Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

O Estado de S. Paulo

INTERNET
Ethevaldo Siqueira

Decisões online revolucionam a produtividade

‘‘A internet impõe uma rapidez jamais sonhada em nossas decisões. Temos quer resolver tudo em minutos ou mesmo em segundos. Vivemos hoje um processo executivo online que explica, em grande parte, o enorme aumento de produtividade e ocorrido no mundo nos últimos anos.’

Essa é a avaliação do papel da internet na vida dos executivos e das empresas, feita por Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau, numa conversa que tivemos recentemente em Atlanta, por ocasião do Fórum de Competitividade das Américas.

‘Com sua conectividade global – diz o empresário -, a internet faz o mundo trabalhar 24 horas. O impacto dessa aceleração em escala mundial alcança não apenas os mercados financeiros mas todas as atividades de trading e commodities. Isso obriga as empresas e países a adequar-se ao novo cenário. E com a máxima urgência.’

Em contrapartida, a aceleração do ritmo de decisões e de trabalho eleva também o grau de stress do executivo. Jorge Gerdau faz uma comparação com o ritmo de Mauá (Irineu Evangelista de Sousa), o empreendedor brasileiro do século 19: ‘Imagine a diferença em relação àquele empresário do Império que, ao receber uma correspondência do Exterior, tinha quase três meses para pensar, tomar as decisões e responder’.

Mas as alfândegas e os sistemas de armazenamento ainda são lentos, no Brasil e no mundo. Alguma reação positiva ocorre, excepcionalmente, com a adoção de sistemas eletrônicos e o uso intensivo da internet nos sistemas portuários, graças aos quais o despacho aduaneiro é feito dos próprios contêineres, antes mesmo de sua chegada dos navios. Graças em grande parte ao seu porto altamente informatizado, Cingapura talvez seja o melhor exemplo dessa eficiência gerencial e de competitividade.

Jorge Gerdau é um entusiasta do uso das tecnologias digitais como ferramentas para o aumento da produtividade e da competitividade: ‘Os melhores resultados desse processo de modernização se traduzem em enormes ganhos de capital de giro e na economia de muitas horas de logística, na cadeia produtiva total. E, além disso, não há praticamente limitações para o uso das tecnologias digitais’.

É essencial ressaltar, no entanto, que a competitividade não depende hoje exclusivamente da competência interna das empresas. ‘Até há poucos anos, a competência e a competitividade eram questões definidas intramuros, isto é, no âmbito interno de cada corporação. Hoje, o máximo de eficiência depende também de fatores extramuros. Por outras palavras, a eficiência competitiva deixou de ser uma questão interna das corporações, para ser de toda a sociedade.’

A SOMA DE TUDO

Nos debates sobre competitividade em Atlanta, no mês passado, os especialistas lembraram que, em cada produto ou serviço exportado, existe uma parcela de custos de saúde, de educação ou capacitação de recursos humanos ou do custo de logística. ‘A soma dessas parcelas de eficiências e de custos – ensina Gerdau – é que define a competitividade como um todo. Em sua estratégia global, no entanto, o Brasil parece não ter assimilado essa visão.’

Outra alavanca ou elemento-chave para o aumento de competitividade é inovação, cujo conceito não deve esgotar-se na idéia de produto, mas que envolve, especialmente, processos e serviços. Por outras palavras, inovação não se limita àqueles avanços que nascem em laboratórios e que levam anos para se transformar em produtos. Tão ou mais importantes são as inovações nas áreas de processos industriais, de design e até das novas estratégias de marketing.

Numa avaliação dos progressos da competitividade brasileira, Jorge Gerdau diz que, embora o setor governamental tenha feito alguns progressos quanto à redução de custos do dinheiro, pouco avançou no campo da eficiência administrativa e gerencial. Entre os pontos positivos, ele contabiliza as diversas iniciativas visando à redução de custos administrativos nas áreas estaduais e municipais. ‘Tudo isso, no entanto, ainda é muito pouco. Temos, portanto, uma enorme caminhada a ser percorrida.’

