Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Comunique-se

ELEIÇÕES 2006
Bia Moraes

Político pede quebra de sigilo de jornalistas, 25/09/06

“A menos de uma semana da eleição, a manchete do jornal Gazeta do Povo desta segunda-feira (25/09) revela a atual temperatura da campanha para governador no Paraná: ‘Coligação de Requião pede quebra de sigilo de jornalistas’, informa o diário.

Entre os jornalistas visados estão três profissionais da própria Gazeta, além da correspondente da Folha de S. Paulo, Mari Tortato. O motivo do pedido de quebra de sigilo é a série de reportagens da Gazeta e da Folha, com informações exclusivas, sobre o caso explosivo que agitou a campanha no Paraná nas últimas duas semanas: a prisão de um policial civil, acusado de fazer escutas telefônicas ilegais, e a ligação estreita que haveria entre ele e o governador Roberto Requião, candidato à reeleição. O policial preso, Délcio Rasera, se apresentava como ‘assessor especial’ de Requião e estava lotado na Casa Civil – mas, conforme as investigações, sua principal atividade era a arapongagem.

A matéria sobre o pedido de quebra de sigilo dos jornalistas é também manchete da Gazeta do Povo Online.

A reportagem explica que a assessoria jurídica da coligação Paraná Forte, do governador licenciado Roberto Requião (PMDB) – que, de acordo com as pesquisas, tem chance de se eleger já no primeiro turno – encaminhou à Corregedoria-Geral do Ministério Público do Paraná (MP-PR) um pedido de quebra do sigilo telefônico dos jornalistas Caio Castro Lima, Karlos Kohlbach e Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, e Mari Tortato, da Folha de S. Paulo.

Os jornalistas

Castro Lima é repórter de Política da Gazeta do Povo e Kohlbach é repórter da Gazeta do Povo Online. Os dois vêm trabalhando juntos na cobertura do chamado ‘Caso Rasera’ há mais de duas semanas, levantando informações exclusivas junto a fontes confidenciais.

Celso Nascimento, jornalista experiente, é editorialista do jornal e está escrevendo coluna durante a cobertura especial de eleições da Gazeta. Mari Tortato, por sua vez, tem também longa carreira na imprensa paranaense e atualmente é correspondente da Folha de S. Paulo em Curitiba. É dela a reportagem sobre o caso Rasera publicada neste domingo (24/09) na Folha – os advogados de Requião tentaram impedir esta matéria de ser publicada, via mandado judicial, mas não conseguiram. A Justiça eleitoral considerou que seria ‘censura prévia’ à imprensa e negou a liminar.

De acordo com a reportagem da Gazeta do Povo, a solicitação de quebra do sigilo telefônico dos jornalistas consta em um pedido de providências protocolado pelos advogados de Requião no MP-PR sobre as investigações do esquema de escutas telefônicas clandestinas, do qual o policial civil Délcio Rasera é acusado. As investigações sobre o caso vêm sendo realizadas pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC).

O texto da Gazeta, assinado pela editora de Política do jornal, Audrey Possebom, e pelos repórteres Fernando Martins e Rosana Félix – ambos trabalhando na cobertura especial de Eleições da Gazeta – informa ainda que ‘o mesmo documento também foi anexado a um pedido de liminar, protocolado no sábado (23/09), pela coligação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), contra a Folha de S. Paulo. Na representação, o grupo de Requião tentava impedir a publicação de uma reportagem a respeito do caso pela Folha neste domingo (24/09). Mas o TRE negou a liminar’.

Sigilo

A coligação Paraná Forte, do candidato à reeleição Roberto Requião, do PMDB, alega no pedido que as investigações do caso Rasera deveriam seguir em ‘absoluto sigilo’ – o que não estaria ocorrendo, já que a imprensa tem publicado reportagens sobre o assunto. A Gazeta informa, ainda, que a coligação solicita a responsabilização criminal e administrativa, além da quebra dos sigilos telefônicos, de todos os envolvidos na investigação. ‘Tendo em vista a gravidade dos fatos noticiados, o interesse público impõe que se processe a quebra, a partir de agosto de 2006, dos sigilos telefônicos de todos os envolvidos’, diz o trecho do documento do PMDB reproduzido pela Gazeta do Povo.

O juiz eleitoral Munir Abagge negou a liminar sobre a suspensão de publicação da matéria da Folha, alegando que ‘o deferimento da liminar postulada equivaleria à gritante censura prévia, o que não mais se admite nos dias atuais’, e que a ‘Constituição Federal estabelece direito à liberdade de imprensa sem censura de qualquer natureza’. O juiz escreve também: ‘A matéria em questão – a prisão do policial Délcio Rasera – está na pauta de toda a imprensa. É um fato da maior relevância, do maior interesse público, cuja divulgação não pode ser de qualquer modo coibida’.

Repercussão

Mari Tortato passou a manhã desta segunda-feira (25/09) preparando um relatório sobre o caso para a direção da Folha. Ela informou à reportagem do Comunique-se que o jornal manifestará sua posição oficial sobre o caso em breve.

A jornalista adiantou que considera ‘muito grave’ a tentativa de cerceamento de liberdade de imprensa por parte dos advogados de Requião – e que o mal maior não é, na opinião dela, em relação à tentativa específica contra a Folha ou ela mesma, mas sim o que a atitude representa: ‘Inibir fontes de manter contato e repassar informações a jornalistas é o reflexo mais grave desse caso, na minha opinião’.

Mari lembra que o relacionamento de Requião com a imprensa tem sido de atritos constantes. ‘O governador tem tido esse tipo de postura autoritária com qualquer pessoa – subordinado, adversário político ou imprensa – que questione os métodos e atitudes dele’, observa a correspondente da Folha. ‘Mas acredito que nesse caso atual a Justiça será favorável a nós, da imprensa, como já sinalizou essa primeira decisão do TRE, rechaçando a censura à reportagem. O juiz apontou os motivos corretos’, comentou.

‘Antidemocrático’

Em entrevista à Gazeta do Povo, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor), Aniela Almeida, disse que o pedido de quebra de sigilo dos jornalistas é ‘antidemocrático e exagerado’.

Aniela, que é repórter licenciada da Gazeta do Povo, disse que a atitude do PMDB é uma tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa e uma ameaça velada aos quatro jornalistas. Para a presidente do Sindijor-PR, ‘a imprensa tem a obrigação de apurar casos como o dos grampos’, e mesmo que o caso corra em sigilo de Justiça, ‘é legítimo que os profissionais da imprensa tentem obter dados para repassá-las aos leitores.

A jornalista também lamentou mais uma atitude ‘truculenta’ do grupo político do governador Roberto Requião.

