Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Record acusa Folha de S. Paulo de calúnia

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 18 de março de 2009


 


BRIGA
Folha de S. Paulo


Rede Record ataca a Folha em telejornal


‘O ‘Jornal da Record’ veiculou ontem à noite reportagem em que acusa a Folha de publicar ‘notícias caluniosas’ a respeito da emissora de televisão.


De acordo com a Record, ‘as informações mentirosas’ ocupam o noticiário relativo à cobertura de TV, na coluna ‘Outro Canal’, da Ilustrada.


A reportagem da TV questiona dados publicados pelo jornal sobre a audiência da ‘Record News’ (canal de notícias da rede), e a compra de direitos de transmissões esportivas por parte da emissora.


Entrevistado por telefone pelo ‘Jornal da Record’, o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da Record, negou que esteja com problemas de saúde, conforme informou a coluna de ontem.


Adeptos da igreja já ajuizaram 107 ações na Justiça contra a Folha e outros jornais após a publicação, em dezembro de 2007, da reportagem ‘Universal chega aos 30 anos com império empresarial’, que conquistou o Prêmio Esso de Jornalismo-2008 -todas as 66 sentenças foram favoráveis ao jornal.’


 


 


PRESIDENTE
Fernando Rodrigues


Para brasileiro ver


‘BRASÍLIA – Vários tentaram, mas Lula é o primeiro presidente pós-ditadura a usar sua atuação externa de maneira eficaz para alavancar a popularidade interna. A tática é manjada em países desenvolvidos, sobretudo nos EUA. Consiste em inocular no cenário doméstico os efeitos de ações no plano internacional como forma de ficar bem avaliado pelos eleitores locais.


Como bem notou ontem Nelson de Sá, o noticiário sobre a viagem de Lula aos EUA tem sido uma enxurrada de manchetes positivas. Na Reuters, ‘Lula diz que a economia vai crescer em 2009’. Na AP, ‘Lula quer apoio para derrubar as tarifas americanas sobre etanol’.


Nas TVs, o presidente deu sua lição (sic) para os desenvolvidos. ‘Lula diz em Nova York que vai ao G20 pedir aos países ricos que aumentem controle sobre os bancos’, destacou o telejornal da Band. Não importa se tudo é baboseira diplomática sem efeitos práticos.


Ou o encontro com Barack Obama ter sido só um contato inicial, sem consequências imediatas. Também é irrelevante o seminário com empresários em Nova York ter servido de cenário para imagens da futura propaganda eleitoral de Dilma Rousseff, a candidata oficial ao Palácio do Planalto em 2010.


O que conta é a mídia positiva conquistada por Lula, reforçando a percepção dos eleitores no momento: a de que a culpa pela crise econômica não é do governo. A responsabilidade é das nações ricas. E o Brasil está ensinando a todos como se administra bem um país, nas palavras ouvidas ‘ad nauseam’ nos bastidores do poder em Brasília.


Pesquisas internas do governo indicam que 60% dos eleitores não acham Lula culpado pela atual desaceleração da economia. A viagem aos EUA ajudou a cristalizar essa avaliação. O petista assim mantém sua popularidade nas alturas e continua influente no jogo de 2010. Para desespero geral da oposição.’


 


 


Painel do Leitor


Imprensa


‘‘A Sociedade Interamericana de Imprensa é conhecida por suas posições conservadoras em relação aos temas da comunicação, mas é reveladora a sua manifestação de que vê com preocupação a iniciativa da Conferência Nacional de Comunicação (‘Lula faz ‘críticas desmedidas’ à imprensa, afirma entidade’, Brasil, ontem).


A conferência é uma conquista democrática, um espaço de debate e de apresentação de propostas sobre políticas de comunicação que historicamente são discutidas a portas fechadas entre o governo e o empresariado, sem transparência.


Nesse campo, o Brasil segue sendo terra sem lei, convivendo com um grau de concentração dos meios de comunicação que países como Reino Unido, Estados Unidos e França não enfrentam justamente por terem adotado políticas de limite de propriedade.


Tenho certeza de que quem defende de fato a ampla liberdade de expressão vê com bons olhos o fato de esse debate ganhar, pela primeira vez, o espaço público.’


JOÃO CALDEIRA BRANT MONTEIRO DE CASTRO , radialista, membro do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social (São Paulo, SP)’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Caos de novo


‘O telejornal local da Globo até mudou de assunto, mas precisou voltar ao temporal, que descreveu de início como restrito a esta ou aquela região, mas que acabou tomando São Paulo. Pela Record, no horário, o ‘caos’ trazia o Anhangabaú inundado, crianças de rua nadando, ‘pessoas arrastadas’. A cobertura se repetiu por ‘Jornal Nacional’ e ‘Jornal da Record’. Apesar da audiência com a morte de Clodovil, o ‘caos’ ocupou também as manchetes de sites como a Folha Online.


