Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Emissora demite por uso de informação privilegiada

A emissora de TV pública japonesa NHK anunciou, na semana passada, a demissão de três funcionários por conta de um escândalo envolvendo o uso indevido de informações internas para ganhar dinheiro na Bolsa de Valores. Dois repórteres e um diretor são investigados pelo governo por suspeita de uso de informações confidenciais para comprar de mil a três mil ações, cada um, de uma cadeia de restaurantes.

Pouco tempo depois da compra das ações pelos funcionários da emissora, foi noticiado que a empresa tinha planos de comprar um grupo de sushi – o que rendeu aos jornalistas ganhos na Bolsa. Eles venderam as ações no dia seguinte e ganharam de US$ 1 mil a US$ 4 mil cada. Dois deles admitiram que obtiveram os dados através de um sistema interno de edição de notícias e realizaram a compra das ações pouco antes da matéria ir ao ar.

Investigação

Além da demissão dos três, o canal puniu nove funcionários, incluindo um produtor-chefe em Tóquio, com corte de salários. ‘Não foi apenas um ato ilegal, mas também um exemplo de má conduta que causou perda de confiança do público na NHK e prejudicou seriamente nossas atividades de reportagem’, afirmou o presidente da companhia, Shigeo Fukuchi. ‘Vamos implementar medidas para evitar que isto ocorra novamente e para retomarmos nossa credibilidade’. O antecessor de Fukuchi, Genichi Hashimoto, pediu demissão em janeiro após a revelação do escândalo.

A NHK afirmou que irá fiscalizar as operações em Bolsa de seus 11 mil funcionários, depois de o governo ter pedido que a emissora investigue ‘imediatamente’ os empregados. Nos últimos anos, o canal passou por diversos escândalos, entre eles a manipulação do conteúdo de um programa que discutia o papel do falecido imperador Hirohito na Segunda Guerra Mundial, por pressão do ex-premiê Shinzo Abe. Informações da AFP [3/4/08].