Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Sem salas de projeção, país tem festival cinematográfico

O primeiro festival de filmes da Arábia Saudita, com início na semana passada, não contém a palavra ‘cinema’ em seu nome. O motivo é curioso: salas de cinema são proibidas no país. O ‘Jeddah Visual Show Festival’ disponibilizará ao público, durante o mês de julho, produções nacionais. ‘O Ministério da Informação e Cultura pediu para não chamarmos o festival de cinema, mas de shows visuais. Esperamos que mostrando estes filmes tenhamos mais aceitação do cinema no país’, afirma Mishael al-Enazi, diretor do evento.

Exibir filmes ao público ainda é tabu na Arábia Saudita, onde conservadores defendem que qualquer representação da figura humana é proibida no Islã e vêem a indústria cinematográfica americana como imoral e violenta. O cinema também possibilita que homens e mulheres desconhecidos permaneçam juntos em um mesmo ambiente, o que é considerado pecado na Arábia Saudita – local onde nasceu o Islã.

Apesar de todas as críticas, a empresa de entretenimento Rotana, de propriedade do príncipe bilionário saudita Alwaleed bin Talal, começou a produzir filmes de longa duração no país. ‘Os filmes apresentados no festival não entram em conflito com os costumes e tradições da Arábia Saudita e tratam de questões nacionais como terrorismo e vida cotidiana no país e no Golfo’, informava uma nota oficial publicada na imprensa. Informações Andrew Hammond [Reuters, 13/7/06].