Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Globo reforça TV digital em shoppings de SP

Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 3 de março de 2009


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Globo reforça TV digital em shoppings de SP


‘De olho no consumidor de alto poder aquisitivo, a Globo está instalando reforçadores de sinal de TV digital em shoppings de São Paulo. O objetivo é atender ao telespectador com receptor móvel e, principalmente, fazer com que lojas que vendem miniTVs e celulares com TV digital possam demonstrá-los adequadamente.


A cobertura digital da Globo na cidade de São Paulo é boa, mas shopping centers, por causa da sobreposição de paredes, apresentam deficiências. Lojas de eletroeletrônicos têm tido dificuldades para venderem minirreceptores digitais por causa da qualidade sofrível do sinal de algumas redes.


A Globo já instalou gap fillers (como são chamados os reforçadores) no Market Place e no Morumbi, ambos na zona sul. Anália Franco, Higienópolis e Eldorado serão os próximos.


A emissora também colocou gap fillers no túnel Ayton Senna, sentido Itaim-23 de Maio. Em breve, fará o mesmo no sentido oposto. Ainda não há previsão para o metrô.


A próxima etapa do projeto digital da Globo será reforçar a cobertura na Grande São Paulo. A emissora avalia atualmente em quais municípios irá instalar retransmissores (bem mais potentes que gap fillers) para cobrir áreas de ‘sombra’. O primeiro aparelho foi instalado em Jacarepaguá, no Rio. Antes do equipamento, artistas que trabalham no Projac não conseguiam ver a Globo digital.


POPULAR MATINAL


A Band escalou José Luiz Datena para apresentar o telejornal local que estreará dia 16, dentro da nova programação. O telejornal será exibido das 7h30 às 8h e não será exclusivamente policial. A ideia é que Datena, uma das maiores audiências da casa, ajude a alavancar o matinal ‘Programão’, o ‘Hoje Em Dia’ da Band.


CACHORRADA


Telespectadores da Globo levantaram suspeita de que cachorro mostrado no ‘Fantástico’ não foi o mesmo que entrou na Sapucaí durante desfile da Imperatriz, dia 23. Dizem que o animal do desfile era mais claro. A Globo informa que o ‘Fantástico’, amparado em parecer de especialista, tem total convicção de que era o mesmo cão. Mas, diante dos questionamentos, irá rechecar.


PAGUE PARA NÃO VER 1


Assinantes da Net no Butantã, zona oeste de São Paulo, compradores do pacote de pay-per-view que inclui o Campeonato Carioca, ficaram a ver chuviscos no domingo, na final da Taça Guanabara. O sinal de Botafogo x Resende caiu no primeiro tempo e não voltou mais.


PAGUE PARA NÃO VER 2


A Net diz que não houve problemas com pay-per-view. Diz que o ocorrido no Butantã foi restrito, provocado por quebra de cabo ou queda de energia.


PAGUE PARA NÃO VER 3


Acostumados a verem jogos de seu time na Globo, torcedores do Corinthians tiveram um ‘choque de realidade’ anteontem, quando tiveram de assistir ao SporTV. O canal quase não reprisa lances. E, às vezes, as câmeras perdem a bola.’


 


 


Fernanda Ezabella


Thriller policial japonês estreia no Brasil


‘Mangá que deu origem a um animê, que foi transformado em filmes e até numa novela, ‘Death Note’ chega ao Brasil no formato desenho, a partir de hoje, no canal Animax. A história é um thriller policial um tanto sombrio, cheio de suspense. A trama segue a vida de um estudante tristonho, Light Yagami, que encontra sem querer o ‘Death Note’, um ‘caderno da morte’, no pátio de seu colégio. De posse do caderno sobrenatural, qualquer usuário consegue matar outras pessoas apenas escrevendo os nomes em suas páginas. O dono original, um deus mórbido com cara de Coringa, deixou-o cair na terra dos vivos, mais especificamente em Tóquio, porque estava entediado e queria um pouco de ação. Light logo descobre o potencial do novo ‘brinquedo’ e começa a fazer justiça com as próprias mãos, literalmente. A ambição, no entanto, sobe à cabeça, e Light passa em pouco tempo de justiceiro a criminoso. As autoridades escalam então o lendário detetive L para tentar desvendar o ‘serial killer’ de assassinos. O animê será exibido dublado no Brasil. A história em mangá, série em 12 volumes, é editada no país pela editora JBC, não recomendada para menores de 18 anos.


