Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Site sobre os 40 anos do AI-5

Gosto muito do site e do programa do Observatório da Imprensa, e gostaria de convidar o jornalista Alberto Dines e seus articulistas a visitarem o site que a 46ª turma de trainees da Folha de S.Paulo, da qual participei, preparou sobre os 40 anos do AI-5, a partir de sugestão do jornalista Elio Gaspari. O destaque é a animação que fizemos com os principais momentos da reunião do AI-5, mas o site contém ainda informações sobre o que significou o AI-5, biografias dos personagens, fotografias de 1968 numa linha do tempo e relacionadas ao AI-5 (Palácio Laranjeiras, reuniões do Conselho de Segurança Nacional), fac-símile do original da ata e dos jornais do dia seguinte ao ato, entre outros materiais, que, permanentemente no ar, podem servir para consultas e, quem sabe, diminuir a desinformação que há sobre o que foi o AI-5. Vejam aqui.


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Penso que é preciso fazer alguma coisa – principalmente pelo Congresso – a respeito da má qualidade da programação televisiva e da invasão de pastores que usam a TV em vários canais ao mesmo tempo – quase em rede nacional, a noite inteira, sem uma proposta laica de programação que leve entretenimento e informações construtivas à população. É preciso tirar o Ibope como parâmetro de programação e trocá-lo por algo que meça a qualidade da programação.


Outra coisa é a incoerência dos meios televisivo e radiofônico permanecerem nas mãos de políticos e religiosos. Parece que, no Brasil, temos a pior música do mundo – é o que mostram as rádios e TVs. Parece que o povo não tem memória, haja visto os inumeráveis filmes repetidos anualmente – não há nada de novo e diferente. Quanto à programação, a TV passa a imagem de que a nossa população só pode ser escrachada, ignorante, tarada e prostituível. Dizem que as televisões estão perdendo audiência – também, quem agüenta? Acredito que não seja pela ocorrência da internet e reafirmo: é a baixa qualidade que nos afasta. Enfim, com certeza é preciso mudar muita coisa. (Rubens Prata, escultor, Avaré, SP)


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A imprensa tem sua parcela de culpa. Um policial assassina uma criança dando quase 20 tiros no carro conduzido por sua mãe, quase em frente a uma delegacia. Tudo indica que o policial sabia que ficaria impune. Os jurados votaram por medo ou por corrupção. Outro dia, um policial assassinou um estudante na saída de uma boate. Todos sabiam que este policial seria absolvido, pois ele trabalhava para uma promotora de justiça.


Neste país, por lei, quem dirigir após consumir dois bombons de licor será preso e para responder o processo em liberdade terá que pagar pesadas multas; mas se matar alguém e puder fazer alguma pressão sobre os jurados, o pior que pode acontecer será devolver o favor. Neste mesmo país, outro dia foi descoberto um sistema de escuta clandestina nos gabinetes da Suprema Corte. E sabe o que aconteceu com os envolvidos? Nada. Isto porque somos um país sem lei.


Índios seqüestram cidadãos e não há lei que os puna (dizem os demagogos que eles têm imunidade e são imputáveis – mas são os únicos índios com barba e peito cabeludo). Caminhamos para a independência da região Ianomâmi.


Nesta nossa democracia você tem o direito de falar, mas ninguém é obrigado a te escutar. Compraram os estudantes e as únicas pessoas a protestar são as ONGs e, mesmo assim, nunca contra os que as sustentam. Continuando nesse ritmo, em pouco tempo veremos um povo se rebelando contra tudo o que é submissão. (Antonio Antunes, Rio de Janeiro, RJ)


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Dines, graças ao Observatório da Imprensa eu conseguir ter outra visão da mídia e isso me favoreceu a passar no vestibular, já que o tema foi a mídia. Hoje, sou universitário, estou no 5° período de administração geral em uma faculdade particular – na qual sou bolsista do ProUni – e só tenho a lhe agradecer por ter-me feito abrir os olhos com este jornalismo sério, competente, honesto e responsável. Muito obrigado! (José Carlos Pereira Júnior, balconista, Maceió, AL)


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Fim de ano e começam as enquetes dos melhores disso e daquilo. A Folha Online está fazendo uma monumental enquete que vai de Bares a Melhores Shows Nacionais e Internacionais. Tem o cuidado de referir que o resultado não tem valor científico, mas permite que se vote inúmeras vezes, bastando para isso limpar os ‘cookies’ em ‘opções Internet’. Escrevi para lá e me responderam que controlariam os IPs. Como? E os IPs dinâmicos?


Ou seja, a Folha de S. Paulo, que se levanta contra os prêmios atribuídos apenas por mobilização de fãs e comunidades do Orkut (tipo o Prêmio Multishow), embarca na mesma enganação. Coisa absurda! Abraço e parabéns pela qualidade da informação. (Eulalia Moreno, São Paulo, SP)


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Se o sapato pega era ‘de bico’, bem no centro da testa de Bush. No alvo! diriam os soldados americanos. Faltou pouco, segundos, talvez uma paradinha, muito usada nas cobranças de pênaltis do futebol, para enganar e em seguida lançar fogo. E que agilidade do presidente! Uma, duas embaixadas, ou melhor baixadinhas, na hora certa. Ficou engraçado, parecia criança em brincadeira de bobo (nem me acerta, nem me acerta, errou!). Essa é uma daquelas imagens que merecem muitos replays, de frente, de lado, câmera invertida, de baixo pra cima, de cima pra baixo, em câmera lenta (zuuuuum, ufa, foi por pouco!). Não ficou nem o do outro pé para fazer o teste do pezinho, o homem atirou logo os dois, o par… (pá!) gritou outro mais sensacionalista, louco para ver a sapatada de cheio. Se o sapato – ou se a moda – pega, haja sapataria para a quantidade de candidatos que mereciam uma sapatada bem no meio da caixa. A Câmara, o Congresso, o Senado, parlamentos municipais e estaduais já mandaram instalar vidros blindados para garantir a segurança e a integridade física dos políticos. Enquanto isso um ou outro garante seu pronunciamento usando capacete, à prova de sapatos. Para terminar, vai aqui nossa indignação para as emissoras de televisão: não mostraram a cena até o fim, cortaram na metade. O homem do sapato estava de meias? Alguma estava furada? O certo é que Bush escapou fedendo… a chulé. (Alysson Oliveira, jornalista, Fortaleza, CE)


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Gostaria de pedir uma discussão em relação ao papel da TV pública, devido ao ‘mais que suspeito’ quadro de entrevistadores escolhidos para entrevistar Gilmar Mendes. Por que deixar de lado tantos veículos de comunicação? E por que escolher entrevistadores que defendem abertamente Gilmar Mendes? A TV cultura faz jornalismo sério quando ela mesma admite que o entrevistado não aceitou vários entrevistadores? E, pior, parece que o próprio entrevistado escolheu os entrevistadores… Levando em conta a discussão na internet, é um bom momento para discutir o papel da TV pública ao fazer jornalismo, pois não me lembro de um Roda Viva tão chapa-branca nos últimos anos. (Rodrigo Spadari, professor, Americana, SP)


 

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Jornalista, São Paulo, SP