Wednesday, 01 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Estadão lança novo
portal na internet


Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 16 de julho de 2007


ESTADÃO.COM
O Estado de S. Paulo


Portal do Estadão é reformulado


‘Características são jornalismo de qualidade e interatividade com o leitor


Novidades tecnológicas são incorporadas Integração entre as redações on-line e off-line marca mudanças


O estadao.com.br, portal do jornal O Estado de S. Paulo, entrou no ar hoje totalmente reformulado. Com um layout claro e dinâmico, o novo site de notícias privilegia a informação e os serviços, com ênfase na interatividade com o leitor. O projeto de mudança foi motivado pela idéia de reforçar, na internet, o perfil de jornalismo abrangente, ágil e confiável que é a marca do Grupo Estado.


‘Queremos destacar a importância da credibilidade e da qualidade jornalística na internet, que atualmente passa por um momento de grande saturação’, avaliou Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado.


O espírito do novo estadao.com.br é o de fornecer informação com a velocidade que a internet impõe, mas com a preocupação centrada na exatidão da notícia. Esse equilíbrio é o maior desafio para um portal que leva em seu nome uma marca tão vinculada à excelência jornalística, como é o Estado.


Para que esse objetivo seja atingido, há um envolvimento cada vez maior entre a redação dos jornais do grupo e a do portal. A integração das diversas frentes jornalísticas é a chave do esforço de tornar os veículos ainda mais completos e atuais, respondendo à crescente demanda por agilidade e análise dos fatos. ‘Isso teve início com a implantação do layout multimídia, que integrou as redações on-line e off-line no mesmo espaço físico, em janeiro passado’, disse Gandour.


A primeira experiência de grande evento com planejamento integrado no Grupo Estado é a atual cobertura dos Jogos Pan-Americanos, e o resultado é informação rápida, relevante e diversificada.


Uma das principais faces da integração é o ‘Primeiro na Web’, isto é, a notícia produzida para ser publicada nos jornais do grupo e que é divulgada antes no estadao.com.br. Com isso, o portal obtém informação de grande qualidade e o jornal não precisa esperar até o dia seguinte para dar o que tem de melhor e de exclusivo. ‘O ‘Primeiro na Web’ é um modo inédito, no Brasil, de fazer jornalismo em internet’, resumiu Marco Chiaretti, editor-chefe de Conteúdos Digitais. ‘Trata-se de dizer ao leitor que o Grupo Estado não privilegia este ou aquele público, e sim está empenhado em divulgar informações importantes assim que as obtém. Isso é uma revolução.’


Além da excelência jornalística, o leitor terá a oportunidade de ‘entrar’ no novo estadao.com.br. ‘O projeto foi concebido para transformar esse contato do leitor, que na internet é tão intenso, em um patrimônio do nosso veículo’, disse Chiaretti. ‘O leitor é nosso convidado para efetivamente participar do portal, interagir com ele e, no limite, fazê-lo a seu gosto.’


Um dos maiores exemplos dessa possibilidade de interação é o ‘Meu Estadão’, em que o leitor configura o tipo de noticiário e de destaques que quer ter.


Mas há outras várias formas de participar. O leitor poderá votar na notícia que está lendo, classificando-a segundo seu interesse; poderá fazer comentários sobre o assunto ao final do texto, que serão lidos por todos; e poderá também dividir as informações que considere mais interessantes com amigos e também no próprio ambiente da internet.


A trajetória do projeto que culmina hoje teve seu ponto de partida em março de 2000. Naquela oportunidade, os sites da Agência Estado e dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde se fundiram, gerando o estadao.com.br.


A intenção, já naquela época, era sublinhar a vocação jornalística do Grupo Estado também na internet, concentrando os esforços para dar, em tempo real, informações confiáveis e com agilidade.’


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Projeto nasce com trabalho de vários parceiros


‘Um projeto como o do estadao.com.br só poderia ter sido realizado com o trabalho conjunto de muita gente. ‘Fomos buscar os melhores parceiros do mercado para fazer um produto de vanguarda’, disse André Bianchi, diretor de Estratégias Digitais e Novos Negócios.


A idéia, afirmou Bianchi, é promover um ‘grande movimento estratégico para tirar a marca Estadão do papel e fazê-la virar multimídia, e o lançamento do estadao.com.br é o primeiro passo desse movimento’.


O design do estadao.com.br foi concebido em parceria com a Agência Click. O sistema de publicação é da RedDot, empresa alemã de soluções para internet. A gerência, a hospedagem e o desenvolvimento do projeto foram de responsabilidade da Tivit, empresa de tecnologia da informação do Grupo Votorantim.


As funcionalidades de busca e de tags (palavras-chave de assuntos) foram implementadas pela Fast. O discador, único no mercado com leitor de RSS para deixar no desktop, é da Lightcomm.


Entre as novidades , site traz a ‘notícia portátil’ e a interação com o leitor


O novo estadao.com.br é um site com vocação jornalística. Para atingir o objetivo de entregar as notícias com a qualidade exigida pelo Grupo Estado e com o dinamismo próprio da internet, o portal vai explorar as grandes possibilidades de comunicação e de interação que são oferecidas pela web.


Notícias e comentários poderão ser obtidos pelo leitor por meio dos chamados ‘podcasts’, arquivos de áudio com programação jornalística, que se podem ouvir diretamente no computador ou então baixar para um tocador digital de MP3. É a notícia portátil, com a marca do Estadão.


Além disso, o novo portal tem como destaque de ferramenta multimídia a TV Estadão. Ela continuará a ser veículo de debates, de reportagens e de serviços produzidos por jornalistas de todo o Grupo Estado, dentro do espírito de integração que norteia o projeto do estadao.com.br.


Uma outra novidade do estadao.com.br é a ‘nuvem de tags’, que reúne os temas noticiados por meio de palavras-chave, facilitando a vida do leitor na hora de procurar os assuntos de seu interesse.


