Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Cultura interrompe programas para exibir discurso de Serra


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas. 
 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 27 de agosto de 2009 


 


TELEVISÃO


Catia Seabra


Cultura corta programação para passar discurso de Serra


‘Mantida com recursos do governo estadual, a TV Cultura interrompeu ontem, por três vezes, sua programação para exibição, ao vivo, do lançamento da Universidade Virtual do Estado de São Paulo, com destaque para a presença do governador José Serra (PSDB). Só o discurso de Serra consumiu quatro minutos e 11 segundos originalmente destinados ao programa ‘Viva Pitágoras’.


Nos moldes das notícias apresentadas em caráter extraordinário, flashes invadiram a programação a partir das 13h. Sob o título ‘Jornal Cultura informa’, a primeira interrupção ocorreu durante o programa ‘Ao ponto’ e mostrou a chegada de Serra e o momento em que a placa de inauguração do Espaço Univesp foi descerrada.


Ainda durante o ‘Ao ponto’, foi exibido o discurso de Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, que é administradora da TV e da Rádio Cultura. Markun enalteceu o esforço de Serra para a estreia de dois canais digitais: o Univesp TV e o MultiCultura.


Markun justificou a exibição sob o argumento de que um canal aberto dedicado à programação da universidade virtual ‘é suficientemente relevante para haver transmissão’.


Segundo ele, essa foi uma maneira de ‘chamar atenção do público’ para algo importante para a sociedade.


Graças a um convênio de cerca de R$ 18 milhões anuais, a TV Cultura exibirá a programação da universidade virtual.


Em seu discurso, Serra anunciou a concessão de bolsas de inglês e espanhol para alunos do ensino técnico e sugeriu que seus secretários fossem professores voluntários da universidade. Ele disse que só não participaria dos cursos para evitar acusação de uso da máquina.


‘Por favor, não me venham escrever de novo que isso aqui é um lance para a campanha presidencial’, disse o governador, após o evento.


Lula


À saída, Serra reagiu às declarações de véspera do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo quem o Estado não reconhece a participação do governo federal na obra do Rodoanel. Segundo Serra, ‘o presidente Lula não foi bem informado’.


Afirmando que há ‘um trabalho de boa cooperação com o governo federal’, Serra pediu que a imprensa exibisse filmes e painéis sobre as obras para comprovar o reconhecimento.


‘Não vou alimentar nenhuma intriga claramente de natureza eleitoral. Não tivéssemos na véspera de eleição não teríamos essas propagandas enganosas do PT, nem o presidente teria sido mal informado de como as obras foram apresentadas’, disse Serra.


O governador disse ainda que, com o aumento do custo da obra (de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,5 bilhões), pretende reivindicar maior participação do governo federal, de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,5 bilhão.


Serra alegou ter convidado Lula ‘numerosas vezes’ para visita à obra e reiterou o convite. Sobre eventuais atrasos no cronograma de obras do Estado, Serra confessou: ‘Você acha que tem alguém no mundo inteiro mais interessado em terminar depressa do que eu?’’


 


 


Daniela Arrais


Internet matará a televisão, diz criador do site YouTube


‘Não é o YouTube que matará a televisão, mas sim a internet. A opinião é de Chad Hurley, cofundador do site de compartilhamento de vídeos YouTube.


Pela primeira vez no Brasil para participar do Digital Age 2.0, evento que discute novos caminhos para a internet, Hurley disse que ‘a ideia de transmissão ao vivo está morta. Claro que no futuro ainda teremos a experiência de ver TV, talvez em eventos ao vivo. Mas a ideia de uma família sentada no sofá, às 20h, esperando um programa, não vai mais existir’.


Futuro


Segundo Hurley, a equipe de engenheiros do YouTube tem se concentrado em fazer melhorias na plataforma, para tornar o envio e a visualização de vídeos mais rápidos. A interface também deve passar por mudanças.


Ele diz que o site tem investido em se credenciar como ferramenta de exibição de conteúdos longos e em alta definição e em publicidade e rentabilização dos usuários.


Sem revelar a quantia de investimentos na ferramenta nem o quanto ela rende, Chad Hurley afirmou que o último trimestre foi o de maior arrecadação desde a criação do serviço.’


 


 


Folha de S. Paulo


Promotoria quer evitar sadismo contra animais


‘O Ministério Público do Ceará vai propor que a Rede Globo assine um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) prometendo não praticar crueldade contra animais no reality show ‘No Limite’. A Promotoria diz ter tomado a decisão após um pedido da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais).


A ONG diz ver sadismo em cenas em que os participantes são obrigados a degolar galinhas para comer e a ingerir peixes ainda vivos e ovos galados (com fetos de galinha).


A Central Globo de Comunicação diz que ‘jamais ocorreu a prática de qualquer ato de crueldade com animais ou conduta criminosa’ no reality show.’


 


 


Eduardo Ohata


Cláusula dá Jogos-16 a Globo e Record


‘Globo, Record e Bandeirantes transmitirão, na TV aberta, os Jogos Olímpicos de 2016.