SOBE LÁ E CÁ


Para além de caos e de Clodovil, Folha Online e outros fecharam o dia com manchetes para a alta na Bovespa ‘com ações da Petrobras’. Também o site do ‘Wall Street Journal’ fechou com o salto na Bolsa de Nova York, por conta do ‘sinal de esperança’ no mercado imobiliário.


MANTEGA & MEIRELLES


O ‘WSJ’ prosseguiu com a cobertura de seu evento em Nova York, junto com o ‘Valor’. Em vídeos, entrevistou o ministro da Fazenda, sobre ‘estímulo’, e o presidente do Banco Central, sobre ‘crédito’. E também economistas de Goldman Sachs e BlackRock, sobre perspectivas de crescimento e investimento.


PASSOU NO TESTE


O ‘WSJ’ fez a entrevista e o ‘Valor’ deu a tradução com o economista Jim O’Neill, para quem, no enunciado, ‘o Brasil justificou o status de Bric’ e ‘passou no teste’ da crise: ‘A moeda enfraqueceu, a Bovespa enfraqueceu, mas, diferente de crises passadas, não foi preciso elevar juros para conter a saída de capital, o que é um sinal poderoso.’


RESISTÊNCIA, MAS…


Também o RGE Monitor estava no evento. Thomas J. Trebat, de Columbia, postou suas longas ‘reflexões sobre a visita de Lula’, apontando a ‘resistência marcante da economia no meio da crise’. Mas também registrando que a provável mudança no ‘momentum’ de crescimento é ‘especialmente alarmante’ pela pobreza no Brasil.


VITÓRIA BRIC?


O blog da Reuters ouviu Henrique Meirelles sobre o avanço dos Brics no G20. Mas a agência sublinhou suas dúvidas quanto às supostas ‘concessões’ feitas pelos países ricos.


BARACK & LULA


O ‘El País’ deu o editorial ‘Me chame de Barack’, que o UOL já traduziu, em que o jornal espanhol registra o tom pessoal adotado por ambos, ‘Eu Barack, você Lula’. Mas saúda sobretudo que Obama não cedeu à pretensão lulista de abertura maior a Cuba.


AINDA A CADEIRA


A Reuters despachou da ONU, em Nova York, que países em desenvolvimento se uniram a europeus contra o poder de veto das cinco potências do Conselho de Segurança. Ao fundo, avisa, acontecem as negociações para ampliar o organismo.


CHINA VAI ÀS COMPRAS


Enquanto fundos ocidentais como Schroders soltam avaliações de que a China ‘é o Bric mais bem situado para emergir da crise’, o ‘Washington Post’ alerta, em longa reportagem publicada ontem, que ‘as empresas chinesas estão em uma farra de compras neste último mês, levando bens chaves no Irã, Brasil, Rússia, Venezuela, Austrália e França, no valor de bilhões de dólares’. Concentra-se a China em petróleo e minerais. Aqui, o destaque é o acordo fechado com a Petrobras, em troca do petróleo de Tupi.


AS ESCRAVAS DO BRASIL


De Barcelona, o ‘El País’ destacou a queda da ‘rede albanesa que comprava mulheres, por exemplo, no Brasil’. Sites daqui, a começar da BBC Brasil, detalharam que elas eram ‘prostituídas e depois revendidas a prostíbulos de outros países’ da Europa. Segundo policial, ‘eles nunca viajavam ao Brasil, só encomendavam as mulheres que queriam’. E lá elas eram ‘tratadas como animais’.


WE’RE ALL CRIMINALS


‘Sun’, ‘Evening Standard’ e outros jornais londrinos noticiaram e agências já repercutem o lançamento de uma nova canção pop, ‘We’re All Criminals Now’, somos todos criminosos agora, em que a dupla Pet Shop Boys reconta como teria acontecido o assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes pela polícia inglesa, em 2005. Abre pelo verso ‘Esperando pelo ônibus em Stockwell’.’


 


 


SÃO PAULO
Evandro Spinelli


Kassab gastou mais em publicidade que em obra antienchente


‘A prefeitura gastou mais neste ano com publicidade do que com prevenção a enchentes.


Só para propaganda da gestão Kassab estão previstos R$ 32,2 milhões para o ano. Já foram gastos e pagos, entre janeiro e 15 de março, R$ 19,3 milhões, 59,96% do total. Os dados da execução orçamentária estão disponíveis no site da Secretaria de Planejamento.


Os números não consideram as despesas com impressão do ‘Diário Oficial’ e a verba de propaganda da Câmara.


Já em prevenção a cheias foram gastos R$ 17 milhões, 5,02% do total para o ano. O valor se refere ao que foi pago. A administração já empenhou R$ 120,1 milhões para obras anti-inundações. O empenho é feito na contratação do serviço.


