Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Leila Cordeiro

‘Nada de crise política, desarmamento ou violência urbana. A discussão dos últimos dias girou foi em torno do final da novela das oito, com o assunto dominando as rodinhas sociais e boa parte da mídia. Agora foi a vez de América, que a Globo anuncia como absoluto sucesso comercial , conquistando no capítulo final setenta por cento de audiência. Pelo andar da carruagem, com a mais recente ultrapasando sempre a anterior, vai chegar o dia em que os índices irão superar os cem por cento de audiência. E aí, só invocando Aristóteles para encontrar solução dentro da matemática.

América começou em ritmo à la Pantanal, característico do diretor Jaime Monjardim, com cenas longas e personagens que não se encontravam dentro da trama. Diretor e autora bateram de frente. Sobrou para Monjardim que acabou sendo detonado. Gloria assumiu com todos os poderes, mudou trilha sonora e interferiu na interpretação dos personagens.

Apesar das modificações no ritmo da novela, as situações absurdas e inverossímeis, como americanos que conversavam entre si num português sem sotaque, foram mantidas pela autora que respondia às críticas com a desculpa de que estava produzindo uma obra de ficção e em nome dessa liberdade tudo era permitido.

Certo, mas não é possível criar situações mentirosas em nome da ficção. Na tentativa de conquistar as comunidades brasileiras no exterior ela acabou extrapolando em sua, digamos, criatividade. Quem conhece, por exemplo, a rotina das viagens para os EUA sabe das dificuldades para se conseguir visto de entrada naquele país. Na novela de Gloria, Miami ficava bem ali. Personagens iam e voltavam com a maior facilidade, sem nenhuma preocupação com o visto. Só mesmo a pobre da Sol é que teve de enfrentar o calor do deserto e a fúria do mar para conseguir botar os pés na terra do Tio Sam.

Além disso, pensão de mexicanos em Miami, só mesmo na imaginação da autora. Um mínimo de pesquisa faria com que ela soubesse que a imigração que predomina na costa leste dos EUA, onde está Miami, é a dos cubanos, enquanto a grande massa de mexicanos domina a costa oeste, onde está a Califórnia.

Esse erro de informação até que poderia ser perdoado, mas o que os imigrantes brasileiros que vivem nos Estados Unidos não perdoaram na trama foi a discriminação sofrida por uma criança brasileira numa escola americana. Nossos conterrâneos, legalizados ou não, podem enfrentar muitas dificuldades na América, mas se há uma unanimidade entre eles é em relação ao sistema de ensino, onde todos – eu disse todos – têm o direito e o dever de matricular seus filhos em escolas públicas e onde a lei pune com rigor qualquer tipo de discriminação, de raça, religião ou sexo. Nesse episódio, Dona Gloria pisou na bola feio.

Como virou rotina nas novelas globais, temas sociais e/ou polêmicos são abordados no decorrer da trama. Desta vez foram pedofilia, cleptomania, homossexualismo e deficiência física. Traição entre casais não é polêmico nem social. É aceito passivamente em todas as novelas globais.

Mas o que gerou a maior polêmica foi o homossexualismo e o esperado beijo final entre os personagens Junior e Zeca. Gloria e a Globo não se entendem sobre o assunto. A autora se diz decepcionada com o corte da cena na última hora por ordem da emissora. Esta declara, em nota oficial, que a cena não foi ao ar porque não estava no script original. O certo é que, de uma maneira ou de outra, quem sai ganhando, como sempre, é a Globo, que consegue prolongar a polêmica mesmo depois do último capítulo, para decepção das comunidades gays.

Críticas à parte, o que não se consegue entender é essa relação de amor e ódio entre o telespectador e a mídia em relação a América. Os segmentos mais esclarecidos da opinião pública, de uma maneira ou de outra, acabam se envolvendo com o desenrolar da história e de repente se descobrem noveleiros fanáticos, acompanhando e comentando cada capítulo da novela. O que será que leva as pessoas a perderem uma hora do seu tempo em frente à TV assistindo a uma trama considerada pela crítica como uma das piores já exibidas pela Globo?

