Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

TV a cabo dá mais tempo a Bush

O Washington Post [19/4/04] fez um levantamento da cobertura dos canais de notícias americanos e concluiu que, em plena corrida eleitoral, eles dão até três vezes mais tempo de exposição em transmissões ao vivo para o atual presidente George W. Bush que ao candidato desafiante, o democrata John Kerry. O argumento das emissoras é que Bush aparece mais porque é o atual mandatário dos EUA e, portanto, seus atos são sempre notícia. ‘Temos um presidente, um comandante que tem 100 mil homens em situação de guerra ao redor do mundo. Quando o presidente fala, isso tem a característica de notícia urgente’, explica Sue Bunda, vice-presidente sênior da CNN. ‘Colocamos mais Bush quando ele atua em seu legítimo papel de presidente dos EUA’, defende-se Mark Effron, vice-presidente da MSNBC. ‘Mas mesmo que esteja em uma fábrica, falando de economia, isso é notícia’. Aparições mais longas podem ser uma faca de dois gumes. Enquanto reforçam a imagem de candidato, também deixam o presidente suscetível a pressões da imprensa com relação à possibilidade de ter sido negligente ao não agir quando foi avisado, antes dos atentados de 11/9/01, de que a al-Qaeda planejava fazer ataques nos EUA.



Reportagem preconceituosa faz editor se desculpar

Daniel Peres, editor-chefe da revista Details publicou um mea culpa no dia 18/4/04, após americanos de origem asiática mostrarem-se indignados com um artigo satírico intitulado ‘Gay ou asiático’. Mais de 200 pessoas se reuniram em protesto em frente ao QG da Fairchild. Peres disse que, de fato, a revista passou dos limites. Entre outras tiradas pejorativas, o artigo comparava gays e asiáticos: um grupo pede comida para levar; o outro, entrega a domicílio. ‘Os asiáticos têm sofrido insultos racistas por muito tempo neste país’, disse uma das manifestantes, Karen Moline, que adotou um filho vietnamita. Doris Lin, diretora da Asian Media Watchdog e organizadora do protesto, também quer as desculpas da autora, Whitney McNally. Peres afirmou ter recebido um ‘número sem precedentes de cartas’ de protesto. Informações de Keith J. Kelly [New York Post, 19/4/04].