibilidade de que ele tenha relações com a Al Qaeda.


‘Esse é um dos tantos inquéritos que a Polícia Federal tem, de investigação de crimes através da internet, e que esse cidadão estava cometendo. Não se trata de ações terroristas, mas de crimes comuns’, afirmou Tarso.


Mais tarde, em conversa com jornalistas, o ministro afirmou que K. foi preso porque ‘cometia racismo pela internet. Essa foi a motivação do inquérito e a motivação da prisão.’


Em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou irritação com o vazamento da notícia da prisão. ‘Parece que as denúncias não partiram do Brasil, parece que a notícia vem de fora. E eu quero dizer que acho desrespeitoso alguém de fora dar um palpite sobre um cidadão, independentemente de sua origem, que foi preso, e está sendo processado sob segredo de Justiça. Essa não é uma boa política e o Brasil não tem o hábito de dar palpite sobre as coisas dos outros países. Eu queria que o Brasil fosse respeitado nisso’, disse.


O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) disse ontem que pedirá a realização de uma audiência pública conjunta das comissões de Segurança Pública e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados com representantes do governo para discutir a prisão do libanês.


‘O sistema de controle de entrada de terroristas no país é um verdadeiro queijo suíço. O Brasil passou a atrair esses elementos em razão da política externa do governo de aproximar-se de regimes autoritários do mundo árabe’, disse Jungmann.’


 


 


Samy Adghirni


Grupo divulga ideias radicais pela internet


‘O ‘Jihad Media Battalion’ é uma organização virtual que propaga na internet um islã radical baseado na nostalgia de uma suposta idade de ouro que precisa ser revivida. Os responsáveis defendem a volta do califado que sucedeu Maomé, no qual, segundo eles, prosperava uma sociedade pura e honrosa.


Os inimigos a serem combatidos são os EUA, Israel e os governos árabes aliados das grandes potências.


Usado como uma espécie de relações públicas on-line da Al Qaeda, o ‘Jihad Media Battalion’ abastece com ideias extremistas fóruns de discussão frequentados por muçulmanos e dissemina sua versão sobre o noticiário internacional, além de divulgar vídeos com discursos de clérigos radicais e imagens de ataques antiamericanos no Iraque e no Afeganistão. Não há uma home page fixa.


Existem milhares de fóruns de discussão sobre o islã, a maioria deles voltados apenas para debates teológicos. Mas os sites islâmicos são constantemente rastreados pelos serviços de inteligência de vários países, que tentam identificar membros de organizações ultrarradicais.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Realidade nova


‘No Valor Online, ‘Brasil entrou em novo patamar de juros’. Era o presidente do Banco Central, dizendo que os cortes não refletem só situação ‘conjuntural’, mas ‘estrutural’. Ecoando reportagem do ‘Financial Times’ sobre a crise nos ‘hedge funds’, avisou que os fundos terão que se ‘adequar à nova realidade’.


No alto do Yahoo News, ‘Meirelles diz que declínio da taxa no Brasil é estrutural’. Em texto paralelo, o ‘hedge fund’ do Credit Suisse previu ‘um salto nas compras de ações nos próximos anos conforme os investidores forem abandonando os fundos de renda fixa por causa das taxas de juros em queda’.


Ao fundo, o blog de José Dirceu festejou os juros do Banco do Brasil, atacou o ‘cartel’ dos bancos privados e ecoou Meirelles, mas avisando que ‘os fundos de pensão também terão que buscar novas aplicações’.


NO AZUL


Manchete do UOL à noite, ‘Bolsa sobe 2%, ganho no mês é de quase 10%’. Manchete do UOL, fim da tarde, ‘Investimentos externos em ações quadruplicaram’.


Manchete da Folha Online, início da tarde, ‘Entrada de dólares no Brasil tem o melhor resultado em 12 meses’, com as contas externas ‘no azul’. No meio do dia, era o destaque nas buscas de notícias do Brasil.