Editorial

Ao lado da reportagem, a Gazeta do Povo publica o seguinte editorial nesta segunda-feira (25/09):

‘Quebra viola proteção da fonte

A Gazeta do Povo lamenta que governantes, partidos e coligações se utilizem de táticas judiciais para impedir que a população tenha acesso às informações sobre o que ocorre no centro do poder. A democracia só pode sobreviver com a liberdade de informação. Não é a primeira vez que o Estado do Paraná aparece em noticiários nacionais por adotar estratégias contra a liberdade de informação. O pedido de quebra de sigilo telefônico de um repórter é uma maneira de destruir o sigilo de fonte garantido na Constituição Federal. A despeito de não ter ciência formal do pedido formulado contra os seus jornalistas, a Gazeta do Povo afirma que mantém sua confiança no Poder Judiciário, que defenderá seus profissionais diante de pedidos abusivos e reafirma seu compromisso de publicar todas as informações relevantes para o leitor/eleitor’

Outro lado

O advogado do PMDB Cezar Ziliotto, que assina o pedido de providências ao Ministério Público e a representação contra a Folha de S. Paulo, também foi ouvido pela Gazeta. Na reportagem publicada nesta segunda-feira (25/09), Ziliotto diz que o interesse da coligação Paraná Forte é averiguar se os jornalistas utilizaram procedimentos lícitos ou se houve quebra de sigilo das investigações do caso Rasera.

‘Nós entendemos que o caso corre em segredo de Justiça. Se, eventualmente, documentos foram revelados não se sabe por quem, pede-se uma investigação. E essa investigação passa pela quebra de sigilo de algumas pessoas’, explica o advogado no texto publicado pelo jornal.

‘É fato público e notório que os jornalistas que assinaram as matérias tiveram acesso a alguns documentos. Alguém pode estar cometendo atos ilícitos envolvendo os jornalistas’, continua. ‘Na verdade a gente quer preservar os jornalistas, e as reputações de quem está sendo envolvido sem ter nada a ver com a história.’ Em relação à representação contra a Folha de S. Paulo, Ziliotto diz à Gazeta que não se trata de censura prévia: ‘O que a gente pede não é que a Folha seja proibida de fazer matérias sobre o Rasera. Mas sim que não sejam publicados documentos obtidos de maneira ilícita no nosso entendimento.’ Segundo ele, ‘a liberdade de imprensa não é absoluta’, pois envolve outro valor fundamental, que é o do sigilo e da reputação.”

Eleno Mendonça

Movimentações ilícitas, 25/09/06

“Você já experimentou ir ao banco e tentar sacar, na boca do caixa, R$ 10 mil? Certamente, se você for conhecido, levará um bom tempo. O funcionário vai avisar ao gerente, que vai pedir para você esperar do lado pelo menos uma meia hora. E se a importância for maior, digamos, R$ 50 mil. Bem, aí o gerente vai dizer que você deveria ter avisado antes, um dia pelo menos, e provavelmente vai te pedir para voltar depois. São as normas dos bancos para melhorar a própria segurança e evitar que as pessoas façam saques exagerados, afinal é interesse da instituição que você permaneça com o maior numerário possível aplicado. Quando você tira muito dinheiro é sinal que pode emagrecer a conta a ponto de deixar de ser cliente.

Mas vamos supor que você não está comprando um tereno ou imóvel ou carro e que tenha ganhado na loteria e esteja cheio da grana. Suponha que você queira tirar quantias gordas mesmo, do tipo R$ 300 mil, R$ 500 mil, R$ 1 milhão. Quem dera. Pois saiba, que tanto quem tirou os R$ 10 mil quanto o que tirou essa bolada vão para um relatório do gerente e segue direto para o Banco Central, para o Coaf – que é o Conselho de Controle das Atividades Financeiras. Cabe ao Coaf reunir esses saques digamos estranhos para depois investigar por si próprio ou estar pronto a responder a perguntas caso sobre esses recursos pairem alguma dúvida. Cabe ao Coaf dizer das origens, cobrar o sacador sobre o fato se esses recursos estão declarados à Receita Federal etc etc.

Tudo isso evita, ou deveria evitar, que haja lavagem de dinheiro, que recursos deixem de ser declarados, que dinheiro seja usado em operações ilegais. Nos tempos da informática, do wireless, do IPod, é inadimíssível que um Banco Central, que um Coaf, não tenham isso na ponta da língua.

Porque estou fazendo esse rodeio? Bem, para mostrar o óbvio. A imprensa deve encostar no Coaf e no BC para pedir, ou melhor, exigir essas informações em nome da sociedade. Na reta final de um processo eleitoral é inadmissível que uma informação dessa importância fique de fora. Vamos esperar para que haja as eleições? Se fosse com você, certamente o Coaf já teria informado. A rapidez nas apurações não vale para determinadas situações? No caso do Caseiro Francenildo não se viu morosidade. Levantaram até o extrato do rapaz em poucos dias e, o que é pior, não foi preciso nem força policial.

(*) Também assina uma coluna no site MegaBrasil, é diretor de Comunicação da DPZ e âncora da Rádio Bandnews. Ele passou pelo Estado de S. Paulo, onde ocupou cargos como o de chefe de Reportagem e editor da Economia, secretário de Redação, editor-executivo e editor-chefe, Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.”

Eduardo Ribeiro

Reputação a zelar, 20/09/06

“Os profissionais da Editora Três têm razões de sobra para ficarem preocupados com os últimos acontecimentos envolvendo a empresa, particularmente em relação ao episódio em que se insinua um possível envolvimento dela na compra do dossiê da máfia dos sanguessugas.

E por que assim estão?

Porque a empresa, embora tenha publicamente desmentido essa notícia, inclusive com uma nota oficial, não tratou internamente o assunto com a seriedade que os funcionários acham que ele merece.

Esses funcionários sabem que tanto quanto a reputação da casa a deles está em jogo. E a empresa em momento algum os reuniu para dar os devidos esclarecimentos, para garantir que não agiu desonestamente, para dar a sua versão da história, para responder a série de perguntas que certamente todos ali teriam a fazer. Em síntese, não agiu a tempo e com a energia necessária para desarmar a bomba.

Acostumadas a provocar crises nas outras organizações, quando publicam denúncias contra elas, as empresas de mídia não sabem direito o que fazer quando se vêem nessa situação, como agora acontece com a Editora Três. E se não bastasse a história do dossiê, a empresa ainda enfrenta problemas financeiros e rumores de que estaria sendo vendida para a Companhia Brasileira de Mídia, de Nélson Tanure. Ou seja, uma conjunção de fatores adversos e desestabilizadores, típicos de uma empresa efetivamente em crise. E para piorar as coisas, até greve a empresa enfrentou recentemente por conta do atraso salarial ocorrido.

Difícil saber o que o diretor responsável Domingo Alzugaray vai fazer, mas nada substitui o olho no olho com a equipe. Quando os sobrenomes profissionais começam ser usados para se sobrepor ao sobrenome empresarial, e não o inverso, como começa a acontecer na Três, alguma coisa está errada. Quando um veículo de comunicação começa a enfrentar questionamentos e a representar ônus para os profissionais que nele trabalham, alguma coisa não está direito. Quando seus homens de confiança começam a perder a confiança em você, está aí um claro sinal de que o caldo pode entornar.