NOSSOS CUSTOS

Outra boa notícia é que, para medir as eficiências e ineficiências brasileiras, já existem métodos internacionais de avaliação que refletem os custos da burocracia, do governo, da logística, da complexidade do sistema tributário e de outras barreiras. E quanto à disponibilidade de informações, empresas e países podem contar com dados e estatísticas mais confiáveis sobre produtividade e competitividade, tanto no Brasil como no cenário internacional.

Na visão de Jorge Gerdau, ‘no Brasil, em qualquer área que examinemos, os custos de cada parcela são extremamente elevados’. Enquanto no setor público, o debate e as preocupações com competitividade são muito recentes, no setor privado, os avanços são bem maiores. Tanto assim que o Brasil conta hoje com bom número de empresas competitivas, pressionadas em sua maioria pela concorrência e pela evolução tecnológica, como ocorre na indústria aeronáutica, na siderurgia e no agronegócio.’

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Noam Cohen

‘Aqui é Rod, chamando do cume do Everest’

‘The New York Times – Depois de semanas de escalada, Rob Baber atingiu o cume do monte Everest, um sonho realizado. No topo do mundo, ao raiar do dia, ele tirou a máscara de oxigênio e ligou para sua caixa postal de voz, deixando uma mensagem exuberante: ‘Olá, aqui é Rod, fazendo um telefonema do ponto mais alto do mundo. Hoje é 21 de maio. Não tenho idéia de que horas são’.

Depois, olhou para o relógio de pulso. ‘São 5h37. A temperatura é de cerca de – 34 °C. Está frio. É fantástico. A cadeia do Himalaia está por toda a parte.’

Ou foi o primeiro telefonema por celular feito no topo do Monte Everest, como proclamam Rod Baber e a Motorola, que configurou seu correio de voz, ou o milionésimo, como dizem os especialistas em alpinismo que acompanham as idas e vindas . Foi preciso duas gerações de progresso tecnológico, mas o monte Everest, um dos mais remotos lugares da Terra, está agora oficialmente superexposto.

Tom Sjogren, que juntamente com sua esposa, Tina, fundou o mounteverest.net, um site noticioso que registra as subidas à montanha, avalia que ao menos 70 equipes no Monte Everest ‘fizeram quase diariamente atualizações na internet com imagens, textos, posições e vídeos a partir da montanha’.

Sua firma, a humanedgetech.com, que vende equipamentos de comunicação usados pelos grupos de alpinistas, aparelhou 20 equipes este ano, disse Sjogren. (Calcula-se que mais de 500 pessoas tenham atingido o pico neste ano, um recorde.)

A tentativa de conectar digitalmente o Everest tem sido auxiliada por uma série de revoluções tecnológicas, incluindo um modem de satélite mais rápido e barato para enviar arquivos destinados à internet e o lançamento nesta primavera (no Hemisfério Norte) de um telefone por satélite Thuraya, leve e relativamente barato, capaz de tirar fotos e fazer vídeos e depois descarregá-los. (O Thuraya, que tem uma antena comprida, já é um favorito dos revoltosos ao redor do mundo, também.)

Sjogren levantou a hipótese de que um alpinista pudesse usar o telefone para fazer um breve clipe de vídeo, processá-lo com um PDA (já que os laptops falham nas alturas do Everest) e depois transmiti-lo diretamente para um site na web. ‘O limiar é tão baixo que é muito possível que alguém tenha feito isso’, disse Sjogren.

No fim de abril, manifestantes no acampamento base usaram o mesmo tipo de equipamento para transmitir o desfraldar de uma faixa contra o controle do Tibete pela China. Como foi dito num site na web de um ativista, o realitysandwich.com, os manifestantes gravaram o evento e ao mesmo tempo o transmitiram para um MacBook a 6 metros de distância.

