Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Comunique-se


REVISTA VEJA
Carla Soares Martin


‘Em 40 anos, Veja não estará no papel’, diz Roberto Civita, 5/9


‘O presidente da Editora Abril e fundador de Veja, Roberto Civita, analisa
que a revista, que comemora 40 anos neste mês, não estará mais no papel nos
próximos 40 anos. Civita falou ao Comunique-se nesta terça (02/09), no seminário
de aniversário da revista.


Civita lembra que há 40 anos não existia fax nem computador. A revista, para
ele, ficará concentrada na edição online. Ele destaca, contudo, que a informação
‘filtrada e organizada’, com ‘análises inteligentes’, não deixará de existir.
‘Eu não consigo imaginar o mundo sem veículo de informação’, disse.


Nem de direita, nem de esquerda


Civita classifica Veja como uma revista de centro. ‘Pelas pedradas que
recebemos, dos governos de direita, que dizem que somos de esquerda, e dos
governos de esquerda, que afirmam que somos de direita, eu deduzo que estamos
mais ou menos no centro’, afirmou.


O presidente da Abril diz ainda que a revista está num ‘bom momento’, e não
teme a concorrência de Isto É, que aumentou as vendas, ou da revista Época que,
assim como Veja, teve um declínio na circulação. ‘Seria bom que todo o mundo
avançasse para haver ainda mais leitores’, disse Civita.


Edição Comemorativa


Em comemoração aos 40 anos de Veja, a Editora Abril publica uma edição
especial, com 290 páginas, que virá encartada na próxima edição.


A revista traduz em fotos estes 40 anos, destaca o que de melhor foi dito em
suas páginas amarelas, de expoentes como o político Ulysses Guimarães,
desaparecido em um acidente aéreo em 92, o cientista James Lovelock, o
empresário Silvio Santos e a escritora Raquel de Queiroz, falecida em 2003. Há,
ainda, os episódios mais significativos de editorias como comportamento,
planeta, cultura, internacional e Brasil, de 1968, data da primeira edição da
revista, até 2008.


Na terça (02/09), foi a primeira vez que o presidente Roberto Civita decidiu
fazer um debate sobre os principais temas nacionais, como meio ambiente,
educação e urbanismo, em vez de um jantar ou almoço comemorativo. ‘Este dia
serviu para iniciar o debate do Brasil que queremos ser’.


Mais informações sobre os 40 anos de Veja no site.’


 


 


LUTO
Comunique-se


Morre o jornalista Fernando Barbosa Lima, 8/9


‘Depois de 11 dias internado no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Rio de
Janeiro, o jornalista Fernando Barbosa Lima, de 74 anos – 55 só de carreira -,
morreu de falência múltipla dos órgãos na última sexta-feira (05/09). O velório
ocorreu no Cemitério João Batista e o corpo foi cremado no Memorial do Carmo, no
Caju.


Nascido no Leme, Rio de Janeiro, Fernando era filho do pernambucano Barbosa
Lima Sobrinho e de Maria José. Seu pai, jornalista, foi presidente da Academia
Brasileira de Letras (ABL) e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI),
destacando-se como uma personalidade respeitada no Brasil inteiro. Morreu com
103 anos trabalhando até o último dia de sua vida.


A primeira experiência profissional de Fernando Barbosa Lima foi como
desenhista da Standard Propaganda. Aos poucos ele aprendeu a montar layout,
letras, fazer produção e depois redação.


Trabalhou como redator, no jornal O Tempo, de São Paulo. De volta ao Rio de
Janeiro, montou a Esquire Propaganda.


Aos 22 anos o jornalista teve sua primeira experiência em televisão na TV
Rio, dirigindo o ‘Cruzeiro Musical,’ para a Companhia Aérea Cruzeiro do Sul,
junto com Carlos Alberto Lofller.


Atuou como diretor de jornalismo da TV Excelsior, onde criou o ‘Jornal de
Vanguarda’, que tinha grandes jornalistas, como Newton Carlos, Borjalo, Villas
Boas, Sergio Porto, Millôr Fernandes, José Lewgoy, Cid Moreira, Tarcísio
Hollanda, Célio Moreira, Fernando Garcia e Ricardo Amaral.


O telejornal passou pela TV Excelsior, TV Tupi, TV Globo e terminou na TV Rio
com o Ato Institucional número 5. Com isso, Fernando Barbosa Lima voltou para a
Esquire e a transformou numa das maiores agências de publicidade do Brasil. Com
o fim da ditadura, voltou para a televisão e fez o programa ‘Abertura’, pela TV
Tupi. Conviveu com profissionais renomados como Ziraldo, Carlos Alberto Vizeu,
Antonio Callado, Glauber Rocha, João Saldanha, Vivi Nabuco, Vilas Boas Correia e
muitos outros.


Com Roberto Dávila fez o ‘Canal Livre’, na TV Bandeirantes, emissora em que
foi diretor por duas vezes. Na TV Educativa, criou 50 programas, entre eles ‘Sem
Censura’ e ‘Tribunal do Povo’. Foi ainda diretor da TV Manchete. Idealizou o
‘Cara a Cara’, com Marilia Gabriela, na TV Bandeirantes – Fernando Barbosa Lima
criou mais de 100 séries de programas de TV.


Ele vinha se dedicando à produtora FBL Criação e Produção, através da qual
produziu diversas biografias, como a de seu pai e de Sérgio Cabral.


Também se dedicava à ABI como presidente do Conselho Deliberativo. Em maio
passado, teve seu mandato renovado por mais um ano.


Em entrevista ao Comunique-se há três anos, ele lembrou que, quando começou
na TV, o trabalho era mais ‘criativo e inteligente’. ‘Hoje, com o alto padrão
técnico que temos, fazemos uma televisão de alta qualidade, mas pouco
inovadora’, lamentou.


