Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Cenários da política de comunicação

Avaliar os futuros cenários da política de comunicação no Brasil foi o tema abordado no primeiro painel de discussão da XIII Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), em Florianópolis. O ex-assessor da Casa Civil, engenheiro eletrônico Israel Bayma, levantou a gravidade da ausência de política de telecomunicações no Brasil e a discussão em volta da TV digital, radio digital e a democratização dos meios de comunicacão. Bayma foi o interlocutor do painel de sexta à noite, substituindo o dirigente da coordenação nacional do Movimento Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.

A convergência é inexorável

A informação é um direito público e deve ser administrado da mesma forma, segundo Israel Bayma. Ele analisou o domínio da convergência tecnológica e o tecnicismo superexposto. ‘Apesar do foco da discussão estar na tecnologia, as normas também são fundamentais. ‘Enquanto as empresas se concentram no lucro e conteúdo, a sociedade deveria se preocupar com o que essa tecnologia representa e onde ela vai atuar. Bayma alerta para a ironia de se discutir uma implantação de TV digital no país, enquanto 43 milhões de brasileiros não têm acesso ao telefone e 30 mil escolas públicas não tem energia elétrica. ‘Como vamos falar de democratização da comunicação quando as empresas Gradiente e Semp Toshiba divulgam que o valor do conversor da TV digital deverá custar entre R$ 200 e R$ 400 para o consumidor final?’ Além da responsabilidade pública, foi citada a autonomia do mercado financeiro de tomar as decisões e esquecer da parcela com menos recursos.

A secretária de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Bertoti, concluiu o painel recomendando quatro iniciativas: uma nova política econômica, a preocupação com o direito do trabalhador, o financiamento público da comunicação e o controle social. ‘A luta pela democratização da comunicação deve ser prato do dia para as lutas sociais, o feijão com arroz das manifestações’, argumentou.

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Da Redação FNDC, em Florianópolis