A Três, com ou sem pecados, tem um valoroso e respeitado grupo de profissionais e precisa zelar por eles, até mesmo para desse modo zelar pela própria reputação.

Se não agir a tempo e com transparência, sabe-se lá o que pode acontecer. Mas certamente não será coisa boa.

Boas novas

Crise a parte, há também boas novas no mercado, duas delas vindas lá das bandas da Globo: o novo portal G1, da Globo.com, que estreou na última segunda-feira gerando cem novos postos de trabalho, e a nova revista mensal de Negócios que a Editora Globo vai colocar nas bancas no início de 2007, que certamente também terá uma redação de peso, sob o comando do experiente Nélson Blecher, diretor de Redação, e Fábio Altman (que acaba de deixar IstoÉ Dinheiro), como redator-chefe.

Outra empresa que está para anunciar um novo lançamento editorial é a Abril. Em recente entrevista concedida ao Programa Amaury Jr., Roberto Civita revelou que a empresa trabalha atualmente em três projetos, mas um deles está no forno e será uma revista, segundo disse, de grande impacto. Não se tem ainda pistas do que venha a ser essa nova publicação, mas há grandes chances de que ela seja lançada em outubro próximo. A conferir.

(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.”

Milton Coelho da Graça

IstoÉ, história de final triste, 20/09/06

“IstoÉ foi criada por Mino Carta como revista séria, alternativa em relação a Veja,absoluta no mercado.  Talvez mesmo por esse propósito, Mino encontrou dificuldades e decidiu vendê-la.

Diz a lenda (lenda, porque nunca confirmei a estória com os personagens) que Walter Moreira Sales, pela manhã, antes de ir para o escritório, foi visitar Fernando, acamado por uma gripe.  Na saída, perguntou: ‘Quer que eu traga alguma coisa, meu filho?’  E ouviu um pequeno pedido: ‘Me compra uma revista, pai’.

No dia seguinte, Fernando era o novo dono de IstoÉ.  Manteve a revista no mesmo rumo digno dado por Mino, mas também preferiu passá-la adiante no início de 1984, agora para Luiz Fernando Levy, também proprietário da Gazeta Mercantil. 

Eu era correspondente do jornal em Nova York quando fui convidado a voltar e assumir a direção de IstoÉ. Para aceitar, só perguntei se a revista poderia entrar de cabeça na campanha por eleições diretas e tanto Roberto Muller, diretor da Gazeta, como o próprio Levy me asseguraram que sim.

Na primeira edição com meu nome no expediente e a aprovação de toda a equipe, a revista teve um encarte de página dupla só com a letra de ‘Apesar de Você’, para  mostrar nossa fé nos versos de Chico Buarque. Naquele mesmo ano, a revista ganhou o Prêmio Esso pela primeira entrevista de cabo Anselmo, agente da Marinha infiltrado na resistência armada contra a ditadura e responsável direto por dezenas de mortes e prisões.  Depois que o Congresso derrubou a emenda em favor das Diretas Já, a revista engajou-se na batalha pela eleição indireta de Tancredo Neves.

 Em 85, voltei ao O Globo. E pressenti, algum tempo depois, o desastre, o fim melancólico da revista sonhada por Mino, Moreira Sales e Levy, com a venda a Domingo Alzugaray, que nunca revelara qualquer vestígio de alma jornalística.

Alzugaray sempre foi especialista em vendas – essa é a sua alma.  IstoÉ tornou-se conhecida de todos os governos – federal, estaduais e municipais – como revista sempre pronta a fazer uma boa proposta.  Lamentável.

(*) Milton Coelho da Graça, 75, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.”



INTERNET
Bruno Rodrigues

Vale ouvir jornalistas da velha guarda?, 25/09/06

“Já ouviu falar na ‘síndrome do século XX’? Sofremos desta doença aparentemente incurável desde as primeiras décadas do século passado. São dois os sintomas: a intolerância implacável das novas tecnologias com as anteriores, e o pânico das antigas com a chegada de novidades.

O surgimento da televisão era o atestado de óbito do cinema, e nada podia ser feito. Depois, sabemos o que aconteceu. Veio o videocassete, que iria superar o cinema em pouco tempo e desbancar as redes de televisão. Era a ordem natural das coisas.

Com a chegada da web, o papel – e, por conseqüência, o livro – é que estaria totalmente ultrapassado, e como continuação dos avanços iniciados com a televisão, a Rede seria o apocalipse das salas de cinema, da própria tv e do recém-nascido dvd. Era a vitória da ‘nova tecnologia’, portanto.

Tanta intolerância traz a reboque, também, um preconceito: a idéia de que os profissionais de que atuam em ‘mídias ultrapassadas’ devem ficar na poeira da História.

Como trabalho com web desde o seu início, sempre percebi o incômodo dos novos jornalistas com a Velha Guarda. O motivo é lamentável. Como a primeira mídia a exigir do profissional um conhecimento muito maior da tecnologia que a movimenta, a web criou um aparente abismo de gerações entre mais novos e mais experientes, entre uma geração que cresceu absorvendo tecnologia e outra que se desenvolveu profissionalmente passando ao largo da questão.

Sou de uma geração intermediária, e por isso observo os dois lados com tristeza. Assisti, em 2000, as redações serem invadidas pela ‘garotada’ que dominava tecnologia – e que achava que isso era uma grande vantagem – mas pouco sabia de Jornalismo, assim como testemunhei a migração de vários profissionais experientes rumo aos novos ‘veículos online’. 

O mercado foi cruel. De início, claro, os jovens se sobressaíram. Com a vantagem da tecnologia, eles tinham o perfil ideal para o novo momento. A Velha Guarda, sábia, procurou o que tinha a aprender com a ‘mídia emergente’. Havia de fato, algo novo, e era o surgimento do jornalismo online. Mas os jovens jornalistas, detentores das chaves do reino – apesar de não terem preparo teórico ou prático para se dedicar ao assunto, com raríssimas exceções – assumiram o comando. A Velha Guarda não encontrou espaço. Decepcionada, retornou à ‘mídia tradicional’.

Não procure um culpado. Até porque, poucos anos depois, a experiência dos profissionais da antiga mostrou-se mais eficaz – e mais lucrativa. A Velha Guarda reingressou na mídia online; era apenas uma questão de tempo. Casou-se prática com tecnologia, e chegamos à web mais madura com quem convivemos e trabalhamos.

Desde meu estágio na Assessoria de Imprensa da Embrafilme, em meados dos anos 80, até hoje, no dia-a-dia de trabalho na Petrobras, aprendi a admirar os mais velhos. Na época da Embrafilme, o computador ainda chegava às empresas, e talvez por isso nunca tenha enxergado o domínio de tecnologia como diferencial – faz-se um curso, aprende-se, e retorna-se ao trabalho. Simples assim.

