Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Dimensões trocadas do anti-semitismo

Dois incidentes ocorreram no dia 28/7. Os dois na costa oeste dos EUA, os dois envolvendo manifestações anti-semitas. Um recebeu projeção internacional e o outro foi considerado um incidente local. O primeiro envolveu um homem preso ao dirigir bêbado que, entre outras barbaridades, afirmou que ‘os judeus são culpados por todas as guerras do mundo’, para mais tarde, sóbrio, pedir repetidas desculpas. O segundo envolveu um muçulmano que, armado com duas pistolas automáticas, invadiu uma proeminente instituição judáica deixando uma mulher morta e cinco feridos, três deles em condições críticas.

Qual dessas histórias recebeu mais projeção? Obviamente a primeira, já que quem cuspiu as palavras anti-semitas foi o astro Mel Gibson. A história, em menos de 24 horas, percorreu o mundo. Enquanto isso, afirma Jeff Jacoby, colunista do Boston Globe (6/8), o outro incidente, bem mais significativo, foi tratado como ‘local’. De acordo com a polícia, o assassino invadiu o escritório da Federação Judáica da Grande Seattle com uma arma apontada para a cabeça de uma menina de 13 anos. Uma vez dentro, Naveed Haq anunciou: ‘sou um muçulmano americano, irritado com Israel’, e começou a atirar. Pam Waechter morreu na hora; cinco outras mulheres foram atingidas no abdômem, joelho ou braço.

Para Jacoby, em tempos de ameaça global com assassinos motivados por jihads e algumas das figuras mais malevolentes do mundo islâmico (como Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, ou o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad) incitando a violência contra americanos e judeus, o ataque em Seattle deveria ter tido projeção mundial.