Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Comunique-se

PESQUISA
Comunique-se

Elite brasileira acredita mais na mídia, 25/1

‘Vinte e cinco por cento da população brasileira com maior renda familiar têm mais confiança na mídia (64%) do que em empresas (61%), ongs (51%), instituições religiosas (48%) ou até mesmo em seu próprio governo. Os dados fazem parte do Estudo Anual de Confiança da Edelman, empresa de relações públicas. Segundo o levantamento, o Brasil é o terceiro país onde a imprensa tem maior índice de credibilidade, ficando atrás apenas do México (66%) e da Índia (65%).

A pesquisa ouviu 3.100 entrevistados entre 35 e 64 anos, com formação superior e renda familiar entre as 25% maiores de seus países. Considerado um estudo entre líderes de opinião, por parte da consultoria, a pesquisa abrangeu 18 países, como China, Irlanda, Rússia, Estados Unidos, Índia, França, Espanha e Brasil.

Concluiu-se que essa parte da população, em todo o mundo, possui muito interesse em assuntos relacionados à mídia, economia e política.

Os brasileiros recorrem mais aos jornais impressos (87%) e à TV (82%) como primeira fonte de informação. Em seguida, procuram as informações na internet (52%). Mas a maioria deles (41%) lê tanto a versão impressa quanto a versão online dos jornais – em outros países existe a preferência pela versão impressa.

Para procurar notícias das empresas, os brasileiros preferem ler artigos em revistas de negócios (81%), jornais (79%) e noticiários na TV (77%).

Ao acessar a internet, a primeira procura envolve notícias e depois pesquisas. No Brasil, 93% vão atrás de notícias, 85% fazem pesquisa e e-commerce empatou com mensagens instantâneas (79%).

A credibilidade nos blogs chamou a atenção. A Rússia foi o país que mais mostrou credibilidade, com 34%, seguida pela China (33%), Índia (29%) e Brasil (21%). Quando entram na internet, 46% dos brasileiros já lêem blogs.’

 

HONRA ONLINE
Carla Soares Martin

PL amplia pena para crime praticado pela internet, 25/1

‘O senador Expedito Júnior (PR-RO) apresentou ano passado um projeto de lei que amplia as penas a serem cumpridas por quem praticar crimes contra a honra – calúnia, injúria e difamação – por meio da internet. A proposta aguarda aprovação da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), mas já tem parecer favorável do relator, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

A votação está prevista para depois do recesso parlamentar, diz-se, após o Carnaval. Se passar na comissão, o projeto precisará ainda de aprovação do plenário do Senado e do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa para entrar em vigor.

Pela sugestão de Expedito Júnior, as penas deveriam ser aumentadas em um terço, alterando o Código Penal: crimes de calúnia (quando se atribui crime a alguém) teriam pena de seis meses a dois anos mais multa; difamação (quando uma pessoa inventa algo que publicamente fira sua reputação) daria detenção de três meses a um ano mais multa; e injúria (quando se atribui qualidade negativa a alguma pessoa) provocaria uma pena de um a seis meses ou multa.

‘Quem acusa alguém sem se identificar merece pena mais severa’, afirma Expedito. O senador conta que se decidiu pelo aumento de um terço depois consultar sua assessoria e por escolha própria, mas que o número pode ser revisto em audiência pública. O Código Penal já prevê aumento em um terço dessas penas quando o crime é praticado contra chefes de governo, funcionário público, idosos e portadores de deficiência.

O projeto de Expedito pretende ainda que a autoridade policial possa acessar o site e imprimir a prova do crime. Atualmente, a polícia precisa da autorização do juiz para ter acesso às informações sigilosas.’

 

CRIMES
Comunique-se

Entidade denuncia impunidade de 18 mortes na AL e Caribe em 2007, 24/1

‘A Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe (Fepalc, em espanhol) apresentou um estudo na quarta-feira (23/01) segundo o qual 18 profissionais de imprensa morreram em 2007 na região. Os crimes continuam impunes e tem o envolvimento de mafiosos e traficantes de drogas, além de serem provocados pela deterioração social e política dos países.

O presidente da Fepalc e da Associação da Imprensa Uruguaia (APU), Manuel Méndez, explicou que o México apresenta a pior situação. Seis jornalistas foram assassinados no país e mais três estão desaparecidos. A impunidade impera no território mexicano.

O levantamento aponta também dois profissionais assassinados no Brasil, três no Haiti, dois na Guatemala, dois Colômbia, entre outros.

