Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

SIP apoia término da obrigatoriedade do diploma


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


************


Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 11 de novembro de 2009


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Israel & Palestina


‘As agências vinculam a visita do presidente de Israel à do presidente do Irã.


E avaliam que ‘sublinha a ambição do Brasil de ter um papel mediador, parte da aspiração de um perfil internacional à altura de seu peso econômico crescente’. Na cobertura israelense, o foco é outro. Na submanchete on-line do ‘Jerusalem Post’, ‘Shimon Peres tenta cortejar velho amigo Mahmoud Abbas’, o presidente da Autoridade Palestina que anunciou que não vai se candidatar à reeleição, reagindo à aceitação das colônias judaicas pelos EUA.


A submanchete on-line do ‘Haaretz’ foi na mesma linha, mas ressaltando seu pedido de apoio da Síria. Abbas, destacam os sites, ‘visita o Brasil no fim do mês’.


Ao fundo, na home do ‘Financial Times’, a editora de Oriente Médio avisou que a recusa de Abbas é séria e ‘mostra como se extinguiu rápida e dramaticamente a esperança em Obama’.


UM ANO DEPOIS


Na capa da revista ‘Valor Investe’, por Raquel Balarin, ‘a história não contada do ataque ao Unibanco’. Relata ‘os episódios dramáticos que aceleraram a fusão com o Itaú’, dez dias depois, e a ‘tática de guerra no mercado para segurar os preços das ações’. Destaca, a certa altura, que a ‘CVM investiga se a recompra de ações foi simultânea às negociações com o Itaú’


FED FRACO


Na manchete on-line do ‘Financial Times’, com enunciado significativo, ‘Projeto dos bancos busca retirar poderes do Fed’.


O ‘Wall Street Journal’ foi mais simpático, dizendo que a reforma do senador democrata Chris Dodd, de Nova York, ‘busca mudanças ambiciosas’, com a restrição da ‘regulação’ do setor financeiro a uma só instituição.


TAIWAN & BRASIL


O ‘FT’, que agora segue em tempo real o mercado financeiro do Brasil, postou que o dólar fraco ‘amplifica lucros’, daí a alta na Bovespa. Avisa que pode mudar.


E o site financeiro Seeking Alpha destacou que ‘Taiwan dá uma de Brasil’ (pulls a Brazil). A Comissão de Supervisão Financeira do país adotou restrições à movimentação de capital externo.


DE FORMA A IMPEDIR


Na manchete do ‘Valor’ de ontem, ‘Bancos fecham operação de R$ 6 bilhões para Telefônica’.


É para a empresa espanhola elevar sua oferta de compra da tele paranaense GVT, ‘segundo as instituições financeiras, de forma a impedir que a francesa Vivendi entre no Brasil’. Ecoou por Bloomberg e demais. A operação tem como ‘bancos líderes’ Bradesco, HSBC, Banco do Brasil e Votorantim.


ASPECTOS


O site Teletime deu que ‘o Ministério Público abriu consulta pública a todos os que tiverem considerações e informações sobre a aquisição da GVT pela Telefônica, ‘aspectos concorrenciais’.


TELEPÃO


E o site Blue Bus destacou, a partir do post de um consultor, que ‘o Pão de Açúcar, maior rede de supermercados do país, está se preparando para se tornar uma operadora de telefonia móvel’.


GUERRA MODERNA


No lançamento do game Modern Warfare 2, ontem nos EUA, o ‘WSJ’ entrou na fila e elogiou o jogo ‘complexo e visualmente excitante’, mas alertou que estimula a matar civis. E tem favela do Rio por cenário


PARA NEGÓCIOS


Em longa reportagem com a foto acima, o ‘NYT’ destaca o ‘influxo de dinheiro de negócios no Rio’, que com os Jogos se torna ‘cada vez mais um destino sério de empresários’, concorrendo com São Paulo.’


 


 


AMÉRICA LATINA


Silvana Arantes


SIP pede à Argentina que revise lei de mídia


‘A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) pediu a revisão pelo Congresso argentino da recém-aprovada Lei de Serviços Audiovisuais e considerou-a ‘um indício da deterioração da liberdade de imprensa nas Américas’.


A resolução da SIP foi divulgada ontem, em Buenos Aires, no encerramento da 65ª assembleia geral da entidade, que reuniu cerca de 500 jornalistas e editores de diversos países, desde a última sexta-feira.