Proposta da Globo encaminhada ao COI (Comitê Olímpico Internacional) solicitava os direitos não exclusivos de TV aberta para a emissora e para a Bandeirantes, mas a exclusividade para todas as demais mídias -TV fechada, internet, rádio e celular, entre outros-, segundo a Folha apurou.


O inusitado formato da oferta da Globo propiciou ao COI flexibilidade para negociar os direitos da TV aberta também com a Record, que já detém os direitos sobre os Jogos de Londres-2012, pelos quais pagou US$ 60 milhões, um recorde. O canal também tem os direitos dos Pans de 2011 e 2015.


Fosse levado em consideração apenas o fator financeiro, a Record provavelmente repetiria a aquisição, levando os direitos sozinha. A tática da rival, no entanto, surpreendeu.


A Globo não ofereceu só dinheiro. Sua proposta incluiu um lado institucional, como a promoção da Olimpíada na programação nas duas redes de TV aberta e garantias de cobertura, entre outros diferenciais.


Enquanto, nas últimas semanas, Globo e Record veiculavam em suas programações pesadas denúncias uma contra a outra, duas rodadas de negociações ocorreram com o COI.


Ofertas na mesa, a da Globo fez o comitê orientar as demais emissoras a adequar as suas propostas ao novo formato. Já a rodada concluída anteontem apontou a Globo como vencedora, além, claro, da coexistência com rivais na TV aberta.


Executivos envolvidos na negociação confirmaram ontem que já houve o acerto verbal com o COI, mas que a papelada ainda não chegou ao Brasil.


Acreditam que a informação deve ser divulgada nesta semana pelo COI. Apesar de a Globo ter exclusividade na TV paga, profissionais da área creem que o direito também será repassado a outros canais.


Na Record, a divisão dos direitos entre várias TVs abertas, repetindo o que ocorrera no Pan do Rio, há dois anos, é visto como indicação de que a candidatura carioca à Olimpíada de 2016 será bem-sucedida.


O anúncio da cidade que organizará os Jogos de 2016 será em 2 de outubro.. O Rio disputa com Chicago, Madri e Tóquio.


Apesar do forte investimento da Record para garantir as transmissões de Jogos Olímpicos e Pans, a Globo mantém os direitos da grande maioria das competições internacionais relevantes de modalidades olímpicas e do futebol. Sua grande última aquisição foi a Copa dos Campeões, o popular e bilionário interclubes europeu.’


 


 


Daniel Castro


Rede TV! vai produzir nova versão do reality ‘Aprendiz’


‘A Rede TV! fechou anteontem a compra dos direitos do reality show ‘Shark Tank’ (literalmente, tanque de tubarões). A emissora planeja começar a gravá-lo neste ano para estreá-lo no início de 2010.


Adaptação americana para o japonês ‘Dragon’s Den’, ‘Shark Tank’ é uma evolução de ‘O Aprendiz – O Sócio’, exibido pela Record em 2008. A produção da versão americana é de Mark Burnett, criador de ‘Survivor’ (‘No Limite’) e de ‘O Aprendiz’. Nos EUA, está no ar há três semanas, pela ABC.


A Rede TV! ainda negocia para ter Burnett, considerado um dos novos ‘deuses’ da televisão mundial, como seu consultor na adaptação do reality show.


O programa se sustenta com cinco homens de negócios endinheirados. A cada episódio, eles se deparam com candidatos a empreendedores que têm ideias de negócios, mas não o capital para concretizá-las ou fazê-las evoluir.


Os empreendedores têm de convencer os investidores de que seus projetos são viáveis. Dizem também o dinheiro que precisam e quanto de participação no negócio estão dispostos a oferecer aos investidores.


Nos EUA, já foram apresentadas propostas como uma fábrica de tortas, um aparelho que revela como estão as salas de espera de médicos e até um elefantinho para ajudar pais a darem remédios a crianças.


A Rede TV! ainda não revela detalhes da produção do reality show, cujo maior desafio é encontrar os cinco investidores. A emissora comprou os direitos da 2waytraffic, empresa do grupo Sony, a mesma que vendeu ‘A Fazenda’ para a Record.


TV RURAL 1


Sem ‘A Fazenda’, a audiência da Record no horário nobre desabou. Anteontem, sua média no horário (18h/24h) foi de 8,1 pontos na Grande São Paulo, uma queda de 22% em relação à média das quatro terças-feiras anteriores (10,4).


TV RURAL 2


Durante o dia, no entanto, a média da Record não caiu. É que de manhã e à tarde a emissora continua explorando ‘A Fazenda’. Gastou boa parte de ontem promovendo um atemporal amigo secreto entre os ex-participantes do reality.


NEGATIVO


Na terça, o ‘Jornal da Record’ marcou só 6,4 pontos, uma das mais baixas audiências do telejornal no ano.


SEM EXCLUSIVIDADE 1


A Globo ganhou ontem a disputa com a Record pelos direitos da Olimpíada de 2016. Além de oferecer maior lance, abriu mão da exclusividade.


