Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Lou Dobbs quer fim da exportação de empregos nos EUA

O âncora da CNN Lou Dobbs criou uma campanha contra empresas que transferem vagas de empregos para países com mão-de-obra barata. Dobbs chama a campanha de ‘Exporting America’, e a realiza em seu programa de TV, Lou Dobbs Tonight, e em sua seção no website da CNN.

Em uma transmissão recente, Dobbs aconselhou o presidente Bush a demitir um conselheiro econômico do governo que afirmou que a exportação de serviços era algo bom para a economia americana. No sítio da CNN, o jornalista fez uma lista de 200 empresas que, segundo ele, estão mandando vagas de emprego para outros países ou preferindo empregar funcionários estrangeiros (mais baratos) ao invés de trabalhadores americanos.

O engajamento e a ferocidade de Dobbs surpreendeu observadores que costumavam associar o conhecido jornalista republicano a defesas intensas do capitalismo e agradáveis entrevistas com os mais prósperos executivos dos EUA. A estes críticos, Dobbs diz que não mudou drasticamente seu tom anterior. O que ele pretende com a campanha é fazer com que o governo estude as conseqüências da exportação de empregos para poder tomar decisões políticas sábias.

‘Sou um capitalista absolutamente a favor do mercado livre, mas acredito em mercados livres verdadeiros e na importância da informação transparente e precisa para que eles possam ser criados’, afirma Dobbs.

Mesmo assim, de acordo com Julia Angwin [The Wall Street Journal, 26/2/04], sua campanha irritou antigos aliados. O comentarista conservador James K. Glassman, por exemplo, lançou uma campanha anti-Dobbs em seu sítio. Por outro lado, Dobbs vem ganhando novos amigos em outras áreas, incluindo o senador democrata Edward Kennedy.

Boa para alguns e ruim para outros, a campanha de Dobbs parece ter chamado atenção do público e dos anunciantes. De acordo com o Nielsen Media Research, o Lou Dobbs Tonight atraiu 511 mil telespectadores em janeiro, com um aumento de 9% em comparação a um ano atrás. A receita publicitária do programa, de US$ 14,7 milhões, cresceu 24% com relação ao ano passado.