Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Tiago Dória Weblog

MÚSICA
Tiago Dória

Epitáfio da indústria musical, na The Economist, 12/1

‘A The Economist saiu com uma matéria sobre a indústria de música. Nada de muito novo, mas com alguns dados atualizados e registros interessantes. O artigo cita o quanto o ano de 2007 foi ruim para as gravadoras, período em que 3 das 4 principais gravadoras foram praticamente obrigadas a parar de investir no DRM.

‘Em 2006, a EMI, uma das 4 maiores gravadoras do mundo, convidou alguns adolescentes para ir aos seus escritórios para conversar com os executivos sobre os seus hábitos musicais.

No final do encontro, os diretores da EMI agradeceram os comentários e convidaram os adolescentes a escolher à vontade CD’s que estavam em uma pilha em cima de uma mesa. No entanto, nenhum dos adolescentes pegou CD algum, muito embora fossem de graça. ‘Foi neste momento que percebemos que o jogo estava completamente perdido’, disse uma pessoa que estava no encontro.

[…] O volume de álbuns físicos vendidos em 2007 caiu 19% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2007, a venda de música em CD e outros formatos físicos caiu 6% na Inglaterra; 9% no Japão, França e Espanha; 12% na Itália; 14% na Austrália e 21% no Canadá.

[…] Tim Renner, um executivo da Universal Music na Alemanha, disse que as gravadoras deveriam ter agido muito antes. ‘Elas tinham dinheiro e poderiam ter adquirido a competência para comprar agências de shows e escritórios de merchandise’. Agora é tarde demais’.

A matéria da The Economist não aborda isso. Mas ela poderia ter comentado sobre o quanto essa indústria está sendo substituída por outra, descentralizada e não hierarquizada, formada por sites de ‘publicação’ de música [MySpace], de streaming gratuito de apresentações [Liveroom.TV], de troca de arquivos e música on demand [Last.fm], além de agências de shows [LiveNation].’

 

REVISTAS
Tiago Dória

Frase da semana, 12/1

‘‘As pessoas que costumam consumir conteúdo de revistas são geralmente chamadas de leitores. Mas hoje existe uma sutil mudança que indica que é mais correto chamá-las de usuários.’

Howard Polskin, vice-presidente da Magazine Publishers of America, comenta sobre o quanto as pessoas deixaram de ser leitoras para se tornarem usuárias do site de uma revista, que estão, cada vez mais, interativos e cheios de funcionalidades.’

 

BLOGOSFERA
Tiago Dória

Pesquisa sobre o perfil do jornalista blogueiro, 11/1

‘O blog Intermezzo publicou um estudo sobre o perfil de jornalistas-blogueiros em 20 países ibero-americanos, feito pelo Departamento de Jornalismo da Universidade de Málaga, na Espanha.

Alguns pontos importantes:

* 61,9% acredita que a maior conquista de seu blog foi falar com a audiência.

* 52,4% alegou ter uma liberdade editorial que não tem no meio para o qual trabalha.

* 63% recebe comentários ofensivos.

* 3 em cada 4 entrevistados consideram que praticam jornalismo de opinião através do blog.

* 63% não se preocupa com a questão do copyright.

E, para surpresa, a maioria dos jornalistas que tem blog não trabalha com internet, mas com jornal impresso. Os que trabalham com televisão são os que menos utilizam a ferramenta.’

 

JORNAL GRATUITO
Tiago Dória

E começa a cair o paredão de conteúdo pago do WSJ, 11/1

‘O esperado aconteceu. Por meio do The Editorial Page of The Wall Street Journal, você pode acessar todos os editoriais, vídeos e colunistas do jornal. Sem precisar pagar nada ou fazer login. Agora, somente as notícias continuam com acesso restrito.

O The Wall Street Journal é um dos últimos grandes jornais a adotar o modelo de assinaturas em seu site. O primeiro a deixar esse modelo foi o The New York Times, em setembro do ano passado.’

