Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Restrições à mídia em pleno século 21

Estamos longe do dia 3 de maio, mas o Dia da Liberdade de Imprensa já poderia ser lembrado. O que estamos vivenciando não é algo novo. Todavia, deve-se ficar em alerta com as sucessivas represálias dos governos ditatoriais em relação à imprensa.

Sendo sincero, a censura sempre existiu. Desde a época do Renascimento, quando a Igreja publicava a lista dos livros proibidos para os católicos no famoso Index, a liberdade estava limitada. No Brasil, na era do Estado Novo, o Departamento de Imprensa e Propaganda reprimia tudo que era imoral e antiético para com o governo getulista. E, por incrível que pareça, em pleno século 21 ainda existem restrições para com as mídias. O exemplo mais recente foi o repórter Andrei Netto. Conforme matéria publicada no dia 11 de março no Diário Catarinense, o enviado especial do Estadão à Líbia foi liberado após ter ficado preso por oito dias. A própria revista Exame, no dia 16, publicou uma matéria em que condena ‘… a violência contra os jornalistas na Líbia e lamentou que a morte de um cinegrafista da emissora Al Jazira no sábado tenha levado essas intimidações `a um novo extremo´’.

No começo do século passado, George Bernard Shaw, jornalista e dramaturgo irlandês, afirmava que ‘liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela’. Assim sendo, inúmeros questionamentos são levantados e com base nisso se propõe um novo pensamento: até onde vai o limite de um profissional da comunicação? A partir desse contexto, os acadêmicos de Comunicação Social do 3º período da Univali, em Itajaí (SC), são submetidos a criar um projeto que vise à abordagem dessas questões.

Os meios de comunicação de massa, tão idolatrados como sendo o quarto poder, sempre serão uma pedra no sapato em qualquer governo, seja ele de esquerda ou não. Já dizia o poeta e cronista brasileiro Carlos Drummond de Andrade: ‘A liberdade é defendida em discursos e atacada com metralhadoras.’ Portanto, que o povo seja os escudos dessas armadilhas, um quinto poder.

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Estudante de Jornalismo, Blumenau, SC