Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

WhatsApp, elo entre ‘Comércio do Jahu’ e sociedade

A comunicação é quesito essencial no desenvolvimento humano. Assim como o próprio homem, a comunicação se transformou e evoluiu ao longo dos séculos. Chegamos a um ponto em que as novidades acontecem tão rápida e sucessivamente que manter-se atualizado é tarefa quase hercúlea.

A batalha para apreender as informações, transformá-las em notícia e fazer a divulgação em tempo hábil é enfrentada arduamente por órgãos de imprensa ao redor de todo o mundo, e com o centenário Comércio do Jahu não é diferente. Para aproximar-se do leitor e estar mais presente em seu cotidiano, desde 11 de novembro, o jornal dispõe de conta no aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp.

Desde então, mais de 160 pessoas entraram em contato com a redação por meio do aplicativo, já considerado um sucesso. Foram congratulações pela novidade, sugestões de pauta, fotos, informações de secretário municipal, notícias de ocorrências policiais e desejos de Feliz Natal.

Para a diretora de redação do Comércio, Ana Karina Victor, a ferramenta estreita os laços entre o jornal e a população, deixando a redação mais acessível à população. “O WhatsApp é mais prático do que as ligações telefônicas. É uma maneira de o jornal aumentar sua área de abrangência e ficar sabendo o que acontece em todos os bairros de Jaú e região”, comenta.

Leitores

Entre os leitores do periódico, a avaliação também é positiva. Na edição do dia 17 de dezembro, fotografia enviada ao Comércio pelo WhatsApp pela estudante Maria Fernanda Pollini, 13 anos, foi publicada na capa do jornal. A imagem mostrava adutora rompida no Jardim Antonina. “Eu nunca havia falado com o jornal antes, e acho importante este canal”, diz a jovem.

O WhatsApp do diário possibilitou que o auxiliar veterinário Gustavo Barros, 36 anos, também entrasse em contato com o veículo pela primeira vez. Ele relatou problemática de imóveis abandonados que se tornaram ponto de uso de drogas em região do Jardim Bela Vista. “Resolvi falar com o Comércio para ver se a questão ganhava visibilidade, porque já foram registrados boletins de ocorrência e protocolizadas reclamações na Prefeitura”, relata.

No caso da jornalista Camila Burgos, 26 anos, entrar em contato pelo WhatsApp resultou em menos dores de cabeça na região da Praça dos Ipês, na Vila Vicente. Ela se queixou de buracos na calçada e na rua, além de iluminação precária no local.

Depois de publicação de reportagem sobre o fato, o buraco no passeio público foi consertado e a iluminação, melhorada. Camila classifica a implementação do WhatsApp como “importantíssima” e garante que vai continuar enviando sugestões pela ferramenta.

“Hoje em dia, não desgrudamos do celular. Estamos sempre no WhatsApp, que indica se a mensagem foi entregue e lida, você tem o acompanhamento”, elogia. O WhatsApp do Comércio é o (14) 99805-1640.

Caminho sem volta

Para Celestino Vivian, coordenador de conteúdo do Projeto Grande Pequena Imprensa, implementado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), o uso de ferramentas modernas no jornalismo é um caminho sem volta.

“A cada dia, mais e mais consumidores de notícias e entretenimento chegam à informação por meio de aparelhos móveis. É um público que quase não lê mais e usa a internet para ir direto ao que lhe interessa. A velocidade da mudança é espantosa. De acordo com recente pesquisa realizada pela Nielsen e Ibope, sob encomenda da Mobile Marketing Association, 51,4 milhões de brasileiros usam smartphones para acesso à internet e redes sociais, representando 37% dos proprietários de celulares no Brasil. Em outubro passado, o aplicativo WhatsApp já estava em 70% dos smartphones, contra presença de 40% em setembro de 2013.

O grande desafio do jornalista é aprender a como falar com esse público que vive grudado no celular. A linguagem é outra e a principal característica da ferramenta é a instantaneidade, permitindo plena interatividade entre o emissor e o receptor, sem limitações territoriais. O leitor tanto poder estar em Jaú como na praia ou em viagem no exterior.

O mesmo desafio – como tornar essa operação rentável – está na mesa dos publicitários e das empresas de comunicação.

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Matheus Orlando é repórter do Comércio do Jahu (Jaú,SP)