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês) informou no início de janeiro que 171 profissionais de imprensa perderam a vida em todo o mundo no ano de 2007 por causa de seu trabalho.

Segundo Méndez, os assassinatos de jornalistas na América Latina são explicados pela ‘deterioração das próprias sociedades e pelo caráter das investigações realizadas por estes jornalistas sobre o narcotráfico, o crime organizado e as esferas de corrupção de grupos de poder tanto econômico como político.’

A Fepalc já acionou governos e organismos internacionais para denunciar e amenizar esta situação. ‘A Fepalc e a IFJ, que conta com mais de 600 mil jornalistas em 120 países, já fizeram uma reivindicação perante o Conselho de Segurança da ONU e houve uma resolução para que os jornalistas não sejam tomados como alvos de guerra’, disse.

A entidade foi recebida no ano passado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos para tratar dessas questões. A Corte se comprometeu a fazer um acompanhamento da situação, especialmente nos países onde existem as maiores violações aos direitos dos jornalistas.

Com informações da Agência EFE.’

OSCAR
Bruno Rodrigues

Você, o dono do conteúdo, 25/1

‘Acompanho as indicações do Oscar há mais de vinte anos. Esteja eu onde estiver, corro para casa para checar a transmissão. Na época da faculdade era mais fácil; com os estágios e, depois, o trabalho, era preciso esquematizar mais atentamente a ‘fugida’, a tempo de não perder nada. Sempre deu certo.

Esta semana não foi diferente: lá estava eu, cinéfilo de carteirinha, de olho na tela – mas a do computador. Hoje, ver vídeo na Rede é banal; falar sobre isso é chover no molhado. Mas – arrá! – tocar em transmissão ao vivo de algum evento via web é um ponto deveras interessante.

A questão é a seguinte: a Rede Globo, desde os anos 70, transmitia a festa do Oscar direto de Los Angeles, assim como passava, ao vivo, as indicações. De oito, nove anos para cá, contudo, com a queda da audiência do Oscar, a Globo passou os direitos da transmissão adiante, que ficou nas mãos do SBT durante algum tempo. Desde então, é um ping-pong de fazer qualquer um perder a paciência: um ano a Globo transmite; no ano seguinte – ou nos dois anos seguintes – lá vai o SBT. No meio desta chatice, as indicações, pobrezinhas, ficavam em segundo plano, e o cinéfilo que espere o site do Oscar ou os noticiosos online publicarem a lista. O que, sejamos sinceros, não tem nem metade da graça que ver ao vivo…

Mas as coisas mudam, e este ano eu me libertei – pelo menos no quesito indicações – das mãos de qualquer emissora de televisão. Terça-feira, 11h38 da manhã, lá estava eu em frente ao computador, no trabalho, em estado de graça, vendo ao vivo, assim como milhões de sortudos do mundo inteiro, a atriz Kathy Bates e o presidente da Academia, Sid Ganis, anunciarem a lista de indicados no site Oscar.com!

A lição é a seguinte: eu quero ver as indicações, a Academia quer que eu as veja. Por que eu tenho que ficar nas mãos de fulano ou sicrano para assistir à transmissão, então? Às favas com eles! Vou direto à fonte, e ponto final.

Pense bem: *isso* é que muda tudo, e não o que promete o tão falado ‘vídeo sob demanda’ (vod) via TV a cabo, por exemplo. Tudo bem que, no cenário de vod, eu posso assistir aos programas que eu quiser, na hora em que eu quiser, como já acontece com quem tem TiVo, nos Estados Unidos. Mas o ‘x’ da questão é que, neste caso, você só tem controle da programação, não do conteúdo. O recado é: veja o que quiser, quando quiser, mas só o que as emissoras têm, O.K.?

Por isso, há dois anos vários sites com os da rede ABC – que é produtora de conteúdo e rede de televisão – têm tentado passar a perna no reino da tevê ao disponibilizar episódios de séries em seus sites, com delay de um dia, apenas. É uma autocrítica – ela é uma emissora, também! -, mas é assim que se constrói o futuro.

O que vem por aí, definitivamente, é uma nova realidade em que o ‘atravessador’ sai do caminho, e eu, espectador, pego o que eu quiser na prateleira. Não precisarei, por exemplo, ficar frustrado porque a NET não tem o canal ‘E!’ em seus pacotes e, portanto, não vou poder assistir o reality show ‘Dr. 90210’. ‘NET’? ‘Pacote’? Esquece. Irei ao site da ‘E!’ ou da produtora do programa, e fim do problema.