O acesso ao conteúdo publicado pelo Estadão e ‘JT’ na internet continua da mesma forma. Segundo Antônio Hércules Jr., diretor de Marketing e Mercado Leitor, algumas matérias terão acesso gratuito para o público em geral, enquanto que a íntegra do jornal na internet fica restrita aos assinantes.’


INTERNET
Elder Ogliari


O desafio de identificar os textos com rigor científico


‘O historiador francês Roger Chartier acredita que o novo desafio de quem oferece e capta informações da internet será estabelecer critérios que diferenciem textos produzidos com rigor científico dos erros, falsificações e propaganda que circulam como se fossem verdades. A preocupação foi manifestada na entrevista e na palestra sobre A Leitura do Tempo, que ele fez em maio com a historiadora brasileira Sandra Pesavento, como parte do curso de altos estudos Fronteiras do Pensamento, promovido pela Copesul (Central Petroquímica do Sul), em Porto Alegre. ‘Podemos pensar que serão inventados critérios de controle, formas de diferenciar os textos dotados de autoridade científica dos demais’, disse, destacando que a tecnologia não tem sentido único e é usada de acordo com o que a sociedade decide fazer com ela.


A reflexão do historiador, professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, autor de A Ordem dos Livros, Os Desafios da Escrita e A Aventura do Livro, está fundada na percepção de que falsificações históricas, como textos que negam o Holocausto, antes restritos a livrarias ligadas a grupos de extrema direita, circulem em meio a pesquisas sérias e criteriosas no mundo virtual. Num exemplo menos radical, Chartier citou a enciclopédia aberta Wikipédia, ‘que pode disseminar informações erradas, mesmo sem intenção’. Mas Chartier percebe possibilidades abertas pela internet, como a disponibilidade de arquivos digitalizados, troca instantânea de informações e novas maneiras de contar a História nos meios eletrônicos, que, inclusive, retiram do historiador o monopólio sobre a análise do passado. Sandra Pesavento manifestou preocupações semelhantes e acrescentou que a ficção escrita no passado é cada vez mais fonte dos historiadores. ‘Toda e qualquer literatura tem também o real como referente, seja para confirmá-lo, para negá-lo ou transformá-lo. Do conto de fadas ao romance histórico, é sempre o real estetizado para expressar sonhos e pesadelos de uma determinada época e para mostrar os motivos pelos quais os homens amavam, trabalhavam e morriam.’’


Pedro Doria


A morte do pageview


‘Aconteceu uma coisa diferente, esta semana. Até surpreendente. O Instituto Nielsen, criado há muitos anos para aferir a audiência da televisão americana, espécie local de Ibope, decidiu por fim inclemente ao pobre pageview. Durou bastante.


Quando nasceu a internet comercial e os sites perceberam que precisariam medir sua audiência de alguma forma, houve intensos debates. Aos poucos, o mercado – sempre ele – decidiu-se pelo padrão do pageview.


Quer dizer páginas visitadas. O número de páginas visitadas no tempo da Web 1.0 indicava a popularidade de um dito portal. Para os publicitários, era ótimo. Afinal, a cada vez que uma página era recarregada, um novo banner com propaganda aparecia. Havia sentido naquilo.


Só que agora – é a turma do marketing que o diz – vivemos a época da Web 2.0. Esta web mais interativa não pode mais ser medida por meras páginas que são abertas pelo browser. Há alguma razão neste raciocínio.


Um dos problemas são as novas ferramentas dos sites. Quando o pobre leitor clica numa apresentação de slides que abre não como janela mas como uma camada em cima da página que lia, ele está desfrutando de uma tecnologia nova que não conta um pageview a mais.


Outro problema é mais evidente. Se o blogueiro põe três ou quatro vídeos do YouTube – ou similar, não importa – em seu blog, cada visitante que decidir assistí-los vai gerar acessos ao YouTube, mas não vai gerar um único pageview.


Páginas vistas, portanto, não representam mais todo o acesso que um portal tem.


Como a Nielsen – que também afere a audiência da web -, não podia simplesmente eliminar com os pageviews sem oferecer algo em troca, saiu-se com uma solução que lhe era familiar: tempo gasto num site. Se o visitante ficar 10 minutos, é bom. Se ficar 20, é melhor ainda.


A Nielsen está em casa. Afinal, tempo é medida da TV. Trinta segundos de anúncio no Jornal Nacional vale uma baba. De madrugada, nem tanto. É porque há mais gente gastando tempo num horário e menos gente, no outro.


Medir o tempo gasto não chegará a criar um ‘horário nobre’ da internet. Mas mudou a mídia. Ela não é mais medida em páginas lidas, consultadas. A popularidade está no tempo gasto.


Aceitando-se que o pageview está mesmo obsoleto – e parece estar -, será que o tempo gasto num site é seu melhor substituto?


Este sujeito que navega pela web faz coisas diferentes. Ouve música, lê, assiste filmes, vasculha fotos. Se ele tem o hábito de recorrer ao site da Enciclopédia Britânica várias vezes ao dia para consultar datas, a Britânica lhe é confiável. Ele não consegue viver sem ela. Mas, se gasta apenas alguns segundos por vez – é rápido -, a pobre enciclopédia não ficará bem nas estatísticas. Assim mesmo, sites de vídeo, onde se gasta mais tempo habitualmente, ficarão supervalorizados com a nova medida. E isto não quer dizer que sejam melhores ou piores.


Este é um problema para o qual não há solução imediata. Mas a internet é uma mescla simultânea de muitas mídias, cada qual pede uma aferição diferente. Pageview, para texto, ainda é bom. E o debate continuará, evidentemente. Esta semana, no entanto, ele mudou de nível. Lá nos EUA, medem internet em tempo.’


Michael Pollitt


Blogs de spam se alastram pela web


‘The Guardian – Qual é a diferença entre o serviço de blogs da WordPress.com e o do Google? Ambos oferecem serviço de hospedagem gratuito e fácil para os blogueiros de primeira viagem usarem – você consegue criar seu próprio blog em questão de minutos.