Deixo a resposta para psicólogos e outros estudiosos da mente humana. Da minha parte, que acompanhei e me envolvi na trama de América, devo dizer que não pretendo acompanhar nenhuma outra. Mas sei que vem aí ‘mais um campeão de audiência’ com todos as mentiras e defeitos das novelas anteriores. Conseguirei resistir?

Enquanto se monta o circo, o brasileiro comum, que não perde um só capítulo das novelas globais, luta pelo pão nosso de cada dia… e o nosso Brasil vai descendo a ladeira aos trancos e barrancos….’



Leila Reis

‘Beijo gay foi armado’, copyright O Estado de S. Paulo, 13/11/05

‘O beijo gay da novela das 8 foi meio Porcina. Quer dizer, foi, sem nunca ter sido, como era anunciada a viúva interpretada por Regina Duarte na época de Roque Santeiro. Anunciado, repercutido, debatido, mas não mostrado, o beijo entre os personagens Júnior e Zeca em América foi uma ação de marketing digna de Bia Falcão. Quem é? É a vilãzona interpretada por Fernanda Montenegro, que monta uma falsa polêmica no capítulo de estréia de Belíssima para chamar a atenção da mídia para a nova coleção de lingeries de sua fábrica. Uma espécie de gênio do mal, Bia contrata manifestantes para protestarem contra a ‘imoralidade’ dos modelos espalhados pelos cartões-postais de São Paulo no lançamento da coleção.

Ao revelar para a neta (Glória Pires) ser a autora da armação, Bia sorri triunfal: ‘Economizei milhões com publicidade.’ Deve ter sido mais ou menos esse sorriso que deu Glória Perez ao mobilizar a mídia em torno do beijo gay. Até hoje tem gente se perguntando se o tal beijo foi mesmo gravado e, se o foi, teria sido mesmo censurado pela ‘alta direção’ da Globo. Está tão claro que a polêmica foi falsa e que nem os grupos engajados na causa contra a discriminação dos homossexuais tiveram fôlego para levar avante os protestos contra o preconceito. Fora o movimento no terreno da internet, que provocou algumas explicações amarelas da Globo, pouca coisa foi feita em relação à não entrega do beijo prometido. Houve um dia na semana que meia dúzia de gatos-pingados se reuniu em frente à Praça dos Três Poderes em Brasília para uma manifestação. Nem o enquadramento fechado das câmeras de TV conseguiu disfarçar o resultado melancólico.

Em certo sentido, a jogada de Glória Perez deu muito certo. As massas não foram para as ruas para protestar e assim prolongar América para além da novela. Mas ela criou um ‘fenômeno de mídia’ (até o Fantástico deu uma mãozinha com uma reportagem que incluiu enquete com populares e trecho do filme O Beijo no Asfalto) chamando mais atenção para o desfecho de sua história. Sem conseguir, no entanto, ofuscar a chegada de seu sucessor Silvio de Abreu.

Apesar da torcida dos indignados pelo corte do beijo, Belíssima estreou no mesmo patamar do início de América: mais de 50 pontos de média no Ibope (Grande São Paulo).

Confirmando a síndrome que ataca nove entre dez novelas da Globo na última década, Belíssima começa fora do Brasil. No lugar de Miami entra Santorini na Grécia. Esse tour feito à custa da produção brinda o telespectador com belas imagens estrangeiras, mas é só coisa de começo porque depois, por razões extra-artísticas, Itália, Marrocos, Portugal, Grécia, dão lugar a Jacarepaguá, onde ficam os estúdios da Globo.

Ao contrário de América, a nova novela tem um elenco homogêneo. Os personagens centrais são defendidos por atores muito experientes e de talento incontestável. Fernanda Montenegro, Glória Pires, Tony Ramos, Cláudia Abreu, Pedro Paulo Rangel, Cláudia Raia, Lima Duarte jogam de igual para igual em cena sem precisar fazer escada para gente menos tarimbada.

Não há surpresas em Belíssima. O enredo é aquele tradicional que funciona. Uma vilã (Fernanda Montenegro) que manipula a vida de todos os que a rodeiam (especialmente os bons de alma e caráter). Uma gostosona exuberante (Cláudia Raia) que coloca todo o bairro em polvorosa e vai cair nos braços do bonitão (Reynaldo Gianecchini). O segredo de um passado a ser desvendado – o da ex-menina de rua (Cláudia Abreu) e a causa do ódio da avó pela neta – e o romance da patinha feia (Glória Pires) com o cisne (Marcello Antony). Tudo isso desenvolvido com a fluência que a competência de Silvio de Abreu permite.