‘Se ganhamos na técnica, perdemos no conteúdo. Mas isso não está acontecendo
apenas no Brasil. No mundo inteiro a televisão está perdendo qualidade
intelectual e criatividade. É a eterna disputa entre progresso e
civilização’.’


 


 


Comunique-se


Morre o jornalista e escritor Fausto Wolff, 8/9


‘Faustin von Wolffenbüttel, conhecido como Fausto Wolff, dedicou 54 dos seus
68 anos ao jornalismo. Nascido em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, teve seu
primeiro emprego aos 14 anos como repórter policial e contínuo no Diário de
Porto Alegre. Aos 18, migrou para o Rio de Janeiro, onde construiu sua
carreira.


Wolff estava internado no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, desde o dia
01/09 devido a uma hemorragia digestiva. Na última sexta-feira (05/09), morreu
de falência múltipla dos órgãos. O jornalista era casado com a psicanalista
Mônica Tolipan e teve duas filhas.


Sua última contribuição ao jornalismo foi uma coluna escrita em 21/08 no
caderno B do Jornal do Brasil. Wolff passou pelas redações dos principais
jornais e revistas cariocas, como O Globo, Tribuna da Imprensa, O Cruzeiro e
Manchete. Também atuou na TV e foi um dos fundadores e editor de O Pasquim.


Conhecido como ‘O Lobo’, Wolff mantinha um site com textos próprios e de
colaboradores.


Além de jornalista, Wolff se destacou na carreira de escritor. Entre outros,
escreveu o romance ‘A mão esquerda’, vencedor do Prêmio Jabuti de 1997. Na
década de 70, foi professor de Literatura nas universidades de Copenhague, na
Dinamarca, e Nápoles, na Itália.’


 


 


JORNALISMO-NEGÓCIO
Milton Coelho da Graça


Sem notícia, gente e credibilidade, adeus, 5/9


‘Quando o sr. Nelson Tanure comprou o Jornal do Brasil, alguns de seus mais
próximos auxiliares informaram que ele não considerava a ‘notícia’ (ou
‘conteúdo’) como o ingrediente principal de um jornal diário. As muitas levas de
demissões confirmam que esse era um pensamento ‘estratégico’, especialmente
depois que também ocorreram após o sr. Tanure assumir o controle da Gazeta
Mercantil.


Outro fato interessante na ‘estratégia’ do Sr. Tanure: a contratação do sr.
Paulo Marinho como o número 1 do Departamento Comercial e a montagem
super-luxuosa da sucursal do JB na capital do país. Quase unanimemente
considerado como uma das pessoas mais à vontade em gabinetes e corredores do
poder federal, só a contratação do competente sr. Marinho demonstrava a
confiança de que verbas públicas seriam um suporte importante tanto do JB como
também, mais tarde, da Gazeta.


Depois, com a exceção singular do excelente Augusto Nunes, as pessoas foram
entrando e saindo da empresa, tanto no Rio como em São Paulo, tanto na redação
como nas outras áreas, deixando a impressão de que ‘gente’ tem a mesma
importância de ‘notícia’ na estratégia do sr. Tanure.


Agora foi acrescentada a essa lista ostensiva de desnecessários à imprensa
também a ‘credibilidade’. A verificação da circulação é indispensável para o
jornal demonstrar a cada cliente publicitário o número de leitores pagos –
através de assinaturas ou venda avulsa. O IVC – Instituto Verificador de
Circulação (que existe em todos os países) – confia inicialmente nos números
fornecidos pelo próprio jornal ou revista de modo a não atrasar informações
vitais para decisões por anunciantes e agências de publicidade.


Mas faz posteriormente auditorias um tanto mais amplas para supervisionar os
números ‘oficiais’. Já há algum tempo o mercado suspeitava que os números de JB
e Gazeta não eram confiáveis. O IVC foi apertando a vigilância. Os dois jornais
optaram pelo desligamento do Instituto.


Pelo menos aparentemente, o sr. Tanure confia que os jornais, mesmo sem a
chancela do IVC, manterão o faturamento na base do prestígio das marcas e de
suas relações pessoais. Mas, mesmo para o poder público – incluindo empresas
estatais ou paraestatais, governos estaduais e prefeituras – está cada vez mais
difícil justificar gastos de propaganda que não possam comprovar o público
atingido. No caso dos meios de comunicação, sem garantia do IVC, o cheiro de
maracutaia estará em todas as faturas que passam por tribunais de contas.


Enfim, sr. Tanure, clientes e agências começarão a sair de fininho. Mesmo
aquela rapaziada nos governos que gosta de uma comissãozinha terá medo crescente
do Ministério Público. Os sócios de ANJ, ABERT e outras associações de empresas
de comunicação também desprezam ‘coleguinhas’ que não respeitam as regras
mínimas de seriedade do negócio. E, ainda por cima, o leitor não é besta
não!


(*) Milton Coelho da Graça, 77, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O
Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e
Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste
Comunique-se.’


 


 


JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu


O Jornal Nacional e a queda a prestações, 4/9


‘Na obscuridade extrema


os olhos de lince


desejam a presa


(Talis Andrade in Desmame)


O Jornal Nacional e a queda a prestações


O considerado Marco Antonio Zanfra, assessor de imprensa do Detran de Santa
Catarina, veterano jornalista que enxerga longe e escuta melhor ainda, despacha
de seu refúgio ecológico na Praia da Joaquina:


Falando sobre a criança de um ano e meio que caiu da janela de um apartamento
do terceiro andar, em Recife, o repórter disse no Jornal Nacional que ela teve a
queda ‘amortizada’ pela fralda e, por isso, sobreviveu.