Preocupada com as ‘consequências negativas’ da lei argentina para ‘a liberdade, a diversidade e a sustentabilidade dos meios de comunicação’, a SIP apela aos legisladores que assumirão no próximo mês para que façam uma reforma no sentido de dotar a lei de ‘critérios razoáveis e condizentes com os parâmetros internacionais em vigor’ sobre o tema.


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, diz que a Lei de Serviços Audiovisuais tem por objetivo ‘desmonopolizar o setor’ e ampliar o acesso à propriedade de rádios e TVs. Na prática, a lei desfavorece o Grupo Clarín -maior conglomerado de mídia argentino, crítico ao governo-, que terá de reduzir seus negócios no mercado de TV, segundo os limites fixados pela nova lei.


Procurado pela Folha, o governo argentino disse que não pretendia se manifestar sobre a resolução da SIP.


Brasil


O relatório da SIP menciona a censura prévia a que está submetido o jornal ‘O Estado de S. Paulo’ como ‘um vexame para a democracia brasileira’.


O jornal está proibido pela Justiça de publicar dados sobre investigação da Polícia Federal envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


A SIP pede que se ‘restaure a total liberdade de imprensa no Brasil, cuja Constituição proíbe restrições prévias aos meios de comunicação’. À família Sarney a SIP ‘expressa a decepção’ por usar ‘mecanismos que contradizem e violam os direitos de informar e ser informado, que são pilares de um sistema democrático defendidos por essa família no passado’.


O presidente do Senado divulgou nota em que critica a conclusão da SIP. ‘A nota da SIP é tendenciosa e não honra seu nome. Ninguém numa democracia tem o privilégio de não ser demandado na Justiça. Não é verdade que a família Sarney -figura inexistente no direito e no caso concreto- tenha feito qualquer restrição ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’. A decisão é da Justiça, a que todos somos submetidos, e a ação proposta é de absoluta responsabilidade de meu filho Fernando Sarney, maior de 54 anos de idade e responsável por sua atitudes.’


Entre os ‘incidentes sobre liberdade de expressão’ registrados no Brasil pela SIP, figura ainda a proibição pela Justiça do Rio de Janeiro ao colunista da Folha José Simão de escrever sobre a atriz Juliana Paes. Imposta em julho, a proibição foi revogada em setembro.


Outros países


O relatório ‘denuncia’ a Venezuela, pelas ‘leis violadoras dos princípios democráticos’ e confere ‘a mais profunda condenação à suspensão das garantias constitucionais, que derivaram no desrespeito à liberdade de imprensa, entre outras restrições’ em Honduras após o golpe de Estado de 28 de junho deste ano.


Uma resolução exorta Evo Morales a se abster de insultar jornalistas e meios de comunicação -o presidente boliviano reagiu ainda ontem dizendo que a SIP deveria ‘educar alguns jornalistas’ para que o respeitem.


Preocupam a SIP também as restrições à liberdade de imprensa em Cuba e no Equador (veja quadro nesta página).


‘Em todo o continente se observa uma injustificada tendência ao autoritarismo’, diz o documento da SIP.’


 


 


Propriedade intelectual entra na pauta


‘A próxima assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, em março de 2010, em Aruba, terá na pauta oficial de discussões a Declaração de Hamburgo.


Trata-se de um documento internacional em defesa do respeito às leis de propriedade intelectual para textos jornalísticos reproduzidos na internet. O texto foi lançado por iniciativa de um grupo de empresários de comunicação alemães, em junho deste ano.


A Folha, a ANJ (Associação Nacional de Jornais), ‘O Globo’ e ‘O Estado de S. Paulo’ aderiram à Declaração de Hamburgo durante a 65ª assembleia da SIP, que terminou ontem, em Buenos Aires.


‘As conversas com editores do Brasil nos fizeram perceber que esse tema diz respeito não só à Europa’, disse à Folha o editor alemão Florian Nehm, do Conselho Europeu de Publishers.


É premissa da Declaração de Hamburgo que, ‘para manter a independência econômica das empresas jornalísticas, é preciso terminar com a doação de conteúdos digitais e proteger a propriedade intelectual’, assinala Nehm.


Para os signatários do documento, o fato de indexadores de notícias distribuírem gratuitamente conteúdo jornalístico produzido por outras empresas, sem que elas sejam remuneradas, ameaça a economia do setor.


