Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Sítio identifica 29 mil perfis de criminosos sexuais

A rede de relacionamentos online MySpace detectou e excluiu, através de um novo software, mais de 29 mil perfis de usuários condenados por cometer crimes sexuais – mais de quatro vezes o número excluído pela empresa há dois meses. Em maio, procuradores-gerais de diversos estados dos EUA ordenaram que a News Corporation, proprietária do sítio, fornecesse dados sobre quantos agressores sexuais estavam registrados no serviço, assim como informações sobre onde vivem.

Na ocasião, a empresa informou que já havia removido os perfis de cerca de sete mil criminosos sexuais, de um total de 180 milhões de usuários, com base em um banco de dados. ‘Estou absolutamente espantado com o crescimento tão exponencial em um curto período de tempo, sem nenhuma explicação’, opina Richard Blumenthal, procurador-geral de Connecticut. Autoridades americanas estimam que existam cerca de 600 mil agressores sexuais no país.

O MySpace não quis se pronunciar sobre o aumento do número de predadores sexuais, dando enfoque apenas à exclusão dos usuários em uma declaração. ‘Estamos satisfeitos por termos obtido sucesso em identificar e remover criminosos sexuais de nosso sítio e esperamos que outros sítios de relacionamento sigam nossa posição’, afirmou em nota o chefe de segurança do MySpace, Hemanshu Nigam.

Legislação

Roy Cooper, procurador-geral da Carolina do Norte, alegou ser necessária a criação de uma lei estadual que exija que as crianças recebam permissão dos pais para criarem perfis em sítios de relacionamento e que os sítios verifiquem a idade dos usuários e a identidade dos pais. De acordo com a lei atual, a idade mínima para se tornar membro de sítios como o MySpace é 14 anos. Baseado em matérias publicadas na mídia, Cooper descobriu que mais de 100 mil incidentes relacionados a crimes sexuais ocorreram este ano nos EUA com adultos pedófilos que usaram o MySpace para entrar em contato com crianças. ‘O que estamos fazendo é dar aos pais uma oportunidade de escolher o que seus filhos podem fazer online’, diz Cooper. A lei já foi aprovada na Assembléia Legislativa da Carolina do Norte e deve ser avaliada por um subcomitê da Câmara dos Deputados.

Grupos de defesa da privacidade online e representantes de alguns sítios de relacionamento desaprovaram as restrições propostas e alegam que elas podem ser consideradas inconstitucionais porque violam a liberdade de expressão e impedem o comércio interestadual. Além disso, especialistas alegam que as crianças podem forjar dados sobre seus pais. ‘As propostas prometem aos consumidores o que não podem cumprir’, ataca Emily Hackett, diretora-executiva da Internet Alliance, grupo que reúne provedores de acesso à internet de vários países. Informações de Gary D. Robertson [Associated Press, 24/7/07].