PETROBRAS/PDVSA


Na BBC Brasil e ecoando on-line, ‘Brasil é o futuro do petróleo latino-americano, diz ‘Financial Times’. Um especial sobre as companhias da região, coincidindo com a visita de Hugo Chávez, dizia que o venezuelano ‘dizimou a PDVSA’. E cobria a Petrobras de adjetivos como ‘avançada’ e ‘sofisticada estatal’.


PÓS-LULA


Da reunião, repercutiu da web à TV a cena em que o brasileiro ‘brinca’ num áudio vazado. Chávez lamenta a falta de acordo e Lula diz, ‘Calma, se eu eleger a Dilma, os acordos vão sair. Vou ser presidente da Petrobras’.


PETROCHINA/EXXON


No ‘China Daily’, ‘PetroChina toma lugar da Exxon’. A gigante é ‘a maior empresa por capitalização de mercado, com o plano de estímulo’. No ano, as ações saltaram 30%. Outra razão é que ‘o consumo de combustível sobe na China enquanto cai na América do Norte e na Europa’.


FERRO


No ‘FT’, a mineradora Rio Tinto fechou uma redução de preço com as siderúrgicas do Japão, de 33%, ‘porém o acordo abre as portas para uma batalha com a China’. Esta negocia de 40% a 50% com Rio Tinto, BHP Billiton e a brasileira Vale.


À CHINESA


E segue a adulação de Lula pelos chineses. O ‘China Daily’ deu ontem o novo perfil laudatório ‘Coragem da convicção o torna tão diferente’ escrito por Zhow Zhiwei, da Academia de Ciências Sociais da China.


BANANAS LÁ E CÁ


Na escalada do ‘Jornal da Band’, anteontem, ‘Brasileiro trabalha 147 dias por ano para pagar impostos’. Do ‘Jornal da Record’, ‘Feliz 2009. Para quem paga imposto o ano começou só hoje.


Para protestar, postos venderam gasolina mais barata’. E também do ‘Jornal Nacional’, ‘Um protesto contra os impostos. E os motoristas encontram combustíveis a preços de sonho’.


No mesmo dia, Paul Krugman escreveu no ‘New York Times’, com tradução no UOL, sobre a ‘crise fiscal’ que levou a Califórnia à ‘ingovernabilidade’, por uma lei que ‘estabeleceu teto e tornou extremamente difícil elevar impostos’. O extremismo republicano transformou o ‘Golden State’ em ‘república de bananas’.


UNIVERSAL


‘Série especial’ do ‘JN’ mostra ‘a importância do trabalho social de igrejas evangélicas’. Abriu com Assembleia de Deus no Rio, depois presbiterianos em Dourados. Para hoje, os metodistas em São Paulo.


SLIM E O CONTEÚDO


A ‘New Yorker’ perfilou Carlos Slim, o bilionário das privatizações no México que se tornou ‘o maior credor’ do ‘NYT’. Afirma que ‘ninguém dominou uma economia como ele dominou o México’, com 200 grandes empresas, de banco a mineradora.


Mas ‘nacionalismo, humildade e hábitos relativamente modestos’ amenizam a imagem de ‘oligarca’. Sobre o ‘NYT’, diz Slim: ‘Nós achamos que é o melhor jornal. A melhor marca… Nós acreditamos em conteúdo de mídia. Achamos que o papel vai desaparecer, mas não o conteúdo.’’


 


 


TELEVISÃO
Elvira Lobato


TV educativa quer abandonar propaganda


‘As TVs educativas reconheceram, ontem, no 2º Fórum Nacional de TVs Públicas, que estão em situação ilegal, por veicularem propaganda comercial. A propaganda é proibida pelo decreto-lei 236/67, que continua em vigor.


As emissoras propõem trocar a propaganda por patrocínios culturais e recursos públicos.


‘Estamos na ilegalidade cínica e consciente’, afirmou Jorge da Cunha Lima, presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, que se comprometeu com o governo estadual a eliminar a propaganda comercial -que hoje representa 20% de seu orçamento- no prazo de dois anos.