O arquivo foi comprimido, enviado via satélite para um outro computador rodado pela associação Estudantes Pró Um Tibete Livre, depois descarregado para o YouTube e outros sites. Os manifestantes foram localizados e detidos antes de serem expulsos.

‘Como sabíamos da forte probabilidade de sermos detidos, precisamos transmitir a filmagem ao vivo’, disse um dos manifestantes, segundo o site na web dos ativistas.

BATIMENTOS CARDÍACOS

O site na Web ueverest.com, embora não estabeleça recordes nem transmita protestos, é um excelente exemplo de quanto material pode ser atualizado e transmitido regularmente para o nível do mar a partir de uma montanha remota, incluindo vídeos diários e clipes de áudio, fotografias e blogs, até mesmo diagramas que registram os batimentos cardíacos dos alpinistas.

Exigindo a atenção em tempo integral de dois membros da equipe, o site faz parte de um projeto para filmar uma equipe que está reconstituindo a trajetória de uma escalada fracassada do lado norte do Everest pelo explorador britânico George Mallory e sua companheira de escalada, Sandy Irvine, em 1924. (Também está sendo planejado um documentário sobre a produção do filme, disse Anthony Geffen, o produtor.)

Mallory e Irvine morreram na montanha, deixando um enigma – será que eles conseguiram chegar até o topo? Quando o corpo de Mallory foi encontrado em 1999, a um altitude de mais de cerca de 8 mil metros, o enigma permaneceu. A recriação da escalada de Mallory – com os trajes e equipamentos da época – em parte tem a intenção de explorar o quão plausível é o fato que eles possam ter tido sucesso.

‘Ele foi um pioneiro do seu tempo’, disse Geffen, falando num telefone por satélite do acampamento de base avançado a 6.400 metros de altitude. ‘Quando ele chegou ao Everest, ninguém tinha um mapa do lugar e, durante 30 anos ou mais, ele deteve o marco de ter chegado mais alto que qualquer pessoa.’

Os alpinistas que recriaram a jornada dele atingiram o cume na quinta-feira. E o site na web, talvez um exemplo de tecnologia pela tecnologia, nesse dia exibiu uma filmagem de vídeo do rádio recebendo uma transmissão informando o sucesso dos alpinistas no caminho. (No dia seguinte, já estava disponível um vídeo feito no pico da montanha.) O principal especialista em tecnologia da informação da equipe, Mark Kahrl, explicou os desafios tecnológicos de se manejar um site na web a partir da cadeia do Himalaia.

‘O hardware não funciona bem nesse ambiente’, disse Kahrl, falando a partir do acampamento base. As unidades de disco, por exemplo, entram em pane por causa do ar rarefeito. Sabedora disso, a equipe trouxe extras e certificou-se de levar iPod Shuffles, que usam um sistema de memória flash que não é afetado pela altitude, disse ele.

‘Gente demais’

‘Na semana passada, enquanto a equipe que refez a jornada de Mallory e Irvine festejava seu sucesso, os integrantes também disseram que estavam festejando na surdina. O grupo deixou o acampamento base que, segundo Kahrl, era ‘como um set de produção de Hollywood’, com todas suas televisões de tela plana e seus geradores.

A equipe de alpinismo arriscou-se por ser a última dos alpinistas da temporada a fazer a escalada – embora de muitas formas tenha tido de esperar, já que não se pode recriar com exatidão uma escalada autêntica de 80 anos atrás com um grupo diferente de alpinistas à sua frente falando num telefone celular e um outro grupo atrás de você fazendo videoconferências com os patrocinadores. Havia a possibilidade de que começasse a estação das monções e prejudicasse a jornada.

Embora elogiando Mallory como ‘um homem de hoje’ e um ‘pioneiro’, Geffen admitiu que, por causa dessas qualidades, ‘ele não iria ao Everest hoje, porque já tem gente demais lá’.’

TELEVISÃO
Etienne Jacintho

Você está contratado!