O Orçamento prevê R$ 338,5 milhões para obras de combate às enchentes neste ano. Até agora, a prefeitura empenhou 35,51% desse total. De publicidade, já foram empenhados 93,67% do total previsto. A prefeitura diz que a comparação entre as duas áreas é indevida.


Como precaução para uma possível queda de receita por causa da crise global, a gestão Gilberto Kassab (DEM) congelou R$ 5,5 milhões do Orçamento para 2009, 20% do total, até o final deste mês, quando a situação será reavaliada.


As obras contra enchentes não foram poupadas do congelamento. As que já estavam em andamento não pararam, mas a velocidade foi reduzida. As que ainda não tinham começado foram adiadas para depois de março e não está descartado que sejam canceladas. Já a verba de publicidade não sofreu alterações significativas.


Para o líder do PT na Câmara, João Antonio, Kassab prefere investir em propaganda a combater enchentes. ‘A publicidade foi o elemento principal na eleição do Kassab. A não ser o Cidade Limpa, tudo o que o Kassab fez foi factóide.’


João Antonio aponta que a prefeitura também peca pela falta de manutenção de bueiros e galerias. ‘Estamos vendo que pontos que nunca alagaram agora estão alagando. Não dá para culpar o aquecimento.’’


 


 


Prefeitura nega priorizar propaganda e diz que obras antienchentes são mais lentas


‘A Prefeitura de São Paulo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que parte dos gastos com publicidade deste ano foi usada justamente na prevenção de enchentes.


De acordo com a prefeitura, as campanhas publicitárias destinadas a alertar os moradores sobre as formas de prevenir enchentes consumiram R$ 5,5 milhões em 2009.


Também foram gastos R$ 4,7 milhões em campanhas de prevenção à dengue, R$ 2,7 milhões para informar sobre o envio das notificações de IPTU e R$ 3,4 milhões para divulgar a Nota Fiscal Eletrônica.


Para a prefeitura, a comparação entre gastos com publicidade e com obras antienchente é indevida porque são áreas com características diferentes.


O governo alega que, enquanto as despesas com publicidade são planejadas anualmente de acordo com as possibilidades orçamentárias, os investimentos em combate a enchentes são cumulativos e que foram gastos R$ 334 milhões de 2005 a 2008 nesta área.


Além disso, informou a prefeitura, parte dos gastos com publicidade podem ser referentes a pagamentos de serviços prestados no ano passado com vencimentos neste ano. Como as obras de combate às enchentes são mais lentas, por isso haveria essa distorção. O governo nega que dê prioridade aos gastos com propaganda.


A prefeitura confirma que já pagou R$ 19,3 milhões neste ano referentes a despesas com publicidade. Outros R$ 3 milhões foram gastos pela Câmara Municipal, ou 21,12% do total previsto para o órgão.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Globo estica ‘BBB’ no Rio para conter Record


‘A Globo está exibindo uma edição maior de ‘Big Brother Brasil’ apenas no Rio de Janeiro, às segundas. Anteontem e no dia 9, a produção do reality show criou brincadeiras entre os participantes que foram veiculadas ao vivo apenas no Rio.


Os ‘BBBs’ extras para o Rio tiveram dez minutos. Vão continuar até o final do programa. Trata-se de uma ‘estratégia de programação’, eufemismo da Globo para tentativa de amenizar o crescimento da Record.


A Record vem tendo bom desempenho no Rio às segundas graças ao seriado ‘A Lei e o Crime’, que tem marcado médias de 21 a 24 pontos na cidade, enquanto em SP fica entre 13 e 16.


Com apenas dez minutos a mais, ‘BBB’ não chega a competir diretamente com ‘A Lei e o Crime’. Mas retarda uma queda abrupta da Globo. No dia 9, ‘BBB’ terminou com 33 pontos no Rio. Dez minutos depois, a Globo caía para 21. A Record subiu de 22 para 25 e a Band, com ‘CQC’, de 2 para 6.


Para esticar ‘BBB’, a Globo faz uma operação de guerrilha. Atrasa no Rio a entrada do filme de ‘Tela Quente’. Ganha os dez minutos cortando cenas ou comerciais. O filme termina simultaneamente em todo o país. A Globo só não estica mais ‘BBB’ no Rio porque comprometeria demais o filme.


Hoje, como não haverá futebol para o Rio, a Globo terá um ‘BBB’ maior na cidade, com 25 minutos (em SP, serão só cinco). Depois, entrará um filme.


SUMIÇO 1


Frequentador assíduo das entrevistas coletivas da Record, o vice Walter Zagari (comercial) não compareceu aos lançamentos para a imprensa de ‘O Aprendiz 6’ (anteontem, em São Paulo) e de ‘Promessas de Amor’ (ontem, no Rio).