‘A publicidade é incompatível com a linguagem de uma televisão pública independente’, disse o presidente da ABCCom (Associação Brasileira dos Canais Comunitários), Edivaldo Farias, ao anunciar a posição das organizadoras do fórum.


Uma alternativa a ser apresentada é que TVs educativas, canais comunitários, legislativos e universitários tenham acesso ao Fundo de Fomento da Radiodifusão Pública, aprovado na criação da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), do governo federal.


A EBC tem, por lei, 75% dos recursos do fundo, que é formado com 10% da taxa de arrecadação para fiscalização das telecomunicações cobrada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).


O setor recolhe cerca de R$ 2,2 bilhões por ano para o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) e vai repassar cerca de R$ 220 milhões para o fomento da radiodifusão.


As TVs que se autodenominam emissoras do campo público querem uma fatia desse bolo para ajudar a financiar sua migração para a tecnologia digital. Há um movimento para que o governo destine mais recursos do Fistel à radiodifusão pública.


O Fistel foi criado para custear a fiscalização do setor de telecomunicações, mas a Anatel recebe só R$ 300 milhões do arrecadado. O grosso vai para o Tesouro Nacional.


O 2º Fórum Nacional de TVs Públicas termina amanhã, com a divulgação da ‘Carta de Brasília’, com os pontos de consenso. A carta defenderá que as emissoras se tornem editorialmente independentes de mercados e de governos, o que exige nova regulamentação.


As TVs gostariam de ter legislação igual à da TV Brasil, que tem fonte definida de recursos e conselho com maioria de representantes da sociedade civil que aprova a programação.


Nos debates, ontem, houve consenso de que o decreto-lei 236/67, no regime militar, precisa ser enterrado. O Ministério das Comunicações considera que o decreto, mesmo desrespeitado, ainda está em vigor.’


 


 


Daniel Castro


Após processo, Band passa a gravar ‘CQC’


‘A edição de anteontem do ‘CQC’ foi gravada, e não exibida ao vivo, como sempre ocorreu. Na semana que vem, o ‘CQC’ também será gravado.


A Band nega tentativa de controlar eventuais erros ou excessos, mas a gravação do humorístico ocorre justamente após uma liminar, concedida pela Justiça na última sexta, ter impedido a reprise, no sábado, de trecho do programa anterior em que o apresentador Marcelo Tas se referiu à banda Sexy Dolls como ‘prostitutas’. Tas admitiu e corrigiu o erro imediatamente, mas o grupo ameaça processá-lo por calúnia.


Foi a segunda vez em dois meses que o apresentador do ‘CQC’ se referiu a atrizes pornôs como prostitutas. Recentemente, causou incômodo também o uso no programa de palavras chulas, como ‘xoxota’.


Foi também a segunda vez desde a estreia, em março de 2008, que o ‘CQC’ foi gravado.


A Band diz que o ‘CQC’ foi gravado por ‘uma questão operacional’. A gravação começou às 19h (ao vivo, seria às 22h15).


Tas também nega ter havido censura. ‘Ontem [anteontem] não teve nenhuma regravação’, afirmou. O humorista diz acreditar que a gravação foi mesmo por motivo técnico. ‘Há três semanas, não entrou um break comercial. A gente teve muito pouco erro técnico, mas eles ocorreram ultimamente.’


O ‘CQC’ marcou 5,2 pontos na Grande SP. Ficou em terceiro lugar no Ibope.


DE OLHO 1


A Globo vai acompanhar com atenção a estreia de ‘A Fazenda’, domingo, às 20h30, na Record. Executivos da emissora já detectaram várias semelhanças entre o reality show e ‘Big Brother Brasil’, como o fato de as provas do líder, a formação do ‘paredões’ (chamados de ‘Tá Na Roça’) e as eliminações serem ao vivo. Em ‘The Farm’, o formato que a Record comprou, só a eliminação é ao vivo.


