Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Em nome da história do rádio

Precisamos, sim, resgatar e divulgar sempre a história do rádio e mostrar sua importância cultural na formação e nas relações de nosso povo. O rádio tem muitas contribuições para a coesão da sociedade. Quantas amizades não são construídas a partir da participação diária em programas de rádio? O rádio é extremamente feliz quando coloca a opinião dos ouvintes, quando tem interação e quando promove a aproximação entre pessoas. O rádio-serviço deve ser incentivado, valorizado e aprofundado para o bem da sociedade e para um melhor entendimento do processo de relação entre pessoas.

Não podemos deixar que o rádio seja desprezado como mídia, precisamos aprofundar a luta por uma programação de qualidade de fundo cultural e cidadão que envolva a todos na melhoria da vida das pessoas e para evidenciar o papel da comunicação na vivência, no estímulo à cidadania e na concretização de idéias que busquem uma comunicação séria, verdadeira e ética. O rádio tem muita história. Desde suas primeiras transmissões vemos que sua participação no cotidiano dos brasileiros e sua importância é cada vez mais ressaltada, no momento em que as pesquisas sempre mostram que o rádio está presente na vida da maioria das pessoas. Mesmo com o avanço de outras mídias, o velho amigo rádio está sempre fazendo parte da dinâmica de nossa sociedade e tem através de sua versatilidade e imediatismo uma presença marcante na história de nossos povos.

Um mundo melhor e mais digno

É necessário criar espaços para discutir a história do rádio e ressaltar sempre sua importância cultural, mostrando a todos os membros da sociedade sua importância e seu papel na coesão social e o exercício de cidadania praticado na comunicação via rádio que hoje é imitado por todos os meios de comunicação. O rádio precisa ser ressaltado, modernizado, mas não modificado totalmente, pois alguns aspectos do rádio precisam continuar, como a interação com ouvinte, a divulgação de idéias, a concretização da cidadania, a crítica, a participação diária, a notícia imediata e outros elementos que vão sempre fazer parte do processo de comunicação que só o rádio é capaz.

Os comunicadores radiofônicos têm que buscar no ouvinte a cumplicidade para construção de uma comunicação verdadeira e, sobretudo, ética em todos os sentidos. É preciso que todos que fazem parte do rádio se unam em busca de sua melhoria, valorização e crescimento sempre salutar para todos. É preciso que os grupos ligados à comunicação respeitem e valorizem o rádio, pois o rádio sempre esteve e estará presente no cotidiano dos cidadãos e na construção de uma sociedade melhor e mais justa. É importante que os que fazem o rádio conheçam a opinião dos ouvintes e saibam o que os usuários da comunicação querem para melhoria e crescimento deste meio de comunicação. Comunicação se faz com idéias e as idéias só acontecem com aproximação, discussão e interação.

Precisamos incentivar nossos jovens a ouvir rádio e também fazer com que hajam programações que sejam úteis para este novo público que sabe o que quer e sabe selecionar a boa comunicação. É preciso que nas escolas sejam criadas grupos de escuta de programas de rádio para avaliar, discutir e comentar o teor da comunicação efetivada. Desta forma exercitaremos uma formação baseada na análise da informação radiofônica procurando sempre exaltar sua importância e seu imediatismo. Os jovens precisam conhecer o mundo do rádio. Os professores devem levar seus alunos para conhecer as emissoras, os radialistas e os grupos ligados direta ou indiretamente ao mundo do rádio. O rádio precisa de conhecimento e todos que amam o rádio devem sempre exaltar sua história em todas as instâncias da sociedade para que a comunicação faça parte de um processo de construção de um mundo melhor para todos e, sobretudo, mais digno.

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Vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE