Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Promotores determinam que jornalista cometeu suicídio

Promotores russos concluíram que a morte do jornalista Ivan Safronov, em março, tratou-se de suicídio. Safronov, que escrevia sobre assuntos militares no diário Kommersant, caiu de uma janela em seu apartamento. Grande especulação foi criada em torno do caso, com rumores de que o jornalista teria sido assassinado por causa de seu trabalho – que incluía reportagens sobre testes falhos com mísseis e um acordo de armas secreto da Rússia com Síria e Irã.


Esta semana, o Kommersant afirmou que os promotores que conduziam a investigação em Moscou a deram por encerrada devido a ‘ausência de ocorrência criminal’. ‘O caso tomou um caminho inesperado’, afirmou o subpromotor Vyacheslav Sapkov, citado pelo jornal. ‘Ocorre que uma pessoa absolutamente sóbria, por alguma razão, decidiu se matar’.


O corpo de Safronov, que tinha 51 anos, foi encontrado do lado de fora de seu edifício, em 2/3. Na ocasião, o Kommersant afirmou que o jornalista teria revelado ter sofrido ameaças enquanto apurava uma reportagem afirmando que a Rússia teria planejado vender mísseis sofisticados ao Irã e à Síria.


Descrença


Ex-coronel da Força Aérea Russa, Safronov costumava irritar as autoridades do país com seu jornalismo crítico. O Kommersant e outros jornais o descreveram como uma pessoa forte e alegre que não tiraria a própria vida. A morte do jornalista veio poucos meses após a execução da também jornalista investigativa crítica ao governo Anna Politkovskaya, que trabalhava para o Novaya Gazeta.


Organizações internacionais em defesa da liberdade de imprensa afirmam que a Rússia é, hoje, um dos lugares mais perigosos para a prática do jornalismo. Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York, 13 profissionais de imprensa foram mortos desde que o presidente Vladimir Putin subiu ao poder, em 2000. Informações de Mike Excel [AP, 12/9/07].