‘Quem apostava que reality show era moda passageira errou. Mal acabou O Aprendiz e Roberto Justus cede seu espaço, na mesma Record, para o show de sua mulher, Ticiane Pinheiro: Mudando de Vida é versão de The Simple Life – atração fútil das socialites Paris Hilton e Nicole Ritchie -, e vai emendar depois o Troca de Família. Nos EUA, há canais que só exibem esse cardápio. Não é preciso ir longe. Por aqui, o People + Arts dedica grande parte de sua grade a essas atrações.

‘O reality show é um formato para TV que já se estabeleceu’, diz Carla Affonso, presidente da Endemol Globo (responsável pelo Big Brother Brasil). ‘E coloca aí que afirmei isso há 3 anos.’

Agora, o que se vê, são realities voltados ao bem-estar e ao mercado de trabalho, o oposto de atrações como o próprio Simple Life, Dr. 90210, Big Brother… Não basta mais ligar a câmera e ver o que acontece. É preciso algum talento. ‘Acho que shows que mostram pessoas lutando por seus objetivos é algo que vamos ver cada vez mais’, defende Mark Koops, vice-presidente da Creative Affairs, que detém formatos como The Biggest Loser (People + Arts), que tem versão no SBT (O Grande Perdedor) e ajuda pessoas obesas a perderem peso.

‘É a tendência do ‘deixa que eu te ajudo’ em que entram SuperNanny e Extreme Makeover: Reconstrução Total’, explica a gerente da Fremantle Media, Flávia da Matta. Aqui se encaixam Queer Eye for the Straight Guy e Esquadrão da Moda – que terá versão também no SBT -, que ajudam as pessoas a se vestirem. Podem ser ainda incluídos os shows de namoro, outra moda atemporal. ‘Diziam que os games shows estavam mortos, mas eles voltaram; depois, disseram que os dating shows estavam mortos, aí veio The Bachelor’, fala Koops.

CURRÍCULO ELETRÔNICO

Apesar de Big Brother ainda ser sucesso, os realities que oferecem emprego são os hits da vez. O Aprendiz , que começou com Donald Trump, foi o mais bem-sucedido. No Brasil, Roberto Justus recebeu 26.800 projetos de candidatos a sócio dele. Quem levou a melhor foi Tiago de Aguiar Pereira. ‘Esses realities são legais porque todo mundo já passou por isso. Todo mundo batalha emprego’, diz Flávia. ‘ E Justus dá dicas de relacionamento no trabalho.’

Esse é o maior trunfo desses realities. Justus e Trump dão toques para jovens executivos; Tyra Banks dá dicas às aspirantes a modelos; Heidi Klum (Project Runway) aconselha estilistas iniciantes; os jurados de Ídolos e American Idol são grossos, mas ajudam os cantores a se aprimorarem…’

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Ticiane Pinheiro ocupa vaga do marido na Record

‘A Record estréia terça-feira, às 23 horas, Mudando de Vida, com Karina Bacchi e Ticiane Pinheiro, a senhora Justus, que ficaram por 40 dias confinadas em uma chácara em Analândia, interior de São Paulo, e trabalharam na roça. Maquiagem e salto alto são as armas para fazer o público rir em 16 episódios. Essa é a versão nacional de The Simple Life, com Paris Hilton e Nicole Richie, que teve três temporadas exibidas na Fox.

Logo que Mudando de Vida terminar, a emissora colocará no ar a 2ª fase de Troca de Família. O original desta atração também foi ao ar pela Fox.

No SBT, com o término de Ídolos – produto de American Idol (Sony) -, que só voltará em março de 2008, Silvio Santos lançará a segunda edição de O Grande Perdedor, em agosto. O programa é franquia de The Biggest Loser (em cartaz no People + Arts).

No site do SBT, o público pode se inscrever para mais uma edição de SuperNanny, que volta no ano que vem. O reality levantou o ibope do SBT até em suas reprises.

Além desses programas, o SBT possui realities de namoro e games shows como Topa ou não Topa, ainda sem previsão de volta. Isso sem esquecer que o Homem do Baú popularizou a moda das versões nacionais com a Casa dos Artistas, mas sem pagar os direitos pelo formato que pertenciam à Globo (Big Brother).