Nehm diz que os indexadores de notícias atraem cada vez mais publicidade devido à divulgação de notícias apuradas com rigor por empresas jornalísticas, enquanto essas mesmas empresas sofrem queda no volume de anunciantes.


A solução, segundo ele, passará por reformas nas legislações de direitos autorais, segundo os critérios de cada país. Mas o fato de a Declaração de Hamburgo reunir empresas do mundo inteiro poderá promover ‘o diálogo e a conquista de certa capacidade de escuta [das empresas de internet]’.’


 


 


TELEVISÃO


Sílvia Corrêa


Globo prepara especial de fim de ano para Ivete Sangalo


‘A cantora Ivete Sangalo deve apresentar um dos especiais de final de ano da TV Globo, menos de três meses após dar à luz Marcelo, seu primeiro filho.


O formato será mais leve do que o ‘Estação Globo’, um enorme musical que ela comandou nos últimos quatro anos e que só voltará em 2010.


Além do programa de Ivete e do especial de Roberto Carlos, a emissora tem quatro grandes apostas para o final de ano -três com textos de humor.


A parceria entre Guel Arraes e Claudio Paiva foi a última a ter detalhes definidos. Com o nome provisório de ‘Odeio Você’, será uma novela dentro da novela: em tom cômico, o programa mostrará uma trama de ficção e as relações entre os personagens nos bastidores.


A exibição esta prevista para a noite de 23 de dezembro, mesmo dia em que deverá ir ao ar o ‘Do-Ré-Mi-Fábrica’, que mostrará como uma guitarra de uma corda só transformou a vida de Tom (Maicon Coelho) e dos gêmeos Ludovico e Arquimedes (Lázaro Ramos). Coelho, 12 anos, é de Rondônia e foi descoberto pelo YouTube.


Já ‘Os Caras de Pau’ terá cinco episódios, entre 13 de dezembro e 10 de janeiro, com Leandro Hassum e jovens comediantes convidados. O primeiro tema será noivado.


Em 29 de dezembro, uma homenagem a Chico Anysio, 78: ele viverá 20 de seus mais de 700 personagens no navio cenográfico ‘Ventos Anysios’.


ANO NOVO RURAL


A Record fará a virada de ano ao vivo, direto de ‘A Fazenda’. Será a primeira vez que um reality nacional estará no ar durante o Réveillon, mas os confinados terão a companhia de Britto Jr. e muitos convidados.


NOVOS ÁGUIAS


Custou R$ 4 milhões cada um dos dois novos helicópteros que a mesma Record comprou e equipou para o telejornalismo em São Paulo e no Rio. O zoom permite a leitura das placas dos carros lá embaixo. O de São Paulo já está no ar. O do Rio sobe nas próximas semanas.


MINEIRINHOS


O Águia Dourada, que voava em São Paulo, foi para Porto Alegre. A aeronave que era do Rio vai para Belo Horizonte. Minas é o principal foco do jornalismo da Record em 2010.


MAYA NO EMMY


A atriz Juliana Paes apresentará uma das categorias na premiação do Emmy Internacional -o Oscar da TV-, na cerimônia do dia 23, no Hilton de Nova York. O Brasil tem cinco indicados, todos da Globo, só atrás da Grã-Bretanha.


LEILÃO DO BEM


Uma panela de Edu Guedes, um timbau de Ivete Sangalo, uma prancha de Cauã Reymond, uma calça de Cauby Peixoto, um par de sapatos vermelhos de Marisa Orth. Interessado? Tudo vai a leilão no dia 16, às 22h30, no teatro Juca Chaves (SP). O lance mínimo varia de R$ 2.000 a R$ 3.000. O dinheiro vai para cinco ONGs.


DEMITIDA Adriana Colin, a moça do merchandising, foi demitida do ‘Faustão’. Sai do ar em janeiro.’


 


 


Lúcia Valentim Rodrigues


Boa audiência da naval ‘NCIS’ cria franquia em Los Angeles


‘O sol nunca para de brilhar no quartel-general de ‘NCIS Los Angeles’. Mas é só um truque de iluminação. A casa onde seis agentes se camuflam foi montada nos estúdios da Paramount, em Los Angeles. Entretanto, seu criador, Shane Brennan, diz que nada do seriado é rodado em computação gráfica. ‘Escolhemos não recriar nada. Tudo o que aparece usa tecnologia real, já em operação hoje.’