SUMIÇO 2


As faltas de Zagari alimentaram rumores de que o executivo estaria sob censura. O bispo Honorilton Gonçalves, presidente de fato, teria cobrado dele mais resultado no faturamento e menos badalação.


PÂNICO


A Record lançou o ‘Domingo Espetacular’ para competir com o ‘Fantástico’. Mas, no horário do programa da Globo, está sendo ameaçada, na disputa do terceiro lugar no Ibope, pelo ‘Pânico’, da Rede TV!.


SOBE 1


A estreia de ‘Paraíso’ deu 25 pontos. Ainda é pouco para a Globo, mas representa 25% a mais de audiência no horário em relação à segunda anterior.


SOBE 2


O número de televisores ligados em SP subiu quatro pontos percentuais, todos absorvidos pela Globo, um indicador de que o público das 18h está voltando para a emissora. No horário, a vice-liderança foi da Band (‘Brasil Urgente’).


ÂNCORA


Carlos Alberto Sardenberg passa a ser o âncora paulistano do ‘Jornal das Dez’, da Globo News, segunda. Ele substitui Carla Lopes, que estava interinamente no lugar de Mônica Waldvogel. O telejornal ficará mais comentado. Sardenberg continua no ‘Jornal da Globo’.’


 


 


Folha de S. Paulo


Delon volta como policial em ‘Frank Riva’


‘Um Alain Delon bronzeado e de rabo-de-cavalo é o astro da série policial francesa ‘Frank Riva’, que o Eurochannel estreia hoje à noite. Na atração, que foi ao ar na França entre 2003 e 2004, Delon, 73, faz o papel-título, um veterano detetive que desde os anos 70 vive no exílio. O motivo: ele desmantelou uma quadrilha ligada à French Connection, a máfia que traficava heroína da Turquia para a França, e de lá para os Estados Unidos.


Vinte e cinco anos depois, Riva é chamado de volta a Paris para investigar as circunstâncias misteriosas do assassinato de um policial e as ligações desse crime com seus antigos inimigos, a família Loggia, que colocou sua cabeça a prêmio. Segundo o roteirista Philippe Setbon, a série tem parentesco tanto com o universo do escritor Mario Puzo, autor de ‘O Poderoso Chefão’, quanto com ‘Os Sopranos’. Ainda de acordo com Setbon, Frank Riva tem características do próprio Delon: não se trata de um super-homem, mas um personagem vulnerável e solitário.


Dividida em 12 episódios, a série traz ainda no elenco o ator Jacques Perrin, veterano astro francês de ‘O Pacto dos Lobos’ (2001), já indicado duas vezes ao Oscar, uma delas em 1970 como um dos produtores do longa ‘Z’, de Costa-Gavras.


FRANK RIVA


Quando: hoje, às 21h


Onde: Eurochannel


Classificação: não indicado a menores de 14 anos’


 


 


LUTO
Folha de S. Paulo


Polêmico na moda, na TV e na política, Clodovil morre aos 71


‘O estilista e deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), 71, morreu ontem, em Brasília, por volta das 19h, após uma parada cardíaca. Poucas horas antes, os médicos haviam decretado sua morte cerebral. A parada cardíaca ocorreu no momento em que o corpo do deputado era levado para uma sala para a realização da retirada de seus órgãos, para transplante. Clodovil havia sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) hemorrágico anteontem.


Terceiro deputado mais votado de São Paulo, Clodovil obteve 493 mil votos, ficandfo atrás apenas de Paulo Maluf (PP-SP, com 739 mil) e Celso Russsomano (PP-SP, com 573 mil). Parlamentar polêmico, ele será substituído por Jairo Paes de Lima (PTC-SP).


Na semana passada, ele havia obtido uma vitória no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao ser absolvido da acusação de infidelidade partidária -por ter trocado o PTC pelo PR em setembro de 2007, com a alegação de sofrer ‘grave discriminação pessoal’.


No seu primeiro discurso como deputado, em fevereiro de 2007, chamou a Câmara de ‘mercado’ por causa do barulho e o então presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de ‘mal-educado’.


Em maio do mesmo ano, protagonizou um bate-boca com a deputada Cida Diogo (PT-RJ). A discussão ocorreu depois de Clodovil dizer que as mulheres ficaram muito ‘ordinárias e vulgares’, e que ‘trabalham deitadas e descansam em pé’.


Clodovil apresentou 17 projetos e uma proposta de emenda à Constituição sugerindo a redução do contingente de deputados, de 513 para 250.


Amor e ódio na TV


A expressiva votação deveu-se à fama que adquiriu como costureiro [leia texto abaixo] e apresentador de TV. Em 1977, ele venceu um programa de perguntas e respostas da Globo, ‘8 ou 800’, que prometia prêmio de Cr$ 800 mil (cerca de R$ 170 mil) e se recusou a receber o valor com o Impostado de Renda descontado -Cr$ 566 mil (cerca de R$ 120 mil). ‘Ou mudam o nome para ‘8 ou 566 Mil’ ou fica, assim, uma situação meio godê’, declarou.