Já a Globo deve estrear no ano que vem a 8.ª edição do Big Brother Brasil. A emissora pulveriza outros formatos nos programas Domingão do Faustão e Caldeirão do Huck, com quadros como Dança dos Famosos e Lata Velha.’

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De aprendiz a funcionário

‘A primeira ganhadora de O Aprendiz, Viviane Ventura, diz: ‘Participar do Aprendiz foi a melhor coisa que eu fiz! Não só pelo emprego, mas pelas experiências.’

Destino diferente teve Fábio de Oliveira Porcel, vencedor de O Aprendiz 2. Prova de que o reality ajuda mas não mantém ninguém no cargo: ele cumpriu contrato, mas não fez carreira.

Márcia Beatriz de Queiroz, a Bia do Aprendiz 3, perdeu na final, mas não ficou desempregada. ‘Recebi o convite do próprio Roberto, assim que o programa terminou’, conta.

Para Anselmo Martini, ganhador do emprego nos Estados Unidos do Aprendiz 3, a vitória foi excelente, porque superou as expectativas. ‘Só a participação já vale.’’

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Celebridades no comando

‘O produtor Mark Burnett realiza o sonho de celebridades que querem ter um reality show. Ele foi responsável por trazer o ator Sylvester Stallone para a telinha com o The Contender; deixou o empresário Donald Trump bem à vontade em O Aprendiz; arrumou um vocalista para as bandas INXS e Supernova com a atração Rockstar; e fez parceria com o cineasta Steven Spielberg em On the Lot.

Para Burnett, os reality shows são parte integrante da TV. ‘Eles certamente não irão embora. Fazem parte do menu’, contou, em entrevista para a imprensa da América Latina em Los Angeles, testemunhada pelo Estado. ‘TV é, na maioria dos países, uma democracia. Cada um vê o que quer.’

O produtor acredita que saber da vida alheia é inerente ao ser humano. ‘Nos escritórios do Brasil e de qualquer lugar tenho certeza de que as pessoas estão discutindo os romances, os trabalhos, o fato de fulano ter mau hálito etc. Pessoas são fascinadas por outras pessoas e são atraídas por elas’, afirma.

Burnett diz que não pensa em reality show 24 horas por dia e sete dias por semana, mas sabe que sua missão é ‘fazer o público acreditar em suas atrações.’’

Mário Viana

Elementar, meu caro Braga

‘A notícia caiu feito uma bomba – e todas as publicações especializadas (incluindo este caderno) deram destaque: vai haver uma morte misteriosa em Paraíso Tropical. Baixada a poeira, vamos conversar calmamente. Gente, pra que tanto escândalo? Qualquer pessoa que tenha ligado a TV uma vez nos últimos 27 anos sabe que Gilberto Braga é um serial killer de primeira grandeza.

Desde que despachou desta para melhor o cirurgião plástico Miguel Fragonard (Raul Cortez), em Água Viva (Globo, 1980), Braga não parou mais. Matou Odete Roitman em Vale Tudo (1989), matou Lineu Vasconcelos em Celebridade (2004) e nem mesmo Vera Fischer escapou em Pátria Minha (1994), se bem que aí o motivo era outro. Mas, que ele matou, matou. Notícia mesmo seria se ninguém fosse assassinado em Paraíso Tropical.

Durante algumas semanas, muitos vão encontrar assunto ao discutir os suspeitos do caso. Isso mostra que os autores da novela são mestres em seu território. E que nós temos, sim, no Brasil terreno fértil para a chamada literatura policial. Se você duvida que um bom mistério inspira nossos escritores, procure os romances de Luiz Alfredo Garcia Roza, Joaquim Nogueira, Reginaldo Prandi e Toni Belloto. São todos autores de boas histórias policiais à brasileira.

