Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Compactos não são remédios milagrosos

O fenômeno dos jornais compactos seduziu a indústria européia e levou mais de 80 títulos a mudarem para o formato tablóide ou o intermediário Berliner nos últimos dois anos. As experiências dos primeiros corajosos revelaram-se positivas a princípio e serviram de exemplo para os rivais. Mas o crescimento acelerado a curto prazo não condiz com a tendência da circulação a longo prazo para estes jornais – que, na melhor das hipóteses, devem apresentar crescimento de apenas 1%, segundo análise da Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês).

A organização, que representa mais de 18 mil jornais em todo o mundo, afirma que os ganhos imediatos com a mudança de formato ‘tendem a desaparecer com o tempo’. Segundo Jim Chisholm, consultor de estratégias da WAN, jornais que anunciaram amplamente sua mudança de formato tiveram aumento de 10 a 15% de circulação. Mas poucos títulos mantiveram estes mesmos resultados um ano depois.

A troca de tamanho, entretanto, apesar de não ser uma solução milagrosa, é algo positivo. Jornais que passaram pela experiência notaram um aumento na lealdade dos leitores e maior lucro publicitário. ‘A mudança de formato nunca vai ser uma panacéia’, afirmou Chisholm em uma conferência para executivos de jornais americanos. ‘Mas está provando ser uma manobra que vale a pena, pois aumenta a satisfação dos leitores e serve de base para futuros incrementos editoriais e comerciais’. Informações de Stephen Brook [The Guardian, 24/2/06].