SEM EXCLUSIVIDADE 2


Em outras palavras, a Globo poderá compartilhar as transmissões com a Record -desde que a rede de Edir Macedo também divida com ela os Jogos de 2012, em Londres.


COROA


Betty Lago será a quarta ‘cinquentinha’ da série de Aguinaldo Silva. Será uma das quatro ‘viúvas’ que disputará a herança de um milionário. As outras são Susana Vieira, Marília Gabriela e Marília Pêra. Antes, a Globo convidou Bruna Lombardi, que não pôde aceitar.’


 


 


Lúcia Valentim Rodrigues


Tata Amaral mistura real e ficção sobre a tortura


‘Tata Amaral reencontra fantasmas do passado. Depois do documentário ‘O Rei do Carimã’, em que investigou um segredo de seu pai, agora ela aborda um período crítico da história do Brasil: a ditadura.


‘Eu estou mergulhada nesse assunto da volta ao passado’, afirma a cineasta, que despontou no cenário audiovisual com ‘Um Céu de Estrelas’, em 1996. A minissérie ‘Trago Comigo’, em quatro episódios, estreia na próxima terça, na TV Cultura, ao custo de R$ 540 mil.


Telmo Marinicov (boa atuação de Carlos Alberto Riccelli) é um diretor de teatro que apagou a memória para sobreviver.


Resolve montar um espetáculo sobre sua própria história e vê as lembranças surgirem aos poucos, truncadas pelas sessões de tortura sofridas.


Matias Mariani fez um primeiro esboço do roteiro. Tata filmou alguns depoimentos de pessoas reais envolvidas na militância antiditadura como referência. ‘Comecei a achar que valeria a pena ter esse diálogo entre ficção e real, então incluí isso na minissérie’, conta.


Entre as participações, estão o deputado José Genoino, o jornalista Ivan Seixas e a guerrilheira do Araguaia Criméia Alice Schmidt de Almeida, que estava grávida de sete meses quando foi presa e espancada.


Os nomes dos comandantes das torturas, presentes nos relatos dos militantes, vão ser apagados da minissérie. ‘Apesar de conhecidos, eles não foram condenados nenhuma vez.


É impressionante saber que apenas um processo em prol das famílias dos torturados venceu -e ainda em primeira instância. Não posso expor esses nomes e enfrentar um processo por difamação’, explica.


O tema dos desaparecidos no regime militar também vai estar presente em seu próximo longa. ‘Hoje’ vai falar de uma mulher que ganha uma indenização pelo sumiço do marido e, no dia em que ela se muda para a nova casa, ele reaparece.


‘Precisamos mostrar essas histórias. A sociedade parece já ter esquecido o passado por medo de entrar em conflito.’


TRAGO COMIGO


Quando: de ter. a sex., às 23h10, na TV Cultura; reapresentações aos dom., às 22h, a partir do dia 6


Classificação: não indicado a menores de 16 anos’


 


 


SHOW DO SENADO


Editorial


A hora do Chacrinha


‘A COMÉDIA é de tal ordem que talvez a única coisa a ser levada a sério no Senado Federal seja a ideia de extinguir-se, de uma vez por todas, o seu Conselho de Ética. Se a palavra deixou de constar do dicionário da Casa, nada mais lógico que lideranças partidárias proponham o desaparecimento de um colegiado que, afinal, já não tem objeto pelo qual zelar.


O exame do assunto, que ocorreria ontem, terminou sendo postergado. Não faz mal. Que se permita, neste espaço, uma modesta sugestão no sentido de aperfeiçoar a iniciativa.


É que o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) planeja, enquanto isso, construir uma praça de alimentação no Senado. Estão previstos dois restaurantes e uma lanchonete. Como não se menciona a existência de pizzarias, quem sabe os espaços do Conselho de Ética poderiam destinar-se a tal especialidade.


O senador argumenta que a abertura do novo espaço de comilança se justifica até por razões de saúde pública, tal a precariedade das condições de higiene dos atuais restaurantes do Senado. Haverá de concordar com a tese a senadora petista Ideli Salvatti, que em outro contexto fez um desabafo acerca dos sacrifícios de seu cargo: sente-se merecedora de um ‘adicional de insalubridade e periculosidade’ em seu salário.


A observação não é lisonjeira para seus colegas, ainda que na mesma ocasião a senadora tenha salvado os do próprio partido: ‘Tenho orgulho da ética petista’, declarou triunfalmente.


Foi, sem dúvida, para se fazer passar como último representante da ‘ética petista’ que o senador Eduardo Suplicy, por sua vez, encenou o espetáculo ridículo e infantilóide do cartão vermelho contra José Sarney, numa sessão em que o Senado Federal pareceu descer ao nível dos antigos programas do Chacrinha.


Suplicy, que silenciara enquanto algumas figuras isoladas, como Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF), reivindicavam o afastamento do presidente do Senado, resolveu jogar para a opinião pública, como sempre foi a sua especialidade. A esta altura da desmoralização geral, e depois de se saber que sua namorada viajou para Paris com passagens oficiais, tornou-se apenas motivo de chacota, desbancando seu até aqui indesbancável e irrevogável líder de bancada, Aloizio Mercadante.