Vamos torcer para que a trama, até agora armada com talento pela dupla Braga e Ricardo Linhares, não desaponte os detetives de plantão. Caso os novelistas não saibam (mas sabem), o brasileiro é, antes de tudo, um palpiteiro e não vai sossegar enquanto não acertar. Pra mim, por exemplo, se o morto da vez for realmente o Antenor Cavalcante (Tony Ramos), a assassina poderia ser a Débora Duarte. Motivo? Uma atriz tão boa merece uma cena à altura do seu talento. Fica o palpite.

Que os novelistas fiquem atentos. Nossos sherlocks amadores são danados e odeiam obviedades. Poucos superaram a tristeza que foi descobrir, no final de Celebridade, que a assassina de Lineu era Laura, a vilã. Os detetives-de-controle-remoto trocavam olhares atônitos. ‘Fulano de Tal é que não tinha motivo nenhum pra matar. Só podia ser o culpado’. Além de ser a prova que soluções fáceis não agradam, a frase mostra que, no Brasil, ser inocente sempre levanta suspeitas.’

Julia Contier

‘Chama 50 por 1 e não 50 por 2’

‘‘A maioria das pessoas conhece pelo menos uma experiência inesquecível. Álvaro Garnero conhece 50.’ A frase que anuncia o novo programa de experiências de Álvaro Garnero, na Record, pode soar arrogante e afastar alguns telespectadores, mas o ibope vai contra a expectativa e marca 4 pontos de audiência – uma boa média para um sábado, à 0h.

O TV & Lazer enviou algumas perguntas ao empresário, que as respondeu do exterior, via e-mail. Confira.

De onde surgiu essa vontade de fazer televisão, uma vez que você é um empresário?

Além de ser empresário, sempre fui apaixonado pela comunicação e a televisão talvez continue sendo o veículo de comunicação que chega mais rápido às pessoas e se comunica com mais intimidade.

De onde veio a idéia do programa ‘50 por 1’? O que mudou do programa da RedeTV! para este, na Record?

O programa 50 por 1 surgiu do desejo de voltar a fazer algo na TV, mas desta vez algo diferente do que já tinha feito até então, um projeto novo que não está baseado em luxo, relação com celebridades ou turismo. 50 por 1 é um programa de experiências inesquecíveis.

Você já conhecia todos os lugares que o programa mostra? Como foi a seleção dos lugares?

Eu já conhecia a maioria dos lugares que fui para ter essas 50 experiências, mas, sem dúvida, cada momento é único e estou retornando para ter novas vivências. São exclusividades que ofereço ao público.

Existe permuta para o programa ou um bom relacionamento com as pessoas proporciona essas viagens?

O que proporciona as viagens é a vontade de mostrar as experiências que mais me marcaram.

Quem é o seu público?

Todas as classes sociais se interessam por diferentes motivos.

O programa mostra um turismo de luxo?

O programa não tem relação nenhuma com o turismo e menos ainda com luxo, o que pode ser comprovado por qualquer pessoa que assistir a qualquer um dos episódios. O 50 por 1 é um programa de sabores e experiências. Se o melhor curry do mundo for feito na esquina, eu vou até a esquina; se estiver no Sri Lanka, vou até o Sri Lanka.

A Caroline Bittencourt vai participar deste programa?

Não, cada experiência tem um cunho muito pessoal. E o programa se chama 50 por 1 e não 50 por 2.

Você concorda que o escândalo do casamento da Daniella Cicarelli com o Ronaldo impulsionou a sua carreira?

Não.

Aquém dos 50

Álvaro Garnero já gravou alguns episódios do programa na Turquia, Riviera Francesa, China, Japão, Nova York, Toronto, Salta (Argentina), Damasco (Siria) e em Dubai (Emirados Árabes).

Os próximos destinos são: Espanha, Portugal, St Barths (Caribe) e Marrocos.

Os 14 lugares acima mencionados são os únicos já definidas por Garnero para viver parte das 50 experiências prometidas. A lista ainda não está fechada.’

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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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