Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

O golpe de Estado que falhou

Reportagem comprova que violação de sigilo é antiga, criminosa e não tem motivação política. A reportagem prova também que até o Serra sabia disto há muito tempo, antes mesmo de ser candidato a presidente (ver aqui).


Esta matéria jornalística e entrevista do Serra comprovam que o candidato tucano e sua coligação demoníaco/tucana pretende realmente dar um golpe de Estado branco com amplo apoio da mídia impressa e televisiva. Qual será a consequência? A candidatura Serra vai ser impugnada e ele impedido de disputar a eleição?


Os jornalistas lidam com informações como a que é discutida no vídeo todos os dias. Eles sabiam das constantes quebras de sigilo criminosas – que eram comuns e não tinham origem partidária – e insistiram na divulgação da versão de que Serra foi vítima de um complô arquitetado pela Dilma e pelo PT. Portanto, os editores que insistiram na motivação política e eleitoral da violação de sigilo da filha do Serra merecem ser arrancados de suas redações e levados à beber água da sarjeta onde jogaram a ética jornalística nas últimas duas semanas.


Lugar de golpista é na cadeia


Este episódio é grave. No futuro poderá servir como justificativa plausível para uma ampla e profunda reforma da mídia.


Acabo de ler na internet o seguinte:




Brasília – A vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau disse nesta quarta-feira (8/9) que o Ministério Público Eleitoral não tem como comprovar que houve intuito eleitoral no vazamento de dados sigilosos da Receita Federal. Segundo Sandra, o motivo é o fato de as informações não terem sido usadas por nenhum partido ou coligação na propaganda eleitoral.


‘Não há prova, até o momento, de que [a quebra dos sigilos] foi pedida pelo PT. A única prova que tem é que o cidadão é filiado ao PT.’ Sandra referiu-se à informação de que dados do cartório da 217ª Zona Eleitoral de Mauá (SP) mostram que o contador Antônio Carlos Atella Ferreira, falso procurador, que pediu a quebra do sigilo fiscal de Veronica Serra, é filiado ao PT.


Sandra Cureau ainda afirmou que, a menos que apareça alguém dizendo que as pessoas agiram a mando de alguém, não há como provar nada. ‘Se houvesse essa prova, acho que a situação seria mais fácil para o candidato atingido provar’, disse a vice-procuradora. Ela afirmou que ‘talvez a coligação que se diz atingida deveria ter agido mais cedo’ – http://agenciabrasil.ebc.com.br/home/-/journal_content/56/19523/1037528


A dra. Cureau tem um grande bom senso. Não quis ser a responsável pela guerra civil que o Serra (provável agente da CIA) pretendia iniciar afastando sua concorrente da disputa para chegar ao poder pela via fácil. Serra queria dar o golpe do Felipe Calderón, mas se esqueceu que não estamos no México.


O que a população brasileira deve fazer com o Serra depois da eleição? Óbvio, mandá-lo para o Palácio do Catete com o cargo de tucano empalhado extinto, mas se ele insistir em chegar ao poder sem o voto popular e mesmo contra a vontade da maioria, poderá ser mandado para um lugar mais sombrio e permanente. Lugar de golpista é na cadeia.

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Advogado, Osasco, SP