DEATH NOTE


Quando: hoje, às 22h


Onde: Animax


Classificação: não indicado para menores de 16 anos ‘


 


 


TRANSPARÊNCIA
Editorial


Freio nos privilégios


‘NO RASTRO do chamado ‘castelogate’, a Mesa da Câmara dos Deputados anunciou, há duas semanas, que aumentaria a transparência no uso da chamada verba indenizatória. Decidiu divulgar na internet a prestação de contas desse privilégio a que cada deputado faz jus para despesas como consultoria e segurança.


Nem sequer foi completado um terço do período de 45 dias que a Câmara se autoconcedeu para colocar em prática a providência -sem que os dados dos anos anteriores sejam liberados, ressalte-se-, e já se ensaiam manobras para manter acobertados os gastos dos congressistas.


Sob o argumento de reduzir despesas, alguns congressistas estudam acabar com a verba indenizatória, incorporando parte do recurso aos salários, conforme esta Folha noticiou. Em vez de receber até R$ 15 mil mensais pelo mecanismo, os congressistas teriam R$ 8 mil mensais incorporados ao contracheque -que alcançaria R$ 24,5 mil.


A iniciativa tem apenas aparência de contenção de despesas. Representa, de fato, uma forma de driblar o dever constitucional dos parlamentares de prestar contas de suas despesas à sociedade. Além disso, a escalada salarial no topo do Legislativo produziria um abominável efeito cascata de majorações de vencimentos por todo o Brasil.


Como os salários dos deputados estaduais e dos vereadores são limitados pelos dos congressistas, a ampliação desta remuneração poderia representar um rombo de, pelo menos, R$ 1,2 bilhão nos cofres públicos em escala nacional. O valor é 33 vezes superior à economia anual estimada de R$ 35,7 milhões com o fim da verba indenizatória. Não se pode subestimar, ademais, a ‘criatividade’ de deputados e senadores, plenamente capaz de recriar uma verba extra, sob qualquer pretexto, mais à frente.


Em um momento de crise, seria lamentável que o Congresso abrisse o flanco para tamanha ampliação de gastos. Ao contrário, cabe à Câmara e ao Senado ampliar a prestação de todas as contas e reduzir, drasticamente, os privilégios distribuídos aos representantes da população.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Cai, cai


‘A Agência Brasil tentou reagir, com a manchete ‘Balança comercial se recupera e tem saldo positivo’, até o fim do dia. Também a Veja.com, com a manchete ‘Vendas de carro sobem pelo terceiro mês’, seguida ainda do enunciado, sobre o Banco Central, ‘Previsão do PIB é mantida. E juro deve cair’.


Mas então a manchete da Folha Online já estava na queda na Bovespa, que fechou afinal em mais de 5%. No topo das buscas de Brasil no Google News, ‘Queda da Bolsa apaga os ganhos no ano’, e no Yahoo News, ‘Dólar cai para o menor nível no ano’.


Pior, nas manchetes abertas por ‘New York Times’ e ‘Wall Street Journal’ no fim do dia, ‘o fechamento mais baixo desde 97’ em Wall Street’.


US$ 2,5 BILHÕES DE PRÊMIO


Também em destaque nas buscas de notícias do Brasil no exterior, por agências como AP, Xinhua, Efe, os elogios do presidente da Organização Mundial do Comércio ao Brasil e a Lula em especial. Foi depois de avaliar que os planos de Japão, Coréia do Sul, Austrália respondem bem à crise, ‘mas o Brasil se sobressai’. No dizer do francês Pascal Lamy, ‘se houvesse um prêmio para este período, eu acredito que o presidente Silva levaria’.


Talvez por coincidência, pouco depois as agências de notícias afirmavam que o Brasil pediu à OMC autorização para retaliar os EUA em US$ 2,5 bilhões -em resposta ao protecionismo americano no setor de algodão.


CONTRA DILMA, CESAR


O ‘ex-blog’ de Cesar Maia voltou com ataque a Dilma Rousseff, dada como ‘miragem’ que ‘pode até subir nas pesquisas, mas, quando o eleitor descobrir que não tem nada a ver com Lula, vai sair dela’. Argumenta o ‘fato’ de que ‘o grande empresariado se assustou com a escolha, incluindo a quase totalidade da grande mídia’.


De outro lado, ele especula sobre ‘um novo partido para apoiar José Serra’ -dizendo que a entrevista de Jarbas Vasconcelos à ‘Veja’ coincide com a consulta à Justiça Eleitoral sobre nova legenda para abrigar peemedebistas e outros, sem risco de ‘infidelidade partidária’.


‘TWEET!’