Demorei um pouco – os anos vão-se acumulando e vamos ficando mais lentos –
mas acabei acompanhando o raciocínio do repórter; se a queda se deu em duas
etapas, da janela ao muro e do muro ao chão, nada mais lógico concluir que foi
uma ‘queda a prestações’.


E, como tudo feito a prestações normalmente inclui juros, o repórter pensou
no acidente como uma grande operação financeira e acrescentou por sua conta a
amortização, provavelmente tentando evitar que o garoto tenha prejuízos
pecuniários mais tarde.


Mas, no fundo, o que importa é que, com a queda amortizada ou amortecida, a
criança sobreviveu.


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Mundo da lua


O considerado Álvaro Larangeira, professor de jornalismo, envia página do
jornal Sul Brasil, de Chapecó (SC), na qual estabaca-se a incendiária manchete:
Caminhão é parado pelos bombeiros em chamas.


Mesmo habituado às excentricidades da imprensa, Larangeira
(http://nomundodaluanews.blogspot.com) ficou pasmo:


Imagina o susto do motorista ao ser parado pelos bombeiros em chamas. Serão
primos do Tocha Humana ou uma forma menos onerosa para iluminar e sinalizar
rodovias?


Janistraquis, que também vive no mundo da lua, se lembrou imediatamente de
Cancão de Fogo, personagem da literatura de cordel, mas depois verificou que uma
coisa não tinha nada a ver com a outra.


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Novos livros


Leia no Blogstraquis a íntegra do poema cujo fragmento encima a coluna.
Insere-se em Os Herdeiros da Rosa e a este se juntam, desde o último domingo,
mais três livros lançados em Recife pelo considerado Mestre Talis Andrade: A
Partilha do Corpo, Cavalos da Miragem e O Enforcado da Rainha.


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Ministro de doer


Janistraquis fez um balanço de todas as atitudes vexaminosas do ministro da
Justiça, incluindo esta de agora, diante da ‘maleta de grampo’ da Abin, e
concluiu, com um suspiro:


‘Considerado, Tarso Genro é apenas e simplesmente um Armando Falcão piorado.’


Concordo. Se vivo fosse, Mussum seria notável substituto para Sua
Excelência.


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Seguro vagabundo


A considerada Mirthes Guimarães Gonçalves, arquiteta carioca, escreve em meio
aos perigos de Copacabana:


‘É abominável a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que determina o não
pagamento de seguro de vida à viúva do motorista que dirigia embriagado. Ora,
não se pode considerar acidente automobilístico como suicídio! E muito menos se
deve esquecer que o morto pagou as parcelas do seguro que comprou. Essa não é
uma atitude de verdadeiros jurisconsultos!’


É o que Janistraquis sempre diz e repete, ó Mirthes: nós, veteranos
jornalistas, somos de um tempo em que juízes tinham ilibada reputação e notório
saber; hoje não é mais assim.


E por falar em Justiça, a Eleitoral proibiu que o programa de Paulo Maluf
utilize o lema ‘relaxa e goza’, lançado aos ventos e aos passageiros por Marta
Suplicy durante a crise que paralisou os aeroportos. Ora, se nenhuma besteira
prescreve, como os leitores desta coluna estão carecas de saber, por que não se
pode recordar a ‘receita’ da então ministra do Turismo? Trata-se de um ato de
censura, é claro.


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Muito péssimo


A considerada Paula Calloni, jornalista paulistana, passava os olhos pelo UOL
e encontrou esta chamada para a coluna de Lauro Jardim:


Queda de ibope das novelas da Record piora mais


Paula estranhou ‘ibope’ como sinônimo de medida de audiência, mas implicou
mesmo com a expressão ‘piora mais’:


Então devo deduzir que dizer ou escrever ‘mais pior’ está certo? Algo pode
‘piorar mais’ ? Ainda mais se tratando de uma queda?


Agora deu nó no Tico e Teco – os apelidos dos meus dois neurônios!!


Janistraquis até que aceita ibope, assim como gilete, maisena, etc.; todavia,
‘piora mais’ é parecido com ‘muito péssimo’.


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Enfia o dedo e roda


O considerado Ivan Marcos Machado, repórter policial do Jornal de Jundiaí,
envia coluna publicada no concorrente, Bom Dia Jundiaí, coluna que deixou a
cidade de boca aberta e pernas cruzadas. Assinada por um certo ‘Dr. Lister’,
Sexo Sem Mistério meteu o seguinte texto sob o título Estimulação anal em homens
causa polêmica:


Mesmo entre os especialistas existe discussão sobre a estimulação anal
masculina no ato sexual, popularmente conhecida como ‘fio terra’. Alguns autores
acreditam que seja apenas uma técnica de excitação que alguns homens lançam mão
no ato sexual. Outros defendem que seja um comportamento homossexual latente que
mais tarde se desenvolveria…


E o penetrante texto do Dr. Lister segue por aí abaixo. Janistraquis,
elemento desprovido de quaisquer preconceitos pequeno-burgueses, lembrou que
Lister só precisa de um c para virar clister:


‘Com esse nome, o doutor deve entender mesmo do assunto, né, considerado? E a
propósito dessas coisas fesceninas, vou saber do Fabinho o que ele quis
realmente dizer quando examinou o computador e mandou a gente instalar um fio
terra!!!’


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Turista desaparecido


A considerada Rebecca Fontes, assessora de imprensa em Fortaleza, envia de
seu inviolável paraíso com vista para as areias encantadas da praia de
Iracema:


Saiu no jornal O Estado, aqui da capital do Ceará, sob o título Polícia acha
turista desaparecido:


O português aposentado, Manuel Pinto Rodrigues, 78, que estava desaparecido
desde o último dia 23 após ter desembarcado em Fortaleza por engano foi
encontrado na manhã de ontem na Praça do Ferreira, por um taxista que o levou
até a Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotu).