Isso inclui, por exemplo, uma tela gigante acionada pelo toque, em que o operador pode selecionar uma câmera, acionar um vídeo ou dar zoom em uma cena. Ou embarcar numa viagem numa câmera que simula um satélite entrando nos EUA, depois na Califórnia, no estúdio e finalmente na sala onde estão 60 jornalistas.


Segundo Brennan, 52, a criação desse complexo ‘não custou mais do que US$ 1 milhão’. ‘Esperamos que o seriado dure dez anos para amortizar o prejuízo’, ri o australiano, que também assina a versão original, já na sétima temporada.


No 22º episódio do ano passado foi apresentada a unidade de Los Angeles do Naval Criminal Investigative Service, agência federal que investiga crimes envolvendo as Forças Armadas dos EUA. A grande repercussão gerou o convite para desmembrar a nova equipe em uma série própria.


Na nova trama, Chris O’Donnell vive G. Callen, principal ‘camaleão’ de uma equipe de agentes infiltrados. Seu passado é tão obscuro que ele nem sabe o que significa a letra de seu nome. Só lembra que passou por dezenas de casas adotivas. ‘A cada episódio, encontramos mais uma dica de sua biografia. Por enquanto, estou tão curioso quanto você’, diz o ator de 39 anos.


Brennan desconversa: ‘A série é sobre a busca por seu passado. Quem sabe no final de uma futura 15ª temporada a gente mostra o que é esse G’. Embora o original seja exibido no AXN, esta versão estreia em março no canal pago A&E.


A jornalista LÚCIA VALENTIM RODRIGUES viajou a convite do canal Sony’


 


 


 


************


O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 11 de novembro de 2009


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Ariel Palacios


SIP vê deterioração das liberdades


‘A 66ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) foi encerrada ontem com um alerta sobre a ‘deterioração das liberdades’ na América Latina. A SIP, que reuniu mais de 500 editores de jornais das Américas ao longo de cinco dias em Buenos Aires, apresentou relatório anual no qual aponta ‘ação coordenada de governos para controlar a imprensa’, além da atitude, por parte de altos dirigentes de ‘submeter os meios de comunicação ao desprestígio’. Destaca ainda ‘um avanço fora do normal da violência contra os jornalistas’ na região.


Segundo a SIP, a América Latina está sendo assolada pela ‘proliferação de mecanismos legislativos e arbitrárias decisões judiciárias’ que em um ‘ambiente de debilitamento da democracia servem para assediar’ os jornalistas e as empresas de mídia.


O relatório condena a prisão de 27 jornalistas em Cuba, que receberam penas de 1 a 28 anos de detenção, por tentar exercer a liberdade de expressão no país. Exige sua ‘liberação incondicional’ e o fim das ‘ações repressivas’ contra blogueiros independentes na ilha.


A SIP também ressaltou preocupação pelo assassinato de 16 jornalistas nos últimos oito meses – metade no México. E pediu ‘maior empenho na investigação’ dos crimes.


CHÁVEZ


A entidade indicou que o governo de Hugo Chávez, da Venezuela, vem ‘exportando ideologia’ para outros países da região, que também começam a aplicar duro tratamento à mídia independente. Avalia que ‘não é coincidência que diversos governos estejam unidos’ na política aplicada por Chávez, que propôs ‘uma lei de delitos midiáticos’ e fechou 34 estações de rádio. Segundo o relatório, o presidente venezuelano ‘avança na imposição de um governo antidemocrático’ e tem como meta a ‘hegemonia comunicacional’.


A SIP indica que a tendência de interferência na liberdade de imprensa repete-se de forma ostensiva no Equador, onde o presidente Rafael Correa pretende implementar a Lei de Comunicação, que implicará restrições à ação da mídia. É o caso também da Argentina, em que o governo da presidente Cristina Kirchner aprovou recentemente a polêmica Lei de Mídia, ‘no marco de uma inédita campanha de hostilidades contra os meios de comunicação independentes’.


Além disso, a entidade alerta para riscos de cerceamento da liberdade de expressão em outros países por intermédio de leis que foram recentemente propostas, como Colômbia, Chile e Uruguai. A SIP também indicou que o Brasil ‘está organizando uma conferência nacional sobre mídia que poderia derivar na criação de medidas de controle da imprensa’.