Mas se estiver planejando estabelecer um blog de spam, ou splog, não tente a WordPress. Enquanto o Blogger, do Google, é às vezes descrito como o paraíso dos splogs, com algumas estimativas sugerindo que três quartos dos blogs de lá são apenas spams vazios, a WordPress.com mantém os embusteiros de fora, com os splogs avaliados em apenas 1% do total.


Existem provavelmente milhões de splogs, que estão constantemente sendo apagados pelos seus serviços de hospedagem. A Technorati, que monitora 86 milhões de blogs, calcula que são criados de 3 mil a 7 mil splogs por dia. O carrossel do dinheiro fomentado pelos splogs funciona da seguinte forma – os anunciantes pagam o Google, o Google paga os publicadores do AdSense e alguns dos últimos criam splogs ou pagam sploggers profissionais para fazê-lo. Quando os usuários clicam nos links do AdSense, isso incentiva os sploggers a criarem mais splogs e isso responde pelos resultados cada vez mais inúteis do mecanismo de busca.


Um americano anônimo que se autodenomina Splogfighter (combatente de splogs) vem lutando contra os splogs no Blogger há dois anos, informando-os ao Google. Ele já detectou ao menos um milhão de splogs incluindo, no início deste ano, um único splogger que criou 265 mil splogs. Seu banco de dados contém detalhes de 13 milhões de blogs. Ele até mesmo criou um método visual para observar quando são criados.


‘Antes era comum que um splog tivesse montes de links, mas quase todos eles apontavam para uma página na web de um domínio único para um único endereço de provedor de internet. Os splogs mais recentes agora contêm uma série de links que apontam para um grande número de domínios’, diz o Splogfighter. ‘Creio que as pessoas estão pagando spammers para criarem esses splogs, de forma que possam obter tráfego para o seu site, o que, em última análise, se traduz em receita para a AdSense’.


‘Então, existem os chamados sploggers profissionais. Eles geram grandes blocos de splogs com links que apontam para sites que não são de propriedade de um indivíduo. O número desses sploggers profissionais é bem pequeno, mas eles tendem a continuar gerando splogs indefinidamente’, diz.


Há dois meses, Splogfighter viu o problema dos splogs quadruplicar, embora mais recentemente, o Google tenha começado a bloquear e apagar splogs em grande número, deixando-o otimista mas isolado, porque o Google só entrou em contato com ele uma vez, para oferecer um almoço e um presente.


E o que o Google está fazendo? No decorrer do mês passado, entramos em contato com o Google várias vezes na tentativa de descobrir quantos blogs existem no Blogger e quantos splogs e contas da AdSense são encerradas por abuso mensalmente. Mas nossas perguntas ficaram sem resposta.


‘Nós sempre tivemos uma política de que publicadores não são para criar páginas na web especificamente para anúncios e estamos fazendo cumprir isso ativamente’, diz o Google. E quanto a campanha de Splogfighter contra splogs no Blogger? ‘Não podemos comentar questões levantadas por este site (o Splogfighter)’.


Então, por que a WordPress.com que também oferece hospedagem gratuita de blogs tem tão poucos problemas? Em parte, porque Matt Mullenweg, o fundador da WordPress, faz da repressão aos splogs uma de suas prioridades.


‘Para a WordPress.com, manter os splogs fora do sistema é muito importante’, diz Mullenweg. ‘Gosto de pensar que a impressão que a internet tem da WordPress é melhor porque estamos vigilantes contra o spam’. Os usuários do WordPress são incentivados a notificar splogs. ‘Nós respondemos em questão de horas a qualquer notificação de splog, 24 horas por dia’, diz Mullenweg. Há uma outra diferença, talvez essencial – a WordPress não permite anúncios da AdSense. Será que esta é a razão pela qual os sploggers não têm prosperado lá?


Uma outra visão dos splogs vem de Jonathan Bailey, que gerencia o Plagiarism Today (plagiarismtoday.com), um site sobre plágio, roubo de conteúdo e questões de direitos autorais online. ‘Perseguir os sploggers geralmente não vale a pena. O software que esses caras usam tem capacidade para gerar milhares de blogs de spam em uma hora. Mesmo as pessoas que lhe deram o blog para usar não sabem quem eles realmente são’, diz Bailey.


Os anunciantes também deviam considerar onde suas propagandas estão sendo apresentadas, diz Bailey. ‘Se eles descobrem que seus anúncios estão sendo exibidos nesses sites de lixo, não vão querer gastar muito.’ Bailey acredita que o Google ainda vai ter algumas dores de cabeça. ‘Esses sites realmente trazem dinheiro para o Google, e não vão ser extintos sem que se gaste dinheiro para suspendê-los, e se perca ao menos alguns negócios’.


Sem números fornecidos pelo Google, não se sabe quantas dores de cabeça podem existir. Além dos dados mensais do Splogfighter, não existem números confiáveis disponíveis para pôr o problema dos splogs do Google em perspectiva. E isso é muito necessário para ajudar a limpar – ou arruinar – o nome da empresa. ‘Parece que a resposta da Google se resume a ‘confie em nós’. Porém, até agora, não ofereceram um prova verdadeira de seus esforços e têm mantido à distância todas as tentativas de coletar informações’, diz Bailey.


Splogfighter continua de olho nos números, observando uma recente queda mensal nas suas detecções de splog de 575 mil para 275 mil com um otimismo cuidadoso. Embora acredita que o Google esteja apagando um monte de splogs, ele agora vai intensificar a coleta de dados e testar novos métodos de identificação. Mas enquanto o Google se mantiver quieto sobre a verdadeira extensão do seu problema de splogs, ele poderá ter uma longa batalha pela frente.’