Manuel Pinto seguia de Portugal com destino a Belém do Pará, onde reside. O
vôo fez uma escala em Fortaleza e o português desembarcou pensando estar em sua
cidade natal.


Rebecca acha que tem português demais nessa história; afinal, se seu Manuel
veio da cidade natal para Belém, como é que iria desembarcar em Fortaleza
pensando estar em sua cidade natal?!?!?!


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Pra boi dormir


O considerado Jefferson de Almeida Ramos, comerciante em São Paulo, despacha
de sua papelaria/livraria no bairro de Moema:


Na polêmica que vocês tiveram sobre a veadagem, a melhor e mais lúcida frase
foi escrita pela comentarista Katia Visentainer:


‘(…) Até porque a ciência já provou que o homossexualismo não é uma opção,
é uma disposição genética. Afinal de contas, será que alguém de livre e
espontânea vontade escolheria ser gay? Passando por tanto preconceito que se
inicia dentro da própria família?’


Esta é que é a verdade nua e crua; ‘opção sexual’? Conversa pra boi dormir…


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Refresco fervente


O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no DF, de cuja
área de serviço é possível flagrar a multidão de arapongas a trabalhar a serviço
do Palácio do Planalto, pois Roldão releu o Correio Braziliense de 6/8, para
organizar seu implacável arquivo, e separou o seguinte texto sob o título DF
completa 100 dias sem chuva:


Ontem a umidade relativa do ar chegou a 22% […] O desenhista Márcio
Carvalho, 33 (foto), que patina todos os dias no Parque da Cidade, precisou
reforçar a hidratação. ‘Bebo três litros de água por dia e mesmo assim há três
meses o meu corpo vem sentindo os reflexos da secura. Sempre que possível também
me refresco nos vapores d’água’, disse ele enquanto tomava um jato de vapor em
uma das máquinas do parque.


Impressionado, Roldão anotou:


A água passa do estado líquido para o gasoso (vapor) a 100ºC. Ninguém
consegue refrescar-se com vapor d’água. Isso causaria graves queimaduras no
corpo. [A foto mostra o patinador se refrescando com água borrifada pela tal
‘máquina’.]


******


Nota dez


Dezessete considerados leitores elegeram editorial da Folha de S. Paulo, que
diz:


O ACALORADO debate em torno da demarcação das terras indígenas no Brasil
seria menos belicoso se o Itamaraty tivesse se recusado a endossar, no ano
passado, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. O
documento contém disposições que afrontam a Constituição brasileira e, portanto,
não têm força de lei interna. Serve, contudo, para confundir a discussão.


O acervo constitucional brasileiro não abriga o conceito de ‘povos’ nem de
‘nações’ indígenas. A lei fundamental admite apenas uma nação, um território e
uma população, a brasileira.


O texto da ONU, no entanto, trata os ‘povos indígenas’ como sujeitos
universais de direitos e vai além: prescreve, no artigo 3º, a sua
‘autodeterminação’. Esses povos, continua o documento, ‘determinam livremente
sua condição política’.


Leia no Blogstraquis a íntegra do texto que percorre os caminhos da Serra do
Sol


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Errei, sim!


‘MAESTRO A PÉ – Do nosso arquivo recente Janistraquis extraiu esta pérola
carnavalesca publicada no jornal paraibano O Norte e enviada pelo leitor Valdi
de Andrade Vaz, nosso correspondente na cidade de Mamanguape: ‘O maestro Tom
Jobim diz que se a Mangueira for campeã, fará o percurso todo do sambódromo
andando a pé’.


Janistraquis se empolgou: ‘Considerado, o maestro prometeu ir andando a pé ou
o redator de O Norte carnavalizou o texto?’. Boa pergunta.’
(dezembro/1992–janeiro/1993)


Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067
– CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.


(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e
torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora,
Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E
foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo.
Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a
seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’


 


 


O XIS DA QUESTÃO
Carlos Chaparro


Os novos berços da Notícia, 3/9


‘O XIS DA QUESTÃO – O espaço conceitual do jornalismo alargou fronteiras e
horizontes. Transpôs os limites das redações, que definitivamente deixaram de
ser berços da notícia. A notícia brota e circula como ação dos sujeitos da
atualidade, que deliberadamente exercem o poder de ‘dizer’, gerando informações
e conhecimentos que nutrem o jornalismo, entendido como espaço e linguagem dos
conflitos da atualidade.


1. Espaços ampliados


No texto anterior, propus quatro ou cinco perguntas para reflexão,
acreditando que nelas se fazia, de alguma forma, a síntese das complexidades e
perplexidades que caracterizam a crise atual do jornalismo. Crise que não
significa perda de importância do jornalismo. Ao contrário; a crise resulta dos
novos papéis que ao jornalismo foram e continuam a ser atribuídos, neste novo
mundo globalizado pelas tecnologias da difusão instantânea e pelo uso que dessas
tecnologias fazem os sujeitos produtores da atualidade. Mundo marcado, também,
pelo crescimento e pela maturação de formas e práticas democráticas,
principalmente as de cunho participativo.


Como a democracia tem natureza essencialmente discursiva, para alcances e
efeitos imediatos no mundo presente das pessoas, tudo o que de importante se faz
e se diz nos embates democráticos deságua no jornalismo.


Assim, na cena democrática, os sujeitos agem e se movimentam com mais ou
menos sucesso conforme a sua capacidade de produzir e socializar conteúdos.


