Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Onze propostas para o conteúdo pago em jornais

A Associação de Jornais dos EUA pediu a algumas das maiores empresas de tecnologia e internet do mundo, como IBM, Microsoft, Oracle e Google, que dessem dicas de como as editoras de jornais podem lucrar na rede. As onze respostas foram publicadas no site do Laboratório de Jornalismo Nieman, da Universidade de Harvard. O projeto teve início após um encontro entre editoras americanas promovido pela Associação, em maio.

A proposta mais surpreendente foi a do Google, pelo fato de a empresa ser associada ao desejo de uma internet aberta e por agregar milhares de artigos de veículos de comunicação para pesquisa gratuita no serviço Google Notícias. ‘O Google acredita que uma web aberta beneficia todos os usuários e editoras. Entretanto, `aberto´ não significa livre’, declarou a companhia, completando que poderia oferecer às organizações de mídia uma versão do seu sistema Google Checkout, usado para processar pagamentos online. A ferramenta daria aos leitores a opção de criar uma conta única para pagar pelo conteúdo de diversas fontes. Além disso, haveria a possibilidade de se disponibilizar vários métodos de pagamento, de assinaturas básicas de sites inteiros a ‘micropagamentos’ por apenas alguns artigos.

Receio

Já há exemplos de iniciativas do gênero. O CircLabs, administrado por quatro pessoas e incubado na Escola de Jornalismo do Missouri, está desenvolvendo um programa que irá oferecer notícias de diferentes fontes em uma barra no topo dos navegadores. Segundo Martin Langeveld, vice-presidente da empresa, a aplicação poderia ser financiada tanto por anúncios personalizados quanto por pagamentos. A ideia, argumenta Langeveld, não é ‘tirar dinheiro dos leitores, mas construir algo que satisfaça as necessidades de clientes, editoras e anunciantes’. O Journalism Online, iniciativa liderada por Steven Brill, fundador da Court TV, e pelo ex-publisher do Wall Street Journal Gordon Crovitz, já conta com 176 diários como parceiros de uma ferramenta que combina o conteúdo online de jornais e revistas com um pacote único de assinaturas.

Ainda assim, é preciso convencer as editoras a usar as ferramentas de pagamento online. Fora o magnata de mídia Rupert Murdoch, que anuncia efusivamente que pretende cobrar por todos os sites jornalísticos de sua companhia, há um receio generalizado de espantar leitores ao começar a cobrar por conteúdo. As editoras dizem que a iniciativa pode ser uma nova fonte de lucros, mas também pode afastar anunciantes com a queda do tráfego online. ‘Este deveria ser o ano em que as empresas começariam a cobrar por conteúdo online’, diz Alan Mutter, ex-editor de jornal que trabalhou como consultor e blogueiro e submeteu uma das 11 propostas. ‘Baseado no que vi, não há uma unanimidade sobre cobrar pelo conteúdo ou sobre como fazê-lo’. Informações da Editor & Publisher [11/9/09].