Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

NSA coletou milhões de listas de contatos de e-mails pessoais

A agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, em sua sigla em inglês) coletou milhões de listas de contatos de e-mails pessoais e mensagens instantâneas em todo o mundo – incluindo de americanos – em seu esforço para encontrar ligações com o terrorismo ou outra atividade criminal. As informações inéditas foram divulgadas nesta segunda-feira pelo jornal “Washington Post”.

Vazados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, os números foram confirmadas por oficiais de inteligência dos EUA. E-mails dos servidores Yahoo, Gmail, Facebook e Hotmail vêm sendo rastreados continuamente, além de cerca de meio milhão de listas de serviços de chat.

Durante um único dia do ano passado, o sistema recolheu 444.743 e-mails de listas de contatos do Yahoo, 105.068 do Hotmail, 82.857 do Facebook e 33.697 do Gmail, além de 22.881 endereços a partir de outros provedores não especificados, de acordo com uma apresentação interna da NSA. Além disso,segundo o relatório, a agência americana recolhe diariamente contatos de cerca de 500 mil pessoas de listas de amigos em serviços de bate-papo, bem como de mensagens privadas. Apesar dos números, um porta-voz do governo informou que a agência de inteligência não tem interesse em informações pessoais de americanos comuns.

O programa de coleta, que ainda não havia sido divulgado, intercepta e-mails e listas de amigos de serviços de mensagens instantâneas através de links de dados globais. Serviços on-line muitas vezes transmitem os contatos quando um usuário acessa sua conta pessoal, escreve uma mensagem ou sincroniza um computador ou dispositivo móvel com as informações armazenadas em servidores remotos.

Mas, ao invés de serem direcionadas a usuários individuais, as informações são coletadas pela NSA, que vem reunindo listas de contatos em números que equivalem a uma fração considerável da população mundial. A análise desses dados permite que a agência possa buscar conexões ocultas e relacionamentos dentro de um universo muito menor, incluindo estrangeiros. A coleta depende de acordos secretos com companhias estrangeiras de telecomunicações ou serviços de inteligência que direcionam o tráfego ao longo das principais rotas de dados da Internet.