Para conquistar lugares próprios nos espaços e nos conflitos da atualidade,
não basta, pois, criar fatos. É preciso recheá-los de conteúdos. Isto é, de
significados discursivos. E isso explica a prioridade dada à comunicação social,
em todos os campos organizados de atividade humana, em especial nos cenários da
política, da economia, da cultura, da urbanização e das temáticas universais da
sobrevivência humana.


Por motivos que têm a ver com a história recente do jornalismo brasileiro,
foi a contratação bem remunerada de jornalistas que garantiu competência
comunicacional a governos, empresas, corporações, igrejas, parlamentos,
universidades, tribunais, clube, ONGs, enfim, à imensa teia de instituições e
associações que dão esqueleto, nervos e recheio discursivo à sociedade.


Apenas para servir de ilustração, cito um número: se contarmos os jornalistas
que hoje trabalham na máquina federal de governo, a soma, pelo que me dizem,
passará dos 3.000. Isso mesmo: o governo federal é o maior empregador de
jornalistas do País. E se juntarmos aos números do governo federal os
jornalistas que, como concursados ou contratados, direta ou indiretamente
prestam serviços aos governos estaduais e municipais, chegaremos a contingentes
assombrosos de profissionais jornalistas que atuam na origem na notícia.


******


Na esfera da iniciativa privada, está também altamente disseminada e
profissionalizada a atividade de assessoria de imprensa, ou, se preferirem,
assessoria de comunicação ou assessoria jornalística. Não há, ou pelo menos não
conheço, estatísticas que nos dêem um parâmetro quantitativo dessa atividade
confiada preponderantemente a jornalistas. Mas podemos tomar como referência
indicativa a avaliação feita no âmbito da Abracom, que vem a ser a Associação
Brasileira das Agências de Comunicação.


A Abracom, que atualmente agrega 291 das agências de comunicação no País,
trabalha com a estimativa de que o setor seja hoje constituído por 1.100
agências, responsáveis pela geração de 13 mil empregos. E com o faturamento
global, estimado para este ano, de um bilhão de reais.


Nesses números não entram os jornalistas que trabalham internamente, nas
estruturas empresariais de comunicação; nem os ‘frilas’; nem os que, como
fornecedores individuais de serviços especializados, se movimentam nesse mercado
como produtores de textos, pautas, desenhos gráficos, reportagens fotográficas,
copidesques, redatores de discursos, editores de publicações, auditores de
qualidade – e sites, blogs, etc., etc., etc..


A ênfase no ‘etc.’ se justifica, porque o campo é vasto e propício para
iniciativas criativas, até de recém-formados.


2. O poder exercido de ‘dizer’


E o que essa gente bem treinada e bem remunerada faz, trabalhando como
jornalistas nas fontes?


Se procurarmos resposta a essa questão na observação metódica da experiência,
olhando o trabalho jornalístico nas fontes e o trabalho jornalístico nas
redações, descobriremos que as fontes deixaram de ser objeto utilitário do
jornalismo. Elas saíram das beiradas da produção jornalística para se integrarem
nela, como núcleos produtores de conteúdos que interessam à sociedade. Os
jornalistas que nas fontes trabalham fazem a adequação desses conteúdos à
linguagem jornalística e aos processos combinados da difusão jornalística,
desdobrada em meios, tecnologias, logísticas e periodicidades que
estrategicamente se complementam.


Em resumo: o espaço conceitual do jornalismo alargou fronteiras e horizontes.
Transpôs os limites das redações, que definitivamente deixaram de ser berços da
notícia. A notícia brota e circula como ação dos sujeitos da atualidade, que
deliberadamente exercem o poder de ‘dizer’, gerando informações e conhecimentos
que nutrem o jornalismo, entendido como espaço e linguagem dos conflitos da
atualidade.


Sob o ponto de vista da democracia e da cultura, isso é bom, porque temos aí
um cenário de sujeitos sociais falantes.


Mas a nova fisionomia criada pela participação ativa das fontes coloca
problemas novos ao jornalismo, tanto no plano das teorias quanto no plano dos
‘fazeres’. Um deles, os novos papéis que o mundo globalizado e informacional
atribui ao jornalismo, em geral, e às redações convencionais, em particular.


Mas como hoje já escrevi demais, deixo essa questão para o próximo texto.


(*) Manuel Carlos Chaparro é doutor em Ciências da Comunicação e professor
livre-docente (aposentado) do Departamento de Jornalismo e Editoração, na Escola
de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, onde continua a orientar
teses. É também jornalista, desde 1957. Com trabalhos individuais de reportagem,
foi quatro vezes distinguido no Prêmio Esso de Jornalismo. No percurso
acadêmico, dedicou-se ao estudo do discurso jornalístico, em projetos de
pesquisa sobre gêneros jornalísticos, teoria do acontecimento e ação das fontes.
Tem quatro livros publicados, sobre jornalismo. E um livro-reportagem, lançado
em 2006 pela Hucitec. Foi presidente da Intercom, entre 1989-1991. É conselheiro
da ABI em São Paulo e membro do Conselho de Ética da Abracom.’


 


 


TELEVISÃO
Antonio Brasil


Prêmio Brasil 2008 para os melhores da TV, 8/9


‘Este ano, os Prêmios Brasil 2008 para os melhores da TV brasileira são
prêmios póstumos. A TV brasileira morre aos poucos. Perde audiência para as
novas tecnologias, não consegue apresentar nada de novo, mas consegue sempre o
impossível: está cada vez pior.


Decidimos conceder o Prêmio Brasil 2008 de Melhor Programa de TV para o
falecido ‘ReCorte Cultural’ da igualmente falecida TVE. Pena. Ambos morrem com o
sonho de produzir programas inovadores e criar uma TV pública de verdade em
nosso País.