O ‘papa’ da redação online, Crawford Kilian, é a prova de que a internet nunca foi nem será uma revolução, mas uma evolução. Longe de ser um ‘garotão’ de 20 anos, Kilian é um bem vivido senhor de quase 70 anos. Autor de ‘Writing for the Web’, a bíblia no assunto, Crawford Kilian, para merecer o destaque que tem, levou para a mídia digital a bagagem de décadas de experiência em rádio e assessoria de imprensa. Ele mostrou o que sabia, observou o que havia de novo na Rede e virou referência. Nada mais natural.

Sigo os passos de Crawford Kilian, e muitos estranham que, nos treinamentos que ministro, raramente uso o computador. ‘Como, um curso de webwriting sem internet?’ Eu aplico o que a Velha Guarda me ensinou: estude os conceitos, valorize a experiência, observe o novo e trabalhe.

Uma dica para os mais jovens: muitas das conquistas da área da Comunicação Social no Brasil foram alcançadas graças à intercessão entre ‘velho’ e ‘novo’. Quem construiu esta ponte fomos nós, os profissionais, mais ninguém. Portanto, vale a pena olhar para frente de mãos dadas com quem veio antes. O resultado será melhor para todos, acredite – inclusive para os que estão por vir.

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’. Ministra treinamentos e presta consultoria em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em seis anos, seus cursos formaram 1.200 alunos. Desde 1997, é coordenador da equipe de informação do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, com 4.000 páginas em português e versões em inglês e espanhol e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’ (Editora Objetiva, 2001), há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.”

Comunique-se

Jornal de Debates oferece espaço livre para discussões, 21/09/06

“Está no ar desde 11/09 o Jornal de Debates, veículo online com a proposta de abranger as mais variadas opiniões sobre temas atuais. Todos os internautas poderão submeter artigos e charges sobre os assuntos discutidos e também opinar no fórum de cada texto.

O site funciona da seguinte forma: a partir dos temas pré-definidos, usuários são convidados a escrever ou desenhar. Questões como ‘Pode haver Olimpíada no Brasil?’; ‘Qual deve ser a agenda política de 2007?’ e até o inusitado ‘Puta é palavrão?’ são alguns dos tópicos em debate. Também é possível propor novos temas e votar para decidir qual será a próximo discussão.

 O debate inicial, ‘O 11 de setembro mudou o mundo?’, recebeu 14 contribuições, incluindo uma charge de Paulo Caruso e diversos artigos, que renderam mais de 20 comentários. Todos os debates ficam ativos mesmo quando não estão na página principal.

O Jornal de Debates surgiu originalmente na França, no século XVIII, no contexto da Revolução Francesa. Ele foi recriado no Brasil em 1946 e sobreviveu até 1956, aparecendo novamente nos anos 70 e influenciando a edição de São Paulo do Pasquim, nos anos 80. Com a Internet e as ferramentas modernas de comunicação foi possível sua recriação em um novo formato, mais adequado a sua proposta editorial. Instrumentos como comentários ampliam a abrangência dos debates.

O editor do veículo é Paulo Markun, que também apresenta o programa Roda Viva, na TV Cultura. Em nota publicada no site, Markun escreve que no site ‘idéias só se combatem com idéias. E quem já pulou numa trincheira tem à disposição as réplicas como arma’, reafirmando a vocação plural do endereço virtual. O primeiro material submetido por um novo usuário passará necessariamente pelo crivo do editor e, a partir de sua aprovação, seus próximos textos ou charges serão automaticamente aprovados. Markun afirma que, até o momento, nenhum texto foi recusado por problemas maiores do que falhas técnicas, como a falta de assinatura.

Para mediar possíveis conflitos que surjam, o Conselho editorial do Jornal de Debates tem o poder de decidir, por maioria simples, o destino do material denunciado como impróprio. Fazem parte do Conselho nomes como Audálio Dantas, Fernando Henrique Cardoso, Caio Túlio Costa, Dráuzio Varela, José Sarney, Juca Kfouri, Maitê Proença, Marcio Chaer, Marta Suplicy, Paulo Caruso, Pedro Malan, Tarso Genro, Tom Zé e muitos outros, atestando a proposta de diversidade do site.

Os conselheiros também produzem material para o Jornal de Debates. O Ministro Tarso Genro escreveu sobre a possível agenda política de 2007 e Carlos Diegues fala sobre guerras religiosas. Logo abaixo de seus textos, internautas expõem seu posicionamento, criticando e elogiando livremente os artigos.

Markun afirma que juntar uma equipe tão diversa não foi especialmente difícil, já que o único convidado que recusou sua participação foi o cartunista Laerte, amigo declarado do editor. O editor aponta que a maior conquista do veículo até este momento foi unir gerações diferentes no mesmo espaço. ‘O pessoal mais velho usa a internet para ler e-mail e não costuma produzir para o meio. Ao contrário, o pessoal mais jovem faz tudo online. Era difícil acreditar que Fernando Henrique Cardoso escreveria algo para um site, mas ele publicou lá. Essa ponte está funcionando bem, melhor do que o esperado’, afirmou o jornalista.

O site apresenta também material produzido para o Jornal de Debates original, nos anos 40. Em um desses textos, o Barão de Itararé discorre sobre filosofias de vida e afirma que a sua ‘não consiste em procurar a harmonia dos contrários, mas, ao contrario, em ressaltar as contradições da natureza, para que sejam, pelo menos, controladas’. O texto foi reproduzido com a grafia original utilizada pelo Barão em julho de 46.”



JORNALISMO ESPORTIVO
Marcelo Russio

As agruras de uma cobertura no Brasil, 19/09/06

“Olá, amigos. Há uma semana vem acontecendo, em São Paulo, o Campeonato Mundial Feminino de Basquete, do qual participam as mais fortes seleções do planeta. A capital paulista aceitou realizar o torneio depois do Rio de Janeiro ter aberto mão do evento, por conta de atrasos, por parte da cidade, em entrega de encargos exigidos pela Fiba. Sendo o principal pólo esportivo do país, esperava-se que o Mundial tivesse uma boa estrutura e, principalmente, condições razoáveis para que a imprensa pudesse fazer o seu trabalho.

Desde a abertura eu venho participando da cobertura do evento, e posso enumerar os problemas que a imprensa vem enfrentando para fazer o seu trabalho.

1) Em um ginásio em que a temperatura média, quando está lotado, gira em torno dos 33 graus, a imprensa não consegue obter um único copo de água na sala de imprensa ou em qualquer outro ponto do ginásio. Inclusive tem que ouvir desaforos da ex-jogadora Norminha, trazida do estracismo para coordenar os gandulas e voluntários e que, entre uma peladinha ou outra dentro da quadra antes das partidas, controla se os meninos dão ou não água para os repórteres que passam o dia todo na cobertura do evento. é comum ouvi-la, aos gritos, dizer ao jovens: ‘Já disse que não é para dar NADA para a imprensa!! Sou eu que pago isso aqui!’, referindo-se às inúmeras garrafas de água que ficam na quadra, em isopores com gelo, à disposição de alguém, que não os repórteres.

2) Os scouts de cada quarto das partidas são entregues, quase que invariavelmente, depois do fim do quarto subseqüente. Ou seja, quando precisamos do scout do primeiro quarto, temos que esperar pelo fim do segundo quarto de jogo. E assim por diante.

