Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Criticado, governo nega repressão à mídia

Ao fim da missão de três dias à Venezuela, a delegação da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, sigla em espanhol) concluiu que a liberdade de imprensa deteriorou notadamente no país. A organização sem fins lucrativos dedicada a defender a liberdade de expressão nas Américas esteve na Venezuela na semana passada, mas não foi recebida pelo governo. O grupo afirmou que teve provas de que profissionais da imprensa estão sendo ameaçados por partidários do presidente Hugo Chávez. ‘O governo parece ter uma estratégia de enfraquecer o trabalho da mídia independente’, disse a presidente da SIP, Diana Daniels.

A visita da SIP ocorreu semanas depois que o governo venezuelano ameaçou não renovar as licenças de diversas emissoras de rádio e televisão privadas. Na época, Chávez acusou as emissoras de realizarem uma ‘guerra psicológica’ para tentar dividir e enfraquecer a nação. A SIP pediu às autoridades que respeitem a liberdade de expressão e mostrou-se preocupada que a intimidação a jornalistas aumente com a proximidade das eleições presidenciais, marcadas para dezembro deste ano.

O governo venezuelano nega a acusação de que não há liberdade de expressão no país e afirmou que a SIP representa os interesses dos magnatas da mídia. ‘É uma pena que os representantes da SIP não tiveram tempo de ler, assistir ou escutar a mídia deste país’, observou Amélia Bustillos, funcionária do Ministério da Informação. O governo alega que o fato de existir mídia crítica ao presidente mostra que há liberdade de expressão na Venezuela. Informações da BBC News [20/7/06].