Ah, sim, antes que todos comecem a falar em blogs como opção de rapidez na transmissão de informações, a participação dos blogueiros foi uma vergonha geral, tanto na premiação do Globo de Ouro, há duas semanas, como nas indicações para o Oscar. Blogs supostamente quentes, como os da ‘Variety’ ou ‘Enternainment Weekly’, foram um zero à esquerda. Nos Globos de Ouro, como não houve festa ou transmissão, teria sido mais fácil praticar o ‘real time’, mas não foi. Não havia ‘reload’ de página que desse jeito (a Variety’ pedia isso a internautas mais obcecados como eu). Acabaram publicando a lista de indicados ao mesmo tempo em que veículos não-especializados como o The New York Times e o Los Angeles Times. Foi feio, muito feio.

Nas indicações do Oscar foi quase covardia, afinal, se eu posso *assistir* à transmissão ao vivo, por que vou esperar, mesmo que por alguns segundos, para *ler* a lista? No que, diga-se de passagem, o site do Oscar foi exemplar: terminada a transmissão, não deu um minuto – fiquei dando reload ininterruptamente – e logo surgiu o link para a lista completa de indicados. A nota dez vai, mais uma vez, para a fonte da informação, e um zero bem redondo para os ‘atravessadores’.

Em tempo: este ano o site Oscar.com *ainda* não vai transmitir a festa de entrega dos prêmios, que *ainda* verei na Globo. Quanto a 2009, sabe-se lá o que me aguarda.

Bom, isso, não? 😉

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Para você, duas boas dicas de cursos:

– Quem quiser ficar por dentro dos segredos da redação online e da distribuição da informação na mídia digital, é só entrar em contato pelo e-mail extensao@facha.edu.br ou ligar para 0xx 21 2102-3200 (ramal 4) para obter mais informações sobre meu curso ‘Webwriting & Arquitetura da Informação’. As aulas da próxima turma, que terá início em 12/02, serão ministradas no Rio de Janeiro, ao longo de seis terças-feiras à noite, em Botafogo.

– Estão abertas as inscrições para a segunda turma da Pós-Graduação em Gestão em Marketing Digital da FACHA, no Rio de Janeiro, da qual sou Coordenador. Com 16 disciplinas, entre elas E-commerce, Gestão de Contas, Gestão de Conteúdo,Gestão do Conhecimento, Inteligência de Mercado, Marketing de Relacionamento Online e Otimização em Mecanismos de Busca, o objetivo do curso é preparar profissionais capazes de tomar decisões no campo do marketing para a mídia digital e atualizar os que já estão no mercado. Para mais informações, posholos@facha.edu.br.

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’

CRIMINALIDADE
Milton Coelho da Graça

O que leitores pensam sobre crime e violência, 25/1

‘Um debate interessante. Três perguntas que estão nas cabeças de todos nós receberam 12 respostas muito diferentes. Leiam com paciência, pensem na resposta que dariam diante do que vêem nos jornais e na TV. Só no fim, vejam quem participou do debate.

Perguntas: Como o governo e a Justiça estão tratando a criminalidade juvenil? Por que vocês acham que tantos jovens estão cometendo violentos crimes mais agora do que há alguns anos? O que devem fazer os pais, as escolas, a polícia e os próprios jovens para tornar as nossas ruas mais seguras?

Respostas:

1. Quando eu era jovem nos anos 60, não andávamos pelas ruas altas horas da noite. E não tínhamos dinheiro para gastar com drogas ou bebida. Os pais hoje estão sempre culpando quem pede que eles façam alguma coisa. A disponibilidade de bebida em qualquer esquina e a qualquer hora deveria ser reduzida e isso não afetaria a vida de ninguém.

2. Temos agora duas ou três gerações de jovens que foram educados para acreditar que podem fazer tudo que quiserem, seja o que for, por pior que seja, e ninguém pode tocá-los.

3. Acabaram-se as punições de verdade. Tragam de volta a pena de morte e o castigo corporal.

4. Li que um rapaz alemão foi enviado para um acampamento na Sibéria, como última tentativa para que ele tomasse jeito. Se são necessárias medidas drásticas como último

recurso para educar nossa juventude, vamos a elas.

5. A raiz do problema está nas liberdades civis e nos ativistas de direitos humanos. Pode alguém ser livre para fazer o quê e quando quiser? Claro que não, é preciso haver equilíbrio entre restrição e liberdade.

