Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Câmara sonega informações

Gostaria de contar um fato que está acontecendo conosco aqui em Salto. A liberdade de imprensa está ferida: está havendo censura contra nosso órgão de imprensa. A Câmara de Vereadores se nega a informar ao jornal local dados que são públicos, como a compra de veículos oficiais (quanto custou aos cofres públicos, onde foi adquirido, por que os vereadores utilizam táxis e vans se existem dois carros à disposição etc.). Também não informam por que as sessões solenes têm entrada seletiva e bebida à vontade. E a aquisição de 17 computadores e 17 impressoras, máquinas obsoletas, a preço altíssimo; ou quantos são os funcionários nativos, inativos e pensionistas e respectivos salários, e assim por diante. Estas informações estão sendo ‘barradas’ pelo presidente do Legislativo, que está nos impedindo de informar a população. Quem não deve não teme, não é?

Uma ‘Lei da Mordaça’ em pleno século 21. É justo querer calar a imprensa desta forma, , ou seja, ignorando as dúvidas deste jornal?

Rita Mantovani, jornalista, Salto, RS



FOLHA DE PERNAMBUCO
Exposição de adolescente

Hoje cedo (20/4) abri a Folha de Pernambuco, e me assustei. Como pode a imprensa usar de seu maniqueísmo para transformar a vida de uma menor de 13 anos? Foi publicada nota distorcida a respeito de minha filha, que mantém um blog sobre uma banda de Pernambuco. Acham que não existe Lei de Imprensa ou Estatuto da Criança e do Adolescente? Os jornalistas Ana Adobbati e Marcelo Meireles, no caderno Programa, pagina 1 e 5, da edição de 20/4/2004, do jornal Folha de Pernambuco escrevem reportagem em que colocam minha filha em condição de constrangimento, em situação de veneração, alienação e idolatria com a Banda Monbojó. E ainda consultaram psicóloga sobre uma tietagem inventada pela vazia jornalista. Acho que ela deveria perguntar à psicóloga sobre os danos que tal reportagem trariam à menor. O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura o direito de preservação da imagem.

Quem atendeu ao telefonema da jornalista fui eu, e em nenhum momento me opus a que minha filha desse informações sobre o blog que mantém na internet sobre a banda. Em nenhum momento minha filha demonstrou síndrome de tietagem. É estranha a necessidade de expor a adolescente com essa estória inventada. Talvez a jornalista necessitasse desta invenção para fazer marketing da banda da qual é tiete quem sabe remunerada. Onde está a seriedade da imprensa de nosso país? Tudo é uma Rocinha? A repórter ou foi mal- intencionada ou não sabe que expor menor de idade é crime? E, mais ainda, com conselhos superficiais de uma psicóloga, que só ouviu a ‘repórter’.

Fernando Moura, engenheiro, Recife



APRESENTADORA ESPANCADA
Paz começa em casa

Não só na Arábia Saudita, como também aqui no Brasil a violência contra as mulheres é algo banal e de pouca importância. A matéria diz que a vítima, cujo rosto totalmente deformado é a prova, ‘alega’ a agressão, não relata como um fato. Ademais, trata o episódio como se fosse um caso isolado. Conta que a repórter permitiu que fotografias, deformada pelos golpes sofridos, fossem publicadas somente para ‘demonstrar as agressões’, sem destacar o fato de que a violência contra a mulher é tanta que levou uma mulher pública a expor sua vergonha num país em que a mulher não é mais do que um objeto, um ser inferior. Mas a violência contra a mulher não se apresenta somente de forma física, também no descaso, na ignorância e na pouca importância que se dá a estes fatos.

Fala-se em paz no mundo, o que é uma demagogia, se a violência doméstica, ou seja, a agressão à pessoa do lado, que supostamente se ama, é tratada como comum.

Se é comum a agressão dentro dos lares, por que importar-me com a violência da rua ou de países distantes? Será que não devemos mudar nossa mentalidade e buscar a paz na família para depois dizer que somos pacifistas?

Carime Ferreira, estudante, Sant’ana do Livramento, RS