3) Seguranças impedem a entrada da imprensa na zona mista, justamente a área em que os repórteres precisam estar para entrevistar as jogadoras. Com a habitual truculência de quem recebe um mínimo de autoridade sem ter condições de equilibrá-la em cérebros acostumados a levar e dar socos, esses seguranças atrapalham, e muito, a cobertura do Campeonato Mundial de Basquete, chegando a arrancar jogadoras no meio das entrevistas para levá-las para o ônibus.

4) A colocação da zona mista ao lado da arquibancada, fazendo com que as jogadoras, ao darem entrevistas, tenham que dividir as respostas com pedidos de autógrafos, fotos e mais o que vier à cabeça dos torcedores, que ficam debruçados por sobre as jogadoras e, claro, sobre os repórteres.

5) A invasão da zona mista por crianças, senhoras com bebês de colo e ‘convidados’ das mais variadas origens. Todos os repórteres credenciados podem contar histórias sobre empurrões recebidos de penetras enquanto entrevistavam as jogadoras.

6) As crônicas oficiais dos jogos chegam, por e-mail, muitas horas depois do fim de cada partida. Os jornalistas responsáveis, como o excelente Luis Augusto Simon, deveriam ter à sua disposição um laptop para enviarem, à beira da quadra, mandando os textos. Seria um serviço aos muitos veículos de imprensa que às vezes dependem deste texto para divulgar a competição.

Vale ressaltar o belo trabalho do colega Jorge Cordeiro, que vem comandando as entrevistas coletivas e se desdobrando para levar aos repórteres as melhores informações sobre as declarações das jogadoras. Elogiável, também, o esforço de alguns membros da assessoria de imprensa da CBB em resolver os problemas acima.

Diante deste cenário caótico, a pergunta que não quer calar é a seguinte: E ainda queremos sediar Olimpíadas e Copa do Mundo?

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Na última segunda-feira, no programa Redação SporTV, o genial Armando Nogueira abordou um ponto que seria o principal desta coluna, se não fossem os problemas do Mundial de Basquete: a absurda utilização da palavra ‘complicado’ pela imprensa brasileira. Tudo que é difícil, tido como impossível ou que demonstre qualquer dificuldade de execução virou ‘complicado’. Chega a ser irritante ouvir não só repórteres como atletas, técnicos todos mais fazendo uso incessante desta palavra. Armando contou mais de 100 ocorrências em um único domingo à frente da TV.

Concordo com o espanto, e me pergunto: falta dicionário?

(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.”



DIRETÓRIO ACADÊMICO
José Paulo Lanyi

Sobre jornalistas e escritores, 20/09/06

“Duas situações previsíveis:

1) Curso de jornalismo, primeiro dia de aula. O professor pergunta por que os alunos optaram por aquela carreira. Resposta ou ‘sub-resposta’ de, digamos, 70% da classe: ‘Porque gosto de escrever’;

2) Entrevista sobre a primeira obra de ficção publicada por um determinado jornalista. Pergunta-se sobre a dificuldade de produzir literatura. Resposta ou ‘sub-resposta’: ‘A autocrítica exagerada’.

Jornalistas tendem a ser animais ferozes. Pudessem, esquartejariam as idéias, os fatos e até as pessoas que lhes desgostassem. Pudessem, seriam facínoras de tudo que não lhes aprouvesse. O jornalista é tão cri-cri quanto o personagem daquele filme sobre a pré-história, em que o primeiro crítico do mundo urina sobre as pinturas rupestres que não o agradaram.

Os jornalistas que lançam livros de ficção estão, teoricamente, num estágio mais avançado da neurose. Acostumaram-se a tirar da frente o entulho que atravanca a informação ordinária. Mesmo que, em certas ocasiões, esse entulho só exista na imaginação ou na perspectiva dos que detêm uma só verdade.

Estão avançados na neurose porque já passaram pelas etapas que os credenciaram para o presente ordinário. Um dia, acharam que, por ‘gostar de escrever’, poderiam imergir no lago negro da vida, em busca de desaparecidos. Não, não é bem assim. O ‘gostar de escrever’ é o mero balão de oxigênio. A coragem, a disposição, o treinamento, a disciplina, o sentido do dever, a preocupação com as coisas da sociedade, o senso de auto-sacrifício,  tudo isso combinado faz um bom mergulhador. 

Antes que se diga que este texto é subproduto do ácido ou de alguma substância mais ingênua, quero recuperar o foco deste artigo: como sou um repórter-  neurótico e agressivo, portanto-, lamento informar, agora com todas as letras: para ser jornalista, não basta gostar de escrever. O mesmo se aplica ao escritor e à qualidade de sua literatura.

Em ambas as atividades, deve-se ter espírito. Insisto no quesito primordial: um bom jornalista deve saber o que dizer e como dizer, e também por que e a quem dizer. 

Um bom escritor, também. O que muda é o universo da informação: o do jornalista é limitado pela realidade conhecida. Esta será detalhada e deverá atender a um mero requisito, uma bobagenzinha insossa, nada polêmica, a que chamam de verdade. Exemplo: você não verá na capa do Estadão uma manchete como esta: ‘Moradores de Plutão protestam contra rebaixamento’. Não. Pega mal, mesmo que se acredite em uma outra dimensão ou coisas do gênero.

O escritor poderá escrever o que bem entender. Logo, qualquer um poderá sê-lo, é isso? Não. E quem mais, digo eu, saberá dizer se isso é possível, senão um jornalista?

Por quê? Porque ele conhece mais literatura do que os outros? Não. Porque ele entende de palavras? Não. Porque ele é um erudito? Hahaha… jornalista erudito… Essa é boa… Não, não é isso. É porque um cri-cri que se preza tem que ser cri-cri de si mesmo. E tudo isso, não raro, é uma simples tradução da vaidade, esse ser comezinho que, por vezes, se confunde com o rigor. 

Este texto precisa de uma conclusão, de outro modo destruirão o seu autor, não é isso? Pode ser. Mas ele não liga. Quer chamar os seus semelhantes para o embate. Por neurose e por achar que o pensamento – matéria-prima de que se valem o jornalista e o escritor-  pode ser construído (ou destruído) sob o primado do esforço- este, sim, o supremo injustiçado de toda essa história, relegado que é pela preguiça e pela presunção dos que não trabalham ou (olha só o paradoxo) trabalham demais.

(*) Jornalista, escritor, ator, é autor de quatro livros, um deles com o texto teatral ‘Quando Dorme o Vilarejo’ (Prêmio Vladimir Herzog). No jornalismo, tem exercido várias funções ao longo dos anos, na allTV, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Manchete, CNT, CBN, Radiobrás e Revista Imprensa, entre outros. Tem no currículo vários prêmios em equipe, entre eles Esso e Ibest, e é membro da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes).”



JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Jornalismo investigativo, 21/09/06

“Lento e bruto

eu mudo/Sei que vem

outubro

(Nei Duclós in Outubro, 1975)

Jornalismo investigativo

Nestes tempos de falsas denúncias você se considera um bom jornalista investigativo? Então, responda quem é o conhecidíssimo personagem que acumula as seguintes características:

— Analfabeto

— Preguiçoso

— Bêbado

— Desonesto

(A resposta homizia-se ao pé da coluna)

Hora baiana

Deu no Boletim do Consumidor do Rio Grande do Sul:

Horário de verão 2006/2007 deve começar no dia 5 de novembro

19/09/2006 – Agência Estado

Está praticamente certo que o horário de verão deste ano começará a partir da zero hora do dia 5 de novembro, no primeiro fim de semana após o segundo turno das eleições. Fontes do governo disseram que já estão finalizando os detalhes do decreto que estabelecerá a mudança nos relógios.

Janistraquis festejou o ritmo de trabalho deveras alucinante (ou alucinado?):

‘Considerado, se a notícia é de 19/9 e, segundo fontes do governo, já estão finalizando os detalhes de um simples decreto que estabelecerá a mudança nos relógios (em 5 de novembro!!!), pode-se dizer que neste país de m…, onde o metro tem 90 centímetros e o litro não passa de 850 ml, neste país de m… a hora certa acaba de ganhar pelo menos uns 40 minutos de lambuja; nem na Bahia…’   

Tropeço

O considerado Ricardo Oliveira, que tem nome de artilheiro mas é  jornalista em São Paulo, envia textinho nascido e criado no próprio Comunique-se e ainda aproveita para ensaiar breve ironia:

‘Com todo respeito, este precisa ir pro Jornal da ImprenÇa…’

Eis o textinho:

Seminário Internacional de Jornalismo 2006

As grandes questões mundial em debate

10 e 11 de outubro em São Paulo

Inscreva-se já

Janistraquis está convencido, ó Ricardo, de que o ‘tropeço’ é intencional e apenas enaltece arrogante analfabeto deste país, o qual se apresenta como personalidade brasileira mais conhecida no mundo do que o mico-leão dourado. 

Ernesto Geisel

O considerado Maurício Pessoa de Faria, jornalista mineiro e torcedor do Atlético, grande atração da Segundona, despacha de Belo Horizonte:

Acabei de ler na Tribuna da Imprensa, edição online de sábado, 16 de setembro:

‘Numa entrevista concedida antes de morrer, o então presidente Geisel…’.

Tá certo? Geisel mencionava a impossibilidade de o Brasil assinar qualquer acordo com a Bolívia sobre o fornecimento de gás porque aquele país iria provocar atritos militares.  Se a entrevista fosse depois de morrer seria meio estranho, não acha? Saudações atleticanas.

Janistraquis, que tem experiência em assuntos militares, garante que sempre foi possível esperar tudo de um general como Ernesto Geisel, ó Faria; e é bom ter cuidado para não cair na tentação de generalizar.

Que nem jiló

A considerada Amanda Chistina Madel, de São Paulo, refere-se a matéria que saiu no Fantástico, na qual foram condenadas algumas marcas de adoçantes:

‘É assunto importante, porque revela o quanto os fabricantes enrolam o consumidor, mas faltou dizer o seguinte: os adoçantes estão cada vez mais ralos, aguados, o que leva a gente a aumentar cada vez mais a quantidade, a gastar mais dinheiro para adoçar o cafezinho de todo dia. Sabe quantas gotas me satisfaziam, quando aposentei o açúcar? Cinco. Sabe quantas me satisfazem agora? Catorze! Não é um absurdo? E a prova é que algumas marcas, como Adocyl, por exemplo, era até licoroso e agora é pura água…’ 

Janistraquis, que se vale de rapadura para adoçar o café, como bom sertanejo, leu o desabafo de dona Amanda e comentou:

‘É, considerado; quem esperar honestidade do mercado neste país de m… vai morrer com a boca mais amarga do que picadinho de jiló.’

Refúgio do poeta

Leia no Blogstraquis a íntegra do poema de Nei Duclós que encima esta coluna. O poeta, que também é Mestre da prosa, acaba de lançar, pela Editora Empreendedor, o best-seller O Refúgio do Príncipe — Histórias Sopradas Pelo Vento. Janistraquis lê e, encantado, esquece-se até de trabalhar.

Boa pesquisa

Li em voz alta o textinho da Folha Online:

Pesquisa feita pelo instituto Observatório Universitário mostra que somente 27% dos dirigentes, legisladores, diretores ou gerentes do setor público ou de empresas privadas têm formação de nível superior.

Então, Janistraquis resmungou de lá:

‘Ora, se o principal dirigente é analfabeto…’ 

Basquete de rua?!

Janistraquis se achegou, com aquele jeito cínico de quem engoliu alguma coisa no bar de nosso vizinho Geraldo Bernardo, e perguntou:

‘O considerado está informado sobre um campeonato de ‘basquete de rua’ que acontece por aí?…’.

Fiquei apreensivo:

— Basquete de rua?!?!?! Aqui no Brasil?!?!?! Ora, você deve ter bebido…

— Tomei apenas um copo de cachaça com guaraná Joaninha e isso é pouco pra inventar campeonato de basquete de rua, ora bolas!

— Então, quem inventou essa, digamos, excentricidade alienígena?!?!

— Sei lá! Eu não fui…

Pois é. Consultei a internet e há mesmo um campeonato de ‘basquete de rua’ por aí. Já está no segundo ano. Basquete de rua! Se o colunista não se engana, isso é coisa de americano, né não?

Postado aqui ao lado, com o risinho dos perversos no canto da boca, Janistraquis me lembra que o rap também é americano; e funk; e hip-hop; e rock; e pop, e vai por aí afora. Estamos bem.

Obra de arte

O considerado Audálio Dantas lançará A Infância de Ruth Rocha (Editora Callis) neste domingo, 24, às 17h30, no Sesc Pompéia, em São Paulo. Audálio e Ruth se conheceram na Abril, quando ele trabalhava na Realidade e ela na revista Recreio. O reencontro tinha mesmo que render uma obra de arte. 

Cadeia

Depois de examinar, civicamente enojado, os detalhes do tal dossiê petista, Janistraquis sentiu-se agredido em casa ao ver Mercadante e Ricardo Berzoini dizerem na TV que ‘estão falando muito do dinheiro e não se fala do conteúdo da denúncia’. Quer dizer: a parelha continua interessada em se beneficiar de um crime, o que deixou meu secretário revoltado:

‘Considerado, em qualquer país decente Mercadante e Berzoini estariam em cana.’   

Honoris causa

O considerado  Nélson Motta escreveu na Folha de S. Paulo revelador artigo no qual apresenta letra e música de autêntico concerto de safadezas composto por um grupo de juízes brasileiros em visita a Nova York. Juízes de Direito, não de futebol, esclareça-se. Confira no Blogstraquis.

Diferença

Ocorre neste sítio Maravalha um minúsculo pica-pau que é a cara do ministro Márcio Thomaz Bastos; todavia, a diferença principal entre as duas criaturas é que esta ave piciforme insetívora não mente jamais.