O melhor é que a São Paulo vista em Belíssima é a que todo paulistano gostaria que existisse: glamourizada, chique, calorosa. Ficção.’



Bia Abramo

‘O factóide do ‘não-beijo’ gay’, copyright Folha de S. Paulo, 13/11/05

‘De uns tempos para cá, criou-se uma espécie de escala imaginária de tolerância, como se houvesse um pacto entre as novelas e o público que determinaria uma linha evolutiva de ‘ousadia’ em relação à visibilidade do homossexualismo.

Segundo essa linha, tem que ter pelo menos um casal gay, tem sempre que dar um passo além, tem que derrubar o último tabu e mostrar um beijo entre homens.

Não se sabe muito bem de onde vem essa idéia. Talvez de uma combinação de duas tendências, comuns aos diversos autores, da narrativa das novelas, a pretensão ao realismo e a ‘cronicalidade’*. A primeira tornaria necessária a representação ‘do que acontece na sociedade’. A segunda obrigaria a narrativa da novela a incluir no tecido da ficção uma visada sobre temas atuais, de forma a constituir quase que uma cartilha de formulações morais e condutas emocionais diante dos problemas contemporâneos.

Junte-se a isso a carência, para a maioria do público, de outros e mais complexos fóruns ficcionais, e a novela assume uma dimensão e uma importância como espaço privilegiado da visibilidade que vai muito além das suas capacidades. Não no sentido ficcional, é claro, que esse é o terreno mais elástico e abrangente possível, mas no sentido político mesmo.

Só que faz parte do jogo dos produtores e da emissora deixar que se crie essa esperança de que a novela cumpra o papel de ‘avançar na direção de uma representação mais ‘justa’, mais ‘aberta’, mais ‘moderna’ e, ao mesmo tempo, se reservar ao direito de atendê-la ou não’. Faz bem para a imagem, é claro, sobretudo diante de grupos mais críticos em relação à programação: isso em tese significaria que a novela tem uma brecha de autonomia, de independência.

Agora, é melhor ainda para criar interesse, contra ou a favor, em torno da novela e interferir na audiência. Com a expertise demonstrada nos últimos tempos pelos diversos profissionais em utilizar todos os recursos de divulgação disponíveis, as novelas tornam-se fenômenos nos quais a narrativa deve incorporar essa esfera de notícias, factóides e boatos.

Ou seja, parte dos espectadores, de fato, tinha todos os motivos para esperar que a novela exibisse um beijo entre dois homens. Mas, apesar de sua frustração, não havia nenhuma razão objetiva para acreditar que isso, de fato, aconteceria. E menos ainda para imaginar que o recurso do veto de última hora não pudesse ou não fosse ocorrer.

Nada ingênua, a emissora ganha duplamente com esse imbróglio de factóides. Ao mesmo tempo em que a fatia mais conservadora se sente grata de não ter que ver o beijo, a militância e sua área de influência reencontram, felizes, a indignação.

* Devo à jornalista Mara Gama a expressão ‘cronicalidade’ e algumas idéias em torno dela.’



Nirlando Beirão

‘O Fantasma Do Projac’, copyright Carta Capital, 15/11/05

‘É só a gente elogiar a Rede Globo para ela ter uma de suas piores recaídas de… Rede Globo. Imagino que, se não fosse a propalada índole pacífica do povo brasileiro, milhões de pessoas haveriam de estar formando nervosas filas às portas do Procon reagindo, com base no Código do Consumidor, contra o estelionato praticado pela novela América no seu – ao pé da letra – apagar das luzes.

O colunista, com candura inexplicável, foi um dos que se iludiram com a anunciada cena do beijo entre os dois meninões bonitinhos. Estava em boa companhia. Até o The Guardian comprou a mercadoria falsa, celebrando que um país latino fosse assistir a um momento de desafio à anacrônica cultura machista.

