Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

De vilão a parceiro comercial


Depois de anos considerando o conteúdo pirateado no YouTube como uma ameaça, algumas empresas de comunicação dos EUA estão passando a encarar o sítio de compartilhamento de vídeos como uma oportunidade de publicidade, noticia Brian Stelter [New York Times, 16/8/08].


Nos últimos meses, a CBS, Universal Music, Lionsgate, Electronic Artes e outras empresas pararam de pedir ao YouTube que removesse material não autorizado de filmes, clipes ou outro conteúdo e começaram a vender publicidade para aparecer junto a estes vídeos. ‘Não queremos justificar aqueles que pegam nossa propriedade intelectual e usam sem nossa permissão. Mas não gostamos da idéia de deixar fãs de nossos produtos incapazes de interagir com nosso conteúdo. Eles não querem ser piratas nem lucrar com nossos filmes’, afirmou Curt Marvis, presidente da Lionsgate Entertainment.


O que acontece agora é que usuários que colocam conteúdo no YouTube sem permissão não compartilham dos lucros gerados por seus posts. Os lucros são divididos entre o YouTube e as empresas de mídia. Quando um internauta coloca um vídeo não autorizado no YouTube, ele recebe uma mensagem que um ‘parceiro do YouTube fez uma reclamação de violação de direitos autorais do vídeo, porém autorizou o uso do mesmo’. Quem for assistir aos vídeos, no entanto, terá acesso também a anúncios.


Executivos do YouTube mostraram-se surpresos com o interesse das empresas de mídia. ‘Há um ano, nunca imaginei que isto pudesse acontecer. Eles não querem tirar os vídeos, mas deixar no ar e ganhar dinheiro com isto’, afirmou David King, gerente de produtos do YouTube. De acordo com o sítio de compartilhamento de vídeos, 13 horas de conteúdo são postados por minuto. Muitos deles não têm autorização e nem sequer são disponibilizados. Os que são, podem ser rastreados usando uma tecnologia que monitora vídeos não autorizados na rede.