Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

ABC recebe críticas por debate democrata

Charles Gibson e George Stephanopoulos, moderadores do debate entre os pré-candidatos democratas realizado pela ABC News no dia 16/4, não receberam boas avaliações por suas performances. Com um recorde de 10,7 milhões de telespectadores, na tarde do dia seguinte ao programa já havia mais de 15.600 comentários postados no sítio da emissora – em sua grande maioria, negativos, criticando o favorecimento a Hillary Clinton e o tempo perdido com a discussão de fofocas.

Não foi só o público que desaprovou a condução do debate entre Hillary e Barack Obama. Tom Shales, crítico de TV do Washington Post, afirmou que os apresentadores ‘tiveram desempenhos desprezíveis e de baixa qualidade’. Will Bunch, colunista do Philadelphia Daily News, postou uma carta aberta a Gibson e Stephanopoulos em seu blog em que dizia que estava tão furioso que não conseguia nem escrever direito. Ele não entendeu o motivo de se ter gasto tanto tempo com assuntos triviais, que não interessam aos eleitores. Greg Mitchell, da Editor & Publisher, classificou o programa como a ‘mais vergonhosa performance da mídia em um grande debate presidencial este ano’.

Defesa

Na opinião de Stephanopoulos, as perguntas do debate foram apropriadas e relevantes. ‘Quisemos focar primeiro nos assuntos que não foram discutidos nos outros debates’, afirma. Para ele, a avaliação negativa mostra que as pessoas estão engajadas na disputa presidencial. Segundo dados do instituto de pesquisa Nielsen Media Research, este foi o debate com o maior índice de audiência da campanha atual, superando os 9,3 milhões de telespectadores do debate dos pré-candidatos democratas do dia 5/1, também na ABC.

Ataque

No começo do debate, os moderadores perguntaram se o perdedor da nomeação seria o candidato à vice-presidência do partido – o que não foi respondido –, e se cada um já avaliou se o rival seria capaz de derrotar o republicano John McCain – o que foi respondido. Os dois candidatos foram pressionados diversas vezes. Foram abordados os comentários sobre raça do ex-pastor de Obama, o reverendo Jeremiah Wright, e a falsa afirmação de Hillary sobre ela ter corrido risco de vida em visita à Bósnia, quando era primeira-dama.

Obama chegou a ter seu patriotismo questionado, por nunca usar um broche com a bandeira americana. Em outro momento, os apresentadores quiseram saber da relação do senador com o ativista político William Ayers, ex-membro da organização Weather Underground acusado de tentar explodir prédios do governo. Só depois a economia e a guerra no Iraque surgiram como temas no debate. Informações de David Bauder [AP, 17/4/08].