DE OLHO 2


Por enquanto, a Globo não dá sinais de que montará estratégia para enfrentar a estreia de ‘A Fazenda’. A maior parte da emissora não acredita no sucesso do programa da Record.


DE OLHO 3


A Record gravará nesta semana três pilotos de ‘A Fazenda’, usando modelos.


CASA NOVA


A família de Maisa Silva, 7, nova estrela do SBT, está de mudança para São Paulo. Deixará São José dos Campos, onde mora há alguns anos. A pequena Maisa nasceu em São Bernardo do Campo.


RELÓGIO 1


Patrícia Poeta, do ‘Fantástico’, e Fabiana Scaranzi, do ‘Domingo Espetacular’, apareceram no ar domingo com vestidos muito parecidos, marrons e com os ombros à mostra, como apontou a ‘Folha Online’.


RELÓGIO 2


A explicação para a coincidência é que Patricia Poeta grava mais da metade das ‘cabeças’ do ‘Fantástico’, boa parte delas no sábado. Ela até poderia trocar de vestido no domingo, mas não daria tempo de regravar todos os trechos.’


 


 


Folha de S. Paulo


Zé Ramalho abre 4º ano de ‘Zoombido’


‘Zé Ramalho é o convidado da abertura do quarto ano de ‘Zoombido’, atração comandada pelo músico Paulinho Moska no Canal Brasil.


Paraibano de Brejo da Cruz, ele conta que começou a fazer música ainda guri, batucando em garrafas de vidro penduradas num cabo de vassoura. Já crescido e instalado em João Pessoa, ficou ‘com a cabeça agoniada’ ao ouvir ‘I Wanna Hold Your Hand’, dos Beatles.


Depois da epifania, pôs-se a compor. Nas primeiras criações, como ‘Vila do Sossego’, seguia o ‘padrão jovem guarda’, segundo lembra.


Mais tarde, ‘cabeça fervilhando’ com as imagens de Woodstock e da contracultura, veio o ímpeto de ‘fazer coisas com minha cara, sem copiar’ -e o mergulho nas experiências lisérgicas, para ‘visitar lugares da minha cabeça que nunca tinha visitado’. Daí saiu ‘Avôhai’, homenagem ao avô José, que o criou.


Nas brechas do bate-papo, além de ‘Vila…’ e ‘Avôhai’, Ramalho interpreta o hit ‘Chão de Giz’. Pena que a conversa se restrinja ao começo da carreira, em meados da década de 70.


Fica faltando lembrar a consagração, com ‘Admirável Gado Novo’ (79), os conturbados anos 80, em que a dependência de drogas o afastou da cena, e a boa fase recente, com os CDs da série ‘O Grande Encontro’ e o elogiado ‘Nação Nordestina’ (2000).


ZOOMBIDO: ZÉ RAMALHO


Quando: amanhã, às 21h


Onde: no Canal Brasil


Classificação: livre’


 


 


FRANCISCO ASSIS SIMÕES CORRÊA NETO (1927-2009)
Estêvão Bertoni


‘Sou apenas um repórter’, dizia o jovem de 71 anos


‘‘Sempre ouvi dizer, sem saber qual o autor, que, para ter êxito na vida, o homem precisa de três coisas fundamentais: um filho, plantar uma árvore e escrever um livro’, escreveu Francisco Assis Simões Corrêa Neto.


Chico Corrêa, como era chamado, foi pai, plantou árvores, e escreveu as palavras acima no livro ‘O Brasil de Cabo a Rabo’, que resgata ‘bastidores políticos, econômicos e empresariais’ do país. Teve, portanto, êxito.


Formado em jornalismo, direito e economia, passou por inúmeros veículos de comunicação e exerceu vários cargos públicos. Gostava de ser chamado de repórter.


Trabalhou em jornais dos Diários Associados e da Folha, nas TVs Tupi, Paulista e Globo e nas rádios Tupi, Difusora, Nacional e Excelsior.


Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de SP.


Com personalidade ‘forte’, segundo o neto Marco, estava aposentado havia 15 anos.