O Estado de S. Paulo


‘Não houve tanta mudança’


‘Entrevista – Randy Conrads,pioneiro das comunidades virtuais


Ele foi o criador da primeira comunidade virtual de que se tem notícia, o Classmates. Ex-gerente corporativo da empresa de aviões Boeing, em 1994, o norte-americano Randy Conrads teve a idéia de lançar um serviço na internet para facilitar a localização de ex-colegas de colégio.


O site, que tinha formato de buscas e de troca de recados semelhante ao das comunidades de hoje, estreou na web em 1995 e está no ar até hoje, mas não pertence mais a Conrads. Atualmente, ele se dedica a um novo negócio: a comunidade RedWeek.com, para a integração de executivos.


Em 1995, quando você criou o Classmates, no que você se inspirou?


Eu sempre trabalhei para os outros e queria uma fonte independente de renda. Então, ao organizar a minha reunião de 20 anos de colégio, vi que havia um interesse muito emocional em conectar velhos amigos. E percebi que as pessoas poderiam pagar por isso (o site possui a modalidade gratuita, com algumas limitações, e a paga).


Foi difícil convencer as pessoas a usarem a novidade?


Eu trabalhei um ano no site antes de lançá-lo. E larguei o meu emprego seis meses antes. Não consegui ver a cor do dinheiro por dois anos. E quando começou a dar lucro, era cerca de 30% do meu salário antigo. No fim de 1998, tínhamos um milhão de usuários, o suficiente para conseguir investimentos. Em 1999, recebemos US$ 12,5 milhões em investimentos e aumentamos o nosso banco de dados para três milhões de usuários, mas a nossa conta ainda não fechava. Só fechamos no azul em 2000. Na mesma época, havia a tal da bolha da internet, que fez muitos sites quebrarem. Muitos não estavam preocupados com a rentabilidade. E nós sobrevivemos à bolha. Vendi o site em 2004, para recuperar o meu investimento (o valor da transação foi de US$ 100 milhões) e para diversificar os meus negócios na web.


Hoje, temos vários sites de relacionamento, como o Orkut, o MySpace, o Facebook, etc. Que diferenças você vê entre eles e o Classmates de 1995?


A diferença é que eles são para jovens. Tem que haver sites para pessoas mais velhas também, por interesses. Essa é uma área com grandes oportunidades. E não vejo tantas diferenças entre o Classmates de ontem e as comunidades virtuais de hoje. Há evoluções na tecnologia, é claro. Mas os sites continuam no mesmo sentido: conectar as pessoas. Hoje, tem mais gente com banda larga. Os anunciantes estão aumentando… Mas também há muitos sites que não contam com um negócio rentável. Pode ser uma nova bolha, como a que presenciei em 2000.


Que futuro você vê nas comunidades virtuais?


Acredito que o próximo passo será termos sites de relacionamento com assuntos determinados. Os sites especializados em nichos serão muito populares nos próximos cinco anos. E é por isso que estou apostando em uma comunidade focada para homens de negócio.


Orkut pode perder usuários no Brasil


Mas site não dorme no ponto e, aos poucos, entra na nova geração


Com duas novas comunidades aterrissando no Brasil, como fica o Orkut, o site mais popular entre os brasileiros? De acordo com especialistas, há o risco de haver a debandada de usuários.


‘É só se lembrar do comunicador ICQ no País. Rapidamente, ele foi trocado pelo MSN. As novidades chamam as pessoas’, diz o coordenador de Análise do Ibope Inteligência, Alexandre Magalhães. ‘Mas o Orkut é muito forte aqui. A maioria dos brasileiros está lá. É uma condição difícil de mudar.’


O Google – dono do Orkut – não está dormindo no ponto. Embora alguns de seus recursos sejam adaptações pioradas de ferramentas de outros sites (veja ao lado), a página está entrando, aos poucos, na nova geração.


Segundo o criador do site, Orkut Buyukkokten, os usuários desejam esses recursos. ‘Antes, as pessoas se comunicavam por texto. Agora, têm acesso a câmeras digitais, celulares modernos…. E elas querem ter, por exemplo, vídeos no perfil.’


Na semana passada, blogs divulgaram rumores de que o Google estaria prestes a lançar uma nova comunidade, já que o Orkut só pegou no Brasil e na Índia. O novo serviço permitiria acessar dados de vários sites, como o MySpace e o Facebook.


Segundo os blogs, o projeto, com o nome SocialStream, teria sido desenvolvido pela Universidade Carnegie Mellon, dos EUA. Mas Brad Myers, professor da instituição, negou os rumores ao Link. ‘O SocialStream foi só um estudo, patrocinado pelo Google, que fizemos em 2006 sobre como seria a comunidade ideal. Não desenvolvemos site algum.’’


MEMÓRIA / NILO SCALZO
O Estado de S. Paulo


Morre, aos 77 anos, o jornalista Nilo Scalzo


‘Foi editor-chefe do ‘Estado’ e diretor da Academia Paulista de Letras


Morreu ontem pela manhã, em São Paulo, o ex-editor-chefe do Estado Nilo Scalzo. O jornalista tinha 77 anos e não resistiu a um enfarte e a complicações do mal de Parkinson.


Nascido na cidade de Jaboticabal, no interior de São Paulo, Scalzo também era acadêmico. Ele ocupava a cadeira número 38 da Academia Paulista de Letras. Até o final do ano passado, era um dos diretores da entidade.


Scalzo trabalhou no Estado durante 40 anos, entre a década de 50 e a de 80. Ocupou diversos cargos. Além de editor-chefe do jornal, foi redator e editorialista. Sua área de maior interesse era a literatura. Foi cronista e editor de suplementos culturais e literários no Estado.


Por seu trabalho na área da literatura, recebeu do governo francês o título de Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres (cavaleiro da ordem das artes e das letras).


PROFESSOR


Scalzo também foi professor. Deu aulas no Colégio Mackenzie, na Faculdade de Arte Dramática de São Paulo, na Faculdade de Letras da Universidade Mackenzie e na Faculdade Cásper Líbero.