O mesmo Heráclito Fortes da praça de alimentação encarregou-se de desmascarar a farsa, dizendo que Suplicy deveria mostrar o cartão vermelho, isto sim, ao presidente Lula, que coordenou a salvação de Sarney no Senado.


Atônito, enfurecido e mais vermelho que o próprio cartão, o senador petista não teve resposta. Quem sabe o ex-presidente e senador Fernando Collor, hoje especializado em lições de moral, pudesse repetir o que disse a Pedro Simon há algum tempo, ordenando que Suplicy engolisse e digerisse o tal cartão -enquanto, é claro, não chega a esperada inauguração dos novos restaurantes da Casa.’


 


 


Carlos Heitor Cony


Cartão amarelo


‘RIO DE JANEIRO – O Senado continua a oferecer um show da condição humana, que, mesmo em nível parlamentar, é o que conhecemos: feita de barro, sujeita aos mil acidentes da carne e do espírito. O bate boca feroz entre Eduardo Suplicy e Heráclito Fortes revela a tênue casca de civilização que todos vestimos para suportarmos uns aos outros.


Foi sem dúvida um espetáculo lamentável, na medida em que tentou reavivar uma crise (também lamentável) que ocupou o noticiário e o apetite de sangue, exigindo o ‘mata! esfola!’ cívico com o qual a turma que se considera do bem tem saciada sua fome de moralidade.


O caso Sarney, para todos os efeitos, está encerrado. Lula não pode governar sem o PMDB, e o PMDB, até que surja nova liderança, é Sarney. Curiosamente, está sendo reeditada a dicotomia que prevaleceu nos anos 80, com a dupla Sarney-Ulysses Guimarães. Embora do mesmo partido, Sarney não tinha ainda o som e a fúria do velho MDB, que Ulysses encarnava historicamente. O jeito foi governar com ele. Sem Ulysses, o governo de Sarney não duraria o que durou. O que fez de bom (transição democrática e Constituinte) não teria sido feito.


Por mais estranho e ridículo que pareça, a história agora se repete. Para governar e emplacar um(a) sucessor(a), Lula precisa do PMDB, precisa de Sarney.


Não adiantam as portas do inferno petista baterem contra a dupla. Não prevalecerão -estou citando um texto bíblico.. A política tem uma política que a própria política desconhece.


Não adianta chorar nem tentar expulsar os jogadores. Sem eles não há jogo e todos acabam perdendo, entrando em campo a tropa de choque, que aproveita a confusão para uma volta ao passado, quando toda a nação, quando todos nós vivíamos ameaçados por um cartão amarelo.’


 


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Judith Brito


Censura prévia é inadmissível


‘CARLOS HEITOR Cony criticou na página aqui do lado, a dos articulistas desta Folha, a veemência daqueles que, tal como a ANJ (Associação Nacional de Jornais), vêm reclamando contra violações à liberdade de imprensa no Brasil.


Disse estar havendo ‘exagerado fervor de certos setores da imprensa em reclamar de processos ou de sentenças da Justiça, considerando violação de uma liberdade a qual todos têm direito’. Lembrou ainda Cony que ‘o fato de um juiz aceitar um processo não é uma violação’ (‘Liberdade de imprensa’, pág. A2, 20/8).


Ele está absolutamente certo ao assinalar que todos têm direito de recorrer à Justiça quando se julgam caluniados ou vítimas de mentira ou equívoco divulgados por veículos de comunicação. E está certa também a Justiça quando pune, nos termos da lei, quem usa do direito à liberdade de expressão para caluniar ou divulgar mentiras. O bom jornalismo é feito com responsabilidade.


Ocorre que os reiterados protestos da ANJ e de tantas outras entidades representativas da sociedade, como a OAB, não são contra essas situações.


Nossa denúncia e combate são contra a censura prévia que vem sendo exercida por alguns juízes, em total desrespeito à Constituição.


Diz o artigo 220 da Constituição que ‘A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição’. Esse é um princípio clássico do Estado de Direito e das verdadeiras democracias. Ou seja: todo mundo tem direito a dizer o que quiser e não cabe a ninguém definir previamente o que pode ser dito.


Outra coisa completamente diferente é o fato de que todo mundo também está sujeito a punições e aos rigores da lei caso use esse direito supremo da liberdade de expressão para caluniar ou mentir. Para esses casos, cabe recorrer à Justiça, que poderá aplicar a legislação de danos morais e/ou o direito de resposta. A ampla e irrestrita liberdade de expressão, portanto, não é um direito absoluto, mas precede os demais.


É assim nas democracias porque o direito geral da sociedade de ser livremente informada está acima dos direitos individuais. Eventualmente, esse princípio maior pode implicar danos à honra ou à imagem de alguém. Esse é o preço de vivermos em plena liberdade.. Mas ele é pago -como já se disse- pela legislação de danos morais e de direito de resposta. É um princípio simples e muito sábio, que coloca o interesse público em primeiro lugar.