Cansado de ser recusado em empregos, publicou um anúncio no jornal, intitulado ‘Jovem de 71 anos’.


No texto, criticava a falta de oportunidades aos mais velhos. ‘Todos ignoram que a terceira geração é formada por pessoas experimentadas e curtidas pela vida’, dizia.


Recebeu 130 recados, a maioria dos quais solidários.


‘O jornal até foi fazer uma reportagem com ele por causa do anúncio’, lembra o neto.


Chico morreu no domingo, aos 81, após uma parada cardíaca. Sofria, há anos, de diabetes. Deixa quatro filhas, oito netos e três bisnetos.’


 


 


JORNAL
Cristiane Barbieri


Antigo dono diz que espera preservar ‘Gazeta’


‘O empresário Luiz Fernando Levy, dono da Gazeta Mercantil S.A., respondeu ontem à CBM (Companhia Brasileira de Multimídia), que anunciou anteontem que deixará de ser responsável pela publicação da ‘Gazeta Mercantil’ a partir de 1º de junho. Por meio de comunicado, Levy afirma ter visto com esperança o fato de a CBM manifestar seu apoio para que a ‘Gazeta’ continue a circular ‘até chegarmos, com todos os interessados, a uma solução satisfatória, característica que a rescisão unilateral não tem’.


Levy afirmara, em teleconferência com jornalistas da ‘Gazeta’, na segunda-feira, que a decisão da CBM havia sido de rompimento unilateral do contrato de uso da marca ‘Gazeta Mercantil’. Levy ressaltou ainda, no comunicado, que não deixarão de ‘encontrar fórmulas negociadas que preservem a publicação do nosso jornal’.


Até o início da noite, no entanto, os jornalistas acreditavam que amanhã seria o último dia de trabalho na ‘Gazeta’. Numa decisão coletiva, os profissionais decidiram produzir todos os cadernos para que a CBM, dona da editora JB, não tivesse motivos para deixar de pagar os salários de maio. Segundo a Folha apurou, alguns funcionários continuam com os salários de abril em atraso.


A CBM comprometeu-se, em reunião ontem com o sindicato dos jornalistas, a pagar os salários atrasados. A empresa afirmou ainda que alocará alguns profissionais em outras publicações do grupo e que pagará a rescisão dos eventuais demitidos. Outro compromisso é o de fazer todos os depósitos do FGTS. Muitos jornalistas da ‘Gazeta’, porém, não estavam registrados no regime celetista, conforme a Folha apurou.


A companhia, que pertence ao empresário Nelson Tanure, diz ter rescindido o contrato de uso de marca pelo fato de a dívida trabalhista de R$ 200 milhões pertencer à antiga gestão. A CBM foi reconhecida pela Justiça como sucessora do passivo trabalhista da Gazeta e havia até assinado termo de compromisso de pagamento dessa dívida, com quitação de várias parcelas. Segundo a Folha apurou, os credores estariam tendo acesso a outros bens de Tanure e, por isso, a empresa teria resolvido romper o contrato de uso de marca.’


 


 


TECNOLOGIA
Folha de S. Paulo


Facebook recebe investimento de US$ 200 mi de grupo russo


‘O Facebook, um dos sites de relacionamento mais populares da internet, recebeu US$ 200 milhões da empresa de investimento russa Digital Sky Technologies em troca de de uma participação de 1,96% da empresa.


Pelo negócio, o Facebook é avaliado em US$ 10 bilhões, ou US$ 5 bilhões a menos do que em outubro de 2007, quando a Microsoft pagou US$ 240 milhões por uma participação de 1,6%.


Para o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, a queda no valor é explicada pelo fato de o investimento da Microsoft ter sido realizado ‘no pico absoluto do mercado’ e que o acordo com a empresa de Bill Gates inclui parcerias nas áreas de publicidade e busca na internet.


Segundo ele, o investimento do grupo russo servirá para financiar o crescimento do site. Zuckerberg disse que a receita do Facebook, fundado em 2004, está crescendo 70% na comparação com o ano anterior -a empresa é de capital fechado e não precisa divulgar balanços.


