Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Google e AP fecham acordo

Agora é oficial: Google Inc. e Associated Press fecharam negócio. A gigante da internet passará a pagar por reportagens e fotografias da agência de notícias, conforme foi anunciado no dia 2/8. Detalhes financeiros da negociação não foram revelados por nenhuma das partes.

O Google deu indícios de que o conteúdo da AP servirá como base para um novo produto, complementar ao popular Google News, a ser introduzido nos próximos meses.

O Google sempre sustentou que não deve nada às agências de notícias porque apenas aponta reportagens e fotografias publicadas em sítios – atividade que os advogados continuam garantindo ser legal segundo a lei de copyright que protege o chamado ‘fair use’ (uso para fins justos). Essa postura levou a Agence France-Presse a processar o Google num tribunal federal no ano passado. A agência quer pelo menos US$ 17,5 milhões em danos por quebra de copyright.

Com o acordo assinado entre AP e Google, a AFP espera turbinar seu argumento. De sua parte, a gigante online descreve a parceria com a AP como uma relação normal de negócios. Sonya Boralv, porta-voz do Google, disse que essa não é a primeira vez que a companhia paga por conteúdo de mídia.

O acordo entre AP e Google começou há meses. ‘O Google pode estar utilizando esta negociação como pesquisa de campo para dividir parte de seus lucros com organizações que produzem parte do conteúdo, assim como faz com sítios que publicam as informações’, afirma Jonathan Zittrain, professor de administração e regulação da internet da Universidade de Oxford. ‘Ficaria chocado se o Google estivesse pagando pelo status quo.

Segundo Michael Liedtke [AP, 2/8/06], o Google argumenta que provedores de notícias se beneficiam de seu Google News à medida que dirige tráfico para seus sítios, os quais podem lucrar com seus anúncios ao receberem por click.

Enquanto a AFP processa a gigante para proteger seus direitos, a AP escolheu negociar. O Google, com sete anos de idade, é quase 10 vezes maior em lucros que a AP, de 160 anos de estrada. De sua parte, a AP declarou que cerca de 20% de seu lucro vem de fontes online. Tudo indica que essa porcentagem vai crescer em breve.