A mesma Globo o contratou em 1980 para comandar um quadro no programa ‘TV Mulher’. Em dois anos, se consagrou ao desenhar roupas ao vivo e criticar de maneira agressiva modos de vestir e comportamentos que achava errados.


Em 1981, a apresentadora Marília Gabriela deixou o programa supostamente por desentendimentos com o colega, que colecionou desafetos no meio. Popular, foi alvo de humoristas e não achou engraçado. Em 81, processou Agildo Ribeiro, que o imitava no ‘Planeta dos Homens’. O mau humor para piadas a seu respeito e a incontinência verbal diante das câmeras o levaram a ser demitido, em 2005, de seu último trabalho na TV, ‘A Casa É Sua’, da Rede TV!. Ele não levou na esportiva a perseguição do ‘Pânico’ para que calçasse as ‘sandálias da humildade’.


Entre a Globo, e a Rede TV!, ele passou por Bandeirantes, CNT e Manchete. Dizia o que lhe vinha à cabeça e cobrava o mesmo de entrevistados, usando o bordão ‘olhe para a lente da verdade e responda’.’


 


 


INTERNET
Bruno Romani


Quedas ameaçam recursos na internet


‘Na era das redes sociais e dos serviços on-line, problema no micro também é um acontecimento coletivo.


A ideia de que armazenamento e software serão recursos consumidos on-line é o que se chama em inglês de ‘cloud computing’ -uma nuvem computacional.


Em outras palavras, é como se fazendas de servidores superpoderosos fizessem o papel que pertence originalmente ao computador pessoal. Mas, apesar de celebrado, o conceito tem revelado suas fragilidades.


No último dia 24, o Gmail apresentou mais uma falha. Os mais afetados foram usuários na Europa, pois o problema aconteceu no começo da manhã no continente.


Além daqueles que usam os serviços grátis de e-mail, todos os serviços especiais pagos usados por empresas, agências governamentais e assinantes ficaram fora do ar.


As empresas que usam o pacote on-line de escritório Google Docs também foram afetadas. Para muitos, o dia de trabalho foi perdido.


O Google respondeu ao que usuários do Twitter chamavam de ‘Gfail’ com uma compensação pelo transtorno com quinze dias de crédito aos assinantes de seus serviços.


Já para os usuários do Ma. gnolia, uma rede que marcava textos, a dor de cabeça foi bem maior.


No começo de fevereiro, o serviço caiu, e parte dos dados dos seus usuários foi perdida para sempre. No dia 17 de fevereiro, Larry Halff, o presidente do serviço, admitiu que a empresa não tinha um sistema de backup ‘tão incrível’. O site continua de portas fechadas e não tem previsão de volta.


O medo de um colapso na rede é tão velho quanto a sua existência.


Transtorno coletivo


A diferença é que, com o aumento de pessoas usando a rede para hospedar dados e softwares, transtornos que eram vivenciados de forma individual, no computador de cada um, acontecem cada vez mais de forma coletiva.


Embora especialistas concordem que a internet de modo geral não está sob risco, existe o também o consenso de que nenhum dado hospedado na rede está 100% seguro -mesmo com o avanço da tecnologia dedicada a transformar a rede num disco gigante.


Sebastien Paquet, professor de ciências da computação na Universidade de Quebec, em Montreal, conecta a falta de segurança na super-hospedagem à sua pouca idade.


Para ele, ‘décadas atrás, carros se tornaram populares por serem supostamente seguros. Demoraram várias décadas até que o cinto de segurança fosse usado. Eu acho que estamos num ponto parecido quanto à segurança de dados’.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 18 de março de 2009


 


COMPARAÇÃO
Moacir Assunção


Lula imita Chávez na retórica contra imprensa, afirma SIP


‘A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – que congrega 1.300 veículos no continente – fez um alerta em seu último relatório, divulgado anteontem em Assunção, para ameaças à liberdade de expressão em praticamente toda a América Latina. De acordo com o documento, há riscos a exercício da liberdade de expressão por causa da violência em países como Venezuela, Paraguai, México e Cuba. No Brasil e em outros países, o risco reside na retórica agressiva de governantes, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado no documento como autor de ‘críticas desmedidas’ à imprensa toda vez que o enfoque do noticiário ou de um comentário não lhe agrada. Lula é comparado ao presidente venezuelano Hugo Chávez, que usa uma ‘retórica agressiva’ contra a imprensa e os jornalistas.


