Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Chega a 100 o número de jornalistas mortos

Os Repórteres Sem Fronteiras e o Comitê para Proteção de Jornalistas, respeitados órgãos de observação e análise da mídia, condenaram a morte de dois jornalistas no Iraque, elevando para 100 o número de correspondentes mortos em serviço no país desde a invasão dos EUA, em março de 2003.

Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, ‘nenhum outro conflito armado, desde a Segunda Guerra Mundial, foi tão fatal para a imprensa.’

Adil al-Mansuri, correspondente iraquiano para a emissora de TV estatal do Irã al-Alam, morreu a tiros ao voltar para sua casa em Bagdá na semana passada.

O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) contabilizou ainda mais mortos: 75 jornalistas e 27 assistentes de mídia, dos quais pelo menos 54 são iraquianos. O CPJ também está investigando a morte de Riyad Muhammad Ali, repórter do semanário local Talafar al-Yawn. Há suspeitas de que haja relação direta com seu trabalho. ‘Sentimos muito pela morte dos nossos colegas Adel Naji al-Mansouri e Riyad Muhammad Ali, ambos sumariamente assassinados’, disse Joel Simon, diretor do CPJ. ‘Com o agravamento de violências sectárias, jornalistas de todas as origens parecem ser alvo, tornando o trabalho jornalístico ainda mais perigoso no Iraque.’

A morte de al-Mansuri, em um bairro de maioria sunita de Bagdá, esteve aparentemente ligada à onda de violência entre xiitas e sunitas ocorrendo principalmente na capital. De acordo com Vijay Joshi [Associated Press, 3/8/06], a emissora árabe al-Alam é muito assistida no Iraque, apesar de ser do governo do Irã, país de maioria xiita. O Iraque também possui maioria xiita, mas esta foi por muito tempo sufocada pelo governo sunita de Saddam Hussein. Al-Mansuri mudou-se de Bagdá com a esposa e a filha depois de receber ameaças por ser xiita.