Tomemos como exemplo o recente caso da decisão de um desembargador do Distrito Federal de proibir o jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e toda a mídia brasileira de divulgar fatos relacionados à investigação da Polícia Federal relativa ao empresário Fernando Sarney. Alguém tem dúvida de que isso é de interesse público?


Mais do que isso, não cabe a ninguém decidir previamente se o direito individual de quem quer que seja está sendo ferido pela divulgação de informação. Esse julgamento só pode se dar posteriormente à divulgação..


Assim como a eventual punição.


É contra esse tipo de situação, da censura prévia por meio de sentenças judiciais, que protestam a ANJ e tantos outros setores da sociedade. O impedimento da divulgação de informações é censura pura e simples.


Essas sentenças liminares acabam sendo revogadas por instâncias superiores do Judiciário.. Mas, por menor que tenha sido o período de tempo de exercício da censura, o mal já foi feito. A sociedade foi tolhida no seu direito de ser livremente informada.


Cony cita em seu artigo os 31 casos de violação à liberdade de imprensa ocorridos nos últimos 12 meses e denunciados pela ANJ. Desses, 16 foram de decisões da Justiça de censura prévia. São números eloquentes e inadmissíveis. Além desses casos de censura, houve outros, como prisão de jornalistas no exercício da profissão, agressões e atentados.


A ANJ, cumprindo sua missão de sempre defender a liberdade de imprensa como direito de toda a sociedade, seguirá denunciando, protestando e buscando conscientizar todos da importância fundamental da mais ampla liberdade de expressão.


Esses casos não significam que não vivamos em pleno regime democrático. Mas é preocupante o grande número de decisões judiciais de censura prévia. Cony lembra que na época da ditadura a situação era muito pior. É verdade, e a ANJ tem muito orgulho de ter contribuído nesses seus 30 anos de trabalho para que o Brasil de hoje seja muito melhor do que o daquele triste período.


Mas isso não significa que não devamos continuar a lutar e combater tudo aquilo que signifique violação ao interesse maior dos cidadãos de serem livremente informados. Continuaremos a fazê-lo, mesmo que seja apenas um caso a cada 12 meses.


JUDITH BRITO , 51, é presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e diretora-superintendente da Empresa Folha da Manhã S.A.., que edita a Folha .’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Camelot, o fim


‘Deu primeiro na rede ABC, na madrugada, segundo o TVNewser. Quatro minutos depois, CNN. Mais três minutos, Fox News. A morte de Ted Kennedy iniciou uma cobertura sem fim, nos EUA.


Para a manchete do ‘New York Times’, ele foi o ‘sustentáculo do Senado’, stalwart. No ‘Washington Post’, ‘patriarca do Senado’. ‘Wall Street Journal’, ‘ícone liberal’. O site conservador Drudge Report quase festejou ‘O fim de Camelot’.


Começando pela ‘Time’, outra imagem de Ted Kennedy se espalhou à tarde, indo parar no ‘NYT’: ele foi ‘o filho de Camelot’ ou ‘o irmão que importou mais’, ‘o Kennedy que melhor serviu ao país’.


À VENDA


A ‘Time’ anunciou edição ‘comemorativa’ para sexta e adiantou a capa. O blog de mídia do ‘NYT’ postou que, previstas para 2010, as memórias de Ted Kennedy, ‘True Compass’, 532 páginas, saem em duas semanas


O FIM DO GRANDE IRMÃO?


‘Guardian’ e outros noticiaram ontem que o britânico Channel 4 decidiu encerrar a produção de ‘Big Brother’, depois de 11 edições. O ‘reality show’ enfrenta queda de audiência, hoje em 2 milhões de telespectadores, contra 10 milhões no auge da franquia da Endemol.


Germaine Greer, ‘scholar’ e feminista que participou do programa em 2005, escreve que ‘os jovens de hoje não precisam ver ‘Big Brother’ para aprender como serem eles mesmos’. Segundo a Reuters, um dos motivos para o fim do programa foi que ‘não conseguiu conquistar o público da chamada geração Facebook’.


‘WHERE’S BELCHIOR?’


Foi parar até no ‘Guardian’ a história do ‘Fantástico’ sobre o suposto desaparecimento. O jornal ouve, do agente do cantor, que ‘não há notícia, eu falo com ele todo dia’. No Twitter, desde segunda, ecoa como ‘marketing’


O MAIOR, NÃO O PIOR


Nas manchetes do UOL ao ‘Jornal Nacional’, ontem à noite, o Brasil se tornou agora ‘o país com mais mortes por gripe suína’ ou ‘o maior do mundo’.


Porém, destacou o portal logo abaixo da manchete, ‘em números relativos está em sétimo lugar’. No telejornal, ‘outros têm situação pior quando se considera o tamanho da população’, caso da Argentina, como ressaltou Fátima Bernardes ao abrir o primeiro bloco.