O velório foi realizado ontem à noite, na sede da Academia Paulista de Letras, no centro de São Paulo. O enterro está marcado para a manhã de hoje, às 9 horas, no Cemitério São Paulo, em Pinheiros.


O jornalista Nilo Scalzo deixa a mulher, Martha, e três filhas, Marília, Fernanda e Mariana.’


MÉXICO
O Estado de S. Paulo


Televisa é obrigada a abrir seu conteúdo


‘O órgão que regula a concorrência no México obrigou o grupo Televisa a liberar seu conteúdo de forma não discriminatória a todas as redes de TV que o solicitarem, como contrapartida para conseguir comprar 49% da empresa de cabo Cablemás. No ano passado, a Televisa anunciou intenção de adquirir participação na empresa por US$ 258 milhões. A Televisa também deverá transmitir outros canais abertos através de suas empresas de TV por assinatura para que a aquisição seja aprovada.’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Pânico no Guinness


‘Confusão e recorde à vista. Fãs do programa Pânico na TV! estão se mobilizando para bater o ‘recorde mundial da dança do siri’. É sério.


O evento, promovido pelo site – sim, existe um site dedicado à macaquice inventada por Vesgo e Silvio -, tem como objetivo reunir 5 mil pessoas na Praia de Copacabana, no Rio, no dia 28, para entrar para o Guinness Book.


Opa, Copacabana? Dia 28? Pois é, o recorde da dança do siri pretende ser quebrado no penúltimo dia dos Jogos Pan-Americanos, bem onde todas as câmeras de TV, inclusive as da Globo, estarão concentradas.


Aí é que mora o problema. A graça dos ‘dançarinos’ é aparecer como pano de fundo de alguma transmissão ao vivo da Globo. Prática incentivada pela trupe do Pânico no programa, e que quase gerou processo por parte da emissora. ‘Não sei se nossa convocação atrapalhará a Globo, mas já temos mais de 3 mil pessoas cadastradas para participar’, conta um dos idealizadores do site, Matheus Cerniauskas. Incentivadores da idéia, os integrantes do Pânico estarão presentes no dia.’


Keila Jimenez


Um tsunami de esportes invade a TV


‘Manhã de domingo tranqüila na TV. Nem parece que um tsunami de esportes está por vir. A paz do Globo Rural reina absoluta, enquanto Record e Band fazem de conta que nada acontece. Nada? ‘Logo mais, informações sobre Brasil e Rússia na final do vôlei’, avisa alguém, interrompendo o triatlo no SporTV. Vôlei? Final? Mas o Brasil ainda nem começou a jogar! Ah,é a final da Liga Mundial.


Na ESPN Brasil é a vez de esporte com pouca, para não dizer nenhuma, chance na TV: beisebol. O Brasil tem time de beisebol? Tem, com quase todos os integrantes de olhos puxados, mas brasileiros, e bons. Pelo menos é o que o narrador diz. Após esperar um strike – sem ter idéia do que é -, assisto a uma bela vitória do Brasil sobre a Nicarágua. Ponto para ESPN e Band, que deram espaço a quem mal consegue um patrocinador.


‘E como estão os preparativos para Brasil e Honduras no futebol?’, pergunta Mylena Ciribelli, no Globo Esporte. Mas a final do futebol não era Brasil x Argentina? Mais uma vez enganada, percebo que se trata do sub-17, disputa do Pan, não da Copa América. O Globo Esporte chega a se atrapalhar… ‘E agora, diretamente da Venezuela…’, ‘Com vocês, informações de Katowice…’ Katowice? Onde fica isso? É no Rio? Não, é na Polônia, a final da Liga Mundial.


‘Aqui você vê tudo o que acontece no Rio’, avisa o narrador da Record. Tudo? Até meia hora atrás, a rede exibia o velhaco He-Man. A Globo ignora a final do vôlei e fica com Faustão. SporTV aposta no vôlei, deixando para a ESPN Brasil a sacada do dia, a 1ª medalha de ouro no Pan. A modalidade: tae kwon do.’


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 16 de julho de 2007


TV DIGITAL
Attilio Gorini E Rodrigo Borges Carneiro


TV digital: sem entregar o ouro aos piratas


‘A ausência do sistema de restrição de cópia, assim, tende a ser mais prejudicial ao interesse público do país do que a sua presença


EM 3/7 , o professor Ronaldo Lemos escreveu excelente artigo nesta mesma seção tecendo comentários sobre a adoção ou não do sistema de restrição de cópia (DRM) na TV digital brasileira. Seus comentários levaram em consideração os impactos econômico, jurídico e político de eventual implantação do DRM, e seu posicionamento foi, em resumo, contrário ao sistema.


Pedimos licença para ‘jogar lenha na fogueira’ e trazer ao debate uma visão diferente. Cremos que não há nada melhor que um amplo debate para expor a questão.


Economicamente, não há dúvidas de que a implantação do sistema de restrição de cópia na TV digital representa um custo -e esse custo poderia eventualmente vir a ser repassado ao consumidor ou contribuinte. No entanto, o custo tende a ser marginal se comparado, por exemplo, com as perdas econômicas que a falta do DRM poderia gerar.


Explica-se: sem o sistema de restrição de cópia na TV digital, os titulares dos direitos sobre as obras se veriam alvo da disseminação irrestrita de cópias de alta definição de sua propriedade intelectual.


Ato contínuo, para compensar essas perdas, os titulares, então, passariam a aumentar o custo para a licença de suas obras para os canais de televisão, custo esse que, no caso da TV por assinatura, seria diretamente repassado ao consumidor, e, no caso da TV aberta, daria ensejo a uma cadeia de aumentos que passaria pelo valor das inserções publicitárias até a sua capilarização e o aumento de preços dos produtos anunciados ao consumidor final.


Outra hipótese seria a diminuição da oferta, na TV aberta ou mesmo na TV por assinatura, das obras por receio da chamada pirataria.