Liminar do Tribunal de Justiça do DF em ação movida por Fernando Sarney proíbe o jornal de publicar dados sobre a investigação da PF


acerca de negócios do empresário, evitando assim que o ‘Estado’ divulgue reportagens já apuradas sobre o caso’


 


 


Resolução cobra fim da censura ao ‘Estado’


‘A Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) criticou ontem a censura aplicada ao Estado há 103 dias, medida que impede a publicação de detalhes de investigação da Polícia Federal que envolve Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


Durante sua reunião na capital argentina, concluída ontem, a SIP resolveu solicitar aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de outras autoridades do Poder Judiciário, ‘a interferência e ação imediatas para acelerar o processo de restabelecimento da plena liberdade de imprensa no país’. A entidade destacou que a Constituição brasileira ‘clara e definitivamente’ inibe a imposição de censura prévia aos veículos de comunicação.


A Assembleia-Geral da SIP também tomou a decisão de manifestar ao grupo de comunicação da família Sarney ‘sua decepção diante do constrangimento a que submeteu o jornal O Estado de S. Paulo e seus diversos veículos de comunicação por meio de um processo e de mecanismos, no mínimo, repleto de contradições e de violações aos direitos de informar e de ser informados, pilares do regime democrático, outrora tão defendidos por aquela família’.


Os representantes da SIP ressaltaram que as reportagens e informações que o Estado vinha publicando sobre o caso baseavam-se em gravações telefônicas ‘obtidas de forma legítima pelo jornal’.


Além disso, a entidade classificou de ‘incompreensível’ a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal de manter a censura apesar da remoção do desembargador Dácio Vieira do caso, por seus comentários críticos sobre o jornal.


A SIP considerou ainda ‘contraditória’ a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que declarou-se incompetente para julgar o caso, remetendo-o para a Justiça Federal do Estado do Maranhão, ao mesmo tempo em que mantinha a liminar do desembargador Vieira, confirmado a censura.


A SIP destacou que a Declaração de Chapultepec – decálogo dos princípios de liberdade de imprensa na América Latina – estabelece que ‘nenhum meio de comunicação ou jornalista deve ser sancionado por difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias contra o poder público’.


ÍNTEGRA DA RESOLUÇÃO


Considerando que o Brasil convive, há mais de três meses, com um caso de censura judicial imposta ao jornal O Estado de S. Paulo, sob a alegação de que o segredo de justiça, em ação que apura supostas irregularidades praticadas pelo empresário Fernando Sarney, alcança as informações, obtidas de forma legítima pelo jornal relacionadas às investigações da operação Faktor, da Polícia Federal, e que a decisão o impede, desde 31 de julho, de publicar reportagens sobre o assunto


Considerando que a decisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, proíbe ainda os demais veículos de comunicação do Grupo Estado – emissoras de rádio, televisão, agencia de notícias e internet – de utilizarem ou citarem informações sobre o caso publicadas por O Estado de S. Paulo, sob pena de, em caso de descumprimento, incorrerem em multa de R$ 150 mil para ‘cada ato de violação do presente comando judicial’


Considerando que as reportagens e informações das investigações que O Estado de S. Paulo vinha publicando baseavam-se em gravações, obtidas de forma legítima, pelo jornal de conversas telefônicas entre o referido empresário e diversas pessoas, entre as quais seu pai, José Sarney, ex-presidente da República e atual presidente do Senado Federal, cuja família, entre outros negócios, controla um grupo de comunicação que inclui jornal, rádio e televisão


Considerando que, em sua defesa, O Estado de S. Paulo protocolou recurso alegando, inclusive, conflito de interesses por parte do desembargador Vieira (‘exceção de suspeição’), pelo fato de ser ex-funcionário do Senado, presidido por José Sarney, e evidências de que mantinha relações pessoais muito próximas com essa família


Considerando que mesmo assim, o desembargador se declarou competente para julgar o processo e fez, na oportunidade, comentários críticos ao jornal, o Grupo Estado ingressou, com novo pedido de suspeição e, em 15 de setembro, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal declarou Vieira suspeito para decidir sobre o pedido de censura, e indicou para o seu lugar como relator, o desembargador Lecir Manoel da Luz


Considerando que, apesar disso, a decisão original, que estabelecia a censura prévia foi incompreensivelmente mantida Considerando que em 30 de setembro, em nova decisão contraditória, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal se autodeclarou incompetente para julgar o caso, remetendo-o à Justiça Federal no Estado do Maranhão, ao mesmo tempo em que mantinha a liminar do desembargador Vieira confirmando a censura Considerando que, em 21 de outubro, ao julgar novo recurso do jornal, a 5ª Turma do Tribunal de Justiça do Distrito Federal confirmou sua decisão de 30 de setembro, mantendo a censura imposta