O ReCorte Cultural apresentado pelo ator, diretor e autor teatral Michel
Melamed, era ‘mais que um talk-show ou uma revista eletrônica de cultura, era a
tentativa de uma televisão artística, criativa, experimental’ em uma TV simples,
modesta e despretensiosa com nome de Educativa. Uma TV com sérios problemas de
gestão e identidade, mas que conseguiu produzir alguns bons programas. Uma
televisão que nunca foi pública, mas que nunca deixou de ser de alguma forma…
‘educativa’. Morreu por incompatibilidade com novas propostas dos novos tempos.


Aproveito para recomendar o trabalho de Recorte Cultural – Uma ‘desconstrução
construtiva’ da linguagem televisiva da Universidade Federal da Paraíba – ver
aqui.


O ReCorte era ‘um programa feito de colagens – a escolha do nome ‘Recorte’
decerto não foi por acaso – e que, falando de arte, nos dá a sensação, pelo
menos em alguns momentos, de se constituir – ele mesmo, o programa – em uma obra
de arte’.


Segundo os autores, em seu falecido programa, ‘em vez de uma pauta seguida à
risca, Michel se munia apenas de informações básicas sobre o convidado, para
evitar o ‘branco’ e ter o que perguntar caso a entrevista não rendesse. Mas o
que geralmente acontecia era a conversa tomar um rumo inesperado’.


Mais adiante, a pesquisa cita um dos melhores momentos do ReCorte: ‘O
escritor Ruy Castro recebeu Michel e a equipe em sua casa e deu a entrevista de
bermuda, justificando que o programa era ‘esculhambado. Esse estilo
descontraído, mesmo em estúdio, parece favorecer a desinibição, tão temida por
quem trabalha em TV.’


Tudo a ver.


Também é citada a análise de Marcelo Alves, mestre em lingüística pela
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que resume a atuação de Melamed
comandando o recorte:


‘Michel Melamed não é um apresentador per si; ele é um artista no comando das
entrevistas, com a mesma verve de Abujamra no também ótimo ‘Provocações’. Aliás,
Melamed encarna um pouco o sonho de Abujamra, ‘dêem aos artistas um horário vago
na televisão e você verá algo novo nascendo…’.


Ao se definir como um ‘escritor em busca de novas linguagens’, Melamed e sua
equipe injetavam originalidade na TV aberta brasileira, refletindo o que seu
criador pensa sobre a arte, a cultura e a vida.


O falecido ReCorte Cultural era um bom programa para telespectadores
insatisfeitos com a mesmice, com a falta de ousadia e criatividade dos programas
de entrevista da TV brasileira. Principalmente, nas nossas TVs ditas públicas.


Pelo jeito, não era sério e chato o suficiente ou engajado e aparelhado o
bastante para fazer parte da programação da nova rede do governo. Assim como a
TVE, o ReCorte não resistiu às pressões políticas e morreu de forma súbita e
prematura.


Pena. Sentimos a falta de ambos.


O falecido ReCorte Cultural ganha o Prêmio Brasil 2008 para o melhor programa
da TV brasileira e deixa saudades.


Prêmio de Vanguarda


Também concedemos o Prêmio Brasil Póstumo de Melhor Homem de TV ao nosso
dileto amigo Fernando Barbosa Lima. Mais uma morte sentida e ressentida na nossa
triste TV.


Fernando Barbosa Lima era o homem que sabia tudo de TV. Foi o maior criador
de programas, de bons programas jornalísticos. Criou mais de cem. Premiado no
Brasil e no exterior, escreveu suas memórias com o título sugestivo de ‘Nossas
Câmeras são seus olhos’. Tive o privilégio de tecer alguns comentários aqui no
Comunique-se sobre o lançamento do livro.


Afinal, como dizia Villas-Bôas Corrêa, ‘a vida de Fernando Barbosa Lima
confunde-se com a história da televisão brasileira, no que ela tem de melhor, de
mais inteligente, de mais criativo’.


Fernando era um bom amigo e ainda melhor parceiro de infindáveis conversas
sobre nosso tema favorito: a televisão brasileira. Na Lagoa, aqui no Rio ou em
Araras, na nossa querida Petrópolis, vai fazer falta. Muita falta. Com o seu
falecimento, a TV brasileira morre um pouco.


Principalmente agora que perdemos bons programas e as nossas esperanças de
uma TV pública de verdade e de qualidade, independente da tutela de governo, de
qualquer governo. Agora que transformamos uma TV que poderia contribuir para a
educação em uma TV que continua ignorada pelo público e só agrada aos donos o
poder. Qualquer poder.


Assim como Roquete Pinto, Fernando Barbosa Lima acreditava no poder de uma TV
pública de verdade voltada prioritariamente para a educação. Foi diretor da
falecida TVE do Rio de Janeiro por três vezes e deixou muitas saudades.


Em ‘A TV que eu imagino’, Fernando já nos alertava: ‘Minha maior preocupação
com este livro é buscar uma reflexão sobre a nossa televisão e sua importância
para o nosso povo. A nossa geração não pode perder a oportunidade única de usar
a televisão como um forte instrumento de conhecimento e cultura.’


E acrescentava detalhes sobre a TV dos seus sonhos: ‘Uma TV pública que
fizesse parte de um grande plano educacional, que fosse vista dentro das escolas
apoiando os professores. A educação tem que ser mania nacional. A TV pode fazer
isso no Brasil; ela tem esse poder. Nossas crianças merecem isso.’


‘Eu sonho com uma televisão que faça o progresso encontrar a civilização. Uma
televisão que coloque o interesse público acima do interesse comercial ou
político. Colocar o divertimento ao lado da educação e da informação’.


‘Tentei fazer isso na TVE. Não consegui apoio do governo federal. Diante
dessa barreira intransponível, deixei a TVE e voltei para a produção
independente.’


