Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

A importância do rádio

Já levantaram em muito a tese de que o rádio estaria acabando, porém o que vemos é que, mesmo com tanta tecnologia, ele continua firme na cozinha, no carro, nas caminhadas, na mesa do bar, enfim, em todos os lugares. O rádio é tão importante que nosso presidente tem até um programa de rádio semanal – claro que não é por acaso; é que ele e sua assessoria já descobriram o caráter de versatilidade e de facilidade de aquisição que só o rádio pode ter. Quando criticamos muitas coisas que acontecem no rádio, queremos com certeza seu bem e, claro, de toda a comunicação. O rádio merece respeito, no entanto deve mudar em muito para alcançar um público maior e ter mais apoio em termos de publicidade e investimento.

O rádio tem sido fiel companheiro de várias pessoas, tanto nos momentos de insônia como na necessidade de informação, do conhecimento da hora de ir para o trabalho e, em muitos casos, até para saber como vai o trânsito das cidades. Quantas amizades têm sido feitas no rádio, quantos amores conhecidos, pois o rádio favorece a comunicação das pessoas tímidas que podem se esconder nos recados e nas mensagens que são passadas pela radiofonia. O rádio tem curado depressão, tem conseguido recursos para os mais pobres que, ao apelarem pelo rádio, têm logo seus intentos alcançados graças ao amigo rádio. O rádio é talvez a primeira informação que temos no dia-a-dia, pois o imediatismo da notícia não tem de esperar por edição nem pela maquiagem do apresentador.

União de toda a sociedade

Ao estudar a história do rádio vemos que muitos dos que têm sucesso na televisão vieram do rádio, que lhes deu os primeiros ensinamentos da comunicação. Todo mundo tem curiosidade sobre o rádio. Como pode uma caixinha de transistores tão minúsculos nos enviar tanta comunicação? Se tivéssemos mais informações sobre rádio para nossos jovens, certamente conquistaríamos mais ouvintes que ainda não têm a dimensão exata do papel do rádio. É preciso que o rádio seja mais debatido nas salas de aula, pode-se dar uma boa aula ouvindo rádio, ou seja, discutindo a mensagem que vem do rádio podemos discutir sobre a vida, sobre a economia, sobre a política, sobre os problemas do mundo, sobre tudo que se passa no planeta. O rádio tem comunicação fácil e vai conosco em todos os lugares.

O rádio precisa de mais apoio para se solidificar cada vez mais e alcançar a importância que tem em todos os setores da sociedade. O rádio precisa ser acreditado pelos publicitários, que precisam desenvolver práticas midiáticas via rádio para alcançar seu público, que não é pequeno. O rádio precisa que os cursos de formação de jornalistas desenvolvam melhor a prática radiofônica, unindo a comunicação ao prazer e ao desenvolvimento da postura dos radialistas. O rádio precisa da união de todos os setores da sociedade para que cada cidadão possa acreditar na sua importância de forma mais acentuada e mais forte em todos os setores da vida.

Fortalecimento e enaltecimento

A mensagem do rádio é forte e precisa de guarida para se fortalecer com o apoio das outras mídias. Que tal nossa televisão resgatar a história do rádio? Que tal incentivar e fortalecer a mídia alternativa e deixar que grupos populares possam ter suas emissoras? Infelizmente, o que vem ocorrendo com as emissoras comunitárias não era o que se previa para a comunicação popular. O rádio, hoje, tem que melhorar as emissões com modernização de equipamentos, com melhoria do acervo musical e com melhor planejamento dos programas para que o improviso não seja a única forma de fazer rádio.

A programação de rádio deve ser plural. É importante que haja uma fiscalização na forma de fazer rádio de mão única, hoje praticada pelos grupos religiosos que se apoderaram do rádio e destilam apenas suas mensagens esquecendo que há uma massa que pensa de forma diferente e quer outro tipo de rádio. É preciso que haja uma revisão na questão das concessões de rádio para que não predominem apenas os interesses econômicos em detrimento do caráter público de tais concessões.

O rádio nunca vai morrer, pois seu papel jamais será esquecido para o bem de todos que habitam este planeta. É preciso resgatar a história do rádio e buscar incessantemente o fortalecimento e enaltecimento de seu papel para o bem da comunicação e da sociedade.

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Vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE