Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Conflito não acabou; cobertura, sim

Frank Rich, colunista do New York Times aos domingos, lamenta o que chama de ‘peculiar desaparecimento da Guerra no Iraque’. Logicamente, refere-se ao desaparecimento da guerra na mídia, não no front. Em remissões à Guerra do Vietnã, Rich fala que no atual conflito no Iraque, também, os americanos querem que a guerra acabe, posição com a qual emissoras de TV estão prontas a concordar. ‘A CNN nos lembra quantos dias se passaram do recente conflito no Oriente Médio, mas não fala que mais de 1.230 dias se passaram do início da crise no Iraque.’

Nas três maiores emissoras americanas, segundo Rich, o tempo de transmissão de notícias do Iraque caiu 60% de 2003 para cá, de acordo com o Tyndall Report. ‘Isso acontece mesmo com as baixas no Iraque, em média 100 por dia, facilmente superarem as baixas em Israel e Líbano somadas.

‘A constante diminuição da cobertura da guerra no Iraque não é à toa’, afirmou o colunista. ‘Para os repórteres, a situação apocalíptica da segurança em Bagdá continua piorando, fazendo com que a cobertura do conflito seja mais difícil que nunca.

‘A expectativa da derrota não é a única razão pela qual americanos estão desligando o Iraque de seus televisores. A grande questão é que nós – e as próprias tropas americanas – não sabemos por que estamos lutando. Diferentemente da guerra Israel-Hezbollah, em que combatente e o próprio posicionamento dos interesses americanos estão claros, no conflito do Iraque não há um enredo coerente’, afirmou Rich. Informações da Editor & Publisher (29/7/06).