Amigo Fernando, continuamos juntos sonhando com essa televisão. Prêmio Brasil
2008 Póstumo para o Melhor Produtor de Programas da nossa TV. Quem sabe um dia
ainda criamos uma rede de TVs públicas de verdade e de vanguarda com o nome de
TV Fernando Barbosa Lima, a TV FBL.


Propostas ousadas como o ReCorte Cultural e novos valores como o Michel
Melamed ainda nos dão esperança e podem evitar a morte prematura da TV
brasileira.


Apesar de tudo e todos, continuamos sonhando.


(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da
Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela
London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e
pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Atualmente, faz nova
pesquisa de pós-doutorado em Antropologia no PPGAS do Museu Nacional da UFRJ
sobre a ‘Construção da Imagem do Brasil no Exterior pelas agências e
correspondentes internacionais’. Trabalhou na Rede Globo no Rio de Janeiro e no
escritório da TV Globo em Londres. Foi correspondente na América Latina para as
agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. É responsável pela
implantação da TV UERJ online, a primeira TV universitária brasileira com
programação regular e ao vivo na Internet. Este projeto recebeu a Prêmio Luiz
Beltrão da INTERCOM em 2002 e menção honrosa no Prêmio Top Com Awards de 2007.
Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha
Tecnológica’, ‘O Poder das Imagens’ da Editora Livraria Ciência Moderna e o
recém-lançado ‘Antimanual de Jornalismo e Comunicação’ pela Editora SENAC, São
Paulo. É torcedor do Flamengo e ainda adora televisão.’


 


 


Eduardo Ribeiro


As novidades que vêm do jornalismo da TV, 3/9


‘Os últimos dias foram férteis em notícias vindas do universo do jornalismo
da televisão, envolvendo praças como São Paulo, Brasília e Salvador e veículos
como TV Brasil/EBC, TV Cultura, TV Aratu e RecordNews. A coluna desta semana,
portanto, retrata um pouco dessa efervescência, o que é um claro sintoma de que
os investimentos, ainda que longe do ideal, estão sendo feitos nesse
veículo.


Começamos pela TV Cultura, que criou um novo cargo de direção no jornalismo,
trazendo para ocupá-lo Antonio Carlos de Almeida Neves, que todos conhecem por
Toninho Neves. Ele foi chamado pelo coordenador do Núcleo de Jornalismo da Rádio
e TV Cultura, Pola Galé, com a benção do presidente da Fundação Padre Anchieta
Paulo Markun, para ser seu braço direito, no cargo de diretor de Redação. Deixou
para trás, ao aceitar o convite, a Chefia de Redação da Rede TV. Sua principal
função será integrar todos os programas da área.


‘Nossa intenção é transformar o Jornal da Cultura no núcleo principal dos
programas jornalísticos da casa’, diz Galé, acrescentando: ‘Eles terão uma
participação mais constante e mais intensa no JC, seja pelo aproveitamento de
matérias que produzam seja pela criação de pautas específicas para veiculação no
telejornal. Para isso, as reuniões de pauta serão ampliadas, com a participação
de todos os jornalísticos. E quem vai coordenar esse trabalho é o Toninho’.


Com quase 40 anos de profissão, Toninho Neves teve passagens por TV Globo
(foi chefe de Redação do Fantástico e editor-chefe do Jornal Nacional), Correio
da Manhã, Folha de S.Paulo, JB, Estadão, Jornal da Tarde, Folha da Tarde e
Jornal dos Sports. Em agosto, integrou a equipe do SporTV na cobertura das
Olimpíadas.


Um ombudsman para a EBC


Também a Empresa Brasil de Comunicação, que administra a TV Brasil, criou uma
função nova em sua estrutura, a de ouvidor-geral e convidou para ser o primeiro
titular do cargo Laurindo Lalo Leal Filho. Foi nomeado na última 5ª.feira (28/8)
para um mandato de dois anos, com direito à renovação por igual período.


Um dos mais conceituados estudiosos de televisão do País, Lalo tem passagens
por importantes veículos de comunicação, como Globo, Band e Cultura, além de uma
carreira acadêmica que inclui um mestrado em Sociologia pela PUC-SP, doutorado e
livre-docência em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, com pós-doutorado no
Goldsmiths College da Universidade de Londres. Fundou e presidiu a ONG Tver,
voltada para o acompanhamento da qualidade da televisão brasileira, da qual é
membro; e integra a Comissão de Acompanhamento da Programação de Rádio e Tevê
criada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados – por causa do
novo cargo, deixa de apresentar na TV Brasil e na TV Câmara o programa VerTV,
voltado ao debate sobre pautas relacionadas a este meio de comunicação.


Contará com a colaboração de três ouvidores-adjuntos, escolhidos por ele,
entre os três veículos da empresa: TV Brasil, Sistema de Rádio – que abrange as
rádios EBC, Nacional do Rio, Nacional de Brasília, MEC, Rádio Rio e Rádio da
Amazônia – e Agência Brasil (este ficará com Paulo Machado). A Ouvidoria terá 15
minutos semanais na TV Brasil e nas emissoras de rádio e uma seção na Agência
Brasil e também produzirá boletins bimestrais para os integrantes do Conselho
Curador – grupo responsável pela fiscalização e ajuste nos conteúdos veiculados
pelos canais da EBC.


Entre suas novas funções, está prevista a apresentação de um programa que a
EBC está criando para comentar a programação da TV Pública, ainda sem data para
estrear.


A Ouvidoria da EBC contará com um telefone 0800, cujo número será
oportunamente divulgado. Por enquanto, críticas e sugestões podem ser feitas
pelo www.ebc.tv.br .