Assim como o aqui subscrito, The Guardian ressaltava o simbolismo da ficção, não o voyeurismo da cena; o beijo em si no fundo só dizia respeito aos dois atores – aliás, ferrenhamente héteros. Não houve o tal beijo, as congregações gays espernearam, mas o pior do episódio é o jogo de empurra a que se assistiu no day after de América: a autora dizendo-se tão perplexa quanto a audiência, para explicar sua promessa leviana, e a emissora tentando dividir com a autora o non obstat ao corte perpetrado na calada da noite.

No chega-pra-lá das notas oficiais e das entrevistas evasivas, vicejou a pilantragem dos constrangimentos melífluos e pouco convincentes. Ao dizer que foi constrangida a aceitar a ridícula censura de alguém ‘da casa’, Glória Perez reitera seu mister ficcional de rainha do inverossímil. Não dá para acreditar que uma autora que usou de seu poder ilimitado para demitir, com humilhação, no início da trama, um diretor que tentava produzir um espetáculo bonito demais, seja tão frágil assim diante de algum espectro anônimo que se esgueire, de tesoura na mão, pelos corredores do Projac.

Mais de uma vez, América adubou sua audiência com a mentira. Por sorte, o precavido Aguinaldo Silva, coleguinha de Glória Perez e autor da novela que a antecedeu, Senhora do Destino, ficou ali, checando minuciosamente os boletins do Ibope. O beijo que não houve foi apenas o último e mais patético dos golpes desferidos contra a audiência ingênua. A Globo prega a ética em seus telejornais. Cobra correção dos parlamentares e persegue o bispo Macedo, dono da concorrente Record. Simula acreditar no que não pratica. Aposta na memória fraca de suas vítimas.

Belíssima, sucessora de América, começou com o estrépito vertiginoso de imagens que exploram aquela São Paulo que é uma passarela fashion. O comercial da Globo faz gosto – e é legítimo. Sílvio de Abreu é dramaturgo de talento e caráter. Busca, no folhetim, um compromisso com o novo: linguagem e inspiração. É torcer para que a mão peluda não entre em ação. Senão, todo mundo vai acreditar que quem de fato escreve e edita as telenovelas da Globo é o cardeal Eugênio Salles.’



CASAMENTO À MODA ANTIGA
Daniel Castro

‘Casais fazem sexo na ‘casa dos artistas’’, copyright Folha de S. Paulo, 14/11/05

‘O nome, ‘Casamento à Moda Antiga’, é antiquado, mas o conteúdo, a julgar pelos bastidores, será picante. Em gravação há um mês, o novo ‘reality show’ do SBT transformou o estúdio de ‘Casa dos Artistas’ em um motel.

Há tanto ‘amor’ no programa que Silvio Santos decidiu exibi-lo, a partir de dezembro, apenas após as 22h. Não haverá flashes ao vivo, para evitar flagrantes de sexo. A edição terá ‘narrativa’ de novela.

‘Casamento à Moda Antiga’ consiste em formar casais. Primeiro, o SBT exibiu chamadas dos ‘candidatos’, já selecionados pela produção, em que eles convidavam ‘pretendentes’ a se inscreverem. Os candidatos, no entanto, não escolhem os pretendentes. Quem faz isso são os familiares e ‘padrinhos’ do candidato e o auditório de Silvio Santos.

Aparentemente, as escolhas têm dado certo. Na semana passada, havia seis casais na casa. Todos estariam namorando. Pelo menos quatro casais já teriam feito sexo.

Sexo em ‘reality show’ não é novidade. O que tem chamado a atenção no SBT é a quantidade e intensidade em ‘Casamento’.

A produção ‘facilitou’. O ‘trânsito’ é livre entre os quartos de mulheres e de homens. E há o ‘Espaço Zen’, já apelidado de ‘Cafofo’, com ofurô e espreguiçadeiras. Lá, os ‘moradores’ levantaram uma ‘cabaninha’ para o amor fora do alcance das câmeras. As regras do programa ainda não foram divulgadas.

OUTRO CANAL

Oficial A Globo finalmente confirma a exibição da quarta temporada do seriado ‘24 Horas’ de 2 de janeiro a 3 de fevereiro, no lugar do ‘Programa do Jô’. Mas ‘Lost’ ainda depende de aprovação final para entrar no ar depois de 3 de fevereiro, no mesmo horário.