O SOL SE PÕE


Em vídeo, o correspondente Jonathan Wheatley seguiu Tatsuo e Hatsuko Miyashiro no retorno incerto ao Brasil, após 13 anos no Japão. No título do ‘Financial Times’, que também mostrou brasileiros que seguem por lá, inseguros, ‘Sol se põe para os sonhos japoneses dos migrantes’’


 


 


UNASUL


Clóvis Rossi


O circo e a prestação de contas


‘SÃO PAULO – O chanceler colombiano, Jaime Bermudez, sugere que a cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), amanhã em Bariloche, seja transmitida ao vivo pela televisão. Bela ideia.


Não consigo encontrar uma razão sólida para que governantes não se exponham por inteiro a seus cidadãos e aos dos países vizinhos (no caso da Unasul) quando se reúnem, ainda mais em um encontro em que há claramente fortes diferenças de pontos de vista.


Para quem não seguiu a história, a cúpula de Bariloche destina-se essencialmente a discutir o caso das bases colombianas a serem usadas por militares norte-americanos.


Mas Bermudez joga outros temas à mesa: o armamentismo dos demais países da região (está falando da Venezuela e da compra de armas russas); o apoio suposto ou real a um grupo narcoterrorista como o são as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia); o apego às regras democráticas.


A transmissão por TV dessa rica agenda permitiria, imagino, esclarecer devidamente o público, até porque obrigaria cada presidente a comparecer municiado de elementos de prova para suas acusações ou para a sua defesa -e não apenas munidos da retórica caudalosa, que é uma marca registrada de reuniões


do gênero na América Latina.. O problema é que poderia transformar a cúpula em um grande circo. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, não pode ver uma câmera e um microfone a um quilômetro de distância que começa a atuar.


Durante a recente cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, Chávez forçou a entrada no plenário, que deveria estar reservado só para os presidentes, de sua própria equipe de TV. Ainda assim seria divertido.


Quem sabe os mandatários sul-americanos aprendem que prestação de contas é um dever inerente ao cargo. Fazer propaganda é outro departamento.’


 


 


POLÍTICA CULTURAL


Ana Paula Sousa


Os rouanetes


‘Entre pilhas de pastas brancas, os olhares, compenetrados, movimentam-se entre a tela de computador e os papéis. Muitos papéis. Mesmo quando se levantam para pegar um café, os conselheiros da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, a Cnic, costumam levar nas mãos alguma das pastas.. ‘Nem conto quantos projetos tenho para analisar. Se contar, fico desesperada’, diz, entre risonha e assustada, Rosiclair Temperani, nascida e criada no circo, atualmente integrante do grupo que, em 2008, foi responsável pela aprovação de projetos que movimentaram cerca de R$ 1 bilhão pela Lei Rouanet.


A Cnic, criada com a lei, há 18 anos, tem a função de avaliar tecnicamente os pedidos de concessão de incentivo fiscal. Durante muito tempo, esteve à sombra. Mas, conforme foram esquentando os debates em torno do tema, também a Cnic passou a ver holofotes voltados em sua direção. Sempre que se fala de um projeto aprovado ou recusado pelo governo federal está se falando, na prática, de uma ação da Cnic.


E quem são os detentores das canetas do sim e do não? A reportagem da Folha foi a uma reunião, em Brasília, para conhecer os rostos, as opiniões e a rotina dos 21 conselheiros indicados por entidades da sociedade civil, que trabalham de forma voluntária. ‘Somos pessoas normais querendo acertar’, resume o maestro Amilson Godoy.


Barba branca, rabo de cavalo, o músico diz que, entre as pechas todas que recaem sobre a comissão, a que o incomoda de fato é a de censor. ‘Estamos aqui para aprovar os projetos. Queremos ajudar a produção, não atrapalhar.’


Não há conselheiro que não tenha ressaltado, nas entrevistas, seu espírito público. ‘Você me olha como se perguntasse: ‘O que leva um sujeito normal a aceitar um negócio destes?’, adivinha o engenheiro agrônomo e produtor de tevê Luiz Alberto Cesar. ‘Não dá prestígio, não dá dinheiro. É por um ideal. Me sinto trabalhando para o cidadão, não para o poder de plantão. Mas a Cnic é consultiva. A decisão final é do ministro. Nossas decisões valem até a página três.’


Explique-se. A despeito de mais de 90% dos casos serem decididos, de fato, pela comissão, alguns dos projetos -sobretudo os que envolvem estrelas- tiveram o destino resolvido pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira. Vieram a público os casos de Caetano Veloso e de Maria Bethânia, vetados pela comissão e aprovados por Ferreira. Alguns conselheiros (que não quiseram se identificar) disseram que, no caso de Bethânia, cogitaram abster-se na segunda votação -pós-intervenção, acompanhada de redução nos ingressos.


‘A lei permite que esses artistas tenham patrocínio, mas, pessoalmente, preferia que fosse usada por iniciantes’, pondera Godoy. A designer Fernanda Martins, encarregada da área de artes visuais, é incisiva: ‘Acho que todo projeto 100% incentivado tinha que ser gratuito. Não tem sentido chamar R$ 60 de preço popular’.


