Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Reino Unido tenta coibir download ilegal

Os internautas do Reino Unido que baixam músicas e filmes ilegalmente podem ter o acesso à rede cortado, se for aprovado um projeto de lei que requer que os provedores tomem esta atitude em relação a usuários que acessam material pirata. Estima-se que seis milhões de pessoas façam download ilegal no país. Empresas de música e filme reclamam que isto lhes rende prejuízo de milhões de libras. ‘O conteúdo da proposta foi desenvolvido de maneira estratégica e será divulgado em breve’, informou o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte, que não quis fazer comentários sobre detalhes do projeto.


Os servidores que não cumprirem a lei poderão ser processados, e informações das contas dos usuários poderão ser entregues à justiça. Alguns dos maiores provedores britânicos, como BT, Virgin e Tiscali, já abriram negociações com a indústria do entretenimento para introduzir um esquema voluntário de monitoração de atividade pirata, mas até agora as duas partes não chegaram a um acordo.


Privacidade vs. prejuízo


A tecnologia que permite que provedores monitorem o download de conteúdo está se tornando cada vez mais eficiente, afirma James Bates, diretor de mídia da consultoria Deloitte. ‘Isto ajudará a acelerar o processo de identificação dos piratas’, diz. Entretanto, a Associação dos Provedores de Acesso à Internet (ISP, sigla em inglês) alega que leis de proteção podem evitar que provedores tenham acesso ao conteúdo enviado pelas suas redes de comunicação. ‘O ISP não é capaz de fiscalizar cada pacote de dados que passa em sua rede, assim como os correios não conseguem monitorar cada envelope’, comparou a associação. ‘Não nos vemos responsáveis pelo compartilhamento de material pirata, pois o conteúdo não está hospedado nos servidores’.


Já o BPI, órgão que representa a indústria fonográfica do Reino Unido, alega que os provedores têm feito ‘pouco ou nada em relação ao download ilegal de filmes através de suas redes’. ‘É oportuno que o ISP use argumentos de privacidade ou alegue que o problema é muito complicado ou difícil de ser combatido’, alfineta o executivo-chefe do BPI, Geoff Taylor. Informações da BBC News [12/2/08].