A par da violência, o discurso de Chávez tem, segundo o documento, encontrado imitadores e aliados na Bolívia, Nicarágua, Honduras, Colômbia, Costa Rica, Guatemala e Uruguai, além do Brasil. Nos Estados Unidos, a ameaça maior é a crise econômica vivida pelos jornais, que ameaça seu papel de fiscalização contra a corrupção pública e privada. Também há problemas na Argentina, onde sindicalistas ligados ao governo bloquearam as oficinas gráficas dos jornais La Nación e Clarín. No geral, para a SIP, a situação deteriorou-se nos últimos seis meses, depois da última reunião, em Madri.


De acordo com a entidade, que reuniu 250 empresários e editores, somente desde outubro, seis jornalistas foram mortos nas Américas em consequência de sua profissão. Foram quatro no México – Luís Mendéz, Armando Rodriguez, Miguel Ángel Villa Goméz e David Garcia. Também ocorreram no país ataques contra profissionais e seus locais de trabalho. Mais um jornalista, David Zambrano, foi morto na Venezuela e outro, Martin Ocampo, no Paraguai.


Em Cuba, apesar da saída de Fidel Castro e sua substituição por Raúl Castro, ainda há 26 jornalistas presos, cumprindo sentenças de até 28 anos.


Na Venezuela, mais uma vez o presidente Hugo Chávez foi criticado pela entidade, por causa de seu discurso contra a imprensa e os jornalistas. ‘O presidente Chávez continuou seu trabalho incansável de humilhação oficial da imprensa. Essa retórica tem consequências concretas, como se pode observar nos violentos ataques contra jornalistas da Globovisión, em outubro, e a explosão de bombas de gás lacrimogêneo nos escritórios do jornal El Nuevo País, ambos por parte do grupo La Piedrita, que conta com a aprovação do governo.’


‘AZIA’


Entre os casos concretos citados no relatório da SIP sobre o presidente brasileiro, destaca-se o episódio da entrevista na revista Piauí, na qual ele afirmou que a leitura dos jornais lhe dá ‘azia’ e a quase expulsão, em 2004, do jornalista Larry Rother, então correspondente do New York Times, que publicou reportagem sugerindo que havia uma ‘preocupação nacional’ com supostos excessos do presidente no consumo de bebida alcoólica. Lula determinou o cancelamento do visto de Rother, o que levaria à sua expulsão, mas voltou atrás.


Além de Lula, são citados como imitadores de Chávez no continente Evo Morales, da Bolívia; Rafael Correa, do Equador; Daniel Ortega, da Nicarágua; Manuel Zelaya, de Honduras; Alvaro Uribe, da Colômbia; Oscar Arias, da Costa Rica, e Alvaro Colom, da Guatemala. ‘O exemplo mais extremo talvez seja o Uruguai, cujo governo chamou os jornalista de ?vermes?, ?palhaços? e ?filhos da puta?’, aponta o documento.


Outro problema, na visão da SIP, é que ‘muitos governos continuam usando a propaganda oficial como uma forma de punir meios de comunicação independentes e de premiar linhas editoriais a seu favor’. O relatório anota ainda que a entidade ‘apoia fortemente um clima diverso e de muitas vozes para os meios de comunicação, mas observa com alarme a crescente prática dos governos de criar ou manipular companhias de radiodifusão e publicações para convertê-los em veículos de propaganda’.’


 


 


LUTO
Vannildo Mendes


Clodovil morre aos 71 anos


‘Vítima de acidente vascular cerebral (AVC), morreu ontem o deputado Clodovil Hernandes (PR-SP), de 71 anos. Ele teve morte cerebral diagnosticada às 15h15 pelo Hospital Santa Lúcia, onde estava internado desde a manhã de segunda-feira. O corpo do parlamentar será levado hoje de manhã em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para São Paulo. Ele será velado a partir das 11h30, na Assembleia Legislativa.


O sepultamento está marcado para o fim da tarde, no cemitério do Morumbi, segundo informou o líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO), designado pelo partido para as providências do funeral. O suplente Jairo Paes Lira, do PTC de São Paulo, assumirá a vaga do deputado.


Clodovil passou mal na madrugada de segunda-feira e foi socorrido por uma equipe do Departamento Médico da Câmara pouco depois das 7 horas, após ser encontrado desmaiado, em seu apartamento em Brasília. Na ausência de familiares, a doação de órgãos do parlamentar foi autorizada pela Promotoria de Justiça, após o consentimento de assessores e pessoas próximas a ele. Os órgãos, porém, não puderam ser aproveitados.


No hospital, onde chegou por volta das 8 horas, o deputado foi submetido a drenagem de sangue do cérebro. Mas seu estado de saúde se agravou, ainda na segunda-feira, após parada cardiorrespiratória. Clodovil entrou em coma profundo e os médicos advertiram que sua situação era extremamente complicada, pois já trazia sequelas de um AVC sofrido em 2007.


Pela manhã, a equipe médica já dizia que o quadro clínico era de ‘extrema gravidade’. Clodovil passou por exames que detectaram a morte cerebral. No primeiro, o resultado foi inconclusivo, mas a situação se agravou. Às 19 horas, o coração do deputado parou de bater e ele foi oficialmente declarado morto.’