Questionada sobre a possível frustração de passar dois dias recobertas por papeis e ver, depois, a decisão revogada, Martins diz que a frustração, se existe, está em outro lugar. ‘Frustrante é saber que as pessoas nem imaginam o que é nosso trabalho. Não somos funcionários públicos. Deixamos nossos empregos, dois dias por mês, para estar aqui. Nosso papel é representar a sociedade, mas a sociedade nem imagina isso.’’


 


 


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Estrutura e fragilidade da lei dificultam trabalho


‘Foi apenas em janeiro que a Cnic ganhou computadores. Até então, os milhares de projetos eram aprovados, literalmente, à mão. Vinha da estrutura manca a sensação, no meio cultural, de que mandar um projeto para a Cnic era entrar numa espécie de buraco negro. Em 2008, a situação piorou com a greve de funcionários do Ministério da Cultura (MinC). Em dezembro, os conselheiros chegaram a analisar, numa só reunião, 1,1 mil projetos.


Antes de chegar à comissão, os pedidos passam pelo crivo de pareceristas que checam desde certidões até orçamentos. ‘Não há mais razões para queixa. O proponente sabe, pela internet, em que estágio está seu processo’, diz Roberto Nascimento, secretário de Fomento.


Trata-se, ainda assim, de um labirinto de regras, papéis e propostas. O mundo criado pela Lei Rouanet faz com que haja, no MinC, 18 mil projetos nos mais variados estágios -alguns à espera de aprovação, outros a prestar contas. ‘É um mecanismo amarrado e complexo. Analisamos desde exposições acompanhadas de projetos educativos até programas ligados a ecologia’ diz Claudia Ramalho, diretora de Sesi, indicada por entidades empresariais.


Não à toa, são muitos os pontos de interrogação que pipocam na mesa de reuniões. ‘No começo, quando via um projeto de R$ 4 milhões, eu simplesmente não sabia o que fazer’, admite a designer Fernanda Martins. ‘Há projetos caríssimos, mas há também projeto mandado por telefone. A gente teve que aprender a aprovar pedidos de índios, que não têm nem CPF’, diz o economista Henrique de Andrade.


Nilson Santos, filósofo, conselheiro da área de livros, diz que as dificuldades nascem das próprias falhas da lei. ‘Como a lei é frágil, a gente precisa tomar cuidado pra não fazer uma análise ideológica’, diz, referindo-se a projetos que, a seu ver, não precisariam de dinheiro público. ‘Há os casos óbvios. Recusamos os projetos de uma rede de restaurantes que queria fazer um livro sobre culinária francesa e outro sobre uma família ilustre do Maranhão.’


A tentativa de travestir de cultura projetos promocionais é comum. A área patrimonial, não raro, tromba com propostas de festas que incluem grupos folclóricos em seu cardápio apenas para caber na rubrica ‘preservação de folclore’.


Outros pontos que merecem atenção especial são orçamento e acessibilidade. ‘Temos que zelar pelo dinheiro público’, diz Godoy, para em seguida ponderar: ‘Mas também não podemos punir a arte em nome de princípios sociais’.’


 


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 27 de agosto de 2009 


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Roberto Almeida


Carta contra censura não foi respondida


‘A carta conjunta enviada há 16 dias pela Associação Mundial de Jornais (WAN) e pelo Fórum Mundial de Editores (WEF), condenando a censura ao Estado e pedindo ‘ação’ do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), não teve resposta oficial até o momento.


O documento, datado de 10 de agosto, afirma que a decisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, representa um ‘ato de censura prévia’ porque proíbe a divulgação de uma investigação no âmbito da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que envolve Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


WAN e WEF pediram, no documento, que Lula e Mendes tomassem providências para reverter a decisão. ‘Respeitosamente pedimos a Vossa Excelência que faça tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que esta decisão seja anulada e que seja permitido à imprensa publicar livremente reportagens sobre todos os assuntos de interesse público. Contamos com o compromisso do Sr. para que no futuro seu país respeite todos os acordos’, anotam as entidades.


‘Esperamos ouvir do Sr. assim que possível’, finalizam o texto Gavin O?Reilly, presidente da WAN, e Xavier Vidal-Folch, presidente do WEF.


O Planalto informou que a carta está tramitando. O STF, por sua vez, observou que a carta foi recebida e lida por Mendes, mas, como a decisão final sobre o caso pode chegar até a corte, não haverá resposta oficial às entidades. O ministro já se pronunciou em tese sobre a censura, afirmou que a carta é ‘legítima’ e chegou a pedir celeridade ao Judiciário para analisar os recursos apresentados pelo Estado.


O mais recente, apresentado no último dia 21 e ainda não julgado, pede pela segunda vez a exceção de suspeição do desembargador. O Estado já anotou que, por conta de seus laços com a família Sarney, Dácio Vieira estaria impedido de atuar com isenção, já que tem relações íntimas com a família Sarney. Ele posou para foto ao lado de José Sarney no casamento de Mayanna Maia, filha do ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia.


Em sua segunda investida pela exceção de suspeição, o Estado usa como base a própria decisão de Vieira sobre o primeiro recurso, em que o desembargador teria revelado ‘radical inimizade’ ao jornal.’


