Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Informação, um direito de todos

Num ato que não condiz com respeito ao trabalho da imprensa, foi tomada a decisão de que Palocci falaria somente para um único veiculo de comunicação. Depois de muita espera para a explicação de sua autodefesa, o desembaraço da situação ainda assim merece esclarecimento em coletivo. O caso, de grande proporção, tomou os noticiários de todo o país e, por tratar-se de um caso público, isso por si só já bastaria para que houvesse um aparecimento sem exclusividade.

Afinal, além de ser um caso político e que envolve uma pessoa pública, com um dos cargos mais relevantes do país, o chefe da Casa Civil deve entender que a explicação em primeiro lugar deve estar direcionada aos cidadãos. É claro que a estratégia da elucidação do episódio envolvendo o nome de Palocci não foi uma decisão tomada apenas por ele, mas pela cúpula do partido, que optou por “limitar” a fala, ao invés da concessão de uma coletiva. A melhor estratégia talvez tivesse sido uma explicação em rede nacional, como aquelas que interrompem a programação com slogan já conhecido por todos “Interrompemos a programação para o pronunciamento de…” Esta seria, com certeza, a melhor maneira de expressar e expor tudo que cerca o crescimento milionário que foi revelado por um jornal de São Paulo com exclusividade e ganhou páginas e a mídia em geral.

Um cuidado redobrado

O ministro mais importante do governo Dilma foi praticamente desmascarado. Segundo informou o jornal no dia 15 de maio, ele teve o patrimônio aumentado em 20 vezes desde o ano de 2006. Um escândalo que afetou a imagem do então ministro, que prestou consultorias para grandes empresas e que, ainda segundo o jornal, teria faturando 20 milhões de reais. Um caso sério a ser esclarecido sem exceção ou escolha de mídia.

A imagem de qualquer pessoa no âmbito profissional, seja em qual área for, é preciso ser cuidada e quando se fala em cargo público, o cuidado é dobrado. São pessoas que estão expostas e que, por qualquer deslize que seja, podem virar manchetes e até fazer as pessoas tomarem empatia, devido à proporção que o assunto toma. Em alguns casos, se for um caso político, este sai de cena, descansa a imagem e volta mais tarde.