Com o ‘New York Times’’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 27 de maio de 2009


 


LUTO
Felipe Recondo


Aos 75, morre jornalista D?Alembert Jaccoud


‘Morreu no último domingo em Brasília o jornalista e advogado D´Alembert Jaccoud, vítima de um câncer contra o qual lutava havia quatro anos. Jaccoud nasceu em Burarama (ES) e completaria 75 anos no próximo dia 4. Em Brasília, trabalhou nos jornais Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil, foi chefe da sucursal da revista Veja e encerrou a carreira de jornalista na revista Visão.


Jaccoud chegou a ser preso durante o período da ditadura militar e, posteriormente, abandonou o jornalismo para estudar Direito. Como advogado, abriu um escritório em parceria com Nabor Bulhões, advogado que hoje defende a Itália no processo de extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti. Dedicou-se especialmente ao Direito Penal e à defesa de presos políticos durante a ditadura militar.


Há aproximadamente quatro anos, D?Alembert Jaccoud descobriu um câncer no intestino num exame de rotina. Submeteu-se a uma cirurgia e depois a sessões de quimioterapia para evitar a volta da doença. Posteriormente, os médicos descobriram um novo nódulo no fígado. Novamente, foi operado e fez tratamento quimioterápico. No último exame, um nódulo no pulmão foi descoberto. Mais uma operação e novas sessões de quimioterapia.


Debilitado pelas cirurgias e pelo tratamento contra o câncer, ele havia se afastado das atividades profissionais. No domingo, D?Alembert Jaccoud estava em casa, ao lado da mulher e das filhas, quando morreu. ‘Ele faleceu sereno, como sereno viveu sua vida’, comentou seu sócio desde 1993, Nabor Bulhões.


O corpo do jornalista e advogado foi embalsamado e levado para a cidade de Alegre, próximo a Cachoeiro do Itapemirim (ES). Jaccoud foi enterrado na fazenda da família.’


 


 


JORNAL
Marili Ribeiro e Daniele Carvalho


Levy diz que vai manter ‘Gazeta’, mas não dá saída


‘Em comunicado enviado no começo da noite de ontem e assinado por Luiz Fernando Levy, dono do jornal Gazeta Mercantil que está sob ameaça de deixar de circular até o fim desta semana, há uma manifestação de esperança de que sejam encontradas soluções para que a publicação seja preservada. Mas o empresário não apresenta saída para o dilema e encerra o documento de uma página com a declaração: ‘… perto da comemoração dos 90 anos, não deixaremos de encontrar fórmulas negociadas que preservem a publicação do nosso jornal’.


O jornal vem sendo publicado desde 2003 pela Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), do grupo Docas Investimentos, pertencente ao empresário carioca Nelson Tanure, por meio de um contrato de licenciamento. Na segunda-feira, a CBM anunciou que vai rescindir o contrato e devolver o título ao antigo controlador, Luiz Fernando Levy. Alegou que as pesadas dívidas trabalhistas, estimadas em R$ 200 milhões, inviabilizam a continuidade do negócio.


Após o anúncio, a CBM informou aos funcionários que estaria disposta a continuar bancando a publicação do jornal por um período de transição de 45 dias. Durante todo o dia de ontem, os funcionários do jornal aguardaram uma manifestação de Levy para saber o destino da publicação.


No comunicado de Levy, ele se defende de acusações de descumprimento de acordo, como alegou a CBM. Cita que o contrato de licenciamento tem duração de 60 anos e seria apenas um dos documentos que integram o que chama de ‘rede contratual’. Alega que a CBM nunca cumpriu obrigações como o de promovê-lo a presidente do conselho editorial. Diz também que estava previsto que ‘num prazo de cinco anos os contratantes se associariam formalmente e passariam a explorar a marca em conjunto’.