 


 


INTERNET


Claire Cain Miller


Adultos impulsionam sucesso do Twitter


‘Kristen Nagy, uma jovem de 18 anos de Sparta, Nova Jersey, envia e recebe 500 mensagens de texto por dia. Mas nunca usa o Twitter, embora ele também sirva para se conversar e fazer observações. ‘Para mim o Twitter é um pouco estranho e não acho que todo mundo precisa saber o que estou fazendo a cada segundo da minha vida’, diz ela.


A relutância dela em usar o Twitter, sentimento partilhado por outros jovens da sua idade, não significa que o serviço de microblogging está condenado. Somente 11% dos usuários têm idade entre 12 e 17 anos, segundo a comScore. Mas, por outro lado, a explosão da popularidade do Twitter vem sendo impulsionada por um grupo bem mais velho. Esse sucesso pôs fim à crença de que os jovens é que lideram o caminho da popularização das inovações tecnológicas.


‘O modelo tradicional dos que primeiro adotam uma tecnologia, indicava até agora que a faixa etária importante era de adolescentes ou estudantes’, diz Andrew Lipsman, diretor de análise de tecnologia na comScore. Afinal, foram os adolescentes que impulsionaram o crescimento das redes sociais como Facebook e MySpace.


No entanto, o Twitter provou que ‘um site pode decolar num grupo de idade diferente do que aquele esperado e se tornar muito popular’, acrescentou. ‘O Twitter está desafiando o modelo tradicional’.


De fato, embora os adolescentes terem sido os grandes fomentadores do crescimento inicial das redes sociais, hoje eles representam 14% dos usuários do MySpace e 9% do Facebook. À medida que a Internet cresce, o mesmo ocorre com os usuários e, para muitos analistas, o sucesso do Twitter representa um novo modelo para ter sucesso na Internet. A ideia de que as crianças são essenciais para o êxito de uma nova tecnologia provou ser um mito.


Os adultos vêm conduzindo o crescimento de muitos serviços de Internet sempre populares. O YouTube atraiu os jovens e mais tarde o pessoal mais velho, antes de os adolescentes se amontoarem no site. Os primeiros usuários dos bloggers eram adultos e o LinkedIn estabeleceu uma rede social de sucesso tendo profissionais como alvo.


O mesmo ocorre com os novos dispositivos eletrônicos. Embora videogames tenham sido primeiro promovidos para crianças, o Nintendo Wii rapidamente entrou em instituições que abrigam pessoas mais idosas. O Kindle, da Amazon, atraiu primeiro os adultos.


Quase todos os usuários com menos de 35 anos usam as redes sociais, mas no ano passado elas cresceram com a entrada de pessoas mais velhas, segundo relatório da Forrest Research. O uso de redes sociais por pessoas entre 35 e 54 anos cresceu 60% em 2008.


Embora os fundadores do Twitter originalmente tenham concebido o site como um meio para o contato das pessoas com seus conhecidos, ele acaba sendo melhor para a transmissão de ideias ou perguntas e respostas para o mundo. E é útil também para promover quem usa o Twitter, necessidade que poucos adolescentes têm.


‘Muitas pessoas usam o Twitter para fins profissionais’, diz Evan Williams, cofundador e diretor executivo do Twitter. ‘Como se trata de uma rede de um para muitos e a maior parte do seu conteúdo é pública, o Twitter funciona melhor para isso do que como rede social.’’


 


 


BBC


Homem negro vira branco na Microsoft


‘A Microsoft pediu desculpas após ser acusada de editar uma foto na qual a cabeça de um homem negro foi trocada pela de um homem branco.A foto, que mostrava empregados sentados ao longo de uma mesa de reunião, apareceu em sua versão original no site da empresa nos Estados Unidos.Mas no seu site polonês, as cabeças foram trocadas, mas a mão do homem não. A empresa disse que retirou a imagem de seu site e que vai investigar quem foi o responsável pela mudança.’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Os Normais de volta


‘Adiada duas vezes na Globo, a volta de Os Normais está garantida para 2010. As novas aventuras de Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) partirão exatamente do ponto final do filme Os Normais 2, que acaba de chegar aos cinemas.


No longa, o casal, que está noivo há 13 anos, resolve procurar novas aventuras sexuais para manter a chama do relacionamento acesa. Amantes, sexo a três, casas de suingue e outras ideias da dupla vão render muitas confusões.


‘O filme, que ficou muito bom, nos animou a voltar à TV. Os Normais nos permite uma liberdade que não se pode ter em um projeto inteiramente novo’, fala o criador da série, Alexandre Machado.


Com sua grade de programação configurada atualmente para comportar pequenas temporadas, a Globo planeja primeiramente uma fornada de 12 episódios de Os Normais, repletos de participações especiais.


A série, que voltaria a ocupar as noites de sexta-feira na emissora, deve estrear ainda no primeiro semestre.


O terceiro longa de Os Normais também já está garantido para 2011.’


 


 


 


 


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