Os novos estúdios da TV Brasil em São Paulo


Em São Paulo, as novidades da EBC/TV Brasil não são na equipe, mas nas
instalações. Já estão quase prontas as obras do prédio que abrigará a
organização e, salvo imprevistos, ele será inaugurado no próximo dia 15 de
setembro. Nele, os destaques serão os dois novos estúdios, um de 300 m2, em
condições de abrigar até mesmo programas de auditório, e outro de 158 m2, que
será muito utilizado pelo jornalismo. Paralelamente às obras, chegam também os
modernos equipamentos que permitirão à emissora pública transmitir já pelo
sistema digital. ‘É um começo praticamente do zero’, destaca o gerente de
Jornalismo Florestan Fernandes Jr., que divide as responsabilidades do comando
da TV Brasil na capital paulista com Marco Antonio Coelho, gerente de
Relacionamento, e Ricardo Soares, gerente de Programação.


O novo prédio, que fica no antigo Espaço BIC, na av. Mofarrej, 1.200, Vila
Leopoldina, abrigará também as instalações da Agência Brasil de Notícias e os
estúdios de rádio, que abastecerão a rede da EBC com informações de São Paulo. A
direção da empresa reúne-se na cidade na próxima semana para formatar os
primeiros programas que serão produzidos pelo núcleo, entre eles dois
telejornais (um para entrar no Jornal da Manhã, em rede; e outro local) e uma
revista cultural, que irá ao ar aos sábados. Como o sinal aberto ainda não foi
liberado pela Anatel, o que está previsto para outubro ou, o mais tardar,
novembro (será no canal 68 UHF), até lá a TV Brasil chega aos lares paulistas
pelo cabo, NET e Sky.


Sopros da Bahia


Depois de Rede Bahia e Grupo A Tarde, chegou a vez de a TV Aratu (afiliada
SBT) anunciar investimentos. A emissora, que no ano que vem completa 40 anos,
vai aplicar R$ 2,8 milhões na construção de novo estúdio e na reforma
cenográfica dos estúdios de jornalismo e de programas locais, na compra de novos
equipamentos digitais e na digitalização do seu acervo.


Newscenter – O novo estúdio do Aratu Notícias, telejornal que conta com duas
edições diárias, passará a ter as redações integradas ao cenário, a exemplo do
que as principais redes brasileiras e internacionais de tevê estão fazendo. Será
construído um estúdio-auditório, com capacidade para 100 pessoas, para abrigar
programas especiais, incluindo os tradicionais debates políticos nas campanhas
eleitorais. Também ganham melhorias os cenários do popular Que venha o povo e do
No campo do 4, noticiário esportivo. Além do investimento em infra-estrutura
física, a TV Aratu já comprou novos equipamentos de iluminação, sonorização e
climatização.


Tevê digital – A emissora também já adquiriu um novo transmissor e exibidores
digitais. Todo o seu acervo (mais de 8 mil horas de entretenimento e informação)
começou a ser digitalizado.


O primeiro aniversário da RecordNews


No próximo dia 27/9, a RecordNews chega ao seu primeiro ano de vida com bons
motivos para comemorar, seja pelo desempenho (audiência e faturamento) seja
pelos novos projetos em gestação, que deverão aportar nas telinhas nos próximos
meses. J&Cia aproveitou a proximidade da data para um pingue-pongue com o
chefe de Redação João Beltrão, que você acompanha a seguir:


Jornalistas&Cia – Praticamente às vésperas do primeiro aniversário, o que
se pode falar da RecordNews. A emissora se consolidou nesse período?


João Beltrão – Temos várias novidades, mas a consolidação e o crescimento do
canal são as coisas mais importantes. Há cinco meses assumimos a liderança das
emissoras UHF em São Paulo, novas afiliadas chegaram para aumentar a nossa
cobertura. Já estamos em 20 capitais com o sinal em tevê aberta, isso sem falar
nas parabólicas (14 milhões) e no cabo, nas grandes e pequenas operadoras do
País.


J&Cia – Quais os maiores destaques nesse primeiro ano de operação?


Beltrão – O ano foi marcado pelas grandes coberturas e pela pluralidade do
nosso jornalismo. Veja só, trouxemos, nesse período, dois mil convidados aqui na
sede da News. Foram mil entrevistas, de Lula a FHC, Aécio, Serra, Hugo Chávez,
Oscar Niemayer, artistas e escritores que não acabam mais…


J&Cia – Empresários também?


Beltrão – Os maiores empresários brasileiros e personalidades da economia
passaram pela bancada da Fátima Turci no Economia e Negócios: Antônio Ermírio,
Delfim Netto, Washington Olivetto, Ivan Zurita, Marcos Oliveira, Miguel Jorge,
Hugo Penteado…


J&Cia – E em termos comerciais, as coisas caminham bem?


Beltrão – O comercial tem crescido muito. A Record News está com os breaks de
gente grande, o que nos dá muito orgulho.


J&Cia – Alguma programação especial para o aniversário?


Beltrão – Estamos preparando uma série de programas especiais para a semana
do aniversário. Muita gente, aliás, deve ter visto que estamos com as
entrevistas com os candidatos à prefeitura de SP e Rio. Somos o único canal que
abriu uma hora para entrevistas com todos os candidatos. No segundo turno vamos
fazer a entrevista no mesmo formato nas principais cidades do País.


J&Cia – E vem coisa nova por aí?


Beltrão – Sim, vamos ter em breve novos programas. Estamos estudando a
entrada de um dedicado a moda e outro a gastronomia. Assim, nosso leque diário
ficará ainda mais apetitoso.


(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado
e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na
comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o
livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra
o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação
e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo
Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil
Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de
Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’


 


 


 


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