Assim, economicamente, o consumidor até poderia vir a marginalmente pagar mais pelo sistema de restrição de cópia na TV digital brasileira, mas esse pagamento não seria comparável às conseqüências que a ausência do DRM poderia acarretar. Juridicamente, nossa Constituição Federal, de fato, ao conceder isenção fiscal à radiodifusão, assim o faz se ela for ‘livre e gratuita’. Dúvidas não há de que a gratuidade permanecerá, como o professor Ronaldo Lemos salientou, mas, ao mesmo tempo, ele colocou em xeque o adjetivo ‘livre’.


Ora, ‘livre’ não é sinônimo de ‘passível de ser pirateado’ ou de ‘livre para todos fazerem o que bem entenderem’. Esse raciocínio é extremamente perigoso, pois transfere a mística e errônea cultura de ‘liberdade’ na internet para o âmbito da televisão. Não há liberdade para copiar nem na internet nem na TV. Nossa Constituição Federal de 1988, ao inserir o adjetivo ‘livre’, o fez para descrever ‘acessível por todos’.


Em âmbito infraconstitucional, se poderia argumentar que a Lei de Direitos Autorais (lei nº 9.610/98), ao determinar que não constitui ofensa aos direitos autorais a cópia de pequenos trechos de obras (artigo 46, inciso II), exigiria que os titulares permitissem essa cópia. Nada mais equivocado. Não é uma ofensa aos direitos, mas os titulares não estão obrigados a facilitar a cópia por terceiros. A lei, aliás, determina que é ofensa aos direitos autorais a cópia integral de obras, para qualquer fim.


A mesma lei, ainda, permite expressamente que os titulares dos direitos distribuam suas obras com o DRM, pois determina que responderá por perdas e danos quem alterar, suprimir ou inutilizar sinais codificados para evitar a cópia de obras (artigo 107, inciso III).


Finalmente, sob a ótica da política, se, conforme afirma o professor Ronaldo Lemos, os mecanismos são ineficazes, por que retirar o direito das emissoras e titulares de tentar proteger seu conteúdo?


Proteger o direito de copiar pequenos trechos, em nosso entendimento, não pode servir de pretexto para facilitar a pirataria, o que acabaria inibindo a produção e a distribuição de obras.


A ausência do sistema de restrição de cópia, assim, tende a ser mais prejudicial ao interesse público do país do que sua presença, e, como a cópia privada integral já é vedada pela legislação, nada muda para o consumidor.


ATTILIO GORINI , 35, advogado, mestre em entretenimento e mídia pela Faculdade de Direito da Southwestern University (Los Angeles, EUA), e RODRIGO BORGES CARNEIRO , 35, mestre em propriedade intelectual pela Faculdade de Direito John Marshall (Chicago, EUA), são advogados e professores da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Sem pantera negra


‘Com ‘força total’ e 700 profissionais na cobertura, nas contas da ‘Variety’, a Globo não deu ao vivo o pódio de Diogo Silva


Domingo de Pan, mas a Globo parecia só ter olhos para o futebol, antes mesmo do jogo -em que Galvão Bueno defendeu os seus, como é de rotina, contra os que recusaram dar ‘sim à convocação’ e à audiência.


E assim, no Pan, saiu ‘o primeiro ouro do Brasil’, mas a emissora que moldou a grade do evento à sua imagem não deu ao vivo nem a entrega da medalha. Preferiu o ‘Domingão’. E nada, nem na entrevista ao ‘Fantástico’, de lembrar que é o mesmo Diogo Silva que fez o gesto célebre de ‘pantera negra’ em 2004, como destacaram Folha Online e outros. Gesto que evitou agora, mas repetindo o ataque aos dirigentes -ataque que só se encontrava on-line, não na Globo.


Diogo foi para a emissora, quando tanto, ‘o menino que preocupava a mãe por arrumar briga na rua’, mas acabou salvo pelo esporte. Nada de consciência negra.


‘ENDEMIA’


O ‘Times’ de Londres foi dos mais críticos ao Pan, sob o título ‘Conflito com gangues de favela ameaça prestígio de sediar jogos’. Era referência à bala perdida que atingiu um jogador de futebol enquanto se iniciavam os Jogos no Rio. O jornal viu mais ‘problemas endêmicos, particularmente a burocracia ineficiente e corrupta’, com seus ‘cartolas corruptos’, a ameaçar vôos maiores, como uma Copa.


‘MÃOS LIMPAS’


O ‘Washington Post’ de Monte Reel deu a reportagem ‘Onda de casos de corrupção no Brasil’, mas sob ponto de vista diverso do costumeiro. No subtítulo, ‘Presidente tido como arquiteto da limpeza mantém apoio popular até quando caem seus aliados’. O ‘WP’ destacou um agente federal que ‘antes só chutava porta de favela’ e ‘agora pega elevadores panorâmicos para escritório de ar refrigerado’.


OUTRO CHÁVEZ


Hugo Chávez, que não veio e escapou das vaias para Lula no Maracanã, tem uma biografia a caminho. Bob Fernandes, do Terra Magazine, deu longa entrevista para a capa da revista de fim de semana do ‘Valor’, intitulada ‘Um outro Chávez’. Avisa que não vai retratar aquele ‘já transitado em julgado no imaginário brasileiro’. Sobre as rusgas com Lula, diz serem provocadas por ‘disputa de mercado’, petróleo contra etanol. E que ‘é interessante para Lula, no fundo, ter Chávez em posição mais radical’.


UM DIA SEM


Na Venezuela sob Hugo Chávez, a manchete nos meios estatais, ontem, era que ‘a final será transmitida para 200 países’ e ‘mais de três milhões de pessoas em todo o planeta’. Outra notícia, que ecoou pelo exterior, era que ele ‘suspendeu seu programa de rádio e TV’ e ‘cedeu’ o horário para mostrar a Copa.


SARKOZY GLOBAL


O presidente da França, Nicholas Sarkozy, que bancou a indicação de um europeu para chefiar o FMI, contra a opinião da Grã-Bretanha e do Brasil e outros emergentes, agora avisa que pode ‘viajar ao Brasil’ para vender seu candidato. Na TV francesa, anunciou uma ‘campanha’ mundial, segundo a Reuters.


