Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

2006 tem número recorde de jornalistas mortos

Setenta e cinco jornalistas foram mortos este ano, tornando 2006 o ano mais mortal para jornalistas de que se tem registro, afirmou a Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês) na quinta-feira [5/10/06].


Vinte e seis destas mortes ocorreram no Iraque, onde jornalistas continuam a ser vistos como alvos e assassinados. Os 75 jornalistas e profissionais de mídia mortos até setembro fazem de 2006 o ano mais mortal desde que a WAN começou a reunir registros de assassinatos de jornalistas, em 1997. Setenta e dois jornalistas foram mortos em 2004.


‘Jornalistas no Iraque não enfrentam apenas o perigo que existe ao se trabalhar em uma zona de guerra. Eles estão sendo caçados e assassinados simplesmente porque são suspeitos de cooperar com agências de notícias ocidentais, por causa de suas ligações religiosas ou políticas, ou porque seus assassinos acreditam que matar jornalistas irá ajudar a seus objetivos’, afirmou Timothy Baldin, CEO da organização com sede em Paris. ‘O jornalismo hoje está mais perigoso do que nunca’, disse. ‘Mais de 500 jornalistas foram mortos na última década, por simplesmente fazerem seu trabalho. Estes assassinatos são um ataque direto não apenas a indivíduos, mas também à sociedade como um todo. Ainda assim poucos assassinos foram levados à justiça’.


As Filipinas, onde gangues criminosas e políticos corruptos há tempos miram em jornalistas investigativos sem medo de processos legais, já teve oito jornalistas assassinados em 2006. Jornalistas foram mortos em outros 19 países este ano:


Afeganistão (1), Angola (2), Bangladesh (1), Brasil (1), China (2), Colômbia (4), República Democrática do Congo (1), Equador (2), Guatemala (1), Guiana (6), Índia (2), Indonésia (1), Líbano (2), México (1), Paquistão (3), Rússia (1), Somália (1), Sri Lanka (5), Sudão (1), Turcomenistão (1) e Venezuela (2).


O índice de mortes se compara aos 58 assassinatos em 2005, 72 em 2004, 53 em 2003, 46 em 2002, 60 em 2001, 53 em 2000, 70 em 1999, 28 em 1998 e 26 em 1997.


Diversas organizações de liberdade de imprensa contabilizam o número de jornalistas mortos a cada ano. Os números variam com base nos critérios usados pelas diferentes associações. Os números da WAN incluem todos os profissionais de mídia mortos durante o trabalho ou mortos por razões ligadas ao trabalho. Também incluem casos onde o motivo para o assassinato não é claro ou onde investigações ainda não foram concluídas.


A WAN, organização global para a indústria jornalística, defende e promove a liberdade de imprensa em todo o mundo. Representa 18 mil jornais; seus membros incluem 73 títulos, associações nacionais e executivos de jornais em 102 países, 11 agências de notícias e nove grupos de imprensa. [Tradução integral de texto da Associação Mundial de Jornais]