Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Supremo afasta o
caudilhismo do Brasil

A imprensa não colocou a faca no pescoço do Supremo Tribunal Federal, mas os oito ministros que ontem votaram a favor da fidelidade partidária atenderam a pressão da sociedade pelo fim do indecente troca-troca.


É secundário o fato de que salvaram-se 31 deputados infiéis e apenas 15 correm o risco de perder os seus mandatos. O castigo no caso é o menos relevante, o que importa é o início de uma reforma política legítima, imposta de fora para dentro do Congresso, suficientemente forte para acabar com seus antigos vícios e recolocá-lo no caminho da respeitabilidade.


Por maiores que sejam os vexames produzidos no Senado pela tropa de choque de Renan Calheiros, por mais revoltante que seja o desprezo de grande parte da Câmara Federal pelo interesse público, ficou ontem evidente que a sociedade brasileira conta com instituições sensíveis às suas exigências de moralidade e democracia.


Com uma imprensa vigilante e uma suprema corte independente, o país demarca-se da atual tendência latino-americana para o caudilhismo.