6. Devemos perguntar por que temos tantos jovens transgressores da lei? Por que outros países não têm os mesmos níveis de crime e violência? Por que os mesmos grupos sociais em outros países não têm o mesmo comportamento? Acho que a resposta está em que 90% desses transgressores vêm dos segmentos mais pobres da população. Nossa sociedade está cada vez mais e mais desigual. Vejam as escolas que esses jovens freqüentam. Depois de passar lá dez anos, não sabem ler ou escrever corretamente nem arranjar emprego decente.

7. As punições são realmente brandas demais. Por isso, eles vão e voltam diante dos juízes. Enquanto nos escondermos atrás de uma barreira de medo e liberalismo, nossos jovens ficarão cada vez mais ferozes. Parabéns a nossos políticos!

8. O problema não se resolverá com sentenças mais duras. Esses garotos são como um incêndio fora de controle. Para apagar o fogo, temos de ir à origem e, neste caso, é a família. Em quase todos os casos, há um elemento comum: as famílias desses jovens não têm pais. A pobreza é um fator secundário, há muitos jovens bem de vida que

também aderem ao crime e às drogas. Mas também nesses casos a figura paterna não existe. O governo se comporta como se os pais não fossem necessários, mas está terrivelmente enganado.

9. As perguntas são ridículas. Os tribunais são brandos com TODOS os criminosos.

10. Estamos travando uma batalha perdida contra as leis que protegem os direitos humanos.

11. Obviamente os tribunais são ineficazes. Mas queremos mesmo que o governo faça alguma coisa sobre esta terrível situação?

12. Um recente estudo afirma que o cérebro do macho humano amadurece aos 25 anos. Depois de 20 anos de trabalho com jovens delinqüentes sei que muitos deles, de ambos os sexos, foram criados por famílias sem pai ou em que o pai é ausente, não-comunicativo ou abusivo. Em outros casos, ele é claramente inadequado como modelo para os filhos. ‘Pais’ voluntários poderiam ser uma das soluções.

As três perguntas foram feitas na democrática Grã-Bretanha pelo Telegraph, que publicou (na edição online de 19/01) 36 respostas de leitores. Aí estão apenas 12, mas procurei refletir a proporção das opiniões publicadas. Provavelmente a maioria da população do país pensa de maneira diferente, porque o Telegraph é o mais conservador dos grandes jornais britânicos e, certamente por isso, seus leitores mostram clara e natural maioria pró-endurecimento, em vista da posição editorial do jornal. Mesmo assim…

Também faço três perguntas:

1. Você acha que esses problemas juvenis da Grã-Bretanha se comparam aos do Brasil?

2. Uma pesquisa do Globo, da Folha ou do Estadão teria respostas semelhantes?

3. E que respostas você daria?

(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’

ESPORTE
Marcelo Russio

Narração feminina, o último tabu, 22/1

‘Olá, amigos. Não é de hoje que as mulheres vêm conquistando spaço profissional nas mais diversas áreas de atuação. No jornalismo esportivo, em especial, hoje em dia, elas têm marcado sua presença com inquestionável sucesso. Olhando para as redações é impressionante ver a quantidade de jornalistas mulheres cobrindo esportes e falando com um grande conhecimento sobre assuntos que, quando entrei na faculdade, em 1992, eu sequer imaginaria que veria.

No futebol, então, nem se fala. Os treinos dos clubes, os programas de esportes e os jornais são cada vez mais ‘invadidos’ pelas colegas, que fazem um trabalho honesto, digno e competente, na maioria dos casos.

A única área que ainda não teve uma aparição de peso foi justamente a que mais marca o amante do esporte, seja ele qual for: a narração esportiva. Não sei por qual razão, se é que há alguma, que ainda não temos uma narradora esportiva com o mesmo destaque que os grandes nomes masculinos, como Luciano do Valle, Galvão Bueno e tantos outros.

Algumas tentativas foram feitas, com apresentadoras com boas vozes, como Alessandra do Valle (então esposa do Luciano), na Bandeirantes, e Vanessa Riche, do SporTV. Claro que o julgamento é sempre cruel, pois a comparação sempre é feita com narradores com décadas, ou no mínimo anos, de experiência.

Acho que o fator cultural é o que mais impede que mulheres ganhem espaço na locução esportiva. Como a memória esportiva brasileira é registrada por vozes masculinas, seja no rádio ou na TV, os ouvintes ou telespectadores, naturalmente, mostram alguma resistência em aceitarem narradoras esportivas. É como se algo não combinasse bem.

Na minha opinião, é hora das mulheres invadirem mais esta área do esporte. Temos jornalistas brilhantes, comentaristas excelentes e colunistas igualmente capazes. Por que não narradoras? Este é, de fato, o último tabu do jornalismo esportivo.