Absurdo

Em erma paragem nos cafundós da Amazônia, por onde andou a ‘Caravana JN’, Pedro Bial encontrou famílias que perderam os peixes do rio para a voracidade de uma superpopulação de jacarés famintos. E ninguém pode matar as feras, senão vai preso…

Janistraquis, que muito andou por este mundo, de alpercata e pé no chão, assim como Luís Gonzaga em ‘Légua Tirana’, informa que, se matar jacaré é mesmo crime inafiançável, então é mais negócio matar o fiscal do Ibama:

‘Quem mata fiscal pode ficar tão impune quanto aquele jornalista, o Antônio Marcos Pimenta Neves; afinal, esta m… aqui é o Brasil, considerado!!!’ 

Doce de banana

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de onde é possível ver a formação de tsunamis no mar de lama, pois Roldão lia o caderno de turismo do Correio Braziliense quando sentiu que não dava pé:

‘Na página 2, sob o título Lima – Ponto de Partida, lia-se: ‘Segredos da cultura: Não muito atrás desse ranking está Miraflores, bairro vizinho, de onde, dependendo da rua, é possível ver o mar do Oceano Pacífico’. Mar do oceano é um novo pleonasmo que eu não conhecia…’

Janistraquis adorou, ó Roldão, e acha que mar do oceano é assim como doce de banana com banana.

Nota dez  

Sob o título Esse Freud tem muito a explicar, o considerado Augusto Nunes escreveu no Jornal do Brasil:

A ‘organização criminosa sofisticada’, como a definiu o procurador-geral Antônio Fernando de Souza, tantas fez que acabou derrapando no terreno da galhofa. A mais recente bandalheira da quadrilha, composta por bandidos do PT e de facções aliadas, envolve alguém chamado Freud.

Freud Godoy, esse é o nome da peça pinçada no coração do poder. No momento, tem mais a explicar que o xará austríaco.

(Leia no Blogstraquis a íntegra do demolidor artigo.)

Errei, sim!

‘É DE DESMAIAR… – Saiu no Estadão, ninado pelo título Achada seringa dentro de bebê, este mimoso texto: ‘(…) Benjamin Jones nasceu prematuro. Depois de vários exames os médicos deram alta ao bebê, prevenindo aos pais sobre uma inchação em seu estômago. Trocando as fraudas do bebê, sua mãe, Andréa, de 24 anos, quase desmaiou ao ver sair do corpo da criança a seringa’. Indignado, Janistraquis vociferou: ‘Considerado, quem quase desmaiou fui eu. Frauda é demais; esse redator não teve escola. Nem infância!!!’(março de 1995)

(Resposta do teste: o conhecidíssimo personagem é o gambá, o qual abunda neste sítio e, de resto, em todo o Brasil urbano ou rural. É analfabeto, porque não se conhece gambá letrado; preguiçoso, porque jamais alguém o surpreendeu a trabalhar; bêbado, porque o gambá, como todos sabem, bebe como um gambá; e desonesto, pois assalta quando o dono do galinheiro está dormindo.) 

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP) ou moacir.japiassu@bol.com.br).

(*) Paraibano, 64 anos de idade e 44 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu oito livros, dos quais três romances.”



VIDA DE JORNALISTA
Cassio Politi

Contra ameaças, a idoneidade do repórter, 22/09/06

“Na coluna desta semana, conto não a história que aconteceu com um jornalista, mas a que reuniu um grupo de jornalistas. Todos eles eram ouvintes de grandes nomes, em aulas ou palestras.

Aconteceu em junho deste ano. Caco Barcellos ministrava uma aula para estudantes e jovens jornalistas interessados em saber como produzir um livro-reportagem. Lá pelas tantas, alguém perguntou: ‘mas, Caco, você não se sente ameaçado de andar pelas ruas?’. A pergunta fazia todo o sentido, dadas as denúncias que Caco já fez em três décadas de reportagens.

– É preciso respeitar e ouvir a pessoa que será denunciada. Se você agir assim e essa pessoa te encontrar na rua tempos depois, ela vai te agradecer. Porque saberá que você foi honesto com ela, mesmo no momento da denúncia.

Foi uma resposta prática para um dever do jornalista: noticiar, doa a quem doer, num compromisso moral com as várias versões, inclusive com as do denunciado.

Hora H

Para Caco, o risco maior para o jornalista está no intervalo entre o final da investigação e a publicação do material. Esse é o momento oportuno para quem queira atacar o jornalista e se livrar de uma denúncia.

Esse conceito me fez lembrar de uma conversa com Kléster Cavalcanti, repórter que cobriu a Amazônia pela revista Veja durante vários anos.

Ele foi seqüestrado e deixado amarrado a uma árvore, nas cercanias de Belém, logo após investigar um esquema de roubo de terras públicas no interior do Pará. Os raptores avisaram: ‘se a matéria sair, nós voltamos aqui e completamos o serviço’.

Kléster escapou das cordas e se salvou. A matéria saiu dias depois. Perguntei a ele se publicar a matéria não o colocaria em risco, se não desafiaria a quadrilha.

– Que nada. Depois que a matéria sai, dando nome aos bois, o repórter está protegido. Porque se ele morrer, todo mundo saberá quem matou. Estará escrito na matéria.

Jornalismo Investigativo

Todo jornalismo é investigativo, defendem alguns. Tenho minhas dúvidas. Na próxima semana, estarão reunidos em um curso do Comunique-se alguns jornalistas habituados a esses perigos, no Rio de Janeiro.

A turma está lotada (o que isenta esta coluna de qualquer parentesco com merchandising) e preparada para discutir com o próprio Caco Barcellos estes e outros aspectos do Jornalismo Investigativo. Outros ministrantes serão Chico Otávio, Flávio Fachel e Guilherme Fiúza.”



JORNALISMO INVESTIGATIVO
Carlos Chaparro

Caco Barcelos, repórter e professor, 25/09/06

“O XIS DA QUESTÃO -’Profissão Repórter’ constitui, sem dúvida, a mais inovadora e corajosa experiência jornalística dos últimos anos, na televisão brasileira. Além da pedagogia com que ensina, Caco Barcelos demonstra, especialmente aos céticos acomodados, que é possível, sim, fazer bom jornalismo, qualquer que seja o lugar em que trabalhemos.

1. Entre o normal e o anormal 

Tasso Genro, uma das mais respeitadas cabeças pensantes da PT, falou e disse: escândalos como esse de compra e venda de dossiês ‘são coisa normal na democracia’. E me lembrei de Lacan e de uma de suas notáveis verdades: o ato falho é o discurso perfeito.

Não sei se feliz ou infelizmente, a sabedoria de Lacan não se aplica ao caso. Porque não houve ato falho, mas a colocação de um argumento tático, cuidadosamente pensado, para revestir de falsa moralidade um costume que a tão propalada e prometida ética não toleraria. Ou seja, um truque retórico para mascarar a verdade das coisas e empobrecer a discussão pública.