NEGRITUDE


‘Brasileiros’, nova revista de reportagens, deu capa de seu primeiro número para o ator Lázaro Ramos e uma pesquisa Ibope com grupos de discussão -em que ‘houve praticamente unanimidade na afirmação de que o Brasil é extremamente preconceituoso’. Mas também houve eco de notícias editadas com estardalhaço pela Globo, contra cotas nas universidades e apontando a ascendência branca dos negros brasileiros -este um levantamento genético de celebridades que o blog de Luiz Felipe de Alencastro questiona há semanas.


Mas não adianta, afirma Nei Lopes, ‘referência sobre negritude’ ouvido por outra revista mensal, ‘E’. ‘Até hoje tem gente que bate o pé que racismo não existe, é coisa de EUA e África do Sul, mas a gente sabe que não é assim’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Band estréia digital com jornal em HDTV


‘A Band começou no final de semana suas transmissões digitais, em fase experimental, no canal 23 da Grande SP. A emissora está gerando imagens do Pan do Rio em alta definição.


Essas imagens não podem ser captadas pelo público -é necessário ter uma caixa conversora, ainda não disponível no mercado. A Band é a segunda rede a fazer testes de TV digital. A Globo começou em junho. O SBT inicia nesta quarta e a Record, em agosto.


As transmissões digitais abertas da Band (e das demais redes) começam dia 2 de dezembro. A emissora, que está investindo R$ 30 milhões em TV digital neste ano, decidiu que já estreará na TV digital (em dezembro) transmitindo quase todo o seu horário nobre em alta definição (HDTV), a principal vantagem do sistema.


Nessa faixa, a Band exibe três telejornais. Isso quer dizer que a rede provavelmente será a primeira a transmitir jornais em HDTV. A emissora, inicialmente, transmitirá em HDTV apenas as imagens de estúdio dos jornais. As imagens externas captadas pela reportagem serão em resolução standard.


A Globo só definirá sua grade digital em setembro. A princípio, deve estrear a nova tecnologia com a novela das oito, filmes e futebol em HDTV. A Record não deverá ter produção própria em HDTV nos primeiros meses. A Band também terá uma novela em alta definição, ‘Dance, Dance, Dance’.


MENOS CULTURA


A TV Cultura rompeu com sua afiliada em Ribeirão Preto, a Thathi TV. A emissora local, do grupo educacional COC, só exibirá programas da Cultura durante mais três meses. A Cultura disse apenas que o rompimento faz parte do ‘processo de reavaliação de sua política de rede, que está sendo realizada pela nova gestão’.


PORTA DA ESPERANÇA


A Cultura tem recebido alertas de telespectadores de Ribeirão de que a programação da Thathi não combina com uma TV pública. Um dos programas da Thathi, o ‘Eu Acredito em Você’, anuncia em site que seu ‘objetivo é permutar e/ou vender espaço publicitário de TV em troca de atendimento social’, como ‘doações de próteses, fraldas, alimentos, remédios’ e atendimento médico.


FLORESTA


Agora é oficial. A Record assinou contrato com a TV A Crítica de Manaus, que cobre 92% do território do Amazonas. Em agosto, a TV A Crítica trocará a programação do SBT pela da rede do bispo Edir Macedo.


EMPRÉSTIMO


A Record acaba de inaugurar dois novos estúdios no Rio. Ao contrário do que muita gente na Globo insinua, as novas instalações, que custaram R$ 30 milhões, não foram obra do dízimo da Igreja Universal, segundo um alto executivo da Record. A emissora tomou empréstimo de um grande banco nacional, a juros de 1,5% ao mês, para pagar em cinco anos.


INVERNO


Angélica está gravando as edições de setembro do ‘Estrelas’ na região serrana do Rio.’


QUADRINHOS
Pedro Cirne


HQ satiriza ‘lado humano’ de bichos


‘Uma mulher linda e apaixonante e um rapaz inseguro e apaixonado trabalham juntos em uma reserva ambiental.


Poderia ser uma história de amor, mas basta olhar os demais personagens para perceber que é o humor que predomina: um sapo-boi hipocondríaco, um porco fumante, um patinho carente e um urso profundamente ranzinza. Todos falantes, é claro.


Esse é o elenco da criativa ‘Liberty Meadows’, tira em quadrinhos que chega ao Brasil neste mês na forma de livro.


Os bichos de ‘Liberty Meadows’ parecem animais só na forma: jogam futebol americano, lêem histórias em quadrinhos e são viciados em televisão, especialmente no seriado ‘Xena’. Todos têm defeitos, e muito da graça da série está aí.


O criador, Frank Cho, inventa situações para brincar com o lado ‘humano’ dos seus bichos: a dificuldade em parar de fumar, a busca desajeitada por uma namorada, a preguiça de sair de frente da televisão e os freqüentes ataques de hipocondria do sapo-boi Leslie.


Além de bom narrador, Cho também é ótimo ilustrador. O humor não vem só das situações inusitadas mas também das piadas visuais. Um tombo, uma discussão, o ato de tomar sorvete e até uma tentativa malsucedida de espirrar: tudo pode virar humor graças a um desenho bem-feito.


Não há uma regra para o desenrolar das histórias. O foco não está apenas nos humanos com os bichos como coadjuvantes, nem o contrário.


Todos servem como veículo para as piadas. O próprio Cho aparece como personagem, conversando com os leitores: ele é representado como um chipanzé de gravata e sempre com cara de contrariado.


Cho também aproveita sua liberdade e brinca com a metalinguagem, com a moldura dos quadrinhos interferindo nas histórias, faz referências a personagens de TV ou de outras HQs e até se dá ao luxo de deixar o humor um pouco de lado e fazer tiras tristes sobre amigos que tiveram de se separar.