 


 


Roldão Arruda


Estilista, apresentador e político, sem travas na língua


‘Clodovil morreu com a fama de um político bem votado. Teve 493.951 votos nas eleições para a Câmara, em 2006, a terceira maior votação de São Paulo. Mas essa foi a fase mais curta de sua vida pública, iniciada há 50 anos. Antes disso foi estilista, apresentador de TV, figurinista de teatro, ator, cantor.


Por onde passou caracterizou-se como um provocador, dos mais ferinos. Certa vez chamou a prefeita Marta Suplicy de ‘perua que teve sorte’.


Seu primeiro alvo foi o estilista Dener Pamplona de Abreu, o rei da alta costura brasileira entre os 50 e 60. Ao adentrar esse mundo, com um prêmio de estilista revelação, Clodovil proclamou que era a novidade e Dener, o passado.


Clodovil nunca teve o mesmo prestígio de Dener. Mas conquistou espaço no mundo da alta costura e lá permaneceu até que ela começou a perder espaço. Para ele, as modelos de hoje, que desfilam no São Paulo Fashion Week, não têm nada a ver com as do passado: ‘Moda era fascínio, glamour, não um bando de esquálidas com andar de vaca tropeçando.’


Nos anos 70, ficou famoso ao participar de um programa de perguntas e respostas, chamado 8 ou 800, na TV Globo. Respondeu sobre a vida de Dona Beja, cortesã mineira do século 19.


A fama cresceu nos anos 80, ao apresentar um quadro do programa matinal TV Mulher, na Rede Globo – o mesmo programa que tornou conhecida a sexóloga Marta Suplicy. Depois dessa experiência bem-sucedida, não deixou mais a TV. Passou pela extinta Rede Manchete, pela Bandeirantes, Rede TV e, finalmente, pela TV JB.


Em todos os canais causou polêmicas. Na Rede TV, se desentendeu com a direção da emissora e deixou o programa no ar. Em 2004, foi acusado de racismo, por ter se referido à vereadora paulistana Claudete Alves (PT), que é negra, como ‘uma macaca de tailleur, metida a besta’.


Natural de Elisiário, interior de São Paulo, Clodovil faria 72 anos em junho. Chegou à Câmara eleito pelo nanico PTC, que logo trocou pelo PR. Em 2007 enfrentou críticas ao afirmar as que mulheres hoje ‘trabalham deitadas e descansam em pé’. Questionado pela deputada Cida Diogo (PT-RJ) sobre essa declaração, respondeu que ela não deveria se ofender, porque nunca poderia se prostituir: ‘A senhora é uma mulher feia.’


Entre os projetos que apresentou, existe uma proposta de emenda constitucional que reduz o número de deputados dos atuais 513 para 250.’


 


 


INTERNET
Renato Cruz


Banda larga tem aumento de 45,9% no País


‘Os serviços de telefonia celular de terceira geração (3G) incentivaram o crescimento da banda larga brasileira. No ano passado, o número de acessos de internet rápida aumentou 45,9%, chegando a 11,817 milhões. As conexões móveis ficaram com 16,8% do total. No fim de 2007, eram apenas 7,4%. ‘Muita gente usa o acesso móvel no desktop (computador de mesa), porque onde mora não existe outra opção de tecnologia’, disse Mauro Peres, diretor-geral da consultoria IDC Brasil, responsável pelo estudo.


Feito sob encomenda para a Cisco, fabricante de equipamentos de comunicação, o estudo apontou que existiam 5,16 conexões de banda larga por 100 habitantes, comparados a 4,6 no primeiro semestre de 2008. O número está abaixo do de países como Chile (8,5), Argentina (7,8) e Uruguai (5,2). ‘Ainda existe um grande espaço para avançar’, disse Rodrigo Abreu, presidente da Cisco do Brasil.


O avanço da internet rápida apresentou uma desaceleração no quarto trimestre de 2008, como reflexo da queda nas vendas de computadores. ‘Em janeiro e fevereiro, o mercado já deu sinais de melhora, incentivado por promoções mais agressivas por parte das operadoras’, apontou Peres. O número de acessos móveis inclui somente modems para navegar nos computadores, sem levar em conta os celulares inteligentes.


Para este ano, a previsão é de que o mercado cresça entre 20% e 30%, afetado principalmente por uma queda prevista de cerca de 20% na venda de computadores. Segundo Peres, a chegada da banda larga móvel em cidades onde não existe outra opção tecnológica deve ser um fator de crescimento.