Travou 1 O Ministério da Justiça negou à Globo na semana passada classificação ‘livre’ para a novela ‘Porto dos Milagres’ (2001), que a emissora pretende reprisar na sessão ‘Vale a Pena Ver de Novo’. O ministério analisou fitas com 12 capítulos reeditados e os considerou inadequados para exibição antes das 20h, por conterem ‘relação íntima, linguagem degradante e violência’.

Travou 2 Segundo o Ministério da Justiça, ‘Porto dos Milagres’ foi originalmente classificada, por análise de sinopse, como ‘livre’. Mas uma recomendação do Ministério Público Federal, acatada em fevereiro deste ano, tornou obrigatória a reclassificação de novelas, quando forem reprisadas, pela análise dos capítulos reeditados.

Topo De volta ao ar em ‘Bang Bang’, como Neon, o ex-’Malhação’ Guilherme Berenguer retomou em outubro o posto de campeão de cartas de fãs entre os atores da Globo. Na lista, vêm em seguida Kayky Brito (o Gumercindo de ‘Alma Gêmea’), Sidney Sampaio (o Felipe de ‘Alma Gêmea’), Bruno Gagliasso (o Júnior de ‘América’) e Rafael Paiva (que fez Pedro em ‘A Lua me Disse’).’



BELÍSSIMA
Daniel Castro

‘Globo ‘implanta’ prédios em ‘Belíssima’’, copyright Folha de S. Paulo, 13/11/05

‘‘Belíssima’ quebrou uma tradição nas novelas das oito da Globo. Sua cidade cenográfica parece cidade de verdade, não uma vila.

Para dar realismo a uma rua paulistana construída no Projac, no Rio, a Globo está usando efeitos especiais. Por computação gráfica, ‘implanta’ na paisagem cenográfica prédios que realmente existem em São Paulo.

A rua tem nove metros de largura. É onde fica a oficina de Pascoal (Reynaldo Gianecchini), próxima de uma ladeira em que passam carros velozes, como no trânsito paulista. A ladeira dá impulso aos veículos, que, assim, fazem menos ruídos e interferem menos.

Segundo a cenógrafa May Cordeiro, os prédios que aparecem em terceiro e quarto planos são fotografias implantadas nas cenas. Um novo software altera a perspectiva dos prédios fotografados. Assim, conforme a câmera se move na cena, os prédios também mudam. Já os edifícios de primeiro e segundo planos foram construídos no Projac, mas só até o quinto andar. Computação gráfica em 3D os torna maiores. ‘Nossa proposta foi a de tirar a história da vila’, diz May.

Produtor de efeitos visuais, Tony Cid afirma que foram feitas mais de mil fotos de São Paulo, em diferentes horários, para captar a variação de luz. ‘A gente transferiu para a novela prédios de bairros diferentes, criando uma nova geografia. É um trabalho de colagem’, diz Cid.

OUTRO CANAL

Escala A Globo fechou o elenco de ‘Toma Lá Dá Cá’, especial de fim- de-ano escrito por Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, na linha do extinto ‘Sai de Baixo’. Os casais protagonistas serão o próprio Falabella com Adriana Esteves e Diogo Vilela com Deborah Bloch. A gravação será nesta terça e quarta. Trata-se de uma comédia com casais formados por ex-parceiros comuns.

Cleos Cléo Pires será Cleópatra, Osmar Prado ‘ressuscitará’ Napoleão, Pedro Neschling encarnará Elvis Presley, e o ‘casseta’ Reinaldo viverá Santos Dumont. Os quatro farão isso em ‘Clara e o Chuveiro do Tempo’, infanto-juvenil com quatro episódios que a Globo exibe em dezembro e janeiro. Na história, uma menina, com uma máquina do tempo, resgata figuras históricas.

Temperatura O ‘Caldeirão do Huck’ não será gravado na praia neste verão, ao contrário dos últimos anos. Assim, o programa ficará mais ‘quente’. É que, na praia, dois meses de programa teriam que ser gravados em uma única semana, para reduzir custos. Em estúdio, são gravadas duas edições a cada 15 dias.

Esperta Luciana Gimenez deve aparecer muito na tela da Globo, pelo menos no Rio de Janeiro, no início de 2006. Na última segunda- feira, ela gravou no Projac vinheta de Carnaval da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, da qual é rainha da bateria.’