O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou de uma conferência via internet nesta quinta-feira (6/7), organizada pela BBC e pelo portal de buscas russo Yandex. A coletiva recebeu mais de 162 mil questões, com temas que iam desde quando ele perdeu sua virgindade até por que ele beijou um menino de cinco anos na barriga que passeava com seus pais no jardim do Kremlin na semana passada. O evento foi realizado antes do início da Cúpula do G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo – EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Alemanha, Itália – e a Rússia), que acontece pela primeira vez na Rússia nos dias 15 a 17 deste mês.
Durante a conferência, que durou duas horas, Putin conversou com o presidente americano, George Bush, e afirmou que os EUA eram grandes parceiros da Rússia. Putin também disse que os dez anos de conflito na Chechênia ‘valeram a pena’. O evento foi a mais pública aparição do presidente ‘em público’ desde que assumiu o poder. O presidente russo dedicou o dia de terça-feira (4/7) para encontrar com grupos de direitos humanos. Na próxima semana, ele vai conceder quatro entrevistas para emissoras de televisão dos EUA, Canadá, França e Alemanha.
As entrevistas fazem parte da estratégia da empresa de relações públicas Ketchum, recém-contratada pelo Kremlin para melhorar a imagem do presidente. Depois da conferência, o consultor da Ketchum Angus Roxburgh afirmou ter achado que Putin foi ‘eloqüente’. A estratégia da companhia é expor mais o presidente na mídia, na expectativa de que esta postura direta melhore sua imagem como ex-funcionário da extinta KGB.
Beijo polêmico
Entre tantas respostas, a mais intrigante foi sobre os motivos que levaram Putin a levantar a camisa do menino Nikita Konkin, de cinco anos, e beijá-lo na barriga – cena que deixou muitos russos perplexos. ‘Ele me pareceu muito independente, muito sério, mas ao mesmo tempo ele estava o tempo todo vulnerável, ele é uma criança. Sinceramente, senti uma vontade de abraçá-lo como um gatinho’, contou o presidente. O garoto também não viu nada de mais na atitude de Putin: ‘Eu gosto dele e ele gostou muito de mim. Eu quero ser presidente um dia’, falou ao jornal Izvestiya. Informações de Nicon Paton Walsh [The Guardian, 7/7/06].