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Por falar em narração, o colega Everaldo Marques, da ESPN, vem se destacando nos eventos mais variados, como basquete, futebol americano, futebol e tênis. Além da ótima voz e de um grande conhecimento de esportes, Marques passa segurança e tem um timing perfeito para acelerar a narração nos momentos de maior emoção dos jogos. Na modesta opinião da coluna, é mais um grande narrador esportivo que aparece.

(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Criatividade é isso!!!, 24/1

‘O poema diz o que não sabe

e se transforma no que não é

e nunca será.

(Álvaro Alves de Faria in Babel, 2007.)

Criatividade é isso!!!

A considerada Rebecca Fontes, assessora de imprensa em Fortaleza, despacha de seu mirante da Rua José Vilar:

Ontem, 21/1, ocorreu aqui um incêndio de grandes proporções no depósito da popularíssima rede de lojas Rabelo. Os jornais Diário do Nordeste e O Povo fizeram grande cobertura. Nas páginas deste último, a narrativa ia caminhando bem até escorregar no piso traiçoeiro da língua portuguesa. Destaco o trecho em questão:

(…) Outro homem, de cerca de 30 anos, estava há mais de uma hora tirando madeira e colocando num caminhão, mas ficou machucado ao escorregar na água que ficava empossava pelas torneiras do Corpo de Bombeiros. O rapaz, que não foi identificado, saiu reclamando de dores nas costas e seguiu para casa.

Perplexa, Rebecca anotou:

O ‘v’ eu até perdôo porque fica próximo do ‘d’; mas os dois esses são de lascar!

Pois Janistraquis acha que os esses foram digitados com consciência e criatividade, qualidades que distinguem os grandes redatores:

‘Considerado, nos joguinhos de víspora ou bingo o número 22 não é chamado de ‘dois patinhos na lagoa’? Ora, dois esses são iguais aos tais patinhos e foram utilizados para dar uma idéia da verdadeira lagoa em que o local se transformou…’

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Alardeando

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo varandão debruçado sobre a safadeza é possível acompanhar a chegada do caminhão-forte com os mais recentes cartões de crédito da Presidência da República, pois Roldão, que jamais alardeou riqueza, encostou o binóculo e escreveu ao diretor do Correio Braziliense:

Encontro a palavra ALARDE empregada duas vezes. Na página 14: ‘Não temos nenhum motivo de alarde’ – (Nelson Hubner, ministro de Minas e Energia) e na p. 27: ‘Durante a entrevista coletiva na tarde de ontem, Temporão disse que não há motivo para alarde …’

Nos dois casos deveria ter sido empregado o termo ALARME. Vejamos o que diz o dicionário:

ALARDE – comportamento de fanfarrão. Alardear é: 1. exibir ou anunciar com ostentação (a riqueza), e 2.contar bazófias, vangloriar-se.

ALARME – sinal para advertir sobre ameaça de algum perigo.

Janistraquis garante, ó Roldão, que segundo um ditado sertanejo, só alardeia quem se alarmeia.

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O desencanto do poeta

Leia no Blogstraquis a íntegra de Poema 27, cujo fragmento encima esta coluna. Álvaro se tornou um poeta português por puro desencanto com este ‘país de todos’ e este ano publicará Alma Gentil, que reúne os cinco livros editados em Portugal, onde é tratado com merecida deferência. Em outubro do ano passado foi também homenageado na Espanha, durante o X Encontro de Poetas Iberoamericanos e ali recebeu o diploma ‘Huésped Dinstinguido de Salamanca a Don Álvaro Alves de Faria’. Visite o site do mestre: www.alvaroalvesdefaria.com.

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Esquina maluca

O considerado Marco Antonio Zanfra, assessor de imprensa do Detran catarinense e cuja atenção se divide entre o tráfego de veículos e alguns curiosos acidentes de percurso, despacha de seu QG em Florianópolis:

A ‘Folha Online’ de sábado, 19, sob o título ‘Acidentes deixam cinco pessoas mortas e 11 feridas em São Paulo’, registra que um desses acidentes fatais (por que as pessoas insistem em escrever ‘vítimas fatais’?) tinha ocorrido ‘na esquina entre as avenidas Rio Branco e São João, no Centro’.

Ora, estou longe da cidade há um bom tempo – moro em Florianópolis desde o final de 1997 – mas não o suficiente para que uma administração municipal, por mais vanguardista que seja, tenha a capacidade de alterar o traçado de uma dessas tradicionais avenidas paulistanas, paralelas (ou quase) originariamente.

Mandei um singelo ‘erramos’ e, algumas horas depois, os plantonistas corrigiram a informação: o acidente ocorrera, na verdade, no cruzamento da Rio Branco com a Ipiranga, a bem uns cem metros daquela esquina que antigamente balouçava o coração de Caetano Veloso.

Não quero ser chato, mas esse tipo de erro é inaceitável num jornal cuja redação fica a menos de dez quarteirões do local do acidente, num ponto eqüidistante, paralelamente, das duas avenidas.

Janistraquis jura, ó Zanfra, que numa certa manhã escutou repórter de rádio a bordo de helicóptero se referir a uma improvável esquina de Paulista com Ipiranga. O equivalente carioca seria a esquina da Vieira Souto com Princesa Isabel.

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Barra pesada

Sob o assustador título Um em cada 5 jovens não completou o ensino fundamental, saiu na Folha de S. Paulo:

(…) um em cada cinco jovens entre 18 e 29 anos e que vivem em cidades abandonou a escola antes de completar o ensino fundamental.

Segundo trabalho feito pela Secretaria Geral da Presidência da República com base na Pnad 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, dos 34 milhões jovens urbanos do país, 7,4 milhões tiveram de um a sete anos de estudo –período insuficiente para concluir o ciclo– e 813,2 mil são analfabetos.

Janistraquis leu e suspirou:

‘Desculpe a pergunta, considerado, mas o IBGE incluiu o analfabetismo do homem?’

É difícil saber, porém o número de analfabetos parece muito baixo…

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Coisa de galinhas

O considerado Carlos Alberto Dias Fernandes, estudante de jornalismo em São Paulo, envia texto do UOL Esportes:

21/01/2008 – 08h37

Por substituir mal, técnico do Noroeste é demitido

O Campeonato Paulista teve apenas duas rodadas disputadas, mas já houve a primeira demissão de um treinador. Depois de um revés por 1 a 0 para o Guaratinguetá, em Bauru, a diretoria do Noroeste decidiu dispensar o técnico José Carlos Fescina. A postura foi anunciada à imprensa pelo presidente do clube, Damião Garcia, e a justificativa é que o comandante não vinha acertando nas alterações.

Fernandes estranhou o substantivo:

‘A postura foi anunciada… Postura?!?!?! Por que postura?!?!?!’

Janistraquis acha que, como o redator é de Bauru e ali se cria muita galinha caipira, postura sempre é a primeira palavra que lhe vem ao bestunto.

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Melhor do século!

Outra esportiva do UOL:

Bahia tem o melhor começo de temporada do século

Janistraquis, que não torce pelo Bahia, amou o título:

‘Considerado, isso é coisa de torcedor do Vitória, né não? O título pode até ser verdadeiro, pois o século já completou oito anos, mas soa como boa gozação…’.

Pura verdade.

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A mãe e o filho da mãe

Entrevistada pela Folha de S. Paulo, a mãe de Edison Lobão Filho, dona Nice, que há muito trocou os afazeres domésticos por um mandato de deputada federal, criticou seu partido, o DEM, pelas declarações feitas por correligionários contra o menino, alvo de denúncias sobre o uso de laranjas para ocultar a participação numa distribuidora de bebidas. Dona Nice está em viagem à Europa e declarou ao jornal:

‘Quando voltar, vou responder ao meu partido. E sei lá se eu fico num partido que já tentou prejudicar meu marido e agora está tentando prejudicar o meu filho. E as pessoas que estão fazendo isso tudo têm rabo preso’.

Janistraquis se divertiu a bandeiras despregadas:

‘Considerado, há uma evolução nas relações políticas; nunca antes neste país u’a mãe saiu em defesa do filho atacado por ciumentos rivais; o que se via antigamente era o filho a defender a mãe dos ataques no Congresso, pois ali era tudo na base de ‘a mãe de vossa excelência é uma vagabunda, seu filho disso, seu filho daquilo…’

É bem lembrado.

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Pisou no pé, morreu.

Deu na revista jurídica Última Instância:

Justiça condena comerciante por morte de fotógrafo que pisou no pé dele

O 1º Tribunal de Júri da comarca de Goiânia (GO) condenou a 12 anos de prisão o comerciante Antônio Sérgio Felipe, de 50 anos, acusado de participar do assassinato do fotógrafo Wellington Cezar Vicente de Melo, então com 24 anos. A vítima teria pisado no pé do comerciante quando eles estavam no banheiro de uma choperia.