Assim, com nojo da normalidade do que deveria ser anormal, mudo de assunto. Para falar de algo anormal que deveria ser normal: os ótimos momentos de jornalismo que Caco Barcelos semanalmente nos oferece no Fantástico. ‘Profissão Repórter’ constitui, sem dúvida, a mais inovadora e corajosa experiência jornalística dos últimos anos, na televisão brasileira.

À frente de uma equipe de oito jovens repórteres, Caco Barcelos exercita, com criatividade e exemplar senso jornalístico (do qual fazem parte os cuidados éticos), aquilo a que chamo de jornalismo de desvendamento, aquele que transforma fatos em temas, para pautar mergulhos na realidade, escondida sob as aparências dramáticas ou adocicadas dos acontecimentos. Realidade escondida, também, e frequentemente, pela hipocrisia da retórica política de gente que apenas posa de séria.

Além da pedagogia com que ensina a fazer jornalismo, Caco Barcelos demonstra, especialmente aos céticos acomodados, que é possível, sim, fazer bom jornalismo, qualquer que seja o lugar em que trabalhemos – e o faz com o vigor de quem acredita na vocação ética e social da profissão, e a pratica sem exibicionismos escamoteadores.

Permitam, pois, que preste aqui a minha homenagem a Caco Barcelos. E que o faça com a reprodução de um texto que escrevi cinco, quase seis anos atrás, para um livro que editei em Portugal (Linguagem dos Conflitos, Coimbra, Minerva-Coimbra, 2001).

2. O repórter

‘No final do ano 2000, a tragédia de Angola chegou finalmente à televisão brasileira, graças a uma magnífica reportagem que a TV Globo apresentou em três domingos sucessivos, no programa tipo revista chamado Fantástico, prato nobre da programação dominical.’

‘Caco Barcelos, o repórter, deve ser nome estranho para os portugueses. No jornalismo brasileiro, porém, ele desfruta de um prestígio e de uma respeitabilidade a que só raros profissionais fazem jus. E que, no caso dele, é reconhecimento merecido por três virtudes que lhe marcam o caráter de jornalista: a coragem pessoal de ir até o fim, qualquer que seja o risco da reportagem; a independência e, portanto, a retidão com que observa e relata os fatos; a fidelidade ao dever de investigar além das aparências e das primeiras impressões, para assegurar aos fatos a significação dos contextos.

Com essas virtudes, entre numerosas ações jornalísticas em que chegou ao limite da investigação, Caco Barcelos desvendou o mundo subterrâneo das favelas, onde os traficantes reinam; mergulhou na guerra da Nicarágua; e revelou, num livro-reportagem sensacional (Rota 66), os números, os nomes, as datas e as circunstâncias de uma quantidade impressionante de assassinatos cometidos pela polícia de São Paulo.’

‘Como repórter, não trabalha em vão nem investiga para brilhar. É naturalmente discreto, no estilo, nos métodos, na ocupação dos espaços. Por isso, quando vemos o resultado do seu trabalho na televisão, nunca dizemos ‘que grande repórter!’, mas ‘que grande reportagem!’.

‘ Não temos outro repórter como ele na televisão brasileira.’

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 ‘Caco Barcelos ficou duas semanas em Angola. E logo na primeira reportagem da série, ele nos mostrou a dimensão mais dramática da guerra, aquela que, na sensibilidade do repórter, reflete a verdade da tragédia: o sofrimento sem sentido e sem solução das vítimas.’

‘Como já aconteceu tantas outras vezes, Angola deve ter sido um roteiro que o próprio Caco sugeriu e pelo qual batalhou dentro da Globo. Conseguiu mais uma vez levar adiante o projeto. Também desta vez, com a simplicidade contundente do mais puro e fundamentado jornalismo, perturba a consciência dos telespectadores brasileiros.’

‘Os angolanos morrem aos milhares, tombados, mais do que por tiros e bombas, pelas doenças da fome generalizada. Morrem principalmente crianças, reduzidas a destroços e ossos sem importância. E foi esse o cenário desolador que Caco Barcelos trouxe ao nosso conhecimento e à nossa consciência.’

‘Nas duas semanas que passou em Angola, Caco Barcelos poderia ter preferido os gabinetes de onde saem as ordens para matar. Ou ter contado os canhões, viajar com soldados, vasculhar a história política e as estatísticas militares da guerra. Provavelmente, produziria também uma reportagem de qualidade. Mas, seria essa a verdade fundamental da guerra?’

‘Para Caco Barcelos, não. Para ele, a revelação essencial de uma guerra como a de Angola está no lado das vítimas – que não têm canhões, nem espingardas, nem petróleo, nem diamantes; apenas fiapos de vida, restos desprezíveis para os senhores da guerra.’

‘A primeira parte da reportagem de Caco Barcelos mostrou-nos exatamente isso: seres humanos tratados como restos desprezíveis, num país considerado pela Unesco o pior lugar do mundo para uma criança nascer. Porque nasce morta ou à morte destinada, pela fome e pelas penúrias.’

‘Na significação mais contundente, embora implícita, a narrativa aponta para os poderes institucionalizados da globalização – as ONUS, as NATOs, as CPLPs, o mundo dos governos e governantes mandões (incluindo-se aí a porção portuguesa e a porção brasileira). Nos sentidos que a reportagem nos convida a construir, essa gente olha com intolerável indiferença os sofrimentos do povo angolano.’

‘Trabalho de repórter.’

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NOTA DE RODAPÉ – A quem interessar possa, comunico que a partir desta semana estarei de férias. Um mês de andanças, por aí. Como o notebook irá comigo, talvez dê para escrever e enviar alguma coisa, durante a viagem. Não prometo, mas é provável… 

(*) Carlos Chaparro é português naturalizado brasileiro e iniciou sua carreira de jornalista em Lisboa. Chegou ao Brasil em 1961 e trabalhou como repórter, editor e articulista em vários jornais e revistas de grande circulação, entre eles Jornal do Commercio (Recife), Diário de Pernambuco, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, Diário Popular e revistas Visão e Mundo Econômico. Ganhou quatro prêmios Esso. Também trabalhou com comunicação empresarial e institucional. Em 1982, formou-se em Jornalismo pela Escola de Comunicação de Artes, da USP. Também pela universidade ele concluiu o mestrado em 1987, o doutorado em 1993 e a livre-docência em 1997. Como professor associado, aposentou-se em 1991. É autor de três livros: ‘Pragmática do Jornalismo’ (São Paulo, Summus, 1994), ‘Sotaques d’aquém e d’além-mar – Percursos e gêneros do jornalismo português e brasileiro’ (Santarém, Portugal, Jortejo, 1998) e ‘Linguagem dos Conflitos’ (Coimbra, Minerva Coimbra, 2001). O jornalista participou de dois outros livros sobre jornalismo, além de vários artigos (alguns deles sobre divulgação científica pelo jornalismo), difundidos em revistas científicas, brasileiras e internacionais.”



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Folha de S. Paulo – 1

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O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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