Cesar Maia usou sua newsletter para divulgar que agora está microblogando no Twitter, como fazem ‘nos EUA’, enquanto ‘no Brasil os políticos ainda desconhecem’. Acima, dois posts recentes, o primeiro contra Dilma e o outro para Serra


‘TWEET!’


Dias antes de Cesar Maia, o blog de Luis Nassif já divulgava os primeiros testes com o Twitter, mas ‘sem muito ânimo’


GOOGLE QUER?


Elisa Araujo relata no Blue Bus que já se especula nos EUA que o Google estaria interessado em comprar o Twitter, ferramenta que, como o YouTube adquirido antes, é um ‘ativo de busca’ -com aparente perspectiva de crescimento.


FORA DO AR


E o Blue Bus informou no final do dia que o Twitter saiu do ar, ontem pela manhã, depois de ‘um destaque que recebeu no programa The View’, de Barbara Walters e Whoopi Goldberg. Mas pode ser defeito técnico e ‘apenas uma coincidência’.


BABÁ ELETRÔNICA


Com o Twitter ecoando também por lá, o ‘Times’ de Londres deu reportagem sobre tão estranha ‘necessidade de contar tudo o que você faz para todo o mundo o tempo todo’. Ouviu psicólogos, para quem o site reflete esta ‘era narcisista’ em que é preciso que outros ‘o reconheçam, do contrário você deixa de existir’. Para o escritor Alain de Botton, ‘é uma forma de provar permanentemente que se está vivo’, como quando pais checam se o bebê respira, à noite. ‘É uma babá eletrônica gigante.’


O FIM DAS REDES


Enquanto a internet avança com novas ferramentas, as redes de TV enfrentam ‘audiência declinante e lucros em queda livre’. O ‘NYT’ noticiou perda de 52% nos lucros da CBS, a maior audiência, hoje. Depois deu reportagem especial mostrando como em todas as redes o esforço é para ‘permanecerem viáveis’. E por fim abriu debate com especialistas respondendo à pergunta ‘Nós precisamos da TV aberta?’, diante da programação fragmentada. Para o jornal, ‘a sensação é de fim de uma era’.’


 


 


TECNOLOGIA
Felipe Maia


Maior feira de tecnologia do mundo perde 1.545 expositores


‘A Cebit, maior feira de tecnologia do mundo, começou ontem em Hannover, Alemanha, com 1.545 empresas expositoras a menos do que na edição passada. O número, no entanto, é considerado ‘um sucesso’ pela organização, dadas as atuais condições da economia do país.


O evento acontece até domingo (8) e vai receber 4.300 companhias de 69 países (14 do Brasil). Os organizadores ressaltam o investimento em tecnologia como uma saída para a crise. Mas, segundo a consultoria IDC, os gastos com TI (tecnologia da informação) vão crescer apenas 0,5% neste ano ante 2008.


O jornalista FELIPE MAIA viajou a convite da Hannover Fairs do Brasil’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 3 de março de 2009


 


TELES
Jamil Chade


Telefonia no Brasil é uma das mais caras do mundo


‘O custo da telefonia celular e fixa no Brasil é um dos mais altos do mundo e a internet ainda chega a apenas um em cada três brasileiros. O alerta é de um ranking produzido pela ONU, que mostra ainda que o País perde espaço em termos de capacidade de telecomunicações. Os dados foram divulgados ontem pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). O Brasil ainda caiu no ranking que mede a preparação de cada país em termos de tecnologia de comunicação. O motivo: a relativa baixa educação da população, o que dificulta o uso das novas tecnologias.


Dos 150 países avaliados pela UIT, o Brasil foi o 37º com os preços mais elevados em celulares, tomando em conta a renda média per capita do País. Um brasileiro gasta em média 7,5% de seu salário com o celular. No Paraguai, El Salvador, Tonga, Peru, Bangladesh ou Índia, falar ao celular consome menos da renda da população. Segundo a UIT, a operadora escolhida para fazer parte do ranking foi a Vivo. Hong Kong, Dinamarca e Cingapura, onde o celular é responsável por meros 0,1% da renda média, são os lugares onde o celular é mais barato. Já os mais caros são Togo e Níger, onde o custo do celular representa 60% da renda média.


Em termos de acesso à internet em banda larga, a UIT aponta que os custos no Brasil também estão bem acima da média dos países ricos. Uma assinatura de banda larga exige 9,6% da renda de um brasileiro. Todos os demais países que formam o Brics (China, Rússia e Índia) contam com taxas mais favoráveis de acesso à Internet. Para a UIT, o acesso à banda larga é o real espelho do desenvolvimento de um País na difusão da internet.


NÚMEROS


7,5% da renda média da população brasileira é consumida com o celular, enquanto em Hong Kong, Dinamarca e Cingapura, essa relação é de apenas 0,1%


9,6% da renda média é quanto um brasileiro gasta para ter acesso à internet banda larga, número bem acima do registrado, por exemplo, nos outros países do Brics (China, Índia e Rússia)’


 


 


TELEVISÃO
Patrícia Villalba


Deus e o diabo no Pantanal


‘O canto do tuiuiu volta a ser ouvido na TV a partir do dia 16, quando a Globo estreia Paraíso, novela das 6 de Benedito Ruy Barbosa. Depois de uma tentativa frustrada de rejuvenescer o horário – com Negócio da China -, a emissora volta a apostar no modelo ‘remake rural’, consagrado por novelas como Cabocla (2004) e Sinhá Moça (2006), ambas refilmagens de novelas de Ruy Barbosa, adaptadas para os tempos atuais por suas filhas Edimara e Edilene, com supervisão dele.


A adaptação de Paraíso, entretanto, traz um ingrediente saboroso. A novela original, de 1982, era ambientada no interior de São Paulo. A nova versão toma como cenário uma cidade de Mato Grosso. É o mesmo Pantanal, da lendária e belíssima novela que o autor escreveu em 1990 para a TV Manchete e que, à sua revelia, foi reprisada pelo SBT nos últimos meses, alcançando ibope surpreendente – média de 10 pontos.


Em entrevista ao Estado, Ruy Barbosa e Edmara negam que a decisão de refilmar Paraíso tenha a ver com o sucesso de Pantanal no SBT – o projeto do remake, dizem, estava pronto há dois anos. ‘Tivemos que mudar a cidade onde se passa a novela porque, hoje em dia, no Brasil quase não existe – eu disse quase, veja bem – comitiva de bois. Para achar uma comitiva em que o cara toque berrante, você tem que fazer uma viagem longa’, explica o autor.


Ruy Barbosa recebeu o Estado em seu apartamento em São Paulo. Numa conversa de mais de três horas, contou uns 20 ‘causos’, cantou modinhas de viola e até tocou berrante. No meio disso, falou sobre o ofício de escrever novela, profissão que exerce há mais de 40 anos.


Foi sua a ideia de refilmar Paraíso?


Não, foi da Globo mesmo. Cabocla deu muito certo, depois, Sinhá Moça também. Então, estão achando que essa vai dar muito certo também, porque é o mesmo universo. Eles já tinham desistido da refilmagem. Mas cada vez que a gente pensava em Paraíso e via o que estava no ar, sabe… Tem muita gente esperando o remake dela.


Mas a mudança da história do interior de São Paulo para Mato Grosso tem a ver com a reprise de Pantanal no SBT?


Não. É que hoje em dia no Brasil quase não existe – veja, estou dizendo quase – comitiva de bois. Peão é uma profissão que existe em Barretos, onde os caras vão montar boi bravo. Para achar uma comitiva em que o cara toque berrante, você tem que fazer uma viagem longa. No Pantanal, você encontra isso adoidado. As comitivas levam 5 mil bois, é um negócio lindo de morrer.


Não ficou nem um pouco contente com a reprise de Pantanal, que teve tanto sucesso?


Não. Eu queria fazer um remake dela, na Globo – eu mesmo escreveria, com gosto. Não posso falar muito sobre isso, por causa do processo que estou movendo contra o SBT.


Qual é o recado que o sucesso de refilmagens de novelas como Cabocla e Sinhá Moça passa? Há algum problema com as novas histórias?


Olha, esse é o tipo de pergunta que eu respondo e me complico depois… (risos). Está provado que a novela das 6 tem de ser poética, romântica, o amor tem de ser tratado com respeito. Essa coisa de novela que se passa na horizontal, muita bagunça, não funciona.


Paraíso é sua, mas a adaptação está nas mãos das suas filhas. Quando você voltará a escrever?


A Globo está querendo que eu escreva outra história, mas estou relutante. Porque ninguém na minha família quer mais que eu fique 12 horas no computador – eles acham que vou morrer (ele sofreu um AVC em 2006). E não tenho medo de morrer, mas também não tenho pressa.


Verdade que a Globo quer que você faça uma outra novela sobre imigrantes italianos?


Não, nunca me impuseram nenhum tema. Eles querem uma outra novela. Não me falta inspiração para uma outra novela sobre italianos, mas até tenho vergonha de escrever outra dessas, viu. Então, estou pensando em outro tipo de narrativa. Ainda tenho muito ‘causo’ para contar.’


 


 


 


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