O réu também foi condenado a quatro anos pela tentativa de homicídio contra o também fotógrafo Sérgio Celestino da Silva, 43. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, totalizando 16 anos de reclusão.

O crime ocorreu na madrugada de 28 de junho de 1990.

Janistraquis ficou horrorizado com o crime:

‘Considerado, se o elemento mata um e fere outro somente porque lhe pisaram no pé, imagine o que não faria se mijassem…’

É bem pensado; afinal, tudo ocorreu no banheiro da choperia.

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Nota dez

Sob o título Futebol & Neologismos — Aldo Rebelo levantou uma lebre no Congresso, o considerado mestre Deonísio da Silva escreveu no Observatório da Imprensa:

Narradores e comentaristas de futebol deram, ao longo de décadas, uma preciosa lição de língua portuguesa. Aceitaram os inevitáveis neologismos de um esporte cujo berço foi a Inglaterra, mas adaptaram os vocábulos estrangeiros. Nas seções dos jornais – ‘Há Cinqüenta Anos’ –, é possível rastrear as alterações havidas na viagem das palavras.

Assim, goal virou gol; goal keeper, depois keeper, quíper e, por fim, goleiro.

Leia aqui a íntegra deste artigo que exalta a tão maltratada língua portuguesa.

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Errei, sim!

‘TROPEÇOS DE CUIABANO – A leitora Elaine Dorth Batista, de São Paulo, trouxe de Cuiabá um exemplar do jornal A Crítica, no qual se lia, abaixo do título Brasil e Chile assinam acordo de previdência: ‘Impresas aderem ao benefício da redução de multas’.

Elaine ficou bestificada mas Janistraquis garante que impresa é, simplesmente, uma empresa jornalística mal administrada…’ (março de 1999)

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.

(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’

CORRESPONDENTE
Eduardo Ribeiro

Ainda sobre os correspondentes, 24/1

‘Volto ao assunto, e antes do tempo, por conta de correspondência que recebi de Tariq Saleh, correspondente em Beirute da BBC e que também colabora com a Folha e algumas revistas brasileiras e estrangeiras. Tariq escreve para dar um puxão de orelhas neste colunista sob o argumento de que sempre louvamos os correspondentes das praças mais conhecidas, esquecendo aqueles que estão fazendo um trabalho de primeira grandeza em países e cidades menos glamourosas, mas nem por isso menos importantes do ponto de vista mundial e, obviamente, jornalístico.

Tariq argumenta que, pela overdose de informações, o público está cansado do noticiário dos países e se interessam – e muito – pelas histórias de lugares diferentes.

Considero ótimo e oportuno o Tariq ter escrito e, mais do que isso, agradeço. Muitas vezes nós aqui também carecemos de informações desse universo que acaba ficando meio escondido. E só por isso é que as omitimos.

Mas espero estar resgatando um pouco desse ‘descuido’, valendo-me, para isso, do e-mail do bravo Tariq, que aproveito para reproduzir na íntegra, já que ele aproveita para citar vários outros colegas que hoje atuam como correspondentes em países importantes, sem ter o mesmo reconhecimento.

‘Olá, Ribeiro,

Pô, podia ter citado Beirute no teu artigo no Comunique-se e Jornalistas&Cia ‘A tímida volta dos correspondentes’.

Geralmente só citam cidades como Nova York, Londres, etc…em que ser correspondente é mais fácil comparado com Oriente Médio, África.

Em Beirute tem eu, para a BBC (e colaborador da Folha e revistas brasileiras e estrangeiras), e a Paula Schmitt, para o serviço em português da Rádio França Internacional (ex-SBT). Em Israel/Palestina tem o Herbert Moraes, da TV Record, a Renata Malkes, do O Globo, a Guila Flint, da BBC, e outros brasileiros. No Cairo tem o Rodrigo Coelho, da BBC.

Nos textos sobre a atividade, parece que somos esquecidos, só lugares de luxo são lembrados. Mas tem muito brasileiros em regiões do mundo que poucos cobrem. E estes deveriam ser bem valorizados. Os leitores/ouvintes/espectadores estão cansados de notícias só de países do Primeiro Mundo (China é exceção). Eu sinto que quando as pessoas lêem histórias de lugares diferentes, elas se interessam mesmo.

