Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Revistas de fofocas dão caldo em noticiosas

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (20/2) pelo Audit Bureau of Circulations (ABC), órgão verificador de circulação nos EUA, a tiragem total de revistas na segunda metade de 2005 foi positiva no país, comparada ao mesmo período de 2004. Os números foram melhores graças à venda das revistas semanais de fofocas sobre celebridades, confirmando uma tendência de crescimento que vai na direção contrária aos outros gêneros de revistas – as femininas, as destinadas ao público adolescente e as noticiosas refletem o contínuo desafio de atrair mais leitores e anunciantes na era da internet.


A circulação da US Weekly nos últimos meses de 2005 subiu 12,7%; a da In Touch, 15,5%, e da Star Magazine, 12,3%. Já a People, considerada a revista de fofocas mais bem sucedida dos EUA, cresceu apenas 1,1%, mas continua no posto de mais vendida, com tiragem semanal de 3.691.000 cópias. A revista Martha Stewart Living continua a se recuperar do período que Martha Stewart passou na cadeia, apresentando aumento de 4,1%.


Vicci Lasdon Rose, publisher da US Weekly, afirmou que as revistas de celebridades têm grandes tiragens por causa do ‘apetite voraz’ dos leitores por artigos sobre ‘jovens com sucesso, ambição e estilo’. Para Vicci, o excesso deste tipo de revista vai diminuir eventualmente, a não ser que cada uma encontre um público específico. ‘No momento, a força da nossa marca no mercado vem passando por uma contínua expansão diante dos nossos competidores’, argumenta.


Uma das grandes surpresas nos dados divulgados pelo ABC foi a queda de 9,3% da O: The Oprah Magazine, publicada pela editora Hearst. A revista afirma que aumentou o preço de sua assinatura para que menos pessoas assinassem a publicação; a manobra, que pode parecer contraditória à primeira vista, tem uma justificativa: um maior número de assinantes significa aumento no preço de espaço publicitário para anunciantes, que tendem a migrar para outras revistas. Ainda assim, a O continua sendo uma das mais vendidas do país, com circulação paga de 2,4 milhões nos últimos meses de 2005.


Enquanto isso…


As notícias não são tão positivas para as outras publicações americanas. As revistas informativas semanais permaneceram praticamente estáveis. A circulação da Time caiu 0,2%, a da Newsweek 0,3% e da U.S. News & World obteve um aumento de 1%. O mesmo ocorreu com as revistas especializadas em economia: a tiragem da Forbes subiu 0,3%, a da Fortune caiu 0,5%, enquanto a da Money teve um aumento de 5,8%. Para a editora Condé Nast, os números foram mais positivos. A Vanity Fair teve um aumento em sua tiragem de 8%, a The New Yorker de 3,2%, a Vogue de 3,1% e a Glamour de 0,2%. Entre as revistas destinadas a adolescentes, a Elle Girls registrou um aumento de 17,9% em sua circulação, enquanto a Teen Vogue observou um salto de 116% – o que se deve à compra da revista YM. Já a tiragem da Seventeen caiu 3,6% e a da Teen People, 3,9%. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 21/2/06].