Considerando que o princípio 10 da Declaração de Chapultepec estabelece que ‘nenhum meio de comunicação ou jornalista deve ser sancionado por difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias contra o poder público’


A assembleia da SIP resolve: solicitar aos presidentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, e demais autoridades competentes do Poder Judiciário, a interferência e ação imediatas para acelerar o processo de restabelecimento da plena liberdade de imprensa no País, cuja Constituição Federal tão clara e definitivamente inibe a imposição de censura prévia aos veículos de comunicação manifestar ao grupo de comunicação da família Sarney a sua decepção diante do constrangimento a que submeteu o jornal O Estado de S. Paulo e os seus diversos veículos de comunicação, por meio de um processo e mecanismos, no mínimo, repletos de contradições e de violações aos direitos de informar e de ser informados, pilares do regime democrático, outrora tão defendidos por aquela família.’


 


 


CANUDO


Entidade apoia término da obrigatoriedade do diploma


‘Uma das resoluções aprovadas ontem pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) pede aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados no Brasil que seja preservado o entendimento de que o diploma de jornalista não deve ser obrigatório para o exercício da profissão – conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal.


A SIP observa que há propostas tramitando no Congresso Nacional com o objetivo de reintroduzir a exigência do diploma. Também cita projeto no Equador que ‘estabelece, entre outros mecanismos de controle dos meios, a obrigação de diploma universitário para os jornalistas e sua filiação a uma associação’.


Outra resolução relacionada ao Brasil enumera diversos casos de violência contra jornalistas e aponta a impunidade como característica comum. A entidade cobra a participação da Polícia Federal na investigação de crimes contra profissionais da imprensa. A SIP cita, entre outros, o caso do jornalista Manoel Leal de Oliveira, assassinado em janeiro de 1998, e exige que governo da Bahia indenize ainda neste ano a família da vítima.’


 


 


INTERNET


Web é alvo por violação de propriedade intelectual


‘Editores que participaram da Assembleia Geral da SIP abriram espaço para os problemas que os jornais enfrentam com a internet, principalmente os conflitos com as violações sobre a propriedade de conteúdo jornalístico reproduzido na web.


De acordo com Florian Nehm, diretor de Sustentabilidade e Management de Ideias da Axel Springer e representante do Conselho Europeu de Editores, sites como o Google colocam em suas páginas de notícias conteúdos elaborados por empresas jornalísticas, mas não compartilham os lucros obtidos pela publicidade com notícias reutilizadas. ‘Queremos mudar isso’, diz Nehm.


Em julho, empresas jornalísticas – principalmente da Europa – elaboraram a Declaração de Hamburgo para fundamentar a necessidade de proteger a propriedade intelectual na internet. A iniciativa conta com o respaldo de jornais alemães e de diversos periódicos da Europa.


O documento tem também o apoio do The Wall Street Journal, de Nova York, do portenho La Nación e do Estado. A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) aderiu ao movimento durante a realização da Assembleia Geral da SIP.’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Fórmula esvaziada


‘O programa com o maior número de apresentadores da TV, o Hoje em Dia, da Record, corre o risco de ter sua fórmula de sucesso desmanchada.


Prestes a estrear A Fazenda 2, e com pelos menos mais duas edições do reality previstas para 2010, Brito Jr., parte da formação original do programa, não deve mais voltar. Com o término de seus compromissos comerciais no final do ano – merchandisings -, Ana Hickmann é outra da trupe inicial que deixa a atração.


O culinarista Edu Guedes, que até já ganhou clone para suas folgas, também quer alçar voo solo na Record, assim como Chris Flores.


Apesar de sua média de audiência ter crescido, de 3,3 pontos em 2005, ano de sua estreia, para 6,6 este ano, o Hoje em Dia perdeu ibope e ficou um tanto descaracterizado nos últimos meses, com a constante troca de apresentadores e tantas contratações.


Segundo medição do Ibope na Grande São Paulo, em outubro de 2008, com sua formação original, a atração registrou média de 7 pontos no horário. Este ano, até o momento, o programa vem registrando no mês média de 5,6 pontos de ibope.’


 


 


 


************