Nosso trabalho é muito mais difícil do que Europa e Estados Unidos, devido a zonas conflituosas, idioma, cultura, etc…

Abraço,

Tariq Saleh’

(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’

TELEVISÃO
Antonio Brasil

O que é um TV pública? Pra que serve uma TV educativa?…, 21/1

‘Se você pensa que temos as respostas para todas as perguntas acima, não perca o seu tempo. Procure ler outros artigos ou um bom livro. A televisão brasileira e principalmente as TVs públicas brasileiras sempre foram uma fonte inesgotável de dúvidas com pouquíssimas respostas. Vivem mais de promessas do que de realizações. E tem sido assim há muito tempo.

E o que é essa tal de TV pública? Pra que serve? Qual é o seu verdadeiro diferencial em relação às TVs comerciais? O que é essa tal programação de qualidade? Qualidade pra quem? E será que o público brasileiro realmente quer uma TV pública?

E essa tal TV Educativa? Serve somente para políticos regionais enfrentarem o poder ou a censura do judiciário? Ou uma TV Educativa tem como prioridade a… educação? Afinal, TV Educativa educa ou deseduca?

Quanto nos custa esses projetos mirabolantes? Já temos – e ninguém nos consultou se queríamos ou precisávamos – a TV do Senado, TV da Câmara, TV da Justiça, uma tal de NBR, a TV do governo federal e tantas outras TV ditas públicas ou não comerciais. Aqui no Rio também temos a TV ALERJ, TV Comunitária e tantas outras televisões implantadas com o nosso dinheiro, mas sem nossa autorização ou sequer a nossa participação. O grande público ignora essas TVs.

A questão fundamental é a seguinte: será que realmente precisamos dessas TVs? Conhecemos e aprovamos seus custos? Quantas escolas ou hospitais deixam de receber recursos prioritários para que esses projetos de comunicação ou de propaganda possam se multiplicar de forma tão urgente e acelerada?

Muitas dúvidas e poucas respostas. Afinal, dinheiro público ou produção de televisão são assuntos sérios demais para serem deixados somente nas mãos de empresários, políticos ou simpatizantes.

Mas se essas TVs são realmente inevitáveis, será que o público brasileiro estaria disposto a prestigiar e fiscalizar uma TV pública brasileira?

Esta semana, o tal Conselho de sábios da TV Brasil foi elogiado por – pasmem – fazer o seu trabalho! Ou seja, disseram o óbvio: que a programação da TV Brasil é tendenciosa. Mas a pergunta mais importante e relevante é como foi constituído esse conselho de sábios? Quem escolheu seus membros? Quais os critérios? Eles foram aprovados por nós, o público?

Mais dúvidas

Pelo menos temos uma certeza: as TVs públicas brasileiras sempre foram um bom lugar para se arrumar um ‘trampo’.

Mas você também não sabe o que é um ‘trampo’? Se andasse mais com os jovens saberia que ‘trampo’ é um trabalho. Talvez seja até um emprego ou como diria o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, trampo é uma ‘boquinha’. Ou seja, um bom emprego, de preferência sem concurso público ou com concurso público com cartas marcadas, para que os simpatizantes possam viver seguros nas tetas do governo. De qualquer governo.

Mas esses ‘trampos’ ou ‘boquinhas’ não são para qualquer um. Para conseguir um emprego no governo, em qualquer governo, ou nas empresas controladas pelo governo da hora, você antes de tudo não pode ser um ‘idiota’. Idiota é alguém que critica propostas apressadas, mirabolantes e desnecessárias. Jamais critique nada.

Para conseguir um ‘trampo’ na TV Brasil você tem que ser ‘esperto’. Tem que acreditar em sonhos e desprezar a realidade. Afinal, sonhos assim como ‘boquinhas’ podem ser lucrativos, ainda mais quando os sonhadores insultam os críticos e desconsideram seus comentários contrários.

Boquinhas gostam de pensamentos totalizantes, únicos e de preferência, pensamentos uniformes. O importante é acreditar sempre! Acreditar em qualquer coisa a qualquer custo. Isso basta e pronto. E ai de quem discordar.

‘Trampos’ e boquinhas são fundamentais no Brasil e na TV Brasil. Nada funciona sem essa cultura de ‘troca de favores’.

Afinal, como bem sabem Lula, Lobão, conselhos de TV e seus simpatizantes, é dando hoje que se recebe… amanhã.

Não deixem de assistir aos novos programas da nova TV Brasil. Porque essa que está no ar, é muito cara, inútil e muito, muito ruim!

(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Trabalhou no escritório da TV Globo em Londres e foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’ e ‘O Poder das Imagens’. É torcedor do Flamengo e não tem vergonha de dizer que adora televisão.’

 

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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