Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

As expectativas para a comunicação em 2011

O ano de 2011 começa cheio de expectativas. Primeiro, porque é pela primeira vez que temos uma mulher no mais alto posto do país; segundo, porque, ao que parece, a comunicação realmente entra na pauta política do Brasil.

No dia 1º de janeiro de 2011, tomou posse Dilma Rousseff como a primeira mulher eleita presidente do Brasil. No seu discurso, deixou claro que reafirmará ‘o seu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião’.

No mesmo dia, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, em seu discurso disse que queria a imprensa acompanhando seu governo de perto, deixando claro que sempre que a imprensa gaúcha tiver prova promova as denúncias mais duras a respeito do seu governador, do seu vice-governador e dos seus secretários. E complementou: ‘Porque é desta informação colocada na esfera pública que surge a transparência, que surge a possibilidade da informação como resposta, que surge a democracia regulada pelo sentimento cívico da transparência e da verdade. Vocês, integrantes da imprensa, terão no nosso governo um apoio especialíssimo para que vocês realizem o trabalho de vocês com dignidade, com sobriedade e com respeito ao povo gaúcho.’

Prioridade das políticas públicas

No Pará, o governador eleito Simão Jatene deixou para nomear o seu secretário de Comunicação, assim como a presidente da Funtelpa – Fundação mantenedora dos veículos públicos do Estado –, nos últimos minutos antes de tomar posse. Segundo o governador, em entrevistas, a comunicação era um setor estratégico e por isso a demora na indicação do titular da Secretaria.

O que todas essas circunstâncias e opiniões tem em comum? A mesma leitura: a de que a comunicação terá um tratamento especial. De que a comunicação, ao longo do tempo, tem sido vista como uma área que merece ser rediscutida e, acima de tudo, repensada. Durante muito tempo, isso sempre foi uma leitura, e bandeira de luta, da sociedade civil.

Não está se afirmando que estes governos, com estas declarações, farão a revolução na área da comunicação. Mas apenas apontando que a comunicação está na ponta da língua de quem está à frente da elaboração e execução das políticas públicas no Brasil.

Um ano que promete muito

Após um ano da realização da Conferência de Comunicação – que, diga-se de passagem, saiu porque a sociedade civil arregaçou as mangas e forçou os estados a realizarem sua etapa nacional –, várias são as propostas que esperam por implementação. Até o final do ano passado, a Secom, quando tinha à frente o jornalista Franklin Martins, estava fazendo uma consolidação das propostas para que o próximo governo as implementasse. Ao mesmo tempo, temos uma opinião do próprio ex-ministro Franklin Martins, que diz que o Minicom precisa ser refundado e que reconhece que o governo Lula, nessa área, deixou a desejar.

Por tudo isso, o ano de 2011 promete muito para a Comunicação. A sociedade civil está pronta para o que der e vier e, se for preciso, arregaçará as mangas, mais uma vez.

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Jornalista e advogado. Ex-diretor da TV Cultura do Pará e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social