Mais de 40 jornais mexicanos publicaram, na quinta-feira da semana passada, anúncios pedindo às autoridades maior proteção àqueles que exercem a liberdade de expressão. Três dias antes, cinco homens encapuzados entraram atirando no edifício do diário El Mañana, na cidade de Nuevo Laredo, rota e centro de disputa de cartéis do narcotráfico. O grupo lançou ainda duas granadas e feriu gravemente um jornalista.
O caso do El Mañana chocou o México e a imprensa internacional, mas não representou um fato isolado. Jornalistas mexicanos reclamam de constantes ameaças de morte e outros tipos de intimidação por traficantes. Muitos profissionais de imprensa desistiram de cobrir assuntos relacionados ao narcotráfico por temerem represálias.
O anúncio da semana passada denunciava ‘o aumento da violência relacionada às drogas contra a sociedade e, em particular, contra a prática do jornalismo. Não é apenas o direito de viver que foi tirado, mas o direito da livre expressão de idéias e o direito de informação dos cidadãos’.
A Procuradoria Geral mexicana afirmou que um promotor especial seria designado esta semana para cuidar da investigação do atentado ao El Mañana. Relatório da Sociedade Interamericana de Imprensa constatou que, nos dois últimos anos, oito jornalistas foram mortos no México, e um desapareceu. Informações da Associated Press [9/2/06].