Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

TV racista

O Brasil fala para o mundo que é um país em que não existe racismo. Antigamente, o Brasil era racista enrustido. Hoje, de acordo com a ONU, o Brasil é um país racista persistente. Não existe, em nenhum canal da nossa televisão brasileira, inclusive nas TVs públicas e estatais, programa algum direcionado à população negra ou afro-descendente, para a nossa inclusão no contexto social e cultural e para combatermos todos os tipos e formas de racismo e preconceitos, como também a violência.

Este é o Brasil, país que quer ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, mas que nega e renega a Cultura Negra através desta tal que se diz TV brasileira. Existem canais de TV que usam em seus logotipos as cores nacionais, mas são mais racistas do que os outros que não usam estas cores. Onde está a tão decantada, em verso e prosa, ‘democracia racial’?

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A mídia foi precipitada em acusar o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. Ainda sem provas apontem este ou aquele – ou aqueles – crimes, foi uma forma muito malfeita de acusação, pois permitiu ao suposto criminoso apagar as provas do crime, se é que ele existe mesmo. O próprio Álvaro Lins, responsável pela Segurança no Estado do Rio de Janeiro à época, pode sair incólume da precipitada acusação, por falta de provas.

Presunçoso, antipático e já culpado de participar de ilícito eleitoral na eleição do prefeito de Campos, sua cidade natal, Garotinho pode passar de acusado a acusador, e não será a primeira vez que isto acontece envolvendo políticos. Mas a imprensa em geral não perdoou o falastrão, que teve a ousadia de afirmar em campanha que era o maior entendedor de criminologia do país! Quem acompanhou a propaganda gratuita deve lembrar-se bem disso. Entende tanto de criminologia que durante o seu mandato – e o da sua esposa – o crime proliferou de forma assustadora no Rio de Janeiro.

O trabalho da Polícia Federal, que vinha sendo bem-feito, pode fracassar por erro da imprensa. Oxalá isto não aconteça. (Jorge Cortás Sader Filho, advogado e escritor, Niterói, RJ)

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Acho digno de ser abordado por esse prestigiado site e programa o caso seguinte: é quase surreal ouvirmos a afirmação de Alexandre Garcia de que ‘motocicleta só existe para infringir a lei’, ocorrida no Bom Dia Brasil de 23/5/08. Sou promotor de Justiça no Paraná, cumpro e faço cumprir a lei e, por outro lado, uso motocicleta. É inadmissível que esse jornalista, acreditando ser dono da verdade, faça afirmações infundadas e estapafúrdias como essa que, com o aval da Globo, são ouvidas por milhões de brasileiros que nela, pelo prestígio da emissora, depositam credibilidade.

Senti-me ofendido em minha imagem pessoal e profissional. Qual a impressão que os telespectadores desavisados terão então dos promotores de justiça, juizes de direito e todos os profissionais honestos que se utilizam de motocicleta? Passarão a tê-los como infratores contumazes da lei?

É desejável uma retratação pelo autor da descabida afirmação. Ou seria o caso de todos os milhões de brasileiros honestos que se sentiram ofendidos ingressarem com ações de dano moral contra ele e a emissora? (Silvio Couto Neto, promotor de Justiça, Ponta Grossa, PR)

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Diante do noticiário a respeito de eventual corrupção do deputado Paulinho da Força Sindical – ainda não comprovada, é bom que se diga –, tenho lembrado do comportamento da ‘imprensa oficial’ durante o governo de FHC. Naquela época, diante de qualquer movimento da CUT, esta imprensa contrapunha às idéias e aos movimentos da CUT declarações do pessoal adepto do sindicalismo de resultados. A Globo também participava dessas operações.

Agora, além de merecer uma análise dos senhores a respeito disso, é o caso de também perguntar: àquela época o sindicalismo já era desse tipo ‘de resultados’? E quem pagava o preço? Ou será que toda a imprensa era ingênua? Ou, pior ainda, mesmo sabendo do tipo de resultado, usava as declarações desse pessoal apenas para desgastar a CUT? (Ulisses da Silveira Campos, desempregado, São Paulo, SP)

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Sou leitor assíduo do Observatório da Imprensa e percebo uma ausência muito grande dos observadores em observar a imprensa mineira, mesmo com denúncias sérias envolvendo o domínio do governo estadual sobre os jornalistas do estado. Uma denúncia publicada hoje no Novojornal é um pouco mais grave: o estado está estendendo suas garras em outros meios de comunicação nacional por intermédio de benefícios concedidos através da CEMIG. Vejam o link. Gostaria que algum observador desse sua opinião sobre este assunto. Obrigado. (Paulo Roberto dos Santos, analista de educação, Ponte Nova, MG)

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Tenho 37 anos e estou indignado com a propaganda das lojas C&A na TV, veiculando anúncios para o Dia dos Namorados recheados de malícias e apelos sexuais, de gosto duvidoso. Quero crer que uma empresa deste porte e com tamanha visibilidade não necessite de argumento tão apelativo. Não sei se estou no canal certo, mas vai minha queixa. Obrigado. (Emerson Silva Souza, auxiliar de enfermagem, São Paulo, SP).

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Aposentado, Rio de Janeiro, RJ