 

MYSPACE
Tiago Dória

MySpace destaca conteúdo produzido por celebridades, 11/1

‘Notícias sobre celebridades é o tipo de conteúdo que é consumido por uma boa parte dos leitores na web – o CEO, a professora, o advogado, a faxineira. Mesmo que sem querer, a maioria das pessoas sempre dá uma olhadinha ou fica sabendo de uma fofoca sobre alguém famoso. Não é à toa que os blogs mais comentados são os de celebridades.

Pelo visto, o pessoal da MySpace percebeu isso e lançou o Celebrity Channel, um canal que agrega todos os perfis de celebridades que estão na rede social. São mais de 300 atores, músicos e atletas. O canal reúne não apenas um diretório com os perfis, mas também fotos e entrevistas.

Além de destacar o conteúdo, o Celebrity Channel facilita o trabalho de fãs e jornalistas que estão atrás de alguma informação sobre as celebridades. Também não deixa de ser uma forma inteligente de minimizar os perfis fakes de pessoas famosas na MySpace. Não está no diretório do canal de celebridades da MySpace? Humm, deve ser fake.’

 

TENDÊNCIAS
Tiago Dória

Outsourcing no jornalismo em 2008, 10/1

‘O assunto volta à tona em blogs de mídia com a publicação de um relatório da Deutsche Bank confirmando que executivos de jornais nos EUA têm a intenção de terceirizar as operações neste ano, e a divulgação de uma pesquisa da Newspaper Association of America (NAA), organização norte-americana que representa as empresas jornalísticas, que aponta o outsourcing como uma das 10 tendências no mercado de jornais em 2008.

No ano passado, escrevi um post a respeito justamente dessa tendência de outsourcing, que ocorre em 3 âmbitos.

1º) Terceirização de atividades editoriais consideradas burocráticas em jornais, como tradução de artigos, edição de notas de agências de notícias e moderação de comentários [!].

Jornais dos EUA e agências de notícias [reuters] vêm contratando empresas indianas e chinesas especializadas em prestar esses serviços de forma online.

2º) Terceirização da ‘caixa de comentários’, o chamado ‘outsourcing community’. Serviços como o Topix, agregador de blogs e notícias, que abriga diversos fóruns de discussão, vem fechando parcerias com redes de jornais. A Media News, que agrega sites de 61 jornais nos EUA, tem um acordo desse tipo.

Quando você clica nos comentários de alguma matéria dos sites da MediaNews, é enviado para algum tópico dos fóruns do Topix. Ou seja, os comentários das matérias são mensagens de fóruns externos ao site do jornal.

CNN e AOL deram início a iniciativas parecidas. Passaram a usar o Sphere, um widget que adiciona, de forma automática, no final das matérias, links para blogs externos que estão comentando o conteúdo das notícias.

3º) Terceirização na produção multimídia. Serviços de vídeos como o BrightCove têm sido requisitados. Sites como Wall Street Journal, Guardian e The New York Times não querem criar o seu próprio YouTube. Preferem terceirizar para quem entende do asssunto e usar uma estrutura já consolidada, no caso o BrightCove.

Vai um pouco contra a idéia de que o chamado ‘jornalista multimídia’ tem que saber editar vídeo, sons, textos, fotos e o que mais vier. Na verdade, algumas dessas atividades de edição e produção multimídia estão sendo terceirizadas.

O 1º item demonstra o quanto o jornalismo se tornou burocrático, tanto que é possível passar algumas atividades para terceiros. Já o 3º tópico é mais do que natural. Não dá para fazer tudo sozinho e querer reinventar a roda na web.’

 

PARCERIA
Tiago Dória

E a CBS fecha parceria com o Digg, 9/1

‘Esperava ver algo do tipo ‘por meio do Digg, os usuários da CBS poderão escolher quais matérias devem ir ao ar, em um modelo parecido ao da Current.TV’, mas é algo mais ameno, segundo o CnetNews.

Por enquanto, a parceria fica no ar somente durante as eleições nos EUA. Botões para postar no Digg aparecerão no rodapé das matérias da CBSNews, que publicará a lista dos links mais populares do Digg sobre as eleições em seu site. Por sua vez, o Digg destacará manchetes da CBS. Bem provável que em um box na barra lateral.’

 

 

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