A CBM teria capacidade financeira para manter o jornal por mais 45 dias, conforme disse uma fonte da diretoria da empresa. Mas, completa, isso só poderá ocorrer na hipótese de Levy ceder o direito de uso da marca, como está sendo pleiteado pelos funcionários do jornal. Porém, vários funcionários consultados pelo Estado disseram não considerar essa hipótese.


Segundo a fonte da CBM, Tanure propõe pagar salários e custos de impressão pelo período para que os funcionários decidam o destino da marca, que poderia ser arrendada a outro interessado ou gerida por eles. ‘Seria somente um apoio por um curto período. Não temos interesse em continuar com a marca Gazeta Mercantil. Esta é uma decisão irreversível’, frisou a fonte da CBM.


A diretoria da CBM contesta a cobrança de dívidas trabalhistas da Gazeta que teriam ficado sob a responsabilidade de uma das empresas do grupo de Tanure, a Editora JB, assim como pagamentos a fornecedores em contratos anteriores ao arrendamento da marca. Mas Levy, por seu lado, discorda e assegura que ‘não descumpriu quaisquer princípios contratuais’.


A fonte afirma que, na ocasião do fechamento do negócio, houve compromisso de que as dívidas anteriores ficariam sob a chancela do antigo gestor. O entendimento da Justiça do Trabalho tem sido outro: o passivo deve ser assumido pelo novo gestor da marca. ‘Somente com dívidas com a diretoria anterior ao arrendamento, são mais de R$ 20 milhões’, diz o diretor da CBM.


A pressa na devolução do título, na avaliação de advogados trabalhistas, pode ter sido influenciada pelo fim da safra de divulgação dos balanços do primeiro trimestre deste ano, que é a maior fonte de receita do jornal. Além disso, uma ação movida pela Associação de Funcionários da Gazeta Mercantil penhorou, na semana passada, parte das ações da TIM que serão destinadas a Docas Investimentos, holding que congrega todos os investimentos de Tanure, pela venda da Intelig.


JUSTIÇA


Mesmo que devolva a marca Gazeta Mercantil, a CBM não deve se livrar do passivo trabalhista. Isso porque decisões anteriores da Justiça trabalhista consideraram a concessão da marca como prova da sucessão empresarial, o que responsabiliza a CBM por dívidas anteriores da Gazeta Mercantil.


De acordo com fontes do judiciário, a devolução da marca não vai alterar os processos em andamento, que cobravam da JB, empresa da CBM, o pagamento das dívidas. Há poucas chances de que os processos, cuja dívida trabalhista ainda não foi calculada, deixem de responsabilizar a empresa.


No ano passado, a CBM tentou fechar acordos com os funcionários por meio do programa de auxílio de execução de dívidas do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Foram pagos cerca de R$ 4 milhões em 264 processos. No início deste ano, suspendeu os pagamentos.


COLABOROU PAULO JUSTUS’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Procura-se âncora


‘A menos de um mês do Festival de Parintins, que ocupará 16 horas da programação da Band, a emissora não sabe quem irá comandar a transmissão. A dúvida da emissora vem do medo de escorregões como o de Patrícia Maldonado e José Luiz Datena, que ancoraram a festa no ano passado.


Em um vídeo que vazou para a web, Patrícia aparece no intervalo da transmissão dizendo que o locutor oficial de Parintins ‘não é mais chato por falta de espaço’. Já Datena, além de dizer alguns palavrões, faz chacota da festa. A organização de Parintins chegou a reclamar para a direção da Band.


Para completar, Datena foi acusado de agressão pelo apresentador Gilberto Barros, na sexta-feira, durante uma discussão entre os dois em uma churrascaria. O fato pôs uma pedra em sua chance de ancorar o evento.


O Festival de Parintins será apresentado na Band nos dias 26, 27 e 28 de junho. A emissora instalou 10 câmeras HD no bumbódromo e promete usar efeitos gráficos – como aqueles do carnaval da Globo, sabe? – durante a transmissão. Cerca de 120 profissionais da rede serão deslocados para o evento, entre eles, artistas da casa.


 


 


 


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