Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O cordel da TV digital

Brasileiros atenção
pro que está acontecendo!
O País está vivendo

momento de decisão.
A nossa televisão
tá prestes a ser mudada,
e
pode ser melhorada
se o povo se unir
e agindo exigir
TV
democratizada.



Eu vou tentar explicar!
O Brasil tem que escolher
qual modelo de TV

deverá ele implantar
para digitalizar
a forma de transmissão
em
nossa televisão.
Se escolhermos direito
será o passo perfeito
pra
democratização.



É importante saber
que é pública a concessão
de rádio e televisão.

E se é assim por que
só tá na mão de um poder
e não nos braços do
povo?
Mas pra nós sobra o estorvo
de não poder se escutar,
de não
poder se mostrar
porque eles cortam o novo.



Com a TV digital,
em um mesmo equipamento,
haverá recebimento
de
um tal multicanal,
pois em um mesmo sinal
caberá quatro canais
que
abertos e plurais
serão meios de expressão,
meios de transformação,

das misérias sociais.



Quem internet não tem,
nem sabe o que é e-mail,
desfrutará desse meio

e outras coisas também,
pois a tal TV contém
tudo isso reunido,

bastando ser escolhido
o modelo ideal
pra inclusão social
do
nosso povo oprimido.



É a chance da maioria
poder usar sua voz.
É o momento de nós
na
mídia fazer poesia,
resgatar cidadania,
ecoar nossos anseios
gritar
nossos aperreios
pro mundo todo escutar
e podermos transmutar
esses
gritos em gorjeios.



Produção independente
ganhará devido espaço
e dará o grande passo

de enfim plantar semente
de uma programação decente,
bem mais
regionalizada,
bem mais diversificada,
difusora de culturas,
livre
de qualquer censura
a nada mais amarrada.



Mas essa realidade
tão sonhada por a gente
depende do presidente

reagir com mais verdade.
E nós, a sociedade,
entrar nessa discussão.

Que é nossa a televisão!
O ar, as ondas, a terra!
E só o que nos
emperra
é tanta concentração.



O Governo Federal,
muito mal representado,
tem Ministro de Estado

teu empresário boçal.
E a TV digital
importante instrumento
para
o desenvolvimento
corre o risco de ficar
como sempre teve e tá
nas
mãos de um poder nojento.



O tal ministro citado,
que se chama Hélio Costa,
de fato somente
aposta
no monopólio privado,
neste empresariado
que recebeu
concessão
de rádio e televisão
e quer se perpetuar
o único a mandar

na nossa programação.



Três modelos são usados
em países estrangeiros.
Falta agora o
brasileiro
que já vem sendo estudado,
mas não é incentivado
pelo
ministro Hélio Costa
que com uma conversa bosta
‘só que saber da imagem’

e do que traz de vantagem
o comércio de resposta.



Hélio já quer escolher
o modelo do Japão.
E nós, a população,

queremos compreender
por que não desenvolver
um modelo brasileiro

e trocar com o estrangeiro
a nossa experiência?
É preciso paciência

não pode ser tão ligeiro.



Nossa tecnologia
poderá desenvolver
um modelo de TV
que nos dê
soberania,
impulsione a economia
pra benefício geral
e a política
industrial
tomará um novo impulso,
mas é preciso ter pulso
pro sonho
virar real



E a nossa rádio querida
um meio tão genial?
Também vai ser digital,

mas já tá sendo ferida
por decisão desmedida
que em teste colocou

um modelo de cocô
lá dos Estados Unidos
que precisa ser banido

extirpado com ardor.


O tal modelo testado
pelas grandes emissoras
parece uma vassoura

varrendo o nosso prado
querendo-nos afastados
do espectro
radiofônico,
do nosso poder biônico,
de transportar nosso tom
aos
ares e a Poseidon,
num ato lírico sônico.



Nossa comunicação
tá é toda atrapalhada
as leis já não valem nada,

é grande a concentração.
Os meios de produção,
são os mesmos que
transmitem,
só o que os donos permitem
já que muito é censurado
e a
gente fica obrigado
A receber o que emitem



Eles querem capital,
nada mais lhes interessa,
e vêm com uma conversa

de que querem o bem geral.
Mas só o comercial
de fato os movimenta,

e a gente não mais agüenta
tão grande desigualdade,
tão louca
sociedade,
que tanto nos atormenta.



A discussão é política,
técnica e social
e nos é fundamental
uma
visão mais holística,
pois não é só estatística
é cultura, educação

e nossa legislação
tem que ser remodelada
pra ficar mais adequada

à nova situação.



É hora de acordar
pois a comunicação
é troca, é interação.
Não dá
mais para ficar
da forma como está
nas mãos de uma minoria
que
defende a hegemonia
de cruéis monstros Globais
que se mantêm voraz

roubando nossa fatia.



Gente, comunicação
é um direito humano!
Não é somente um cano
de
passar informação.
É forma de comunhão,
forma de sobrevivência,
de
expressar nossa essência,
de viver com liberdade,
com mais naturalidade

e também mais consciência.

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Jornalista e poeta, Recife