‘Liberty Meadows’ é publicada nos Estados Unidos como uma série independente. O trabalho criativo e bem-humorado de Cho chamou a atenção da editora Marvel, que publica Homem-Aranha, X-Men etc.


Hoje, ele ilustra um dos principais títulos da casa, ‘Mighty Avengers’, série mensal estrelada pelos Vingadores.


É um trabalho de maior visibilidade, mas diferente do humor descompromissado e cheio de referências pop que pode ser visto em ‘Liberty Meadows’.


LIBERTY MEADOWS – ÉDEN


Autor: Frank Cho


Editora: HQM Editora


Quanto: R$ 32,90 (132 págs.


QUADRINHOS’


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Revista ‘Front’ lança edição sobre o ódio


‘Publicação trimestral de quadrinhos brasileiros adultos, a revista ‘Front’ lança amanhã sua 18ª edição, no bar Jeremias (r. Avanhandava, 37, São Paulo, tel. 0/xx/11/3255-4120), a partir das 18h, com entrada gratuita.


A publicação, feita por histórias de artistas convidados a cada edição, tem como tema deste número o ódio e contou com autores como Al Stefano, Gilmar Fraga e Pedro Cirne, colaborador da Ilustrada.’


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Blog James Akel (http://jamesakel.zip.net/)


Segunda-feira, 16 de julho de 2007


TV CULTURA
James Akel


Nota de esclarecimento da Fundação Padre Anchieta e do Sesc


‘A direção da Fundação Padre Anchieta e o SESCTV vêm a público informar:


1 – No último domingo, no horário das 21 horas, foi exibido no programa ‘Direções, Por Um Novo Caminho na Teledramaturgia’, o teleteatro ‘Billy, A Garota’, de Mário Bortolotto, uma co-produção das duas entidades, com classificação indicativa para maiores de 14 anos.


2 – A Fundação Padre Anchieta e SESCTV são absolutamente favoráveis à liberdade de expressão e contra qualquer censura.


3 – No entanto, reconhecem que erraram ao não ter classificado a peça como imprópria para menores de 18 anos, exibindo-a após as 23 horas.


4 – As entidades são a favor da classificação indicativa nos moldes atuais.


5 – A Fundação está tomando providências para aperfeiçoar o processo de classificação indicativa dos programas exibidos pela TV Cultura.


São Paulo, 16 de julho de 2007


NOTA- ESSE BLOG, NA MINHA PESSOA, ACEITA COMO PLENAMENTE VÁLIDO O ESCLARECIMENTO DO LADO RELATIVO À FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA.’


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COISA MUITO ESTRANHA


‘É impressionante: depois de impor o estatuto da Fundação Padre Anchieta para justificar o corte de 17 programas da Rádio Cultura FM tão logo tomou posse na presidência da instituição há apenas um mês – alegando que a emissora só poderia executar música erudita ‘qualificando’ desta forma o seu conteúdo — eis que Paulo Markun coloca no ar na tela TV Cultura em pleno domingo (ontem) às 9h da noite uma peça teatral que joga para o alto tudo o que ele tem defendido até agora.


Chamada de ‘Billy, a Garota’, a peça é na verdade uma contramissão dos preceitos que o presidente Markun tem defendido para a TV Cultura.


Além de mostrar um acalorado e apimentado striptease no horário nobre, o triste espetáculo, faz uma apologia descabida à bebida e ao cigarro e à farra desregrada e sem propósito -, que nada de bom traz para a juventude e o público que vê a TV Cultura.


Esse duvidoso gosto e essa duvidosa moral é aceitável numa Globo ou SBT, que não tem compromisso com as bases da Fundação Padre Anchieta e com o povo que assiste uma tv pública, considerada até outro dia a melhor do Brasil.


Realmente não dá para entender esta contradição — uma vez que Markun embasa a sua gestão a partir do artigo terceiro do estatuto da Fundação Padre Anchieta, onde educação e cultura são palavras de ordem.’



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A DEMISSÃO DE RODOLFO KONDER DA RÁDIO CULTURA


‘Ontem, domingo, dia 15, o jornalista e escritor Rodolfo Konder recebeu um telefonema em sua casa por volta das quatro da tarde, horário costumeiro de enterros em São Paulo.


Do outro lado da linha, Gioconda Bordon, diretora da rádio Cultura, tinha uma verdadeira notícia de enterro.


Gioconda avisava a Rodolfo que seu programa de poesia na rádio Cultura tinha morrido e já havia sido enterrado.


Sendo o criador e realizador do programa há mais de cinco anos, o escritor Rodolfo Konder, 70 anos, sentiu como se tivessem queimado um livro escrito por ele.


Logo que o atual presidente da Cultura, Paulo Markun, tomou posse, a própria Giocoda Bondon, já nomeada diretora por Paulo Markun, fez um programa de entrevista com Konder, pra destacar as qualidades de seu programa.


Poucos dias depois, a mesma Gioconda Bordon telefona a Rodolfo Konder diz que Paulo Markun estava sendo pressionado, mas não disse por quem.


O que Gioconda disse é que depois de ter demitido Salomão Schwartzman, Markun recebeu pressões pra demitir um ‘russo’, ou ‘comunista’, e decidiu demitir Konder.


Pois demitiram exatamente o que não é mais comunista há muitos anos.


Qualquer um que realmente conheça Rodolfo, que leia seus livros e artigos, sabe que há muito ele não é comunista.


Ele, Rodolfo, foi, sim, torturado no DOI CODI junto com Markun e Herzog.


Morreu Herzog, sobreviveram Markun e Konder.


Agora, aos setenta anos, Konder se sente de novo torturado num domingo de julho.


Depois da estranha demissão de Tatiana Lobo, filha de José Henrique Reis Lobo, secretário de Serra, essa demissão de Konder, também é estranha pelo jeito como foi feito.


Enfim, a direção da Cultura é de Markun, que foi colocado lá por Serra.


Todo adulto sabe o que faz e o que não faz.’


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