Segundo um outro estudo, divulgado pela E-Bit, o faturamento do comércio eletrônico brasileiro aumentou 30% em 2008, chegando a R$ 8,2 bilhões. Para este ano, a expectativa de crescimento está entre 20% e 25%, fazendo com que a receita do varejo virtual ultrapasse pela primeira vez os R$ 10 bilhões. Mais de 13 milhões de brasileiros já compraram pela internet. A pesquisa mostrou que 73% dos consumidores online estão preocupados com a situação econômica. Mesmo assim, 48% deles compraram pela internet no último Natal o equivalente ou mais do que em 2007.’


 


 


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Ibope reanima Globo


‘A direção da Globo respirou aliviada com a estreia de Paraíso, anteontem. Com roteiro e direção competentes, o primeiro capítulo rendeu 25 pontos de audiência e 47% de share, ibope no universo de aparelhos ligados. Foi mais que o último capítulo de Negócio da China (23 pontos), que fechou sua média total em 20,3 pontos, a mais baixa na história do horário, e 38,4% de share, patamar bem inferior aos 50% que a Globo almeja.


O remake de Paraíso mistura elementos de outras novelas de Benedito Ruy Barbosa – peão tocando berrante em plano aberto é puro Pantanal, e o sujeito que finca um facão no pé de um jequitibá, tendo salvado outro, devorado por formigas, remete a Renascer.


AUDIÊNCIA


Desde Alma Gêmea (2005/2006), a Globo amarga queda no horário, a saber:


Alma Gêmea: 38,6 pontos de audiência e 62% de share;


Sinhá Moça: 33,1 pontos e 52,9% de share;


O Profeta: 31,8 pontos e 55,2% de share;


Eterna Magia: 25,9 pontos e 44,4% de share;


Desejo Proibido: 23,4 pontos e 42,5% de share;


Ciranda de Pedra: 21,9 pontos e 38,2% de share.’


 


 


LIVRO
Roberta Pennafort


Na Justiça, a batalha por um livro


‘Na segunda-feira, o jornalista e escritor Toninho Vaz obteve na Justiça vitória contra a editora Record. Pelo menos por enquanto, conseguiu impedir, através de liminar, que seja comercializada, à sua revelia, uma versão que ele considera ‘tosca’ de seu livro sobre o Solar da Fossa, pensão da zona sul do Rio que abrigou artistas entre os anos 60 e 70.


É o início de uma briga feia entre o autor e aquele que se anuncia como o maior grupo editorial da América Latina. ‘Esta é a minha tragédia’, diz Vaz, que publicou três livros na casa. O relacionamento, ele conta, sempre foi ‘tumultuado’. Atingiu seu pior momento durante a feitura do livro sobre o Solar da Fossa.


Segundo Vaz, o contrato, assinado em 2006, venceu no dia 18 de janeiro passado. Uma primeira versão fora entregue à editora um ano antes (a previsão era que estivesse nas livrarias em 2008, por ocasião dos 40 anos de Maio de 68).


São esses originais, inacabados, de acordo com o escritor, que agora estão sendo lançados pela Record – sem as fotos reunidas por ele, 20 páginas que acrescentou de lá para cá e o prefácio assinado pelo jornalista e escritor Ruy Castro, que o ajudou na pesquisa.


‘Eles reconheceram o desleixo deles. O contrato venceu e eles não tinham lido os originais, que me foram devolvidos. Mas ficaram com uma cópia. Agora soube, por meio de um amigo que trabalha na editora, que estão correndo para lançar 3 mil exemplares de uma edição tosca, sem a minha autorização e com outro título. Eles só mentem pra mim’, desabafa Vaz, que sonha lançar Solar da Fossa – A República dos Magros em outra editora (já teria proposta de duas, mas não revela quais são).


Na mesma segunda-feira em que sofreu um revés na Justiça, a Record começou a divulgar o lançamento de Solar da Fossa – Histórias e Canções de Um Templo da Contracultura.


Ontem, a Record enviou uma nota à imprensa informando que ‘considera cumprido’ o contrato com Vaz, de quem publica ‘Solar da Fossa com o mesmo cuidado e profissionalismo com que tratamos todos os nossos livros, inclusive os anteriores dele’.


‘Contratualmente, a última parcela do adiantamento só seria paga mediante entrega do original. O original foi entregue pelo autor, tanto que o pagamento ocorreu, somando uma quantia considerável para os padrões do mercado brasileiro. Confiamos estar levando ao leitor uma obra importante que retrata um período marcante da história cultural do Rio de Janeiro e do País’, diz ainda a nota.


A editora não explica o fato de o original em questão não ser o definitivo, e sim uma versão melhorada pelo autor depois de entregue. Demais esclarecimentos serão dados à Justiça.


Uma audiência de conciliação foi marcada para o dia 20 de maio. A Justiça definiu que a Record terá de pagar multa única de R$ 20 mil, caso insista em vender o livro até lá.


Ontem, a reportagem telefonou para três grandes livrarias do Rio, que informaram que o receberiam entre sexta e segunda-feira que vem.’


 


 


 


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