Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Um olhar sobre o passado

Os jornais não deram muita importância ao ciclo de encontros que está sendo realizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro pelo Desenvolvimento Sustentável. O evento que se realizou nesta semana em Vitória (ES), equivale a uma aula sobre os novos paradigmas que estão movimentando empresas, governos e investidores por todo o mundo, mas que parecem ainda distantes da imprensa brasileira.


Questões como as novas formas de medição dos resultados das empresas, novos papéis da iniciativa privada diante do desafio do desenvolvimento, inovação em tecnologia e em processos que estão mudando a forma como a sociedade se comunica, tudo isso vai afetar diretamente as chances de sobrevivência das empresas tradicionais de comunicação.


E elas não parecem nem um pouco interessadas.


Atitudes novas


Nesta semana, sites que acompanham o mercado publicitário informaram que a multinacional brasileira de bebidas que está ganhando o mundo mudou radicalmente sua estratégia de investimento em comunicação e passará a destinar mais verba, proporcionalmente, à internet do que à televisão e aos meios impressos.


E, quando se fala de internet, está-se falando de pulverização de verbas, o que reduz ainda mais a participação das empresas tradicionais de comunicação no bolo publicitário.


Mas a questão comercial, embora seja crucial para o futuro da imprensa, não é o cerne do problema. Interessante observar que as novas relações de negócios estão acelerando mudanças anunciadas há quinze anos, quando estreou a internet comercial.


A cada novidade tecnológica, consolidam-se os meios que permitem o protagonismo do cidadão comum, que vai se habilitando a fazer escolhas de conteúdos jornalísticos independentes das matrizes internacionais de notícias. E esses novos meios estão muito mais afinados com os temas da sustentabilidade, que envolvem questões mais diversas do que o aquecimento global ou a indústria de biocombustíveis.


O mundo está passando por uma enorme ruptura, com a imposição de atitudes novas e o questionamento de velhos sistemas. E a imprensa deixa a si mesma fora dessa pauta.